Lição 7 - Miqueias, a importância da obediência


4º Trim. 2012 - Lição 7 - Miqueias, a importância da obediência I
PORTAL ESCOLA DOMINICAL
QUARTO TRIMESTRE DE 2012
OS DOZE PROFETAS MENORES - advertências e consolações para a santificação da Igreja de Cristo
COMENTARISTA: ESEQUIAS SOARES DA SILVA
COMENTÁRIOS - EV. CARAMURU AFONSO FRANCISCO
ASSEMBLEIA DE DEUS - MINISTÉRIO DO BELÉM - SEDE - SÃO PAULO/SP

                                                                                  
                                 
LIÇÃO Nº 7 – MIQUEIAS, A IMPORTÂNCIA DA OBEDIÊNCIA
                                               O livro de Miqueias esclarece-nos o que ocorre com o que desobedece e com quem obedece a Deus.
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4º Trimestre de 2012 - CPAD
Os Doze Profetas Menores - advertências e consolações para a santificação da 
Igreja de Cristo
Comentários da revista da CPAD: Esequias Soares da Silva
Consultor Doutrinário e Teológico da CPAD: Pr. Antonio Gilberto
LIÇÃO Nº 7 – MIQUEIAS, A IMPORTÂNCIA DA OBEDIÊNCIA
O livro de Miqueias esclarece-nos o que ocorre com o que desobedece e com 
quem obedece a Deus. 
INTRODUÇÃO
- Na sequência do estudo dos livros dos profetas menores, hoje  estudaremos o livro de Miqueias, o sexto 
livro no cânon do Antigo Testamento.
- O livro de Miqueias revela a todos os nós o que ocorre com quem obedece a Deus bem como quem Lhe 
desobedece.
I – O LIVRO DE MIQUEIAS
- Na sequência do estudo dos livros dos profetas menores, estudaremos hoje o livro de Miqueias, que é o sexto 
livro na ordem do cânon do Antigo Testamento. Na Septuaginta, a versão grega do Antigo Testamento, o livro 
de Miqueias ocupa o terceiro lugar entre os profetas menores.
- Em hebraico, Miqueias é "Mikhah" (מיכה), que significa, "quem é semelhante a Jeová?".  Seu ministério 
ocorreu durante os reinados de Jotão, Acaz e Ezequias, reis de Judá, sendo ele próprio deste mesmo reino, pois 
era de Moresete ou Maressa (Js.15:44), local que tem sido identificado com uma aldeia situada a 40 km a 
sudoeste de Jerusalém, pertencente à tribo de Judá. Logo observamos que seu ministério é contemporâneo aos 
de Isaías, Oseias e Amós, se bem que tenha desenvolvido seu ministério no reino do sul, ou seja, durante a 
época de Isaías. 
- Edward Reese e Frank Klassen, co-organizadores da Bíblia em ordem cronológica, situa os dois primeiros 
capítulos de Miqueias por volta de 744 a.C., no reinado de Jotão, no início do ministério de Isaías. O terceiro 
capítulo de Miqueias é datado de 725 a.C., já no reinado de Ezequias, na iminência do fim do reino de Israel 
(reino do norte). O restante do livro é datado de cerca de 704 a.C., logo após o nascimento de Manassés, nos 
últimos doze anos do reinado de Ezequias.
- A mensagem do livro de Miqueias também envolve a questão do juízo vindouro de Deus sobre o Seu povo, 
tanto no reino do norte quanto no reino do sul, a comprovar que Deus estava a advertir sobejamente o povo da 
iminência da destruição de ambos os reinos,  tendo, para tanto, levantado vários profetas para dar esta 
mensagem. 
- Miqueias profetiza no sul com a mesma intensidade de Oseias e de Amós no reino do norte, 
denunciando o pecado nas relações sociais, as injustiças e as arbitrariedades que estavam sendo cometidas. A 
mensagem, porém, anuncia, a exemplo de Isaías, a vinda de uma época de paz e prosperidade, a ser liderada 
pelo Senhor em Israel, que surgiria de "Belém Efrata", embora fosse desde os tempos antigos, desde os dias da 
eternidade (Mq.5:2).Ajude a manter este trabalho – Deposite qualquer valor em nome de: Associação para promoção do 
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- De pronto, vemos que o livro de Miqueias nos ensina que a Palavra de Deus é sempre a mesma, num 
consenso que nos permite crer nela sem qualquer dúvida ou hesitação. Embora de cidades diversas, de origens 
diferentes, os profetas anunciavam a mesma mensagem. Por isso, o apóstolo Paulo, ao se dirigir aos filipenses, 
afirmou que não se aborrecia de lhes escrever as mesmas coisas, pois dizia que isto conferir segurança aos 
crentes (Fp.3:1).
- Nem podia ser diferente, pois se a Palavra é o próprio Cristo (Jo.1:1; Ap.19:13), temos de ter consciência de 
que Jesus é o mesmo, ontem, hoje e eternamente (Hb.13:8) e, portanto, a mensagem do Evangelho jamais 
pode mudar, é sempre a mesma, como fazia questão de sempre nos lembrar o saudoso pastor Walter Marques 
de Melo.
- Ao vermos a sintonia entre as mensagens dos profetas nos dias de Miqueias, aprendemos que não podemos 
dar margem a “inovações”, como, infelizmente, muitos dos que cristãos se dizem ser estão a fazer em nossos 
dias. O Evangelho é o mesmo e, portanto, não podemos buscar “novidades”, atitude que é típica de quem não 
serve a Deus, como era o caso dos atenienses e estrangeiros que residiam em Atenas nos dias do apóstolo 
Paulo (At.17:21).
- Além disso, ao lermos o livro do profeta Miqueias, percebemos que a mensagem de Deus ao homem é bem 
objetiva: Deus, em virtude de Sua justiça e santidade, tem de lançar juízo sobre todos os que Lhe 
desobedecem, mas, antes que o faça, o Senhor mostra que há uma forma de o homem voltar a ter comunhão 
com Deus e, assim, em vez de sofrer o juízo, gozar das bênçãos que o Senhor quer e promete dar aos que O 
buscarem de coração inteiro. A obediência é o segredo para alcançarmos as promessas de Deus.
- O livro de Miqueias, que tem 7 capítulos, pode ser dividido em três partes, a saber:
a) 1ª parte - julgamentos divinos contra Israel e Judá - Mq.1-3
b) 2ª parte - visão de um futuro glorioso - Mq.4-5
c) 3ª parte - controvérsia entre Deus e Seu povo e promessa de bênçãos futuras - Mq.6-7.
