3º Trim. 2014 - JUVENIS - Lição 7: Oração e Jejum: as armas do cristão

3º Trim. 2014 - JUVENIS - Lição 7: Oração e Jejum: as armas do cristão
PORTAL ESCOLA DOMINICAL
JUVENIS- CPAD
TEMA: Lições Práticas do Sermão da Montanha.
COMENTARISTA: Marcos Tuler

 

LIÇÃO 7 - ORAÇÃO E JEJUM: AS ARMAS DO CRISTÃO


 TEXTO BÍBLICO
  Mateus 6.1-8, 16-18.

  ENFOQUE BÍBLICO
     “Mas tu,quando orares, entra no teu aposento e, fechando a tua porta, ora a teu Pai, que vê o que está oculto; e teu Pai, que vê o que está oculto, te recompensará”(Mateus 6.6).

 

 OBJETIVOS

 Estimular a prática da oração e do jejum de acordo com os ensinos de Jesus.
Reconhecer o valor da oração e do jejum sinceros.
Ensinar o verdadeiro sentido da oração e do jejum àqueles que os praticam com o intuito de apenas serem vistos e reconhecidos pelos outros.

 

 A ORAÇÃO

Orar é comunicar-se com o Pai; é dialogar com Deus. Quando agradecemos a Deus por suas dádivas, expressamos nossos problemas, esperamos com confiança. Devemos chegar a Deus com fé.
A oração verdadeira  torna-nos fortes.  Quando oramos, recebemos conforto do céu.

A ORAÇÃO VERDADEIRA NÃO É UM RITO.
A oração é mais que um hábito, na vida do crente; é o desejo de falar com nosso Pai celestial.  Entretanto, havia (e há)  pessoas que seguem ritos. Julgam que para serem atendidas, as orações devem ser  expressas segundo certas fórmulas. Para alguns, a oração necessita ser  longa, usando palavras difíceis. Em uma reunião, um culto, quando é dada a oportunidade para cada um erguer uma oração em alta voz, uns ocupam o tempo inteiro.
Os fariseus pretendiam demonstrar que eram espirituais para os outros. Assim, oravam em lugares estratégicos: pontos nos quais havia grande número de pessoas e podiam ser observados: “E, quando orares, não sejas como os hipócritas, pois se comprazem em orar em pé nas sinagogas e às esquinas das ruas, para serem vistos pelos homens. Em verdade vos digo que já receberam o seu galardão”  (Mt 6.5).

Nas horas habituais de oração, homens se deslocavam aos lugares de maior movimento, a fim de ser  apreciados por outros: não desejavam comunicar-se com o Pai, mas destacar uma atitude exibicionista.  Desejavam ser aplaudidos pelos homens. O seu galardão era de tão pouca duração: desejavam ter um momento de glória ... humana. Assim, o Mestre se expressou diante de  atitudes semelhantes:“Porque amaram mais  a glória dos homens do que a glória de Deus” (Jo 12.42). O que desejavam é serem glorificados.  Além do mais, oração é dever de todos:“E contou-lhes também uma parábola sobre o dever de orar sempre e nunca desfalecer” (Lc 18.1).
Observemos: não está sendo condenada a oração em público, pois Jesus, em diversas ocasiões, utilizou-a; (Lc 10.21-22; Jo 11.41-42). Há outros exemplos de oração em público (1 Rs 18.36-37;  2 Cr 30.18).

Também não está sendo censurada a oração em pé, porque era comum os judeus assim  se dirigirem ao Senhor (2 Cr 20.5,13). O  povo de Deus estava habituado a orar em pé de frente para o templo ou orarem em direção ao lugar mais santo (1Rs 8.22;  Lc 18.11). Na Bíblia há registros de oração de joelhos (1Rs 8.54; 2 Cr 6.13; Sl 95.6); de oração prostrado (Gn 24.26,52; Mt 26.39);  e de oração com as mãos estendidas para os céus  (Sl 88.9; 1 Tm 2.8).
No Novo Testamento, dois homens oraram de pé, (Lc 18.9-14),  todavia, a oração de um foi aceita e a de outro, recusada. O motivo de uma oração não ser aceita, não foi a posição, mas a atitude de arrogância, falta de humildade perante Deus. O que era condenável era orar para chamar a atenção dos outros e não ter com finalidade de comunhão, desejar falar com o Pai.

