LIÇÃO Nº 3 – JOEL, O DERRAMAMENTO DO ESPÍRITO SANTO


4º Trim. 2012 - Lição 3 - Joel, o derramamento do Espírito Santo I
PORTAL ESCOLA DOMINICAL
QUARTO TRIMESTRE DE 2012
OS DOZE PROFETAS MENORES - advertências e consolações para a santificação da Igreja de Cristo
COMENTARISTA: ESESQUIAS SOARES DA SILVA
COMENTÁRIOS - EV. CARAMURU AFONSO FRANCISCO
(ASSEMBLEIA DE DEUS - MINISTÉRIO DO BELÉM - SEDE - SÃO PAULO/SP)

                                                                                                          

                                               O livro de Joel mostra-nos que o Senhor deseja derramar o Espírito Santo aos que se arrependem de seus pecados para que tenham vida espiritual plena.
PORTAL ESCOLA DOMINICAL
4º Trimestre de 2012 - CPAD 
Os Doze Profetas Menores - advertências e consolações para a santificação da 
Igreja de Cristo
Comentários da revista da CPAD: Esequias Soares da Silva
Consultor Doutrinário e Teológico da CPAD: Pr. Antonio Gilberto
LIÇÃO Nº 3 – JOEL, O DERRAMAMENTO DO ESPÍRITO SANTO
O livro de Joel mostra-nos que o Senhor deseja derramar o Espírito Santo aos 
que se arrependem de seus pecados para que tenham vida espiritual plena. 
INTRODUÇÃO
- Na sequência do estudo dos profetas menores, veremos hoje uma visão panorâmica do livro do profeta 
Joel, o segundo  destes livros no cânon da Bíblia.
- O livro de Joel mostra-nos que o Senhor deseja derramar o Espírito Santo aos que se arrependem de 
seus pecados para que tenham vida espiritual plena.
I – O LIVRO DE JOEL
- Em hebraico, "Yoe’l"(יואל), que significa "Jeová é Deus".  Joel é um profeta do reino do sul, o reino de 
Judá. Segundo alguns estudiosos, o ministério de Joel é da época do rei Joás, ou seja, um pouco anterior a 
Isaías e a Amós. Sua antiguidade é admitida na tradição judaica, tanto que é colocado após os escritos de 
Oseias no "Livro dos Doze" (“Shenem Assar” – עשר שוים).
- Segundo Edward Reese e Frank Klassen, co-organizadores da Bíblia em ordem cronológica, o livro de Joel 
seria datado de cerca de 828 a.C., durante o reinado de Joás, sendo posto por estes estudiosos entre II 
Cr.24:14 e II Cr.24:15, ou seja, antes da morte do sumo sacerdote Joiada, na primeira fase do reinado de Joás, 
quando este rei foi fiel ao Senhor (II Cr.24:2,17,18).
- A mensagem do livro diz respeito ao juízo que viria sobre o povo de Deus, que foi identificado como sendo o 
cativeiro da Babilônia. Mas a mensagem de Joel também fala do futuro, menciona o derramamento do Espírito 
Santo e o "dia do Senhor", o acerto de contas que Deus fará com a humanidade impiedosa. Joel foi 
mencionado por Pedro no sermão inaugural da Igreja no dia de Pentecostes, exatamente por causa de sua 
profecia do derramamento do Espírito Santo. Por isso, Joel é conhecido como "o profeta pentecostal".
- O livro de Joel, que tem três capítulos, pode ser dividido em três partes, a saber:
a) 1ª parte - o dia do Senhor exemplificado - Jl.1
b) 2ª parte - o dia do Senhor profetizado - Jl.2
c) 3ª parte - o julgamento das nações e as bênçãos do milênio - Jl.3
- Em Joel, vemos a revelação de Deus como um ser que quer viver em cada ser humano através do Seu 
Espírito, mas que, apesar de Seu grande amor, é também um Deus justo, que fará, a seu tempo, o juízo sobre 
os impenitentes.
OBS: "O livro de Joel ante o Novo Testamento - Vários versículos de Joel contribuem poderosamente à 
mensagem do NT. (1) A profecia a respeito da descida do Espírito Santo (2.28-32) é citada especificamente 
por Pedro em seu sermão no dia de Pentecoste (At.2.16-21), depois de o Espírito Santo ter sido enviado do 
céus sobre os 120 membros fundadores da igreja primitiva, com as manifestações do falar noutras línguas, da 
profecia e do louvor a Deus (At.2.4,6-8,11,17,18). (2) Além disso, o convite de Pedro às multidões, naquela 
festa judaica, a respeito da necessidade de se invocar o nome do Senhor para ser salvo, foi inspirado 
(parcialmente) em Joel (2.32a; 3.14; ver At.2.21,37-41), Paulo também cita o mesmo versículo (ver Ajude a manter este trabalho – Deposite qualquer valor em nome de: Associação para promoção do 
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Rm.10.13). (3) Os sinais apocalípticos nos céus que, segundo Joel, ocorreriam no final dos tempos (2.30,31), 
não somente foram lembrados por Pedro (At.2.19,20), mas também referidos por Jesus (e.g., Mt.24.29) e por 
João em Patmos (Ap.6.12-14). (4) Finalmente, a profecia de Joel a respeito do julgamento divino das nações, 
no vale de Josafá (3.2,12-14), é desenvolvida ainda mais no último livro da Bíblia (Ap.14.18-20; 16.12-16; 
19.19-21; 20.7-9).. Há dimensões tanto presentes quanto futuras em todas as aplicações de Joel no NT. Os 
dons do Espírito que começaram a fluir através do povo de Deus, no Pentecoste, ainda se acham à disposição 
dos crentes (cf. 1 Co.12.1-14,40). Além disso, os versículos que precedem a profecia a respeito do Espírito
Santo (i.e., a analogia da colheita com as chuvas temporãs e serôdias, 2.23-27) e os versículos que se seguem 
(i.e., os sinais que se darão nos céus no final dos tempos, 2.30-32) indicam que a profecia sobre o 
derramamento do Espírito Santo (2.28,29) inclui não somente a chuva inicial no Pentecoste, como também um 
derramamento final e culminante sobre toda a raça humana no final dos tempos." (BÍBLIA DE ESTUDO 
PENTECOSTAL, p.1286-7).
