PRÉ-ADOLESCENTES - Lição 6: A moeda perdida


2º Trim. 2012 - PRÉ-ADOLESCENTES - Lição 6: A moeda perdida
PORTAL ESCOLA DOMINICAL
PRÉ ADOLESCENTES - CPAD
2º Trimestre de 2012
Tema: As Parábolas de Jesus
Comentaristas: Damaris Ferreira da Costa, Telma Bueno, Verônica Araujo

LIÇÃO 6 – A MOEDA PERDIDA

Texto bíblico   Lc 15.1,2,8-10
E chegavam-se a ele todos os publicanos e pecadores para o ouvir.
E os fariseus e os escribas murmuravam, dizendo: Este recebe pecadores e come com eles.
Ou qual a mulher que, tendo dez dracmas, se perder uma dracma, não acende a candeia, e varre a casa, e busca com diligência até aachar?
E, achando-a, convoca as amigas e vizinhas, dizendo: Alegrai-vos comigo, porque já achei a dracma perdida.
Assim vos digo que há alegria diante dos anjos de Deus por um pecador que se arrepende.
O texto descrito acima, faz referencia a parábola  da dracma perdida, ou moeda perdida,
É interessante notar que esta parábola esta escrita exclusivamente no evangelho de Lucas.
Ente os versículos 3 a 7 do mesmo capitulo, vemos uma parábola semelhante; a da ovelha perdida; em ambas o Senhor menciona a importância da vida humana.
Ela parábola foi proferida em virtude da discriminação dos fariseus e escribas em relação aos pecadores que vinham para ouvir o Senhor. O fariseus não davam nenhum valor a essas pessoas, e o motivo da sua murmuração era porque o Senhor os recebia bem, sem fazer nenhuma distinção.
A parábola também nos indica a natureza do ministério do Senhor; Assim como a mulher buscou com diligencia a sua dracma perdida, o Senhor veio a buscar das almas perdidas, distanciadas de Deus.

E Jesus, tendo ouvido isso, disse-lhes: Os sãos não necessitam de médico, mas sim os que estão doentes; eu não vim chamar os justos, mas sim os pecadores(Mc 2.17).

Introdução

Como já vimos nas lições anteriores a parábola é um método empregado no discurso por meio do qual as verdades morais e espirituais se ilustram pela analogia com fatos da vida comum, algo conhecido de todos. Por meio das parábolas podemos  repreender pessoas que, naturalmente, não consentem em ouvir acusações diretas. As parábolas eram  elaboradas de forma a prender a atenção do ouvinte e induzir ele a fazer um auto análise da sua condição moral e espiritual, isto por meio do que a parábola revela.
Um exemplo disto é a parábola empregada pelo profeta Natan, quando foi visitar o rei Davi para reprovar o homicídio praticado contra Urias, o heteu  (II Sm 12.1:14).
Ao contar a parábola e revelar a Davi, ele se arrependeu pois pode entender que o vilão da parábola era ele mesmo.
Em Lucas capitulo 15, encontramos um conjunto de parábolas que tratam do mesmo assunto: ou seja, de coisas que perdemos e da busca que precisamos empreender para encontrá-las novamente,  pois nos são de grande valor. Da mesma forma nos mostra o cuidado e amor de Deus para com o homem perdido.
Prossigamos para mais um estudo das parábola de Jesus.

I- O porque desta história.

Havia uma razão especifica para o Senhor  proferir esta parábola,ao observarmos o texto vemos:
E chegavam-se a ele todos os publicanos e pecadores para o ouvir.
E os fariseus e os escribas murmuravam, dizendo: Este recebe pecadores e come com eles.
Os fariseus tinham inveja do Senhor, pela forma maravilhosa  de ensinar a Palavra, pois o Senhor ensinava com autoridade.
No entanto sobremodo murmuravam  contra o Senhor, porque Ele recebia bem os publicanos e pecadores.
Ao proferir a parábola da moeda perdida, o Senhor faz menção da natureza do seu ministério, que é resgatar, buscar e achar aqueles que estão perdidos!
Por esta razão Ele diz: os são não necessitam de médico, mas sim os doentes.
Naquela época havia 3 classes sociais que eram as mais discriminadas, porém o Senhor os amou:

