A bênção da maternidade


A bênção da maternidade
A bênção da maternidade

                                    Nos dias em que vivemos, não são poucos os que acusam a Bíblia Sagrada de ser um “livro patriarcalista”, um “livro machista”, um “livro sexista” e que, como tal, não pode mais ser um livro a ser seguido no regramento dos relacionamentos humanos, que teriam alcançado a “igualdade entre os sexos”, o “fim da injustiça entre homem e mulher”.
                                   Tal pensamento, contudo, é completamente falso e tem suas origens naquele que as Escrituras denunciam como sendo o “pai da mentira” (Jo.8:44), cujo objetivo não é outro senão matar, roubar e destruir a humanidade (Jo.10:10), até porque se trata de um ser que é homicida desde o princípio (Jo.8:44), o mesmo que tem operado o chamado “mistério da injustiça”, que é o grande responsável pelo atual estado de coisas que estamos a viver neste mundo, às vésperas do arrebatamento da Igreja (II Ts.2:1-7).

                                   Quando verificamos o relato bíblico da criação do ser humano, percebemos, com clareza, que Deus criou o homem como macho e fêmea (Gn.1:27), sem qualquer distinção entre eles, tanto que, na pormenorização de tal criação, enfatiza-se que a mulher foi tirada da costela do homem (Gn.2:21), sendo, como reconheceu o próprio Adão, “carne de sua carne, osso dos seus ossos” (Gn.2:23).
                                   Homem e mulher, portanto, segundo o princípio da criação, estão lado a lado, não têm qualquer posição privilegiada de um em relação ao outro, estando ambos em igual patamar diante de Deus, um Deus que faz questão de afirmar que não faz acepção de pessoas (Dt.10:17; At.10:34).
                                   E tanto é esta a realidade advinda da criação divina que vemos que o Senhor Jesus, que, explicitamente, veio restabelecer o que havia no princípio (Mt.19:4,5), nada mas fez que igualar homem e mulher diante de Deus, pois, como diz o apóstolo Paulo, em Cristo todos são um, não há nem macho, nem fêmea (Gl.3:28).
                                   Na ordem estabelecida na criação, homem e mulher são complementares, formam uma unidade (Gn.2:24), estão umbilicalmente relacionados, tanto que não é o varão sem a mulher, nem a mulher sem o varão (I Co.11:11).
                                   Exatamente por serem complementares, homem e mulher são diferentes, e é esta diferença que existe entre o macho e a fêmea, perfeitamente distinguidos desde o instante da criação, que tem sido desconsiderada pela mentalidade pós-moderna e que tem gerado esta série de equívocos que tem levado a um tratamento antibíblico da questão.
                                   Um dos aspectos da diferença existente entre homem e mulher reside na maternidade, esta grande bênção que Deus deu à mulher.
                                   No próprio ato do juízo sobre a humanidade após a queda no Éden, o Senhor mostrou como a maternidade se encontrava na sublimidade da mulher. Ao anunciar o juízo sobre a mulher, Deus afirmou que multiplicaria grandemente a dor e a conceição da mulher, de modo que passaria ele a ter filhos com dor (Gn.3:16).
                                   Notamos, deste modo, que o ponto alto da feminilidade era a maternidade e que, por isso mesmo, isto se daria, doravante, com dores, a fim de que a mulher, no momento mais sublime de sua existência, pudesse se conscientizar do mal causado pelo pecado.
                                   Esta mesma proeminência da maternidade para a mulher se verifica na própria nomeação que Adão faz de sua mulher. Chama-a Eva, que significa “mãe dos viventes” (Gn.3:20).
                                   Vê-se, portanto, que uma nota característica e proeminente da mulher é o fato de poder ser mãe, de poder dar guarida a um novo ser humano que, gerado, aninha-se no ventre materno, estabelecendo uma relação sem igual.
                                   Só a mulher pode ser mãe, só ela pode ter este relacionamento todo especial com um novo ser e não é, portanto, surpreendente que o inimigo de nossas almas, bem como toda suas hostes espirituais, a quem está destinado o estabelecimento da inimizade com a própria mulher (Gn.3:15), tenha lutado tanto contra a maternidade desde os primórdios da história humana, mas o tenha feito com peculiar intensidade nos dias em que vivemos.
                                   O diabo tem procurado convencer as mulheres a que não queiram ser mães, ou seja, que se privem da maior bênção que Deus lhes deu.
                                    Através da maternidade, a mulher alcança uma posição sem igual, que a aproxima da vontade de Deus de uma forma especial.
                                   Com efeito, quando observamos as Escrituras Sagradas, é através da maternidade que o Senhor sinaliza a sublimidade do amor. O próprio Deus, usando a boca do profeta Isaías, mostra-nos que o amor mais sublime que existe entre os humanos é o amor de mãe, a quem somente o amor divino pode superar (Is.49:14,15).
                                   O amor materno é aquele amor que não se esquece do filho, que está sempre pronto a ir ao encontro do ser amado, que é incapaz do desprezo, do menosprezo ou da indiferença.
