JUVENIS - Lição 2: Caridade, o amor em ação


3º Trim. 2012 - JUVENIS - Lição 2: Caridade, o amor em ação

PORTAL ESCOLA DOMINICAL
JUVENIS -  CPAD
3º TRIMESTRE DE 2012
COMENTARISTA:Verônica Araujo

LIÇÃO 2 - CARIDADE: O AMOR EM AÇÃO

TEXTO BIBLICO; Mt 22.36-40

ENFOQUE BIBLICO
“Amados, amemo-nos uns aos outros, porque a caridade é de Deus; e qualquer que ama é nascido de Deus e conhece a Deus.” 1Jo 4.7


OBJETIVOS:
Explicar os diferentes tipos de amor
Encorajar a pratica do amor ágape
Demonstraressa característica do fruto do Espírito no relacionamento cristão.


INTRODUÇÃO
“O amor nunca falha. Mas havendo profecias, cessarão; havendo línguas, desaparecerão; havendo ciência,passará.” (1Co 13.8)


OS DIFERENTES TIPOS DE AMOR
O que é o amor? A melhor definição é a bíblica: “Deus é amor”, no panorama profético as Escrituras mostram como o amor atuara nos últimos dias (Mt 24.12; 2Tm 3.1,3). A falta de amor faz com que o ser humano se torne egoísta, pois a maior necessidade do homem é o amor, principalmente o de Deus, ele é terapêutico, assim como o amor humano também é curativo, embora seja limitado, exclusivista, possessivo e chega ser até vingativo.

O amor se define como sendo mais que um sentimento entre duas pessoas; ele é uma autodedicação voluntaria amorosa e recíproca entre duas pessoas. É viver um para o outro para fazê-lo feliz, reciprocamente é um comprometimento sincero, sem esse comprometimento ele não é verdadeiro. Os gregos foram os primeiros a estudar de modo sistemático e cientifico os fenômenos afetivos do amor. Concluíram:
- O amor instintivo – “Eros”
- O amor afetivo     - “Storge”
- O amor fraternal - “Phileo”
- O amor divino -     “Agape”

“Eros” (físico sexual)
É o amor centrado na paixão, amor que toma.
Expressões:
- Você me faz bem;
- Você é meu/minha;
- Você é lindo (a);
- Eu amo você porque você me faz feliz.

É o amor centrado nas formas do corpo do ser amado, carnal, sensual, baseado nas emoções, sozinho ele é erótico, egoísta, interesseiro, permissivo, pecaminoso. Ainda é leviano, irresponsável, descontrolado, exatamente o que está acontecendo com muitos jovens escolhem seus namorados (as) apenas motivados pelo Eros,   tem relacionamentos sexuais antecipados engravidam e a irresponsabilidade de ambos não os permitem se assumirem, não foi feito um para o outro, mas só se descobre tal coisa depois.

O amor Eros, tem como expressão o “amor é cego”, temos na Bíblia exemplos de amor Eros, (Pv 7.18), é totalmente humano voltado para o sexo. Vem daí a palavra, “erótico”, esse amor aparece como já disse por alguma coisa centrada no corpo ou na ação momentânea da pessoa objeto, quando tais características desaparecem esse amor morre. Eros é alimentado por uma filosofia que liga o jovem estimulando-o ao extremo da sensualidade de ambos. A mulher exibe seu corpo desnudo, levando-os ao máximo do prazer sexual, ela participa desse ato apenas como objeto sexual, enquanto que o homem participa como macho egoísta, assim que as bases físicas terminam os casamentos são destruídos.
Portanto esse tipo de amor somente não serve para o jovem crente que precisa se conhecer, noivar e relacionamento sexual só após o casamento. É claro que aos que se casaram apenas no amor erótico e agora estão em dificuldades, Deus é misericordioso e o amor pode crescer, na medida em que for cultivado.


 Philos (amizade)
É o amor para com o próximo, filantrópico, social, amor comunitário, patriótico. É uma pena que esse tipo de amor esteja desaparecendo no planeta e deixando apenas a aparência. Esse tipo de amor é necessário até entre marido e mulher, permite haver fraternidade entre ambos (Ct 5.1). O compartilhar e a reciprocidade são conhecidos no philos, embora ele seja também deficiente, por funcionar enquanto o outro lado se manter correspondente.
O amor philos lida menos com o corpo e mais com a alma – o intelecto, as emoções e a vontade. A palavra mais próxima é amizade (Tg 4.4), o verbo é usado também no sentido de gostar, ser amável (Jo 21.15,16). É um tipo de amor menos egoísta que o éros, mas é ainda deficiente como já disse por contemplar o prazer e a realização nos interesses pessoais. O philos permite que escolhemos apenas as pessoas boas e interesantes como amigos, enquanto o Eros diz a minha felicidade é importante o philos permite dizer a nossa felicidade é importante. É um tipo de amor importante no casamento para manter amizade entre marido e mulher e filhos, assim como os parentes de modo geral.