" Cristo Revelado - Joel espera um tempo em que o Senhor deve trazer julgamento aos inimigos de Deus e de 
Israel, em que as nações devem ser chamadas para prestar conta de seus atos. Ele também viu um dia de 
grande fartura fluindo do Reino justo do Senhor, em Sião. O instrumento através do qual esses grandes 
acontecimentos devem vir era o Messias. Jesus é Aquele que irá levar essa era a um fim, derrotando Seus 
inimigos, recompensando Sua Igreja e estabelecendo Seu definitivo Reino de justiça. Além disso, é Jesus 
quem promete a vinda do Espírito em resposta à Sua consumada obra de redenção e retorno ao Pai (Jo. 14.15-
18; 16.5-24). Na vinda do Espírito em Pentecostes, nós temos o retorno espiritual de Cristo para habitar em 
Seu povo e conduzir Seu corpo, a Igreja. Sua volta física e literal é predita aqui no Livro de Joel." (BÍBLIA
DE ESTUDO PLENITUDE, p.863).
- Segundo Finnis Jennings Dake (1902-1987), o livro de Joel tem 3 capítulos, 73 versículos, 7 perguntas, 50 
ordenanças, 10 promessas, 69 versículos de profecia, 11 versículos de profecias cumpridas, 59 versículos de 
profecias não cumpridas e somente uma mensagem distinta de Deus (1.2-3.21).
- É interessante notar que, na Bíblia Hebraica (ou seja, a Bíblia adotada pelos judeus, a chamada TANACH), 
bem como na Septuaginta (a versão grega do Antigo Testamento), o livro de Joel tem quatro capítulos, pois há 
uma divisão diferente dos versículos do que o que nós adotamos, que foi a adotada pela Vulgata Latina (a 
tradução da Bíblia para o latim, língua de Roma, por Jerônimo). Isto ocorre porque o capítulo 2 de Joel, que 
para nós tem 32 versículos, nessas versões tem apenas 27 versículos. O capítulo 3 de Joel nessas versões 
corresponde ao nosso Jl.2:28-32 e o nosso capítulo 3 é o capítulo 4 daquelas versões, divisão que é seguida 
pela Bíblia de Jerusalém e pela Tradução Ecumênica Brasileira.
- Na Septuaginta, aliás, o livro de Joel ocupa um lugar diferente no cânon, pois ele é o quarto livro dos 
profetas menores, depois de Miqueias (a ordem dos profetas menores na Septuaginta é a seguinte: Oseias, 
Amós, Miqueias, Joel, Obadias, Jonas, Naum, Habacuque, Sofonias, Ageu, Zacarias e Malaquias).
- Segundo alguns estudiosos, o livro de Joel, o 29º livro da Bíblia, está relacionado com a 7ª letra do alfabeto 
hebraico, “zayin” (ז), cujo significado é de “arma”, “espada”, indicando, portanto, que se trata de um livro que 
trata, sobretudo, do juízo divino, de movimento e de luta. No dizer de Richard Amiel McGough: “…Joel 
profetizou a plenitude dos tempos quando o Senhor julgará a terra…” (The Bible Wheel Book, p.211) 
(tradução nossa do texto original em inglês). 
II – O DIA DO SENHOR EXEMPLIFICADO
- O livro de Joel inicia-se com uma mensagem do profeta tanto aos anciãos do povo quanto a todo o 
povo, em que o profeta mostra que o Senhor estava a alertar o povo através da natureza, visto que uma 
série de pragas havia assolado a produção dos judaítas. O que ficara da lagarta, o comera o gafanhoto e o que 
ficara do gafanhoto, o comera a locusta e o que ficara da locusta, o comera o pulgão (Jl.1:4).Ajude a manter este trabalho – Deposite qualquer valor em nome de: Associação para promoção do 
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- O quadro apresentado pelo profeta Joel era de total desolação, pois não sobrara praticamente coisa 
alguma do que havia sido plantado para a colheita. Este estado de coisas era um alerta do Senhor para que o 
povo mudasse a sua forma de se relacionar com Deus, até porque era este o modo primeiro pelo qual o Senhor 
demonstrava o Seu descontentamento para com o povo (Dt.28:20).
- Joel, como vimos, profetizava nos dias de Joás, o primeiro rei depois do tenebroso período em que Judá 
ficara sob o governo de Atalia, filha de Acabe e de Jezabel, que havia se casado com Jeorão, filho de Josafá e 
que quase destruiu a casa de Davi. O povo estava a sair, portanto, de um período de idolatria, mas já dava 
sinais de que estaria a se desviar dos caminhos do Senhor uma vez mais, o que, aliás, aconteceu após a morte 
do sumo sacerdote Jeoiada, o principal responsável pela derrubada de Atalia e pela retomada do culto a Deus 
em Judá.
- Joás havia determinado que se renovasse a casa do Senhor, mas os sacerdotes haviam negligenciado neste 
negócio, tendo sido necessário que o rei cobrasse mais firmemente esta reforma do templo, no que foi 
atendido, parecendo, pois, que tudo estava na mais perfeita ordem, que o povo de Judá finalmente havia 
consolidado o culto a Deus e que havia deixado de lado a idolatria dos tempos tenebrosos de Atalia (II 
Cr.24:1-14). 
- No entanto, é neste momento que o Senhor faz com que fosse dizimada toda a plantação dos judaítas e 
levanta Joel para seu ministério, a fim de que houvesse uma maior disposição de servir a Deus.
- Esta situação em que a nação judaíta havia sido levada apesar de uma aparente renovação espiritual, mostranos, com absoluta clareza, que o Senhor não Se deixa enganar e que devemos estar vigilantes para que não 
julguemos segundo a aparência (Jo.7:24). O Senhor conhece o que há no coração do homem (I Sm.16:7; 
Jo.2:24,25) e, portanto, não há quem possa enganá-l’O.
- Já neste ponto vemos a grande atualidade do livro do profeta Joel. Vivemos, também, dias em que muitos 
estão a se deixar levar pelas estatísticas, que demonstram haver um “grande crescimento” da igreja, em 
especial no Brasil, onde, segundo dados do censo de 2010 do IBGE, os “evangélicos” já seriam 22,2% da 
população e as Assembleias de Deus seriam a denominação que mais cresceu na década.
- Tais números são, porém, ilusórios. O que se percebe, bem ao contrário, é que o número de verdadeiros e 
genuínos servos de Deus está a diminuir, pois a apostasia grassa nas igrejas locais. Assim como a conclusão da 
reforma do templo nos dias de Joás dava a impressão de que o povo judaíta havia se decidido a servir a Deus 
como nos dias de Davi, este “crescimento” numérico pode dar a impressão de que estamos caminhando para 
uma rápida evangelização do país.