                                   Quando a mulher aceita ser mãe, recebe esta bênção da parte de Deus, passa a ter esta experiência da lembrança, esta prática da busca do amado, do necessitado, de modo que pode muito bem compreender o que Deus faz com o ser humano, a ponto de ter vindo ao mundo, encarnado, a fim de poder resgatar o homem que lhe dera as costas e escolhera o pecado como “modus vivendi”.
                                   Quando o diabo procura convencer as mulheres a que não sejam mães, mas, ao revés, se dediquem a ter carreiras promissoras na atividade profissional, a não terem compromisso com a criação de um novo ser, está, na verdade, querendo impedir que a mulher, na sua própria vida, experimente o que representa o desejo divino de ir em busca do homem, o que significam as palavras de Jesus que, certo dia, disse que “o Filho do Homem veio buscar e salvar o que se havia perdido” (Lc.19:10).
                                   U’a mãe tem muito mais condições de compreender a profundidade do amor divino no plano da salvação da humanidade do que qualquer homem ou mulher que não tenha ainda sido mãe.
                                   Mas não é só isto que as Escrituras nos revelam a respeito da bênção da maternidade. Davi, em um de seus cânticos dos degraus, mostra-nos um outro aspecto da maternidade.
                                   O salmista diz que a sua alma é para com Deus como uma criança desmamada para com a sua mãe (Sl.131:2). Esta figura mostra-nos que a maternidade permite à mulher ter a noção do que significa a dependência. Uma criança desmamada é absolutamente carente da mãe, tem necessidade de ser nutrida por alguém que a havia alimentado até então, de ser devidamente guiada para um novo mundo, um novo “modus vivendi”.
                                   A experiência da maternidade permite à mulher verificar o que é a dependência e qual a sua intensidade, fazendo-a perceber, de modo absolutamente clarevidente, como nós dependemos de Deus, como precisamos d’Ele e como Ele está pronto a nos orientar, dirigir e conduzir, notadamente quando iniciamos a caminhada rumo ao céu através do novo nascimento.
                                   Entendemos, assim, como o adversário procura impedir que a mulher tenha esta experiência, pois a maternidade significará, certamente, um poderoso antídoto contra a tentação de se ter uma vida independente de Deus, da tentação de ser “igual a Deus”, precisamente a armadilha usada por Satanás para fazer cair a primeira mulher (Gn.3:4-6).
                                   Mas, voltando ao profeta Isaías, verificamos que este homem de Deus, ao descrever o estado futuro do povo de Israel, quando, já convertido, estiver sob o reinado de Cristo, afirma que, naquele período, o povo de Deus estará consolado, pois o Senhor o consolará como a mãe que consola a seu filho (Is.66:13).
                                   Temos aqui mais uma experiência da maternidade, que é a consolação, ou seja, o estar ao lado, em todos os momentos, em especial, os momentos difíceis da vida, para trazer conforto, ânimo, encorajamento, afeto.
                                   A experiência da maternidade permite à mulher verificar o que significa consolo, o que é estar ao lado, o que representa a demonstração de afeto e de ajuda nos momentos cruciais e delicados da vida.
                                   U’a mãe experimenta o que é transmitir amor, o que é consolar e, desta maneira, nos momentos em que estiver só ou necessitada de apoio, sabe, precisamente, o que o apóstolo Paulo quis dizer quando afirmou que o nosso Deus é o Deus de toda a consolação (II Co.1:3) e bem pode perceber o que significa ter sido Jesus um Consolador e não nos ter deixado órfãos, mas mandado o Espírito Santo, o outro Consolador, para estar conosco até o dia do arrebatamento da Igreja.
                                   A experiência da maternidade faz com que a mulher saiba a necessidade de se ter alguém amoroso ao lado e, assim, pode bem verificar a sinceridade e autenticidade do amor divino para com o homem, neste gesto de, apesar de ser Deus, querer ficar ao nosso lado, querer ser o nosso Consolador.
                                   Só a mulher, em sendo mãe, pode ter tamanhas experiências, pode perceber, com profundidade, o amor de Deus para com o homem demonstrado na realização do plano da salvação na pessoa de Jesus Cristo.
                                   Pode, pois, o inimigo querer que a mulher desfrute desta bênção que o Criador lhe dá com exclusividade? Pode o inimigo se conformar com esta maternidade que é um poderoso instrumento para estabelecer a inimizade entre a mulher e Satanás? Evidentemente que não!
                                   Por isso, como Igreja, como povo de Deus encarregado de levar o Evangelho a toda criatura, devemos, sempre que possível, mostrar às mulheres o privilégio da maternidade, o valor desta bênção que Deus dá, a provar que, ao contrário do que diz o mundo, Deus tem a mulher em grande conta, dá-lhe uma dignidade que a torna nem um pouco menor do que o homem.
                                   A mulher, porém, mantendo a sua distinção do homem, e isto fará assumindo a maternidade como seu propósito maior nesta terra, alcançará plenamente esta dignidade.
                                   A maternidade é a maior bênção que Deus dá para a mulher, pois, por esta bênção, a mulher pode compreender, como ninguém na face da Terra, a profundidade do amor de Deus para o ser humano, amor este que quer nos levar para uma eternidade com Ele.
 fonte portal ebd