a) leprosos
os leprosos viviam separados da comunidade de Israel, eles andavam vagando, desgarrados e discriminados, quando alguém via um leproso, logo fugia da sua presença, pois a lepra era sinal de maldição e pecado. As pessoas os tratavam como imundos.
A Bíblia menciona que certa ocasião um leproso veio ao encontro de Jesus, o Senhor não o discriminou, mas teve compaixão da sua situação. Assim curou o leproso.
E aproximou-se dele um leproso, que, rogando-lhe e pondo-se de joelhos diante dele, lhe dizia: Se queres, bem podes limpar-me. E Jesus, movido de grande compaixão, estendeu a mão, e tocou-o, e disse-lhe: Quero, sê limpo! (Mc 1.40,41)

b) os publicanos
Os publicanos era uma classe de pessoas desprezada tanto como os leprosos, os publicanos eram judeus que trabalhavam para o Império Romano na cobrança dos impostos. Eram tidos pelos demais judeus como traidores da nação, alem disto alguns publicanos se excediam na sua função, ou seja, se tornavam extremamente corruptos, pois tomavam impostos alem do necessário, isto em proveito próprio.
É por esta razão que muitos dos publicanos eram homens de posses.
Mas o Senhor Jesus não os rejeitou, ao contrario, a estes mesmo o Senhor procurou salvar, a exemplo disto temos Zaqueu; de igual forma Mateus um dos apóstolos era também um publicano.
Filipe e Bartolomeu; Tomé e Mateus, o publicano; Tiago, filho de Alfeu, e Lebeu, apelidado Tadeu; (Mt 10:3)

c) Os samaritanos
Os samaritanos eram também judeus, porem eles haviam se misturado com os gentios, por ocasião do cativeiro, por esta razão eram discriminados. Mas o Senhor a níngüem desprezava ao contrario, a estes mesmos buscava.
Os samaritanos eram tidos como pecadores, estes eram odiados de tal forma que os judeus nem se quer se comunicavam com eles.
Isto mesmo foi o que afirmou a mulher samaritana quando o Senhor lhe pediu água no poço.
Disse-lhe, pois, a mulher samaritana: Como, sendo tu judeu, me pedes de beber a mim, que sou mulher samaritana (porque os judeus não se comunicam com os samaritanos). (Jo 4:9)
Mediante a murmuração dos fariseus e escribas, o Senhor profere a parábola tanto para mostrar a natureza do seu ministério, ou seja, buscar os pedidos; “os doentes espirituais”, como também para demonstrar o valor que essas pessoas tem para Deus.

II- A perda

Antes de prosseguirmos no estudo dos elementos da parábola,
verificaremos o que é uma dracma?

O dracma  é o nome de uma antiga unidade monetária encontrada em muitas cidades-estados gregas e Estados sucessores, e em muitos reinos do Médio Oriente do período helenístico.
A dracma era a mais antiga moeda em circulação no mundo ate ser substituida pelo euro.
Uma dracma correspondia a 3,6 gramas de prata.

Na parabola da dracma perdida, podemos observar duas perdas que podemos ter como lições para nossa vida.
A primeira diz respeito, a razão pela qual o Senhor proferiu esta parabola, visto que foi em razão da murmuração dos fariseus, estes desprezavam aqueles que mais necessitavam da misericordia divina.
O homem estava perdido em seus pecados, e o Senhor veio a este mundo justamente para buscar aquilo que se havia perdido, assim entendemos que com a mesma intensidade da mulher da parabola em procurar a sua dracam perdida, Deus tambem se preocupou em “procurar”, buscar; o homem que se havia perdido.
Porque o Filho do Homem veio buscar e salvar o que se havia perdido.(Lc 19:10)