- No entanto, após o final desta reforma e a morte de Jeoiada, o que vemos na história de Judá é o retorno a 
uma idolatria, fomentada pela elite governante do reino (II Cr.24:17,18), o que prova que o Senhor estava 
certíssimo ao alertar o povo de Seu desagrado para com eles quando da permissão das pestes que abalaram 
toda a produção agrícola de Judá, cujo significado foi a primeira mensagem de Joel ao povo.
- Da mesma forma, quando contemplamos a realidade atual da igreja brasileira, vemos, com absoluta clareza, 
que este “crescimento” não passa de um inchaço, de uma ilusão, visto que temos hoje, segundo os dados do 
mesmo censo, 3,08% dos “evangélicos” que, assumidamente, não frequentam qualquer denominação, bem 
como dados que mostram que estes “evangélicos” são completamente irrelevantes em termos espirituais, visto 
que são vistosos tão somente enquanto “consumidores do segmento gospel”, vivendo do mesmo modo que os 
incrédulos. Mais do que nunca, precisamos prestar atenção à mensagem de Joel e verificar que, tal como 
naqueles tempos, o Senhor está a mostrar, não pela natureza, mas pelos próprios frutos espirituais inexistentes 
de toda esta gama de falsos servos de Deus, que muito temos de fazer em prol de uma verdadeira e genuína 
evangelização de nosso querido Brasil.Ajude a manter este trabalho – Deposite qualquer valor em nome de: Associação para promoção do 
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- Toda a dizimação da plantação tinha um único objetivo: fazer despertar  o povo para a sua triste 
realidade espiritual. “Despertai, ébrios, e chorai; gemei, todos os que bebeis vinho, por causa do mosto; 
porque tirado é da vossa boca” (Jl.1:5).
- O problema do povo de Judá era que haviam se embriagado com vinho. Esta situação não deve ser entendida 
literalmente, mas, sim, como uma declaração divina de que o povo de Judá, em vez de se dedicar às coisas de 
Deus, em vez de se comportar como um povo separado por Deus dentre os povos para Lhe ser um reino 
sacerdotal e uma nação santa, havia resolvido desfrutar dos prazeres das coisas desta vida, havia decidido 
usufruir das coisas terrenas, sem se preocupar em servir a Deus, o que explicava o descaso e desleixo dos 
próprios sacerdotes e levitas na restauração do templo.
- O apóstolo Paulo também fala desta situação, ao afirmar que não devemos nos embriagar com o vinho, mas 
nos encher do Espírito Santo (Ef.5:18). Este vinho representa as coisas terrenas, as atrações que este mundo 
passageiro oferece, que não deve ser aquilo que devemos buscar com prioridade, mas, sim, devemos buscar 
uma vida cheia do Espírito Santo, uma vida voltada para as coisas eternas. Como disse o Senhor Jesus, 
devemos ajuntar tesouros nos céus (Mt.6:19-21).
- A situação descrita pelo profeta é de total desolação. “O campo está assolado, e a terra, triste; porque o trigo 
foi destruído, o mosto se secou, o óleo falta” (Jl.1:10). Quando não se buscam as coisas de cima, a situação é 
de total desolação, há falta de alimento, há falta da presença de Deus. Quando não se dá prioridade às coisas 
de cima, não há mais Palavra de Deus, o alimento espiritual por excelência (Mt.4:4; Lc.4:4), também não mais 
sentimos a presença do Espírito Santo em nossas vidas (“o óleo falta”).
- A situação desoladora por que passava Judá em termos materiais era o reflexo de sua vida espiritual e, para 
nós, hoje em dia, é uma figura da real situação espiritual de quem vive apenas para as coisas terrenas. Por isso, 
o apóstolo Paulo é incisivo ao dizer que devemos pensar nas coisas que são de cima, onde Cristo está 
assentado à destra de Deus, se é que já ressuscitado com Cristo e estamos mortos para o mundo, com nossa 
vida escondida em Cristo Jesus (Cl.3:1-3).
- Este tétrico quadro descrito pelo profeta Joel, lamentavelmente, é a visão que Deus tem de muitas igrejas 
locais na atualidade. Não há produção alguma do fruto do Espírito em muitas delas, visto que todos os seus 
integrantes estão embriagados com o vinho, deixando de lado as coisas espirituais. Vivem apenas de 
confraternizações, “campanhas”, “shows gospel”, não havendo mais a real busca de uma vida de santificação, 
de uma vida de meditação nas Escrituras, de uma vida de oração. A frutificação espiritual tornou-se 
impossível, porque o gafanhoto, a locusta e o pulgão já destruíram toda a vinha  do Senhor. Muitos podem 
repetir as palavras da sulamita: “…a vinha que me pertence não guardei” (Ct.1:6 “in fine”).
- Alguns estudiosos das Escrituras entendem que este quadro traçado pelo profeta não se aplicaria apenas aos 
dias de Joás, mas seria, também, um profecia do que ocorrerá com Israel na segunda metade da Grande 
Tribulação. Nesta linha de pensamento, defendida, entre outros, pelo pastor Aldery Nelson Rocha, estamos 
diante da situação desoladora que se estabelecerá para os judeus após a profanação do templo pelo Anticristo. 
Com base no fato de que Jl.1:9, diz que foi cortada a oferta do manjar e a libação da casa do Senhor, chega-se 
à situação que seria, posteriormente a Joel, profetizada por Daniel na profecia das setenta semanas (Dn.9:27). 
É também uma leitura possível do texto.
- O profeta, no entanto, não fica apenas na denúncia do pecado do povo, até então apenas escondido em seus 
corações e que não havia se manifestado, o que se daria apenas após a morte de Jeoiada. O profeta traz, 
também, o remédio para esta situação. O objetivo do Senhor, ao levantar Joel, não era apenas mostrar o 
problema, mas, também, trazer a solução.
- Diante deste quadro trágico, o profeta anuncia uma solução: “Santificai um jejum, apregoai um dia de 
proibição, congregai os anciãos, e todos os moradores desta terra, na casa do Senhor, e clamai ao Senhor” 
(Jl.1:14).Ajude a manter este trabalho – Deposite qualquer valor em nome de: Associação para promoção do 
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- Havia uma forma de reverter este quadro, de impedir que se chegasse o “dia do Senhor”, quando tudo 
seria consumido. Era  clamar ao Senhor, pedir perdão  pelos pecados e se reconciliar com Deus. Deus 
estava a castigar o povo pela sua impenitência, mas não estava disposto a destruir o povo. Se houvesse 
arrependimento de todos, a começar pelos sacerdotes e anciãos, o Senhor estava pronto a perdoar.