- Em Miqueias, a promessa do Messias como Alguém que alterará o estado caótico em que se encontrava a 
nação e lhe trará um futuro glorioso é explícita e cristalina. O Messias nasceria no meio do Seu povo, em 
Belém de Judá, para redimir este mesmo povo.
OBS: " O Livro de Miqueias ante o Novo Testamento - Assim como outros profetas do AT, Miqueias olhou 
para além do castigo de Deus a Israel e Judá, e contemplou o Messias vindouro e Seu reino justo na terra. 
Setecentos anos antes da encarnação de Cristo, Miqueias profetizou que Ele haveria de nascer em Belém (5.2). 
Mateus 2.4-6 narra que os sacerdotes e escribas citaram este versículo como resposta à pergunta de Herodes 
concernente ao lugar onde o Messias nasceu. Miqueias revelou, também, que o reino messiânico seria de paz 
(5.5; cf. Ef.2.14-18), e que o Messias pastorearia o Seu povo com justiça (5.4; cf. Jo.10.1-16; Hb.13.20). As 
referências frequentes de Miqueias sobre a redenção futura, revelam que o propósito e o desejo permanente de 
Deus para o Seu povo é a salvação, e não a condenação. Tal verdade é desdobrada no NT (e.g. 
Jo.3.16)."(BÍBLIA DE ESTUDO PENTECOSTAL, p.1320-1).
           "  Cristo Revelado - As profecias sobre Cristo fazem o Livro de Miqueias luzir com esperança e 
encorajamento. O livro se inicia com uma grandiosa exposição da vinda do Senhor (1.3-5). As profecias 
posteriores afirmarão o aspecto pessoal de Sua chegada em tempo histórico. Mas a disposição de Deus para 
descer e interagir é estabelecida no princípio. A primeira profecia messiânica ocorre numa cena de pastor de 
ovelhas. Depois que a terra deles havia sido corrompida e destruída, um restante dos cativos seria reunido 
como ovelhas num curral. Então, alguém quebraria o cercado e os levaria para fora da porta, em direção à 
liberdade.(2.12-13). E esse alguém é seu 'rei' e 'Senhor'. O episódio completo harmoniza-se belamente com a 
proclamação de Jesus acerca da liberdade aos cativos (Lc.4.18), enquanto, na verdade, liberta os cativos 
espirituais e físicos. Mq.5.2 é uma das mais famosas profecias de todo o AT. Ela autentica a profecia bíblica Ajude a manter este trabalho – Deposite qualquer valor em nome de: Associação para promoção do 
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como 'a Palavra do Senhor'(1.1; 2.7; 4.2). A expressão 'A Palavra' do Senhor (4.2) é um título aplicável a 
Cristo (Jo.1.1; Ap.19.13). A profecia de Mq.5.2 é, explicitamente, messiânica ('Senhor em Israel') e especifica 
seu lugar de nascimento em Belém, num  tempo quando Belém era pouco conhecida. Suas palavras foram 
pronunciadas muitos séculos antes do acontecimento; ele não tinha nenhuma sugestão do lugar a que recorrer. 
Outra característica dessa profecia é que ela não pode se referir a apenas qualquer líder que possa ter sua 
origem em Belém. Cristo é o único a quem ela pode se referir, porque ela iguala o Senhor com o Eterno: 
'Cujas origens são desde os tempos antigos, desde os dias de eternidade.' Esta profecia confirma tanto a 
humanidade quanto a divindade do Messias de um modo sublime. A profecia de Mq.5.4,5 afirma a condição 
de pastor do Messias ('apascentará o povo'), Sua unção ( 'na força do Senhor'), Sua divindade ('na excelência 
do nome do Senhor') e Sua humanidade ('Seu Deus'), Seu domínio universal ('porque agora será Ele 
engrandecido até os fins da terra') e a Sua posição como líder de um reino de paz ( 'E este será a nossa paz'). O 
clímax da profecia (7.18,19), mais o versículo final (7.20), apesar de não incluir o nome do Messias, 
definitivamente refere-se a Ele. Na expressão da misericórdia e compaixão divinas, ele é Aquele que 
'subjugará a nossa iniquidade', lançando-as nas profundezas do mar, para que Deus possa perdoar os pecados e 
trocar o pecado pela verdade."( BÍBLIA DE ESTUDO PLENITUDE, p.890-1).
- Segundo Finnis Jennings Dake (1902-1987), o livro de Miqueias tem 7 capítulos, 105 versículos, 20 
ordenanças, 23 perguntas, 2 promessas, 123 predições, 2 versículos de profecias não cumpridas, 91 versículos 
de profecias cumpridas e 7 mensagens distintas de Deus (1:2; 2:1,5,9; 4:1,6; 6:1).
- Segundo alguns estudiosos da Bíblia, o livro de Miqueias, o 33º livro da Bíblia, está relacionado com a 
décima primeira letra do alfabeto hebraico, “kaph” (כ), cujo significado é “a palma da mão”, que tem o sentido 
da mão estendida de Deus para o pobre, que, assim, pode receber as bênçãos divinas. Um Deus que está pronto 
a perdoar, mas que também detém toda a autoridade para castigar os impenitentes.
I – JULGAMENTOS DIVINOS CONTRA ISRAEL E JUDÁ
- Logo no limiar do livro de Miqueias, é dito que ali está transcrita a Palavra do Senhor que veio a Miqueias 
contra Samaria e Jerusalém, ou seja, as duas capitais do reino dividido. Miqueias vê o Senhor no templo da 
Sua santidade e manda que todos os povos prestassem atenção ao que seria dito, porque Deus seria testemunha 
contra ambos os reinos (Mq.1:1,2).
- Miqueias diz que o Senhor sairia do Seu lugar, desceria e andaria sobre as alturas da Terra, tudo por causa 
das prevaricação de Jacó e dos pecados de Israel, identificando que a transgressão de Israel era Samaria e os 
altos de Judá, Jerusalém.
- De imediato, portanto, o profeta nos mostra que Deus é um Ser que tudo vê, que tudo observa, é onisciente e, 
ao contrário do que afirmam os deístas, ou seja, de que Deus existe mas é indiferente ao que ocorre na criação, 
é um Deus bem presente, que é misericordioso mas que, em se atingindo o limite de Sua longanimidade, 
intervém para lançar o juízo sobre aqueles que Lhe desobedecem.
- Do templo de Sua santidade, o Senhor está a contemplar o Seu povo e, como Ele não muda (Ml.3:6), isto está 
acontecendo neste exato instante. Temos consciência de que o Senhor nos está vendo a cada instante de nossas 
vidas? Temos consciência de que Ele requer de nós obediência à Sua Palavra e que está a verificar se estamos 
a cumprir o compromisso que com Ele assumimos de Lhe ser fiéis até a morte?