A segunda lição que extrairmos diz  respeito a perda da mulher em si; ela perdeu a sua dracma na sua casa e não na rua.
Nos dias em que esta parabola foi contada, havia um costume entre os noivos, o noivo dava de presente um colar contendo dez dracmas para a noiva, o que atestava para a sociedade que aquela mulher estava comprometida com ele, a noiva deixava à mostra o colar quando transitava pelas ruas, estava comprometida com alguém, havia feito uma aliança com uma pessoa que seria seu futuro marido.
A mulher perdeu uma única dracma do colar que continha 10, no entanto era o que bastava para ela não sair às ruas, já que o colar estaria incompleto. Seria uma vergonha para a noiva sair nas ruas sem o colar com as dracmas, pois estaria sem o adorno que a faria reconhecida como noiva daquele com quem estava desposada. Ela seria repudiada pelo noivo. Ela precisa estar adornada para ele, vestida com a justiça que ele mesmo preparou para ela.
Com a parábola da dracma perdida, a Palavra de Deus nos ensina que começamos muitas a vezes a perder o noivo (Jesus) dentro de nossa casa. Isso significa que deixamos de estar preparados para o noivo quando começamos a perder nosso enfeite dentro de casa.
Poderíamos listar muitas coisas que temos perdido em casa:
a) o respeito do marido pela esposa (e vice-versa),
b) o carinho de um para com o outro;
c) a falta de tempo dedicado aos filhos;
d) a falta de um altar de oração contínuo ao Senhor; o culto doméstico
e) a falta de ensino da Palavra de Deus aos filhos;
f) a falta do sacerdócio do marido;
g) a falta de sabedoria da esposa na edificação das coisas práticas do lar;
h) o fato de os filhos deixarem de honrar os pais.

III- A procura

A dracma perdida tinha um grande valor, a mulher que perdeu a décima dracma não se conformou de desistir dela nem se contentou pelo fato de ter ainda em segurança as outras nove.
Esta mesma somelhança esta na parabola “gemea” da ovelha perdida, pois o pastor deixou as noventa e nove e foi em busca daquela unica que se desgarrou.
Que vos parece? Se algum homem tiver cem ovelhas, e uma delas se desgarrar, não irá pelos montes, deixando as noventa e nove, em busca da que se desgarrou?(Mt 18:120)
Isto nos fala primeiramente do amor de Deus para com o homem perdido, Deus vendo o homem perdido não desistiu dele, mas procurou salva-lo enviando seu filho a este mundo, com  a missão de trazê-lo de volta a sua presença.
A diligencia da mulher na procura da dracma perdida é o nosso exemplo de que devemos também procurar com diligencia o que temos perdidos em nossa própria casa, quantas bênçãos espirituais muitos crentes tem perdidos, mesmo estando na casa de Deus?
Na procura da dracma a mulher tomou medidas práticas  para encontrar a dracma perdida, ela não ficou apenas lamentando a perda da dracma, ela tomou medidas urgentes e práticas para encontrá-la. A primeira coisa que ela fez foi acender a candeia (luz)
As casas na Palestina não tinham tantas portas e janelas como as de hoje, portanto não se podia procurar algo perdido sem primeiro iluminar a casa e foi o que ela fez.
Pois só encontramos o que perdemos quando acendemos a luz. O escuro dificulta o reconhecimento e a procura. Isto nos aponta figuradamente para Jesus, pois Ele é a Luz do Mundo. Quando a luz é acesa e uma busca diligente se inicia, muitas sujeiras que estavam escondidas começam a aparecer. O desejo de Deus é que tiremos da nossa vida tudo que não O agrada e isso só é possível se nos voltarmos aos princípios da Palavra. A luz da Palavra de Deus arrancará da nossa  vida todas as coisas ruins, e por fim encontramos a dracma perdida.
Em segundo lugar, ela varreu a casa. Ela tirou muita coisa do lugar e levantou muita poeira, fazendo uma verdadeira faxina em toda a casa. Para buscarmos o que se perdeu, precisamos ter coragem de mexer com muita coisa que está parada em nossa vida, precisamos ainda ter coragem de levantar a poeira e remover os entulhos que estejam escondidos há muito tempo nos cantos escuros da nossa casa. O ato de varrer significa tirar a sujeira.
Em terceiro lugar, ela procurou diligentemente a dracma até encontrar.

