As lições do fermento pascal


Tdição judaica extra-bíblica era extremamente rigorosa em relação ao uso ou não do fermento

As lições do fermento pascal
A palavra fermento vem do latim “fermentum” (fermento) e que traduz o termo grego “zimé”. Por outro lado, o hebraico possui os termos “hamets”, que significa “aquilo que é fermentado”; “homets”, que quer dizer vinagre, azedo; e “mahmetset”, que refere-se a qualquer coisa fermentada.

A tradição judaica extra-bíblica era extremamente rigorosa em relação ao uso ou não do fermento. De acordo com a Enciclopédia Judaica na noite precedente da Páscoa, é exigido de todo lar judeu que observe, o que denominam de cerimônia do Bedikat Chametz, isto é, a “A Busca do Fermento”. 

O ritual extremamente meticuloso orienta o chefe da família a andar por toda a casa a procura de pedacinhos de pão fermentado – o “chametz”, durante os dias que dura a cerimônia pascal. O propósito de tal rito é certificar-se de que somente o “matzar”, isto é, o pão sem fermento pode ser comido. 


O cerimonial detalha ainda que aquele que foi encarregado dessa missão deve munir-se de uma vela, uma colher de pau, e um espanador de penas de galinha ou de ganso para que caso encontre algum resíduo de pão possa espanar para dentro da colher. Tendo feito isso então ele pronuncia a bênção: “Abençoado seja tu, (...) que ordenaste que removêssemos o fermento”. 

No dia seguinte ele queima o fermento encontrado! Se porventura alguém fosse encontrado com fermento durante esse período era punido com a pena de 39 chicotadas! O ritual, portanto, era em extremo rigoroso no antigo judaísmo a ponto dos utensílios da cozinha serem banhados em água fervente, ou vigorosamente esfregados na areia.

Embora essa tradição hebraica revele vários aspectos de um judaísmo posterior, e que em muitos aspectos difira dos costumes adotados pelo cerimonial mosaico (Êx 12), todavia mostra como o povo judeu ao longo do tempo levou a sério a simbologia por trás do uso do fermento em suas cerimônias religiosas.

Para ler esse artigo na íntegra adquira o Jornal Mensageiro da Paz, edição de Abril 2011, através do telefone: 0800 021 73 73.


* José Gonçalves é pastor, escritor, comentarista de Lições Bíblicas da CPAD, professor de hebraico, grego, Teologia Sistemática e vice-presidente da Comissão de Apologia da CGADB.