- O caminho para a reversão do quadro de distanciamento de Deus, de alienação das coisas celestiais, do reino 
de Deus e sua justiça, é o caminho do arrependimento, da humilhação, da busca da presença do Senhor. Temos 
de buscar a Deus enquanto é tempo (Is.55:6), “porque o dia do Senhor está perto, e virá como uma assolação 
do Todo-Poderoso (Jl.1:15). Temos nos conscientizado disto, amados irmãos?
- Diante das dificuldades da vida, muitas vezes consequências de nossos próprios erros, temos de clamar ao 
Senhor. “A Ti, ó Senhor, clamo, porque o fogo consumiu os pastos do deserto, e a chama abrasou todas as 
árvores do campo” (Jl.1:19). Por causa dos problemas e das vicissitudes da vida, temos de clamar a Deus e não 
murmurar ou tentar pôr a culpa nos outros, como, lamentavelmente, alguns costumam fazer. As tribulações 
presentes são um exemplo do que está por vir sobre a face da Terra. Acordemos, pois, enquanto é tempo, e 
deixemos de nos embriagar com o vinho, para que possamos ser, então, cheios do Espírito Santo.
II – O DIA DO SENHOR PROFETIZADO
- Após ter chamado o povo a se arrepender de seus pecados e, deste modo, alertado o povo para o fato de que 
estavam naquela situação por causa de sua “embriaguez com vinho”, o profeta passa a descrever o que será o 
“dia do Senhor”, uma expressão que é recorrente entre os profetas do Antigo Testamento e que diz respeito 
aos eventos últimos da história da humanidade, ao instante do juízo divino sobre a humanidade.
- O profeta começa dizendo que é preciso clamar que o dia do Senhor está perto, e este clamor deveria se 
dar de forma pública e notória, daí porque dizer que se deveria “tocar a buzina em Sião e clamar em alta voz 
no monte da santidade” (Jl.2:1). 
- Este “toque da trombeta” é um dos mais conhecidos cerimoniais judaicos, realizado no Ano Novo Judaico (o 
“Rosh Hashanah”), que a Bíblia identifica como a “festa das trombetas” (Nm.29:1). O “toque da trombeta” é 
associado, no judaísmo, ao juízo divino e, por via de consequência, ao necessário arrependimento. “…O 
shofar[a trombeta, feita de chifre de carneiro, observação nossa] faz soar as suas notas estridentes como se 
estivesse dando um grande alarma: ‘Vós que estais dormindo, acordai! Pensai nas vossas ações! Lembrai-vos 
de vosso Criador e voltai-vos para Ele em arrependimento! Não sejais daqueles que enquanto apalpam as 
sombras, deixam de receber o que é real, e gastam suas vidas em busca de coisas ocas que nunca lhes poderão 
trazer lucro nem proveito… Vós que dormis, acordai! Cuidai de vossas almas! Pensai em vossas ações!’…” 
(AUSUBEL, Nathan. Rosh Hashanah. In: A JUDAICA, v.6, p.733).
- Esta “festa das trombetas” é tipo do arrebatamento da Igreja, quando o Senhor “…descerá do céu com 
alarido, e com voz de arcanjo, e com a trombeta de Deus…” (I Ts.4:16 “in medio”), encerrando, assim, a 
dispensação da graça, o tempo da Igreja sobre a face da Terra, dando-se início ao juízo divino sobre os que 
rejeitaram a Cristo como Salvador.
- Este “toque da trombeta”, nos dias hodiernos, deve ser a incessante pregação do Evangelho por parte  da 
Igreja, para que as pessoas se arrependam dos seus pecados e recebam a Cristo como seu Senhor e Salvador, 
bem como a mensagem de que “Jesus brevemente virá” e que devemos estar preparados para encontrá-l’O nos 
ares e, deste modo.
- Em outras palavras, devemos conclamar os moradores da Terra, a exemplo do que fazia o profeta Joel no seu 
tempo, de que devemos nos converter dos ídolos a Deus, para servir o Deus vivo e verdadeiro, e esperar dos 
céus a Seu Filho, a quem ressuscitou dos mortos, a saber, Jesus, que nos livra da ira futura (I Ts.1:9,10). Era 
isso que os crentes de Tessalônica pregavam e viviam, sendo, por isso, exemplo para todos os crentes de seu 
tempo, é isto que devemos continuar a pregar e viver enquanto Igreja do Senhor. Temos feito isto?Ajude a manter este trabalho – Deposite qualquer valor em nome de: Associação para promoção do 
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- Joel conclamava o povo ao arrependimento, porque o dia do Senhor estava perto e seria um dia de 
trevas e de tristeza, dia de nuvens e de trevas espessas, um dia igual ao qual nunca houve nem haverá (Jl.2:2). 
Este dia do Senhor profetizado por Joel não era apenas os dias do cativeiro babilônico, onde culminaria a 
desobediência que se iniciava nos dias do rei Joás após a morte de Jeoiada, mas é algo muito mais severo, o 
“dia da angústia de Jacó”  (Dn.12:1), a Grande Tribulação que tão próximo está de nossos dias.
- Assim como profeta, devemos deixar bem claro aos que cristãos se dizem ser que não se pode esperar coisa 
alguma do tempo da Grande Tribulação, que a oportunidade para nós é agora, é hoje, porque se perdermos esta 
chance de servirmos a Deus, não se esperam dias bons. Muitos estão a se iludir com a oportunidade de 
salvação que haverá naquele tempo, mas o profeta Joel é bem claro: “é dia de trevas e de tristeza, de nuvens e 
trevas espessas”. Não nos iludamos. Se é certo que haverá salvação naquele tempo, também é certo que será 
um tempo como nunca houve e que será de domínio das trevas, algo muito diferente do que estamos a viver 
atualmente. Este é o nosso tempo, aproveitemo-lo, amados irmãos, para nele servir a Deus e escaparmos deste 
terrível período da história da humanidade!
- Neste tempo tenebroso, diz o profeta, “nada lhe escapará” (Jl.2:3 “in fine”). “O dia do Senhor é grande e mui 
terrível; e quem o poderá sofrer? “(Jl.2:11 “in fine”). A descrição feita pelo profeta é de um juízo divino 
terrível, que ninguém poderá impedir. Este quadro, aliás, é confirmado pelos selos, trombetas e taças que o 
Senhor revelará a João no Apocalipse.