IV- O achado
É interessante a postura da mulher ao encontrar a dracma, pois normalmente quando nós perdemos algo de valor e o encontramos, guardamos em um lugar bastante seguro por medida de segurança.
Mas a atitude da mulher não foi a de guardá-la, mas de chamar todos os seus vizinhos mais próximos, aqueles que se alegrariam com ela.
E, achando-a, convoca as amigas e vizinhas, dizendo: Alegrai-vos comigo, porque já achei a dracma perdida. (Lc 15:9)
Ela compartilhou a bênção com aqueles que compreendiam o verdadeiro significado de encontrar algo precioso que estava perdido.
Há um significado profundo aqui: quando achamos a dracma perdida, quando nosso lar está habilitado para o encontro com o noivo, e está perfeitamente gozando de intimidade e relacionamento intenso com ele, nossos familiares, vizinhos, amigos e conhecidos são os maiores beneficiados. O ajuste de nosso lar, o conserto de nossa casa, a arrumação de nossa família vai fazer com que outros se alegrem, e também sejam influenciados pela benção de Deus. Quantas famílias já foram resgatadas mediante a conversão de um de seus membros?
Esta atitude da mulher  nos deixa uma lição, quando encontramos a “dracma perdida”, quando reconquistamos as bênçãos de Deus, devemos falar, devemos anunciar o amor de Deus para conosco, assim muitos se alegraram e desejaram ser alcançados por tais bênçãos.
 
 V- A festa

Houve alegria e celebração quando a dracma foi encontrada, a mulher buscou e encontrou a dracma perdida, usando todo esforço e diligência, mas a celebração dessa descoberta foi coletiva. Ela reuniu suas amigas e vizinhas para comemorar o fruto do seu trabalho.
Isto nos demonstrar que todo trabalho, esforço que fazemos para Deus, o fim será de sucesso e alegria.
A parábola ainda trás outra simbologia, pois a procurar da mulher, não simboliza apenas o ministério do Senhor em buscar as almas perdidas, mas o trabalho da própria igreja, que recebeu também esta incumbência, ou seja, de ir por todo o mundo, a pregar o evangelho.
É neste sentido que entendemos melhor a parte final da parábola da dracma perdida.
Assim vos digo que há alegria diante dos anjos de Deus por um 
pecador que se arrepende.(Lc 15.10)
Devemos, de igual modo, não apenas buscar aqueles que se perderam, mas celebrar com grande e intenso júbilo quando eles são encontrados.
O Senhor Jesus conclui a parábola dizendo que a festa não é apenas na terra, mas também é sobretudo no céu, pois júbilo diante dos anjos de Deus lá no céu quando um pecador se arrepende.  Os anjos não tiveram este glorioso privilégio de anunciar o evangelho, essa gloriosa missão Deus no-la deu, porém, eles celebram com intenso júbilo os frutos da nossa evangelização.
Os anjos não são ministros da reconciliação, mas eles festejam quando um pecador se converte, ou um desviado é encontrado e trazido de volta à comunhão da igreja.
A Bíblia afirma no livro de apocalipse que um dia a noiva do cordeiro será apresentada ao Pai e juntamente aos anjos, portanto nos esforcemos para fazermos parte da Igreja de Cristo, a noiva do Cordeiro.

Conclusão

Por fim, vemos que a dracma perdida, pode ser muitas coisas na nossa vida, cada a cada um de nós identificar o que temos perdido!
De certo é, que não podemos perder o nosso enfeite, pois isto mesmo nos identifica como comprometidos com o noivo, pois o mesmo não nos receberá se não estivermos adornado conforme a sua vontade. Se porventura acabamos por “perder uma dracma” qual a nossa atitude? Devemos fazer conforme a parábola nos ensina, devemos:
a) acender a candeia,
b) varrer a casa
c) sair à procura da dracma de maneira diligente (até encontrá-la).
Precisamos esquadrinhar tudo, olhar em todos os cantos, iniciar um exame minucioso, vasculhar tudo, fazer um alto analise, moral e espiritual, e não descansar antes de termos de volta as dracmas que se perderam.
Que Deus os abençoe.
Colaboração para o Portal Escola Dominical – Prof. Jair César S. Oliveira