Storge (familiar)
É conhecido como amor romântico, familiar, domestico e conjugal, é um tipo de amor realista, exigente, gradativo, duradouro, leal é altamente responsável. Esse amor não está centrado no físico (Eros), não é apenas recíproco (philos) ele é amor em todos os momentos. Uma mãe pode amar um filho doutor, respeitador de seus deveres como cidadão, mas seu amor não é diferente para com o outro caso seja desrespeitador da lei (Sm 21.10,11). Esse tipo de amor tende a desaparecer quando os alicerces da família se desmoronam (Rm 1.31) (pais separados, homoafetivos, adoções duvidosas). É preciso esforço de cada membro da família para que o projeto divino se concretize.


Ágape (amor incondicional)
Deus é a personificação deste amor (1Jo 4.8,16)
Jesus é o perfeito exemplo deste amor (Jo 3.16)
Descrito com perfeição (1Co 13)
O crente nascido de novo é possuidor deste amor (1Jo 3.14)
Este amor é como a chuva que cai sobre os justos e injustos, uma ilustração clássica esta registrada no evangelho de Lucas 10.29 -37, não há atração física (Eros), não havia reciprocidade, um judeu e o outro samaritano nada o ferido tinha para oferecer. Qual a razão do viajante ajudá-lo? Um ser humano é semelhante ao outro quando o ágape funciona.
O amor ágape não é alimentado pelo mérito ou valor da pessoa amada, mas por Deus. O  ágape não é apenas 50% - 70%, ele é uma doação 100%, não espera nada em troca. O ser humano por si só jamais conseguira ser assim. Ágape é o amor divino (Rm 5.5) só na conversão ele opera. Você é capaz de dizer a alguém eu ti amo sem ter o porquê?


A PRÁTICA DO AMOR AGAPE
Conta - se uma historia que se passou durante a segunda guerra mundial. Aconteceu num campo de concentração “Nazi”, que um prisioneiro fugiu. Quando as autoridades descobriram, forçaram os companheiros de cela a confessarem como ele tinha fugido. Mas, como ninguém ousava falar, então o oficial mandou fuzilar metade daqueles prisioneiros. A lista foi feita, e entre os condenados estava um homem, que costumava maltratar os cristãos que estavam com ele na mesma cela. No dia seguinte, levaram todos os prisioneiros a assistir. Exclamou o oficial: “Assim acontecerá, a todos aqueles que tentarem fugir deste campo...” Quando um destes cristãos que estava na mesma cela, o interrompeu dizendo: “Eu não fui condenado, mas se me é permitido, eu tomo o lugar daquele homem que sempre me criticou por eu ser crente...”  
O amor ágape não esta baseado em sentimentos, nem em interesses pessoais, o que possuímos de bom para que Jesus viesse a morrer na cruz por nós? A resposta é que Deus amou (Jo 3.16), uma de suas virtudes é o amor, Ele nos amou de modo incondicional, sem que nada tivéssemos para lhe oferecer em troca. Alguém pode amar e deixar de amar o que não acontece com Deus ele é amor. Este amor foi derramado em nossos corações quando nascemos de novo, bem quando foi mesmo que nascemos de novo?
Nem todos os que estão na igreja são nascidos de novo, somente aqueles que têm suas vidas regeneradas pelo Espírito Santo, e que é capaz de gerar em si o fruto, ou seja, ter uma vida cheia e controlada pelo Espírito. Do contrario jamais veremos a pratica do amor ágape, pois esse amor como já vimos é diferente, o Eros pode vir pela visão, por palavras e é praticado por interesse num objeto (sexo oposto),  e a entrega é feita via egoísmo ou interesse. O philos age na base do toma lá da cá, é recíproco, eu amo aos que me amam, quando uma pessoa deixa de nos agradar simplesmente a tiramos de nosso circulo de amizades. O storge exige que sejamos da mesma família, fala mais alto o DNA. Mas o ágape só se consegue praticar estando cheio do Espírito Santo, é o  amor divino sem acepção, amar incondicionalmente até os nossos inimigos.
A pratica do amor ágape não exige nada em troca, a parábola do samaritano, mostra que o mesmo se doou por um homem que ele nem conhecia  e não disse quando ele sarar diga-lhe que me deve tanto. Fez exatamente o contrario deixou certa quantia e ainda disse se precisar de mais pode gastar que na volta eu acerto. Ele não procurou saber quem era aquele homem se tinha dinheiro, se era funcionário de alguém, se tinha condições de lhe repor os gastos, nada disso ele fez. Se quisermos praticar o amor de Deus temos que ser assim, doarmo-nos totalmente sem reserva, contribuir com nossos dízimos e ofertas sem querermos saber quem vai gastar ou aonde vai gastar trazer nossas ofertas sociais na igreja sem procurar saber se quem esta recebendo está empregado ou desempregado. E quando ajudarmos alguém não esperar reciprocidade (Mt 22.37-40).