- Não devemos ser “terroristas” e deixar o povo de Deus apavorado ou amedrontado, como, aliás, tem feito 
alguns supostos estudiosos de escatologia nos últimos tempos. Não é aterrorizando as pessoas que as 
levaremos à conversão. Entretanto, temos de ser realistas quanto ao que significa o “dia do Senhor” e o que a 
Bíblia fala a respeito dele.
- Mas, uma vez mais, o profeta não se limita a descrever o terrível dia do Senhor, mas, se o descreveu, fê-lo 
com um único propósito: o de mostrar ao povo como ele poderia escapar daquele dia. Como isto seria 
possível? “Convertei-vos a mim de todo o vosso coração, e isso com jejuns, e com choro, e com pranto. E 
rasgai o vosso coração, e não os vossos vestidos, e convertei-vos ao Senhor vosso Deus; porque Ele é 
misericordioso, e compassivo, e tardio em irar-Se e grande em beneficência, e Se arrepende do mal” 
(Jl.1:12,13).
- O caminho para se escapar do “dia do Senhor” é o caminho da conversão, uma conversão verdadeira, 
que signifique uma mudança de direção, de sentido na vida, que venha de dentro para fora. Não se trata da 
assunção de uma religiosidade externa, pois de nada adiantaria “rasgar as vestes” se não se “rasgasse o 
coração”. 
- O profeta conclama a todos que se arrependessem de seus pecados, até mesmo os noivos que estavam em 
núpcias, que abandonassem o seu tálamo e se voltassem para Deus, santificando-se, proclamando um dia de 
proibição e pedindo a misericórdia divina.
- Para evitarmos cair na apostasia que caracteriza os dias imediatamente anteriores ao arrebatamento da Igreja, 
temos de agir da mesma maneira, pois a mensagem do profeta é uma mensagem vinda da parte de Deus, Deus 
que não muda. Para que não soframos o mal decorrente de nossa vida baseada única e exclusivamente nas 
coisas terrenas, é indispensável que nos voltemos a Deus, que peçamos a Sua misericórdia, pois Ele é tardio 
em irar-Se, é misericordioso, compassivo e grande em beneficência. Ainda é tempo de voltarmos a buscar o 
reino de Deus e a sua justiça em primeiro lugar, com prioridade. Ainda é tempo de nos separarmos do pecado, 
estamos dispostos a isto?
- Os sacerdotes são conclamados a chorar entre o alpendre e o altar (Jl.2:17). Este alpendre de que fala o 
profeta é o átrio da porta oriental do Templo (I Rs.6:3), que fica entre o pórtico e o grande altar dos 
holocaustos. Esta posição dos sacerdotes revela que, para que haja perdão dos pecados (o que era figurado 
pelo altar dos holocaustos), para que o sacrifício vicário de Cristo tenha a eficácia de perdoar nossos pecados, Ajude a manter este trabalho – Deposite qualquer valor em nome de: Associação para promoção do 
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é necessário que clamemos por este perdão, que nos arrependamos dos nossos pecados. O arrependimento e a 
conversão (observemos que os sacerdotes oravam voltados para o santuário, a indicar que devemos mudar a 
direção de nossas vidas, passando a olhar para Jesus, o Santo de Deus) são passos necessários e que antecedem 
o perdão dos pecados no processo da salvação.
- Há, pois, um profundo equívoco na mente daqueles que, nos dias de hoje, estão a defender a integração de 
pessoas nas igrejas locais sem que tenham elas produzido frutos dignos de arrependimento. O que importa 
para estes é que a “igreja esteja cheia”, mesmo que seja cheia de pessoas que não se converteram e que, por 
isso mesmo, não poderiam pertencer à Igreja, que é uma nação formada por aqueles que deixaram as trevas e 
agora estão na luz do Senhor (Jo.3:19-21; I Pe.2:9,10).
- Não podemos permitir, de forma alguma, que pessoas que  ainda não se converteram, que não se voltaram 
para o santuário, entre o alpendre e o altar, entrem no lugar santo sem que tenham sido perdoadas por Cristo 
Jesus. Só tem perdão quem se arrepende e se converte. Só pode integrar a igreja aquele que tiver se convertido 
a Cristo, abandonando a vida pecaminosa. Não existe esta história que andam propalando por aí de que se 
deve deixar tal pessoa no meio dos crentes até que “o Espírito Santo a toque”. Devemos deixar que ela 
congregue, que assista aos cultos, mas, enquanto não houver conversão, não pertence ela ao corpo de Cristo. 
Sigamos o que diz o profeta Joel em sua mensagem ao povo judaíta!
- Com o arrependimento e a conversão, diz Joel, o Senhor teria zelo da Sua terra e Se compadeceria do 
Seu povo e, em virtude disto, o Senhor responderia com o retorno da abundância, com o envio do trigo, do 
mosto e do óleo. A fartura, tanto material quanto espiritual, voltaria para Judá quando este decidisse deixar as 
coisas terrenas e se voltar para Deus.
- Para retornarmos aos dias de abundância espiritual, para que possamos fugir do dia do Senhor, para que 
tenhamos comunhão com Deus, outro caminho não há senão o arrependimento dos pecados e a conversão. 
Devemos nos mobilizar para que, em nossas igrejas locais, arrebatemos o maior número possível dos que 
cristãos se dizem ser da apostasia e da frieza espiritual, mas isto somente se fará se houver arrependimento e 
conversão, se nos voltarmos ao Senhor, se retornarmos ao caminho da meditação das Escrituras, da oração e 
da busca de uma intimidade sincera e verdadeira com o Senhor.
- O profeta garante que, em havendo arrependimento e conversão, não haveria por que o povo de Judá ter 
qualquer dúvida a respeito de sua restauração espiritual e, consequentemente, de que o estado lamentável em 
que estava a produção agrícola se transformaria totalmente. Os judaítas podiam se alegrar e regozijar porque o 
Senhor faria grandes coisas, voltando a reverdecer os pastos, o arvoredo a dar o seu fruto, bem como as eiras a 
se encher de trigo e os lagares, a transbordar de mosto e de óleo (Jl.2:21-24), com a restituição de tudo quanto 
havia sido dizimado (Jl.2:25-27).
- O desejo do Senhor era, portanto, uma verdadeira restauração espiritual do povo e não aquela aparente 
renovação que se dava nos dias de Joás. Mais do que uma renovação do templo, de sua estrutura, o Senhor 
estava interessado em renovar os corações do povo, prepará-los para que fossem, efetivamente, o povo 
escolhido de Deus dentre todos os povos, a fim de que pudessem cumprir o propósito divino que era o de 
torná-los um reino sacerdotal e um povo santo (Ex.19:5,6).