- Jacó havia prevaricado. Esta expressão “prevaricação”, que, na Bíblia de Jerusalém é traduzida por “crime”, 
é a palavra hebraica “pesha’” (פשע), que tem o significado de “transgressão” (como consta na Versão Almeida 
Revista e Atualizada e na Nova Versão Internacional), “rebelião”, ou seja, “desobediência”.
- A desobediência de Jacó era Samaria, ou seja, a própria capital, que tinha sido construída por Onri (I 
Rs.16:24), um rei que fez pior do que todos os seus antecessores no reino do norte (I Rs.16:25) e cuja dinastia 
adotou a idolatria como regra de vida, notadamente os cultos a Baal e Asera. A propósito, a toda esta Ajude a manter este trabalho – Deposite qualquer valor em nome de: Associação para promoção do 
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desobediência o próprio profeta Miqueias chamará de “estatutos de Onri e toda a obra da casa de Acabe” 
(Mq.6:16).
OBS: Lembramos que Acabe era filho de Onri e o sucedeu no trono de Israel (I Rs.16:28).
- Deus deixava a Sua aparente inércia para lançar sobre o Seu povo os juízos que já haviam sido previstos 
quando da entrega da lei por intermédio de Moisés. A longanimidade estava chegando ao fim e a 
desobediência teria a sua devida consequência. Deus continua a atuar da mesma maneira e precisamos estar 
cientes disto, ou seja, de que, assim como Israel assumira um compromisso de obedecer a Deus na lei, que era 
tão somente o que Senhor requeria de Seu povo (Dt.10:12,13), também devemos nós, que assumimos o 
compromisso de servir a Cristo até a morte quando descemos às águas do batismo, ser-Lhe obedientes até a 
morte, como o próprio Jesus o foi, deixando-nos o exemplo (Fp.2:8).
- Judá não estava a agir de modo diverso. Deus também saía do Seu lugar para agir com relação ao reino do 
sul, pois a sua transgressão era Jerusalém. Por quê? Por causa dos altos de Judá. Apesar de não terem incorrido 
no pecado do reino do norte, que passaram a adorar os bezerros de ouro estabelecidos por Jeroboão (I 
Rs.13:26-33), os judaítas sacrificavam nos altos (I Rs.15:14; 22:44; II Rs.14:4; 15:4,35), ou seja, em altares 
que se disseminavam no país, contrariando, assim, a lei de Moisés que só permitia sacrifícios no templo 
(Dt.12:11-14).
- A obediência a Deus envolve, por primeiro, que assumamos a condição de Seus servos e, portanto, que 
entendamos que nada podemos fazer a não ser cumprir a vontade do Senhor. Os israelitas e judaítas estavam a 
cultuar ao Senhor do seu modo, do seu jeito, pouco se importando com o que o Senhor havia prescrito, com o 
que o Senhor havia determinado. Eram, por isso, desobedientes, pois obediência é “submissão completa, 
sujeição”.
- Em nossos dias, não é diferente. Muitos querem cultuar a Deus da sua maneira, deixando de observar a 
forma como o Senhor determinou que fosse o relacionamento entre Ele e o homem. Como afirmou o apóstolo 
Paulo, nosso culto deve ser racional, um “sacrifício vivo, santo e agradável a Deus” (Rm.12:1), o que mostra 
que Deus somente aceitará nosso culto se o mesmo for santo, ou seja, separado do pecado, de entrega total 
nossa a Deus, o que importa no sacrifício do nosso “ego”, em nossa negação de si mesmo, bem assim que 
agrade a Deus, ou seja, esteja de acordo com a Sua Palavra.
- No entanto, muitos que cristãos se dizem ser preferem “cultos alternativos”, onde fazem o que bem 
entendem, a exemplo dos israelitas com seus bezerros de ouro e dos judaítas com seus altos. A consequência 
para estes será a mesma que tiveram os homens do passado: a reprovação divina e o lançamento do juízo 
divino sobre eles. Que Deus nos guarde!
OBS: Esta tendência de transformar as igrejas em “locais de entretenimento” é fruto de mais uma “novidade”, a chamada “Rede Ministerial” 
criada nos Estados Unidos por Bruce L. Bugbee e Bill Hybels que, “para atrair jovens”, abriram mão da santidade (Cf. EVANGELISTA, 
Francisco. Cultos ‘alternativos’ crescem no Brasil. 05 set. 2012. Disponível em: http://www.franciscoevangelista.com/2012/09/cultos-alternativoscrescem-no-brasil.html Acesso em 05 set. 2012). Tomemos cuidado, amados irmãos!
- O Senhor anuncia, então, por intermédio do profeta, que esta desobediência teria fim, pois Samaria se 
tornaria um montão de pedras do campo, uma terra de plantar vinhas, com todas as suas imagens de escultura 
despedaçadas, seus salários, queimados pelo fogo e todos os seus ídolos se tornariam uma assolação (Mq.1:6-
8).
- Deus, ainda, diz que a chaga de Samaria era incurável e havia, também, atingido Judá. Deus faria descer o 
mal até Jerusalém, pois em Laquis se teria iniciado esta “infecção” espiritual de Judá por Israel (Mq.1:13). 
Realmente, os assírios chegaram a tomar Laquis e sua queda gerou a submissão de Ezequias aos assírios (II 
Rs.18:14).
- O texto do profeta revela-nos que Deus, inclusive, identificou onde começou a “infecção espiritual” de Judá 
por Israel, embora não saibamos exatamente como isto ocorreu. Esta falta de conhecimento do que ocorreu, Ajude a manter este trabalho – Deposite qualquer valor em nome de: Associação para promoção do 
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entretanto, é uma clara demonstração que Deus conhece até as coisas que desconhecemos e não deixa qualquer
um impune. Lembremos disto!
- O Senhor informa claramente que o reino de norte (Israel) seria levado para o cativeiro por causa de sua 
desobediência (Mq.1:16), o que, efetivamente, se cumpriu alguns anos depois da profecia, ainda durante o 
ministério de Miqueias.
- Neste juízo sobre o povo, Miqueias, a exemplo de Amós, também não deixa de denunciar a grande 
injustiça social existente no meio do povo, consequência imediata do pecado, como vimos na lição sobre o 
livro de Amós.
- O Senhor revela, então, que estava bem ciente dos pensamentos malignos da elite israelita que, em suas 
camas, maquinavam o mal durante a noite e, à luz do dia, punham seus planos em prática. Ao contrário do 
homem, que somente procura descobrir os autores de práticas más depois do início de sua execução, o Senhor, 
que tudo sabe, já está a contemplar todos quantos já imaginam fazer o mal na calada da noite, em suas camas 
(Mq.2:1,2). O que temos pensado, amados irmãos? O que está em nossos corações? Saibamos todos que o 
mesmo Deus de Miqueias continua a contemplar todos os nossos pensamentos e não Se engana, pois bem sabe 
o que há no interior de cada ser humano (Jo.2:24,25).