O AGAPE NO RELACIONAMENTO CRISTÃO.
Existem vários cursos para que o relacionamento seja melhorado, já há cultos para conseguir casamentos e outras coisas relacionadas. A Bíblia ensina sobre o relacionamento cristão mostrando suas possibilidades, é impossível aprender em escolas uma vez que dependemos do Espírito Santo, para produção deste fruto, o amor ágape (Gl 5.22). Mas é em 1Corintios 13.4-7, que temos a descrição perfeita deste amor.
a)      O amor é sofredor
“makrothymei” – capacidade de suportar o mal, a injuria e a provocação, sem estar cheio de ressentimento, indignação ou vingança. Faz com que a mente fique firme, exercendo o poder sobre as paixões.
b)      O amor é benigno
“chesteuetai” – é amável, generoso, cortês e serviçal. A amabilidade está em seus lábios, em seu coração, suas mãos estão  abertas, faz com que a pessoa se torne útil, não apenas aproveitando as oportunidades para fazer o bem, mas buscando-a. Tudo o que for bom ele procura fazer.
c)      Não é invejoso
Não sofre com o bem dos outros, nem com seus dons, isso para ele é benção de Deus para seu irmão, não sofre com a prosperidade do próximo.
d)      Não trata com leviandade, Não se ensoberbece
Não há orgulho próprio no amor, não incha com suas aquisições, o verdadeiro amor nos ensinara estimar nossos irmãos de forma correta
e)      Não trata com indecência
“ouk aschemonei” – não faz nada indecoroso, nada que seja comum ou vil, mas se comporta em relação aos homens como convém à sua posição e à nossa, com reverencia e respeito aos superiores, com gentileza e condescencia para com os inferiores, com cortesia e boa vontade para com todos os homens.
f)       Não busca os seus interesses
O amor é inimigo do egoísmo, não deseja excessivamente o seu próprio louvor, honra, lucro ou prazer.
g)      Não se irrita
“paraxynetai” – aquilo que corrige a agudeza de temperamento adoça e suaviza a mente, de maneira que ela não imagina repentinamente, nem continua por longo tempo, uma emoção veemente.
h)      Não suspeita mal
Não há lugar para a malicia, nem para a vingança, não conclui o mal. Ele nunca terá suspeitas sem provas.
i)        Não folga com a injustiça
Não pensa mal de ninguém sem que aja provas muito claras, nem se regozijará com as faltas e as quedas dos outros.
j)        Folga com a verdade
Alegra-se ao ver os homens moldados pelo poder transformador do evangelho. Pessoas cheias do amor de Deus não se sentem bem com o pecado.
k)      Tudo sofre tudo suporta
“panta stegei, panta hypomenei” – a primeira tem a idéia de cobrir, na verdade o amor cobre (1Pe 4.8). Não inflama nem publica as faltas de um irmão, até que o dever exija. A segunda tem a idéia de manter se firme, mesmo que alguém difame um irmão nosso por pecados cometidos entendamos o seguinte: o amor que esta em nossos corações é capaz de perdoar e nos faz manter firme amando o irmão e orando e ajudando-o na recuperação.
l)        Tudo crê e espera
Faz isso à bem dos outros, exerce a prudência e a simplicidade, nunca faz julgamentos precipitados de outros.

CONCLUSÃO
“E ainda que eu distribuísse toda a minha fortuna para o sustento dos pobres, e ainda que entregasse o meu corpo para ser queimado, e não tivesse amor, nada disso me aproveitaria”. (1Co 13.3 – EC)

BIBLIOGRAFIA
HENRY, Matthew – Comentário Bíblico do NT, Atos a Apocalipse – CPAD -  RJ 2008, 1ª Edição.
TEIXEIRA, Leandro – Blog liberdade é pensar – outubro, 2007
GILBERTO, Antonio – apostila “A família Cristã”  -SEBS

Colaboração para Portal Escola Dominical - Pr Jair Rodrigues

 fonte portal ebd