- É também este o propósito do Senhor para com a Igreja, o Seu novo povo, igualmente um reino sacerdotal e 
nação santa (I Pe.2:9,10). O Senhor quer nos restaurar espiritualmente, fazer com que abandonemos uma 
religiosidade externa e estéril, para que sejamos pessoas enviadas por Cristo para que demos fruto e fruto 
permanente sobre a face da Terra (Jo.15:16). Mas, para que isto ocorra, não podemos nos embriagar com 
vinho, mas nos encher do Espírito Santo.
- E, por falar de nos encher do Espírito Santo,  é neste instante que Joel profetiza a respeito do 
derramamento do Espírito Santo, a profecia mais conhecida de Joel, e que foi invocada pelo apóstolo Pedro 
no dia de Pentecostes (At.2:16).Ajude a manter este trabalho – Deposite qualquer valor em nome de: Associação para promoção do 
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- Esta profecia de Joel indica que o derramamento do Espírito Santo se daria "depois" do juízo anunciado pelo 
profeta, juízo este que seria seguido pela vinda de um ensinador de justiça, que faria descer a chuva temporã e 
serôdia (Jl.2:23).
- Pedro identifica este tempo como tendo início no dia de Pentecostes, utilizando-se, por inspiração do Espírito 
Santo, da expressão "últimos dias". Ora, isto já nos mostra, com clareza, que a promessa do profeta Joel não 
estava circunscrita aos dias de Pedro, mas aquele dia era o início deste período, o início de uma nova etapa no 
relacionamento entre Deus e os homens. Este período é a dispensação da graça, que somente findará com a 
volta de Jesus para arrebatar a Sua Igreja. O batismo com o Espírito Santo, portanto, é uma característica que 
deve acompanhar a Igreja durante o Seu tempo aqui na terra, sendo a própria negação da determinação bíblica 
a defesa de que a Igreja possa perdurar enquanto tal sem que haja este revestimento de poder.
- Além da vinda do “ensinador de justiça”, que nos fala a respeito da vinda de Cristo, o profeta Joel também 
deixa claro que, para haver derramamento do Espírito Santo, faz-se mister que tenha havido conversão e 
arrependimento. A conversão e o arrependimento não só trariam abundância material, mas, também, 
abundância espiritual, representada pelo derramamento do Espírito Santo.
- Temos, pois, que a plenitude da vida espiritual torna indispensável o derramamento do Espírito Santo. Não 
há como termos abundância espiritual, termos plenitude de vida espiritual sem que sejamos alcançados pelo 
derramamento do Espírito Santo.  
- A profecia de Joel, também, não deixa qualquer dúvida de que o derramamento do Espírito Santo é um 
ato soberano de Deus. "diz Deus, que do Meu Espírito derramarei sobre toda a carne", ou seja, a operação 
decorreria do próprio Deus, é um ato da Sua vontade, de modo que não devemos querer dar ao homem 
qualquer participação além da mera recepção em tal operação. Devemos buscar esta bênção, pois é uma 
promessa de Deus e, como ensina P.M. Beaude, "…a promessa estabelece um laço entre quem promete e 
quem recebe a promessa, [pois] (…) Deus fez aliança com Seu povo, promete-lhe felicidade(…), é um pai 
para o Seu povo; um pastor; ocupa-Se dele como de uma vinha.…" (De acordo com as Escrituras, p.15), mas 
conscientes de que tudo depende única e exclusivamente da vontade de Deus, não da nossa.
- A profecia de Joel, também, faz questão de realçar que esta bênção está disponível a todos os homens que 
aceitarem a Cristo como Senhor e Salvador de suas vidas, independentemente de sua condição. O 
batismo com o Espírito Santo não era restrito aos apóstolos nem àqueles quase cento e vinte irmãos que 
haviam estado com Jesus durante o Seu ministério. A igreja caracterizar-se-ia como um povo de pessoas em 
igualdade de condições diante de Deus, que teria funções diferentes, conforme a vontade do Senhor, mas que 
não poderia ser separada em ordens ou graus diferenciados, como se quis, posteriormente, defender e se 
defende até hoje, por exemplo, entre os católicos romanos e os ortodoxos. Toda a igreja é composta de 
sacerdotes reais, de santos, de profetas, indistintamente (I Pe.2:9). O derramamento seria sobre toda a carne, 
para homens e mulheres, para pais e filhos, para jovens e idosos. Chegava ao povo de Deus a universalidade 
que, na antiga aliança, era apenas um desejo distante (cfr. Nm.11:29). 
- Não é à toa que, durante a história da igreja, os períodos de desvio e frieza espiritual tenham sempre sido 
acompanhados por uma cristalização de dogmas e condutas que negam o sacerdócio universal dos cristãos e 
estabeleçam rituais e classes sacerdotais típicas do paganismo ou da antiga aliança. Não é, também, 
coincidência que o batismo com o Espírito Santo sempre seja um fator de abalo e de repugnância para as 
estruturas eclesiásticas nascidas destes mesmos dogmas e práticas antibíblicos.