- Aos que maquinavam e praticavam o mal, o Senhor avisa que havia projeto um mal para eles, que sofreriam 
inteira desolação, pois estavam a “restringir o Espírito do Senhor” (Mq.2:3-7). 
- Muitos, na atualidade, estão a fazer do mesmo modo que aqueles desobedientes dos dias de Miqueias. 
“Restringem o Espírito do Senhor”, porquanto estão a desejar e a praticar o mal, provocando o afastamento do 
Espírito Santo de suas vidas. A estes, não sobrará senão a inteira desolação, porquanto não querem ter 
comunhão com o Espírito Consolador, com o Espírito que nos faz glorificar a Cristo, que é Caminho, Verdade 
e Vida. Buscam para si mesmos a perdição lamentavelmente.
- Entretanto, o mesmo profeta diz que fazem bem as palavras de Deus aqueles que andam retamente (Mq.2:7). 
Portanto, andar retamente é andar segundo a Palavra de Deus, obedecer-Lhe em tudo quanto tem revelado a 
nós. Em contraste com o povo de Israel, que havia se tornado inimigo de Deus na desobediência (Mq.2:8), 
aqueles que cumprem a Palavra de Deus, que observam os Seus mandamentos, são Seus amigos e o juízo não 
lhes atingirá. A que grupo pertencemos?
- O profeta ainda nos informa que os desobedientes são aqueles que pensam nas coisas deste mundo, que 
pensam ter descanso nesta vida, que almejam o bem-estar única e exclusivamente aqui neste mundo. 
“Levantai-vos e andai, porque não será aqui o vosso descanso; por causa da corrupção que destrói, sim, que 
destrói grandemente” (Mq.2:10).
- Verificamos aqui que o profeta nos ensina que os que fazem bem as palavras de Deus, os que andam 
retamente são, precisamente, aqueles que não se prendem às coisas deste mundo, às coisas desta vida, porque 
sabem que almejam algo que está além desta vida, além desta Terra, que, por causa da corrupção, ou seja, por 
causa do pecado, não tem como nos dar algo que realmente nos possa satisfazer. As coisas desta vida estão 
inevitavelmente dominadas pela corrupção, corrupção que destrói grandemente.
- Como é triste verificar que, em nossos dias, também muitos estão a querer servir a Deus mas com foco único 
e exclusivo nas coisas desta vida, chegando, mesmo, a querer fazer de Deus um instrumento, um meio para se 
chegar a um bem-estar terreno, como se o propósito de servir a Deus fosse o de se ter um paraíso neste mundo. 
Todavia, Miqueias faz-nos ver que a obediência a Deus jamais tem por objetivo um bem-estar neste mundo, 
por causa da “corrupção que destrói, sim, que destrói grandemente”. Temos esta consciência?
- Os desobedientes somente teriam a um profeta que lhes profetizasse “acerca do vinho e da bebida forte” 
(Mq.2:11), alguém que os fizesse seguir o “espírito de falsidade”, a mentira. Quantos, na atualidade, também Ajude a manter este trabalho – Deposite qualquer valor em nome de: Associação para promoção do 
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não tem procurado “doutores conforme as suas próprias concupiscências”, desviando-se da verdade e voltando 
às fábulas, por que não suportam a sã doutrina (II Tm.4:3,4)? Quantos não têm preferido seguir após 
enganadores a obedecer à Palavra do Senhor? Quantos não têm repetido o conhecido dito popular: “Me 
engana que eu gosto”? Será que somos destes, preparados para o juízo divino? Que Deus nos guarde!
- Entretanto, aos restantes de Israel, ou seja, àqueles que preferem obedecer  a Deus, a andar retamente, a 
fazer bem as palavras do Senhor, a estes, o Senhor traz uma mensagem totalmente diversa: “…congregarei 
o restante de Israel: pô-los-ei todos juntos, como ovelhas de Bozra; como rebanho no meio do seu curral, farão 
estrondo por causa da multidão dos homens. Subirá diante deles o arroteador; eles romperão, e entrarão pela 
porta, e sairão por ela; e o rei irá adiante deles, e o Senhor à testa deles” (Mq.2:12,13).
- Para os que obedecem a Deus, o Senhor promete que seriam reunidos num rebanho, cujo pastor seria o rei, o 
próprio Senhor. Temos aqui uma nítida promessa messiânica, que o próprio Jesus confirmou ao Se apresentar 
como o Bom Pastor, que reuniria não só as ovelhas de Israel, mas também os gentios (Jo.10:1-30).
- Para sermos ovelhas do Senhor Jesus, portanto, é absolutamente necessário que Lhe sejamos obedientes, que 
ouçamos a Sua voz, que O sigamos (Jo.10:14,27). Não é possível ser ovelha de Cristo Jesus sem fazer o que 
Ele manda, sem viver de acordo com as Escrituras, que d”Ele testificam (Jo.5:39), sem entrar pela porta, que é 
o próprio Cristo (Jo.10:9). Será que somos ovelhas do Senhor Jesus?
- Entretanto, não era esta a condição dos chefes de Jacó, dos príncipes da casa de Israel, que, apesar de serem 
os líderes do povo, em vez de serem responsáveis pela sua santificação eram os primeiros a desobedecer a 
Deus, um triste retrato que vemos hoje em muitas de nossas igrejas locais…
- Embora fossem os príncipes os responsáveis pela aplicação da lei, pela condução da sociedade segundo os 
parâmetros delineados pelo Senhor, eles eram os primeiros a “aborrecer o bem e amar o mal”. Como já fora 
denunciado por Amós, Miqueias mostra toda a reprovação divina diante da opressão que os príncipes 
exerciam sobre as camadas mais humildes da população.
- Os poderosos estavam a “arrancar a pele”, “comer a carne” e “esmiuçar os ossos” dos mais pobres, dos mais 
humildes, numa exploração intensa e cruel, sem qualquer piedade ou compaixão. Como resposta a este estado 
de coisas, o Senhor diz que, quando os príncipes clamassem, no instante mesmo do lançamento do juízo 
divino contra a nação, não seriam ouvidos por Deus, até porque Deus não ouve a pecadores, mas, sim, aos que 
temem a Ele e faz a Sua vontade (Jo.9:31).
- Não será diferente com os opressores de nossos dias, que estão a implantar, a cada dia, mais e mais um 
sistema de iniquidade em todos os países, um sistema de cada vez maior exploração do homem pelo homem. 