OBS: Esta circunstância foi muito bem analisada por Benjamin Scott, em sua obra-prima "As catacumbas de Roma", cujo trecho reproduzimos: " 
…Afigura-se-nos que a corrupção que mais influência tem exercido no 'cristianismo' proveio da introdução gradual da ideia  de um sacerdote 
mediador para oferecer sacrifícios, semelhante aos sacerdotes do judaísmo ou do sistema pagão. É claro que tal instituição não pode ser encontrada 
em qualquer ensino de Jesus ou de seus apóstolos. No novo Testamento nunca se fala de um sacerdócio especial na Igreja Cristã, senão num 
sentido que inclui cada crente verdadeiro unido a Cristo, o grande "Sumo Sacerdote de nossa confissão'. Notemos que este não  é um ponto sem 
importância, como poderia parecer à primeira vista porque, se admitirmos que há um sacerdócio (no sentido pagão ou judaico), então temos uma 
série de consequências - como de fato aconteceu, e foi a corrupção da 'simplicidade que há em Cristo'. Desde que admitido um sacerdócio, um 
altar deve segui-lo, para usurpar o lugar de uma simples mesa na ceia comemorativa que Cristo instituiu. O sacrifício acompanha o altar. Isso 
aconteceu na Igreja de Roma. E mediadores sacerdotais se levantam entre o crente e seu Sumo Sacerdote, que ensinara a todos a chegarem-se ao Ajude a manter este trabalho – Deposite qualquer valor em nome de: Associação para promoção do 
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Pai tão-somente por meio dele mesmo. Desta maneira, Cristo foi despojado de seu sacerdócio, na Igreja de Roma, e desprezado foi o seu ofício de 
sacerdote e mediador. Ali, o sacrifício perfeito 'oferecido duma vez para sempre' é continuamente reoferecido, como se alega nessa igreja. Outro 
grande mal é que ao povo cristão ensina-se a confessar os pecados a semelhantes seus, pecadores também, e a depender destes, para obter o perdão; 
quando é certo que todos possuímos o inestimável privilégio de acesso pessoal a Cristo.(…) Sobre esponto tão importante, que dizem as inscrições 
nas Catacumbas de Roma ? Nelas nunca se encontrou termo algum que corresponda ao ofício sacerdotal dos pagãos ou dos judeus. É digno de nota 
que a palavra ' 'ieréus', isto é, a pessoa que oferece sacrifício, em nenhum lugar nas Catacumbas ou dos escritos primitivos é aplicada a qualquer 
posição eclesiástica. Coube ao Romanismo ou ao sacerdotalismo romanizante, fazer a aplicação ao ministro cristão desta palavra tão oposta ao 
espírito do Novo Testamento' (Cf. As Catacumbas, de Withrow, p.511 - referência em nota de rodapé de nº 11 no original) " (SCOTT, Benjamin. 
As catacumbas de Roma, p.134-5).
- Como Pedro invocaria no dia de Pentecostes, a mensagem do profeta a respeito da abundância espiritual fala 
que “depois”, o Senhor derramaria o Seu Espírito sobre toda a carne, de modo que os filhos e as filhas dos 
judaítas profetizariam, os velhos teriam sonhos e os mancebos, visões, assim como, “naqueles dias”, também 
haveria derramamento do Espírito para servos e servas.
- Deus deseja que tenhamos abundância espiritual e esta abundância vem pelo derramamento do 
Espírito Santo. Este derramamento segue ao arrependimento e conversão, é um momento posterior, portanto, 
à salvação, não tendo, pois, razão alguma os crentes  ditos tradicionais que confundem o batismo com o 
Espírito Santo com a conversão. Pedro invocou esta profecia de Joel no dia de Pentecostes, para explicar o 
fato de os discípulos estarem a falar línguas estranhas, não a salvação deles, que já ocorrera anteriormente, 
inclusive quando receberam o Espírito Santo mediante um sopro do Senhor Jesus na tarde do dia da 
ressurreição (Jo.20:22).
- Esta profecia de Joel começou a se realizar no dia de Pentecostes, mas não findou ali nem nos tempos 
apostólicos. Vejam que o profeta falou que o Senhor derramaria “o Seu Espírito”, mas, ao invocar esta 
profecia, o apóstolo Pedro disse que havia ocorrido derramamento “do Espírito”. Notem aqui o partitivo “de”, 
que não se encontra na profecia de Joel. O dia de Pentecostes era apenas uma parte do que estava prometido e 
profetizado, era o início de um período.
- Com efeito,  a profecia de Joel ainda não se concretizou em Israel, o que se dará tão somente quando 
Israel for salvo. Os judaítas dos dias de Joás não atentaram para a profecia de Joel, tornando para a idolatria (II 
Cr.24:19), caminho que não abandonaram, apesar dos avivamentos ocorridos nos dias de Ezequias e Josias, e 
que os levaram ao cativeiro da Babilônia.
- No período do Segundo Templo, apesar dos avivamentos ocorridos nos dias de Esdras e Neemias, o povo 
também não se converteu, caindo não mais na idolatria, mas na indiferença e na religiosidade externa e oca, 
que foi testemunhada pelo próprio Senhor Jesus em Seu ministério terreno e, ante a rejeição de Cristo por
Israel, continuaram eles espiritualmente cegos (Rm.11:7-11; II Co.3:14-16).
- Todavia, no dia em que se converterem, quando estiverem prestes a ser destruídos pelo Anticristo, na 
iminência da batalha do Armagedom, aí, sim, convertidos, serão todos os israelitas remanescentes cheios do 
Espírito Santo, o Espírito Santo será derramado sobre eles e, com vida espiritual abundante, estarão eles na 
condição de serem, durante o reino milenial de Cristo, o reino sacerdotal e povo santo que o Senhor sempre 
quis que fossem para toda a humanidade, os “restantes que o Senhor chamar” (Jl.2:32).
- Por isso, aliás, a leitura já mencionada supra de que o livro do profeta Joel retrata a segunda metade da 
Grande Tribulação, uma vez que, ao término desta, o remanescente de Israel se salvará, convertendo-se a 
Cristo, depois de três anos e meio de cruel perseguição por parte do governo do Anticristo.
- Por que temos tido redução no número de batismos com o Espírito Santo entre nós? Porque o derramamento 
do Espírito Santo, como ensina o profeta Joel, somente vem quando há prévios arrependimento e conversão. 
Porque não há que se falar em plenitude de vida espiritual onde ainda habitam o pecado e a prioridade das 
coisas terrenas.Ajude a manter este trabalho – Deposite qualquer valor em nome de: Associação para promoção do 
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- Temos visto com imensa preocupação o caminho que tem traçado os que se dizem pentecostais. Em vez de 
buscarem a presença do Senhor, de darem prioridade ao reino de Deus e a sua justiça, estão atrás de estratégias 
de marketing, estão a copiar os ditos “neopentecostais”, cuja teologia está no caminho diametralmente oposto 
da prioridade das coisas de cima, visto que estão a defender a procura das coisas terrenas, da prosperidade 
material e do bem-estar nesta vida terrena. 
- Quando olhamos para o livro do profeta Joel, vemos que o derramamento do Espírito Santo é uma ocorrência 
posterior ao arrependimento e à conversão, algo que é indispensável para que fujamos do juízo divino. Com 
efeito, após a promessa do derramamento do Espírito Santo, o Senhor diz que promoverá o “grande e terrível 
dia do Senhor” (Jl.2:30-32).
- Ou buscamos a plenitude do Espírito Santo, prometida para antes do “grande e terrível dia do Senhor”, ou, 
por rejeitarmos esta oferta gratuita do Senhor, seremos levado a experimentar este dia tenebroso. É tempo de 
buscarmos ao Senhor, de usufruirmos de todas as bênçãos espirituais nos lugares celestiais em Cristo, antes 
que, por rejeitarmos ter a Cristo, sejamos deixados aqui com o mundo que sofrerá a Grande Tribulação. 