Apesar da iníqua distribuição de renda que torna os poderosos e ricos cada vez mais poderosos e ricos, o 
Senhor, assim como nos dias de Miqueias, também lançará o Seu juízo sobre eles, e a sua “Babilônia 
comercial” será destruída num só instante (Ap.18). Busquemos, pois, sermos fiéis a Deus, renunciemos às 
vantagens, benesses e prazeres que este mundo injusto oferece, pois não vale a pena cairmos nas mãos do 
Deus vivo.
- Mas o juízo de Deus não se limitaria aos príncipes opressores. Também atingiria os falsos profetas, que 
faziam errar o povo de Israel, dizendo que eles poderiam praticar o pecado impunemente, pois Deus tinha 
compromisso incondicional de livrá-los do cativeiro ou das calamidades. Eram os profetas que, diante da 
decadência espiritual denunciada pelos profetas verdadeiros, insistiam em dizer para o povo. “Paz!”
- Porventura, não é o que vemos em nossos dias? Multiplicam-se os falsos profetas, que estão a pregar um 
evangelho que tolera, compreende e permite o pecado; um evangelho que se “adapta” aos “novos tempos”, 
que reinterpreta as Escrituras segundo a vontade pecaminosa dos homens, o evangelho do “não faz mal”, onde 
tudo se permite, onde tudo é relativo.Ajude a manter este trabalho – Deposite qualquer valor em nome de: Associação para promoção do 
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- Quantos não estão a ensinar coisas contrárias à Bíblia Sagrada? Quantos não estão a pôr em dúvida a 
atualidade das Escrituras? Quantos não têm distorcido o texto sagrado para adaptá-lo à sua maneira de viver 
pecaminosa? Estes falsos profetas, assim como os denunciados por Miqueias, estão a “preparar uma guerra” 
contra Deus e quem pode subsistir ao Senhor? Se Deus é contra estes falsos profetas, quem poderá ser por 
eles?
- Deus promete para estes falsos profetas “uma noite”, “um dia de trevas”, “um dia escuro”, “um dia negro” 
sobre eles, onde cessarão todas estas falsas profecias e somente haverá vergonha e confusão sobre eles. O 
Senhor, a exemplo do que faria com os príncipes opressores, não lhes daria qualquer resposta (Mq.3:5-7).
- Miqueias, no entanto, faz questão de dizer que era “cheio do Espírito do Senhor, cheio de juízo e de ânimo 
para anunciar a Jacó a sua transgressão e a Israel o seu pecado” (Mq.3:8). Denunciar o pecado, amados 
irmãos, não é tarefa fácil, é estar pronto a ser impopular, a ser perseguido, a ser incompreendido, a ser 
antipático. Somente quem é cheio do Espírito Santo pode assumir uma tal posição, pode se pôr na brecha e 
enfrentar toda a pressão do inimigo que quer arruinar o povo de Deus.
- Faltam-nos, hoje, Miqueias que estejam dispostos a pagar o preço de falar a verdade, de contrariar os 
enganos dos falsos profetas que falam o que os que se acomodaram com uma vida pecaminosa querem ouvir.
A fala da verdade, o abandono de um discurso politicamente correto e enganoso, que se encontra nos lábios de 
tantos pseudohomens de Deus, é uma das coisas que mais precisamos nestes dias imediatamente anteriores ao 
lançamento do juízo divino sobre a face da Terra. Estamos dispostos a pagar o preço?
- Miqueias estava do lado da verdade e da justiça, o que era uma situação mais do que incômoda numa 
sociedade em que os chefes e maiorais abominavam o juízo e pervertiam tudo o que era direito, edificando a 
Sião com sangue e a Jerusalém, com injustiça (Mq.3:9,10).
- Naqueles dias, servir a Deus não era fácil não só para o profeta, mas também para todos os que “andavam 
retamente”, pois se alguém fosse procurar justiça junto aos chefes, estes estavam totalmente corrompidos, pois 
davam as suas sentenças por presentes. Se o justo buscasse, então, ciente da corrupção dos governantes, um 
auxílio junto aos sacerdotes, teoricamente mediadores entre Deus e o povo, também percebia que o ensino dos 
sacerdotes somente se dava por interesse. Por fim, se recorressem aos profetas, levantados por Deus no meio 
do povo para trazer a mensagem de Deus, ficaria igualmente decepcionado, pois os profetas somente 
adivinhavam por dinheiro. E o mais triste de tudo isto: tanto príncipes, quanto sacerdotes, como os profetas 
alardeavam aos quatro ventos que o Senhor estava no meio deles e que nenhum mal lhes sobreviria (Mq.3:11).
- Como dizia o saudoso pastor Walter Marques de Melo (1933-2012), esta situação é vivida por muitos servos 
do  Senhor na atualidade. Muitos vão aos governantes, e verificam que o Poder Público está minado pela 
corrupção, não se podendo aguardar que dali venha a justiça e o bem comum. Correm, então, aos líderes 
religiosos, aos sacerdotes e ministros, e ali verificam que tudo o que se faz é movido a interesses escusos, se a 
menor preocupação com o bem-estar espiritual das pessoas. Recorrem, então, àqueles que dizem ser 
mensageiros do Senhor, a pregadores, a pessoas que dizem ter uma vida consagrada a Deus e, para seu 
espanto, percebem que estão diante de mercenários, que tudo fazem por dinheiro.
- Diante deste infortúnio, o justo, então, ainda observa, com espanto, que tanto os governantes se dizem 
devotos, tementes a Deus, como também os sacerdotes e os profetas. Todos estão a dizer que vivem e 
defendem os valores morais e espirituais trazidos pelo Senhor à humanidade.
- O Senhor, porém, não está inerte, tudo vê e tudo observa e para estes que assim vivem, anuncia a vinda do 
juízo: “Sião será lavrada como um campo e Jerusalém se tornará em montões de pedras, e o monte desta casa 
em lugares altos dum bosque” (Mq.3:12).
- Miqueias foi levantado para nos mostrar que a desobediência não traz vantagem alguma nem 
tampouco ficará impune. Não podemos nos escandalizar quando vemos a corrupção grassando no governo, Ajude a manter este trabalho – Deposite qualquer valor em nome de: Associação para promoção do 
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na igreja e entre os que se dizem servos de Deus. Devemos, tão somente, olhar para Jesus, o autor e 
consumador da nossa fé (Hb.12:1,2), pois Ele somente pode nos servir de exemplo, já que foi o único que 
nunca pecou (Hb.4:15).
- Miqueias, portanto, em suas primeiras mensagens, proferidas pouco antes da destruição do reino de Israel, 
não só anunciava o juízo sobre o reino do norte, como também o cativeiro sobre o reino do sul, prometendo, 
porém, o resgate do “restante de Israel”, que fazia bem as palavras do Senhor. 
III – VISÃO DE UM FUTURO GLORIOSO
- Miqueias teria tido um hiato em sua atividade profética, que somente seria retomada após a destruição do 
reino de Israel, no término do reinado de Ezequias, durante os últimos doze anos daquele rei.
- Depois de ter sido usado por Deus para falar a respeito das consequências da desobediência, agora o profeta 
traz uma mensagem a Judá referente aos “últimos dias”, profecia esta que como que explicitava a promessa já 
anunciada pelo profeta ao “restante de Israel”, ou seja, aos que se mantivessem obedientes ao Senhor.
- Em vez dos “montões de pedra” que o profeta anunciara em relação a Samaria (que, a este tempo, realmente 
já se tornara um “montão de pedra”) e a Jerusalém (o que ainda não havia ocorrido), o profeta fala que “o 
monte da casa do Senhor será estabelecido no cume dos montes e se elevará sobre os outeiros e concorrerão a 
ele os povos” (Mq.4:1).
- O Senhor mostra aos que Lhe eram obedientes que não só Israel seria restaurado espiritualmente, 
como também todos os povos viriam adorar a Deus no monte da casa do Senhor, ou seja, Israel cumpriria 
o seu papel de reino sacerdotal e povo santo que o Senhor havia prometido quando do estabelecimento do 
pacto do Sinai (Ex.19:5,6).
- Ao contrário do que estava a ocorrer nos dois reinos que, por isso mesmo, sofreriam o juízo divino (Israel já 
o havia sofrido, falta ainda Judá), naqueles “últimos dias” todas as nações adorariam ao Senhor e de Sião 
sairia a lei e a Palavra do Senhor, de Jerusalém (Mq.4:2).
- Miqueias descreve, então, o reino milenial de Cristo, informando que o próprio Senhor julgará entre muitos 
povos e haverá a conversão de poderosas nações, com a conversão das espadas em exnadas e das lanças,em 
foice, uma época de paz em que as nações desaprenderão a arte da guerra (Mq.4:3).
- A obediência a Deus traz a paz. Por isso, em nossos dias, a segunda maior atividade do planeta é o 
comércio de armas, que alimenta as guerras e rumores de guerra que se intensificam a cada instante. A 
verdadeira paz somente pode ser trazida por Cristo (Jo.14:27) e esta paz já pode ser possuída por todos 
quantos creram em Cristo como seu único Senhor e Salvador (Rm.5:1).
- Esta paz que somente será estabelecida plenamente no reino milenial de Cristo, pode, porém, já ser sentida 
pelos que servem a Cristo Jesus e não só por estes, mas todos os que nos cercam, já que somos pessoas que 
devem emanar rios de água viva do seu interior (Jo.7:38). Não foi por acaso que a primeira providência que 
Cristo ressurreto fez em relação aos Seus discípulos foi a de lhes conceder a Sua paz (Jo.20:19).
- Quem anda no nome do Senhor nosso Deus, eternamente e para sempre, é alguém que tem esta paz e que faz 
com que os que os cercam a desfrutem, ainda que em caráter limitado (Mq.4:4,5).
- Quando o Senhor estabelecer o Seu reino, diz o profeta, serão recolhidas as ovelhas que coxeavam, as que 
tinham sido expulsas, as que tinham sido maltratadas e todos serão reunidos num só rebanho, tornando-se uma 
nação poderosa (Mq.4:6-8).Ajude a manter este trabalho – Deposite qualquer valor em nome de: Associação para promoção do 
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- No entanto, se isto ocorreria “nos últimos dias”, o fato é que o que aguardava Judá era tão somente o 
cativeiro da Babilônia (Mq.4:9,10), mas a destruição não seria total, pois as nações que achavam estar a pôr 
fim ao povo judaíta seriam surpreendidos, pois o Senhor tinha para Seu povo um outro destino, o de se tornar 
uma nação poderosa, que dominaria os outros povos, mas que, sobretudo, seria consagrada ao Senhor 
(Mq.4:11-13).
- Esta mudança de estado no povo de Judá se daria graças  Àquele que seria Senhor em Israel e que 
nasceria em Belém Efrata, embora fosse desde os tempos antigos, desde os dias da eternidade (Mq.5:1,2).
- Temos aqui uma das mais conhecidas e espetaculares profecias da Bíblia Sagrada, que confirma a veracidade 
das Escrituras. Setecentos anos antes, Miqueias mostra com absoluta clareza onde nasceria o Senhor de Israel, 
onde nasceria Cristo Jesus. Tanto assim é que foi com base nesta profecia que os magos foram até Belém, 
depois de orientados pelos escribas da corte de Herodes (Mt.2:1-11).
- Não há como se alcançar a paz, não há como passar a obedecer a Deus e a gozar de Suas promessas se não 
for por Aquele que nasceu em Belém Efrata, senão através de Jesus Cristo.
- Para sermos rebanho do Senhor, para sermos participantes desta paz que o Senhor oferece aos que Lhe 
obedecem, é mister que sejamos apascentados por este Senhor nascido em Belém Efrata, Este “que 
permanece, apascenta o povo na força do Senhor, na excelência do nome do Senhor Seu Deus” (Mq.5:4). 
Somente permanecerão aqueles que servirem a Este que “foi engrandecido até os fins da terra” (Mq.5:4).
- Jesus é a nossa paz (Mq.5:5) e não haverá qualquer turbulência ou mal deste mundo (simbolizado aqui pela 
Assíria, que era, ao tempo da profecia de Miqueias, o mais temido inimigo de Judá) que poderá nos tirar esta 
paz, ou seja, esta comunhão com Deus. Os nossos inimigos passarão, mas o Senhor Jesus permanecerá e, com 
Ele, todos quantos Lhe obedecerem. Aleluia!
- Miqueias profetiza, então, a derrocada da Assíria, que seria debelada por “sete pastores e oito príncipes 
dentre os homens”, que seriam levantados pelos próprios servos de Deus (Mq.5:5,6). O restante de Jacó, ainda 
que espalhado por muitas nações, seria reunido pelo Senhor, que, também, exterminaria todos os seus 
inimigos, inclusive pondo fim a todo o pecado por eles cometido, tais como feitiçarias, idolatria, exercendo 
Sua vingança sobre todas nações que não ouvem (Mq.5:9-15).