Pensemos nisto!
III – O JULGAMENTO DAS NAÇÕES E AS BÊNÇÃOS DO MILÊNIO
- O terceiro capítulo de Joel começa, então, a descrever a remoção do cativeiro de Judá e de Jerusalém, uma 
vez mais nos reportando à profecia das setenta semanas de Daniel, pois este era o prazo que o Senhor deu ao 
profeta Daniel para que o povo judeu alcançasse a salvação (Dn.9:24), salvação esta que é nada mais, nada 
menos que a libertação do pecado, algo que somente se pode alcançar em Cristo Jesus, o Filho de Deus 
(Jo.8:32-36).
- O Senhor não Se limitará a salvar Israel, mas, também, julgará aqueles que tentaram destruir o Seu 
povo. Aqui se concretiza a palavra do Senhor Jesus de que quem não é por Ele, é contra Ele (Mt.12:30; 
Mc.9:40; Lc.11:23). Todos quantos se levantaram contra Israel e, portanto, contra o Senhor, serão 
devidamente julgados e punidos por terem ido contra a menina dos olhos de Deus (Zc.2:8).
- Joel diz que o Senhor congregará todas as nações no vale de Josafá e, ali, com elas, entrará em juízo por 
causa do Seu povo (Jl.3:2).  Como diz Richard Amiel McGough: “…Este é o significado de Josafá  – ‘O 
Senhor julgará’…” (op.cit., p.211). Neste vale, que o profeta Joel chama de “o vale da decisão”, é que se dará 
o “dia do Senhor”, quando se fará o julgamento das nações que se levantaram contra o Senhor e o Seu povo 
(Jl.3:14).
- O Senhor, neste dia, retribuirá todo o mal que se fizeram aos judeus ao longo da história da humanidade 
(Jl.3:3-8), o que somente se dará após a conversão de Israel. Deus não rejeitou Seu povo (Rm.11:1,2) e 
promoverá a justa retribuição a todos quantos se levantaram contra Ele. Por isso, amados irmãos, mesmo 
sabendo que os judeus necessitam de salvação, jamais poderemos nos conformar e apoiar toda e qualquer 
medida que seja contrária ao povo de Israel, pois Ele é o povo escolhido de Deus.
OBS: O antissemitismo e uma política contrária a Israel é uma das características do “espírito do Anticristo” na política internacional e é com 
grande tristeza que, ao longo dos últimos anos, temos visto que o Brasil, que era amigo de Israel e teve participação decisiva na criação deste país 
em 1948 na Organização das Nações Unidas, tem, hoje, uma política nitidamente anti-israelita, caminho que, se não for modificado, levará nossa 
nação a este grupo que será tratado por Deus no vale de Josafá…
-  O Senhor permitirá que o inimigo de nossas  almas fomente todas estas nações que se decidiram por ser 
contrárias a Israel sejam enganadas e reunidas para enfrentar os judeus que, ao término da Grande Tribulação, 
parecerão estar à beira da destruição final (Ap.16:13,14). Enganadas pelo diabo e suas duas bestas, estas 
nações que, apesar de fracas, achar-se-ão fortes (Jl.3:10), ajuntar-se-ão no vale de Josafá e lá serão julgadas 
pelo Senhor, que, com Seu poder, a todas elas aniquilará e o Senhor Se fará refúgio e fortaleza para os filhos 
de Israel (Jl.3:13,15-17).Ajude a manter este trabalho – Deposite qualquer valor em nome de: Associação para promoção do 
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- Após esta grande vitória, o Senhor Jesus tornará Israel a potência mundial e reinará mil anos, num reinado de 
paz e justiça, onde a Terra será restaurada de toda a maldição provocada pelo pecado do primeiro casal, 
havendo abundância material e espiritual (Jl.3:18).
- Judá será um lugar de delícias, um lugar que será habitado para sempre e onde haverá purificação, porque o 
Senhor habitará em Sião (Jl.3:20,21).
- Este estado de delícias, previsto para ocorrer no milênio, já está à disposição da Igreja desde já. Com efeito, 
se nos arrependermos e nos convertermos e buscarmos a plenitude espiritual, ou seja, o derramamento do 
Espírito Santo, desde já estaremos a desfrutar das delícias aqui prometidas.
- O crente revestido de poder, batizado com o Espírito Santo é um crente que é “monte que distila 
mosto”, já é “um outeiro que mana leite”, um “rio que está cheio de água”, “uma fonte que sai da casa 
do Senhor e rega o vale de Sitim”. O crente cheio do Espírito Santo já é uma “habitação do Senhor” 
(Jo.14:17) e que, por isso mesmo, pode trasbordar o poder de Deus e fazer com que os que o rodeiam sejam 
também alcançados por esta plenitude espiritual.
- A evangelização do mundo alcançou níveis nunca antes atingidos depois que se iniciou o avivamento 
pentecostal do início do século XX e que ainda perdura até hoje, o mais longo avivamento da história da 
Igreja. Esta “chuva serôdia”, que está a anunciar a chegada da “festa das trombetas”, é a prova viva de que 
tudo quanto estamos a falar a respeito do crente batizado com o Espírito Santo é a mais pura realidade.
- Joel faz-nos lembrar o que o Senhor quer de nós enquanto estamos aqui neste mundo fazendo a obra de 
Deus. Será que somos este “monte que distila mosto”, trazendo alegria da salvação aos que nos rodeiam? Será 
que somos este “outeiro que mana leite”, sendo fonte de alimentação espiritual dos novos convertidos? 
- Será que temos sido “rio que está cheio de água”, saciando a sede daqueles que precisam do refrigério do 
Senhor em suas vidas? Será que somos “fonte que sai da casa do Senhor que rega o vale do Sitim”, saciando a 
sede de salvação daqueles que vivem no deserto da vida? Será que somos “habitação do Senhor”, de tal modo 
que nossa presença traga a presença de Deus aos que estão à nossa volta?
- Vivemos num mundo que está no maligno, num Egito onde há desolação, num Edom que é um deserto de 
solidão. É imperioso que nos arrependamos de nossos pecados e nos convertamos. É urgente que deixemos de 
nos embriagar com o vinho e nos enchamos do Espírito Santo. Temos correspondido ao desejo do Senhor para 
com Seu povo trazido na mensagem de Joel? Que o Senhor nos dê graça para que respondamos a esta questão 
afirmativamente.
Caramuru Afonso Francisco