- Vemos aqui, agora em relação às nações, a demonstração da “mão vingadora do Senhor” sobre todos os que 
“não ouvem”, ou seja, sobre os desobedientes. A desobediência não gerava juízo apenas para o povo de Israel, 
a nação escolhida de Deus, mas, como Deus não faz acepção de pessoas (Dt.10:17), também atingiria todas as 
demais nações que insistiam em desobedecer a Deus, praticando idolatria e feitiçarias.
- Não nos iludamos, amados irmãos. Deus é amor, mas também é justiça e todos quantos não O ouvirem, não 
Lhe forem obedientes, sofrerão o Seu juízo no tempo certo. Mas quem está em Cristo, quem serve ao Senhor 
Jesus e Lhe é obediente, será livrado da ira futura (I Ts.1:10), da “hora da tentação que há de vir sobre todo o 
mundo, para tentar os que habitam na terra” (Ap.3:10). O que estamos a esperar?
IV - CONTROVÉRSIA ENTRE DEUS E SEU POVO E PROMESSA DE BÊNÇÃOS FUTURAS
- Após ter tido uma visão a respeito dos “últimos dias”, em que apresenta uma mensagem divina de esperança 
aos que são obedientes ao Senhor, o profeta traz outra mensagem da parte de Deus, em que anuncia uma 
“contenda” com o Seu povo, com Israel.
- A palavra “contenda” utilizada no texto sagrado é a palavra hebraica “riyb” (ךיב), que tem o sentido de uma 
“demanda”, de uma “ação judicial”. O Senhor como que estabelece um processo em que irá demandar contra o 
Seu povo.Ajude a manter este trabalho – Deposite qualquer valor em nome de: Associação para promoção do 
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- O Senhor faz a seguinte pergunta para Israel: “Ó povo meu! Que Eu te tenho feito? Em que te enfadei? 
Testifica contra Mim” (Mq.6:3). Aqui, a exemplo do que faria posteriormente por intermédio do profeta 
Jeremias (Jr.2:5) no início do ministério daquele profeta, o Senhor lança um desafio a Israel, no sentido de que 
Lhe fosse apontada alguma infidelidade no compromisso que havia assumido com o Seu povo na aliança do 
monte Sinai.
- O Senhor lembra Israel de que havia remido Israel da escravidão do Egito, livrado Israel das ações do rei de 
Moabe, Balaque, quando este tentou que Balaão amaldiçoasse o povo, cumprindo, assim, a promessa de fazer 
os israelitas entrar na Terra Prometida.
- O Senhor, também, mostra que os israelitas não estavam a cumprir a sua parte no pacto estabelecido no Sinai 
por manterem o ritual cerimonial da lei. Uma vez no texto sagrado, vemos que Deus não Se importa com a 
religiosidade externa, com o sacrificar, querendo muito mais a obediência que o sacrifício (I Sm.15:22).
- Repetindo uma mensagem que seria proferida também por Isaías, profeta contemporâneo a Miqueias, no 
início de seu livro (Is.1:11-14), o profeta Miqueias mostra que Israel cumpriria a sua parte na aliança firmada 
no Sinai se tão somente praticasse a justiça e a beneficência e andasse humildemente com o seu Deus, sendo 
de todo inútil a oferta de sacrifícios e holocaustos se não fossem acompanhadas de atitudes que revelassem a 
obediência a Deus (Mq.6:6-8).
- Se isto era válido para o tempo da lei de Moisés, em que o cerimonial tinha um certo papel no 
relacionamento com Deus, que diremos de nosso tempo, o tempo da nova aliança, em que todo o cerimonial 
foi abolido e onde se busca a adoração em espírito e em verdade? Muito mais ainda o que Deus requer de nós 
é a obediência à Sua Palavra, a observância ao Seu novo mandamento de nos amarmos uns aos outros como 
Ele nos amou do que a prática de uma religiosidade externa que, agora na dispensação da graça, apresenta-se 
muito menos formal e solene que no tempo antigo.
- Todavia, paradoxalmente, muitos, na atualidade, estão a agir como os fariseus, fortemente criticados pelo 
Senhor Jesus precisamente por viverem uma religiosidade externa, de mera aparência (Mt.23), achando que o 
Senhor Se compraz em atitudes despidas de uma conversão interior, de uma sinceridade de propósitos, de uma 
contrição de coração e de um quebrantamento de espírito. Deus atenta para o coração contrito, para o espírito 
quebrantado, que para Ele são os verdadeiros, genuínos e autênticos sacrifícios (Sl.51:17) e  não para 
ostentações externas, que muito pouco e, por vezes, proveito algum possuem.
- Como anda nossa vida espiritual, amados irmãos? Temos nos pautado por uma religiosidade externa, de 
aparência, vistosa em nossas igrejas locais, ou temos procurado servir a Deus de coração inteiro, numa vida 
sincera e devotada a obedecer à Palavra do Senhor em todos os lugares que freqüentamos? Pensemos nisto!
- O Senhor não estava preocupado com os holocaustos com bezerros de um ano, com os milhares de carneiros 
ou com os dez mil ribeiros de azeite que eram utilizados no templo de Jerusalém (e nos altos de Judá…), mas, 
sim, se havia tesouros de impiedade na casa do ímpio, se havia balanças falsas nos estabelecimentos 
comerciais dos ímpios, se havia verdade na língua de  cada judaíta, se havia violência no proceder dos ricos 
(Mq.6:9-12).
- O que Deus vê em nossas casas? Será que observa a mesma santidade que ostentamos nas igrejas locais? O 
que Deus vê em nosso comportamento profissional? Será que vê o mesmo zelo que alguns demonstram ao 
tratar dos assuntos eclesiásticos? O que o Senhor vê e ouve em nossas conversas privadas, em nossos diálogos 
fora dos cultos?
- Como os judaítas estavam simplesmente a oferecer holocaustos mas a praticar os pecados, sem 
obedecer ao Senhor, ante o processo instaurado, conclui-se pela culpa de Israel, motivo pelo qual o 
Senhor o feriria e o assolaria. Qual o motivo de o Senhor lançar o juízo divino sobre Israel? Porque eles 
“observavam os estatutos de Onri e toda a obra da casa de Acabe e andavam nos conselhos deles” (Mq.6:16). Ajude a manter este trabalho – Deposite qualquer valor em nome de: Associação para promoção do 
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Em suma: o pecado, a desobediência a Deus traz o opróbrio, o juízo divino. Somente a obediência a Deus 
pode nos livrar do juízo divino.
- A situação vivida por Israel, que trilhava o caminho do pecado, o caminho da desobediência, trazia ao povo 
um estado extremamente lamentável e que não se coadunava com o compromisso assumido pelo povo do 
Senhor. O resultado de um estado pecaminoso deste foi o “perecimento do benigno da terra”, não havendo 
mais sequer um homem que fosse reto (Mq.7:1,2).
- A partir dos poderosos do país (príncipe, juiz, grande), havia a prática do mal e o alastramento da corrupção. 
“O melhor deles é como um espinho; o mais reto é pior do que o espinhal” (Mq.6:4). Vemos, pois, que os que 
estão em eminência numa determinada sociedade têm maior culpabilidade, porquanto não só pecam como 
induzem os outros a pecar. Como diz o “Tratado dos Pais” (“Pirke Avot”) do Talmude, o segundo livro 
sagrado do judaísmo: “Todo aquele que torna uma multidão meritória, nenhum pecado virá através dele, mas 
aquele que faz uma multidão pecar, a este não serão dados os meios de obter o arrependimento. Moisés 
alcançou a virtude e conduziu a multidão à virtude; portanto, o mérito da multidão lhe pertence, pois está 
escrito: ‘ele efetuou a justiça do Eterno, e seus juízos para com Israel’ (Dt.33:21). Jeroboão, filho de Nevat, 
pecou e levou a multidão a pecar; portanto, a iniquidade é devida a ele, pois está escrito: ‘pelos pecados de 
Jeroboão que ele cometeu e fez Israel cometer’ (I Rs.15:30) “ (Pirke Avot 5:21).
- O comportamento adotado pelo núcleo dirigente da sociedade de Judá levou a uma conduta pecaminosa 
generalizada de todos os judaítas, a ponto de que não havia mais qualquer confiabilidade em amigos ou em 
guias, havendo desprezo dos pais por parte dos filhos, de filhas em relação a suas noras, de forma que os 
inimigos do homem eram os de sua própria casa (Mq.6:4-6).
- Notamos, assim, que os dias de Miqueias se assemelham muito aos dias em que vivemos, os “dias 
trabalhosos” de que fala o apóstolo Paulo em sua segunda carta a Timóteo, dias característicos dos últimos 
tempos da dispensação da graça (II Tm.3:1-5).
- Que deve fazer um servo de Deus diante de uma sociedade tão corrompida? Diz o profeta: “Eu, porém, 
esperarei no Senhor; esperei no Deus da minha salvação: o meu Deus me ouvirá” (Mq.6:7).
- Diante de tanta corrupção, o profeta, homem cheio do Espírito Santo, esperava em Deus, preferia obedecer 
ao Senhor, seguir-Lhe os passos, atender aos estatutos e mandamentos do Senhor e não os “de Onri e da casa 
de Acabe”. Em suma: o profeta preferia viver separado do pecado, em santidade, obedecendo a Deus.
- Quem tem o Espírito Santo em seu interior, por ter crido em Cristo Jesus como único e suficiente Senhor e 
Salvador (Jo.14:17), não pode ter outra conduta, senão a de afastar do “modus vivendi” pecaminoso da 
sociedade. O salvo é diferente, pois está em comunhão com Deus, caminha para uma cada vez mais intensa 
intimidade com Deus, a fim de atingir a unidade que é o objetivo da missão de Jesus Cristo (Jo.17:20,21).
- Por isso, vemos com muita preocupação a conduta de muitos que cristãos se dizem ser, em nossos dias, que, 
em vez de apresentarem uma vida diferente da dos que não seguem a Cristo, procuram, cada vez mais, 
“adaptar” sua maneira de viver ao modo de vida vivido pelos incrédulos, buscando, quando muito, apenas uma 
“roupagem” diferenciada desta mesma maneira de viver, algo que tem sido considerado como a 
“gospelização”, ou seja, a adoção de “modos gospel” de pecar, o que é inadmissível e revela, como nos ensina 
claramente Miqueias, que se trata de pessoas que estão a desobedecer a Deus e que, portanto, não receberão 
senão o juízo divino.
- Diante deste comportamento do profeta, há uma esperança para quem se porta desta maneira. Ainda que o 
profeta não seja perfeito e possa vir a cair, por causa de sua intenção de servir a Deus de modo sincero e 
verdadeiro, não apenas externo e formal, haveria o levantamento, pois, ainda que vivesse em uma sociedade 
tenebrosa, o Senhor seria a sua luz (Mq.7:8).Ajude a manter este trabalho – Deposite qualquer valor em nome de: Associação para promoção do 
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- O profeta traz, então, uma mensagem de esperança para Israel. A ira do Senhor não seria para sempre, 
pois Deus estava disposto a perdoar o Seu povo, prometendo, inclusive, a restaurar a nação que sofreria a iria 
divina, mas não para sempre (Mq.7:9-13).
- O Senhor promete restaurar espiritualmente Israel, reafirmando aqui profecia anterior de Miqueias que 
haveria um “restante de Israel” que, finalmente, cumpriria o papel reservado ao povo escolhido do Senhor de 
“reino sacerdotal e  povo santo” que havia sido estatuído na aliança do Sinai. Os inimigos de Israel se 
espantariam e se calariam diante da demonstração da soberania divina e do Seu amor para com Israel 
(Mq.7:16).
- O profeta Miqueias, então, afirma: “Quem, ó Deus, é semelhante a Ti, que perdoas a iniquidade e que te 
esqueces da rebelião do restante da Tua herança? O Senhor não retém a Sua ira para sempre, porque tem 
prazer na benignidade. Tornará a apiedar-Se de nós: subjugará as nossas iniquidades, e lançará os nossos 
pecados nas profundezas do mar. Darás a Jacó a fidelidade, e a Abraão a benignidade, que juraste a nossos 
pais desde os dias antigos” (Mq.7:18-20).
- Deus perdoaria o “restante de Israel”, mas não porque é um Deus “bonzinho”, que “passa por cima dos 
pecados”. Muito pelo contrário, como temos visto ao longo da profecia, o que se tem, por parte do “restante de 
Israel”, é uma busca de servir a Deus, de obedecer-Lhe, um arrependimento e conversão que conduz ao 
livramento do juízo divino. Deus não “passa por cima dos pecados”, mas reage a uma atitude genuína de 
arrependimento e conversão.
- Miqueias, pois, termina a sua profecia lembrando ao povo que podia esperar em Deus, que valia a pena 
obedecer-Lhe, pedindo perdão pelos pecados cometidos, pois a misericórdia de Deus estava ao alcance. Vale a 
pena, amados irmãos, obedecermos a Deus, pois aí, então, a “mão estendida do Senhor” estará ao nosso 
alcance e livres seremos da ira futura. Confiemos e esperemos em Deus e sigamos a santificação, sem a qual 
ninguém verá o Senhor (Hb.12:14).
Colaboração para o portal Escola Dominical - Ev. Caramuru Afonso Francisco
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