Algumas características da oração:

A ORAÇÃO VERDADEIRA É PESSOAL

A oração verdadeira estabelece um contato entre Deus e o homem. Na oração, o homem expressa o desejo de comunicar-se com o Criador e Este quer comunicar-se, desde que a pessoa queira ouvi-lO. Nossa disposição deve ser esta:  “Fala, porque o teu servo ouve” (1 Sm 3.10b). Cada um deve almejar viver o momento pessoal de louvar a Deus, expor seus problemas, pedir ao Senhor Sua direção. Falamos com Deus e Ele nos ouve! É maravilhoso saber que existe um Deus que está disposto a ouvir-nos, compreender-nos e dar-nos resposta: “Meus caminhos te descrevi, e tu me ouviste; ensina-me os teus estatutos” (Sl 119.26);  “E levantemo-nos e subamos a Betel; e ali farei um altar ao Deus que me respondeu no dia da minha angústia e que foi comigo no caminho que tenho andado” (Gn 35.3).

A ordem do Mestre foi:  “Mas tu, quando orares, entra no teu aposento e, fechando a tua porta, ora a teu Pai, que vê o que está oculto; e, teu Pai, que vê o que está oculto, te recompensará”  (Mt 6.6). Quantas vezes está escrito que Deus vê o que está em oculto, o que fazemos em oculto? Duas,  neste versículo. Por quê? Talvez, por causa de nossa tendência de esquecer que Deus presencia os momentos que, em particular, dedicamos a Ele. Deus não deixa de recompensar-nos. Devemos abrir nosso coração para Ele, sem haver preocupação em sermos notados.
O crente deve ter o seu momento a sós com Deus. É o momento de “derramar” o seu coração diante de Deus: somente Ele nos entende perfeitamente. Não sejamos crentes “mudos”. Levantemos a nossa voz perante Ele.

Por outro lado, Deus não é surdo. Não precisamos fazer gritarias. Ele olha para o nosso coração.Orar é o desejo de buscar a Deus de modo perseverante até encontrá-lO.
Observe o exemplo deste Juvenil: “Porque, no oitavo ano do seu reinado, sendo ainda moço, começou a buscar o Deus de Davi, seu pai; e, no duodécimo ano, começou a purificar a Judá e a Jerusalém dos altos, e dos bosques, e das imagens de escultura, e de fundição”(2 Cr 34.3). Aos  dezesseis anos, (pois seu reinado se iniciou aos oito anos), Josias decidiu buscar “para  valer”, com desejo, com determinação, a Deus. Aos vinte anos, praticou ações dignas de alguém que orava a Deus; aos vinte e seis anos (2 Cr 34.8) perseverou no seu objetivo, e, muitas outras ocasiões, ouviu o que Deus tinha para dizer-lhe. Influenciou muitas pessoas (2 Cr 34.33).
Não esperemos os dias se aflição para iniciarmos a orar a Deus com perseverança: “E ele,  angustiado, orou  deveras ao Senhor, seu Deus, e humilhou-se muito perante o Deus de seus pais, e lhe fez oração, e Deus se aplacou para com ele, e ouviu a sua súplica, e o tornou a trazer a Jerusalém, ao seu reino; então, reconheceu Manassés que o Senhor é Deus”  (2 Cr 33.12-13). Manassés praticou atos horríveis e foi levado cativo à Assíria. Ali, longe da sua pátria, tendo perdido o seu trono, Manassés voltou-se para Deus. Certamente, fez sua oração secreta: entre ele e Deus. Só Ele poderia salvá-lo. Então, Deus o ouviu e Manassés voltou a reinar; o rei  “se humilhou muito perante o Deus de seus pais”. Ele praticou ações que mostram seu arrependimento: quebrou os altares aos deuses estranhos que ele mesmo edificara (2 Cr 33.15-16). No cativeiro, os outros deuses nada puderam fazer por Manassés, porém o Deus verdadeiro, diante da humilhação do rei, agiu em seu favor.

Jesus – Seus momentos a sós com o Pai em oração:
“Tendo-se levantado alta madrugada, saiu, foi para um lugar deserto, e ali orava” (Mc 2.25).
“E, tendo-os despedido, foi ao monte para orar”  (Mc 6.46).
Porém ele retirava-se para os desertos e ali orava”  (Lc 5.16).
“E aconteceu que, naqueles dias, subiu no monte a orar e passou a noite em oração a Deus”  (Lc 6.12). Passou a noite orando; a seguir “Escolheu doze deles, a quem também deu o nome de apóstolos” (Lc 6.13).
“E aconteceu que, estando ele orando em particular, estavam com ele os discípulos; e perguntou-lhes, dizendo: Quem diz a multidão que eu sou?” (Lc 9.18).

Oração secreta: algo entre um Pai e um filho. Que pai há que não deseje ouvir a voz de seu filho, falando com ele? Muito mais, o Pai Celestial.
Jesus é o nosso exemplo na oração. Por quais pessoas, Ele também orou? Observemos:  “Eu não rogo somente por estes, mas também por aqueles que, pela sua palavra, hão de crer em mim; para que todos sejam um, como tu, ó Pai, o és em mim, e eu em ti; que também eles sejam um em nós, para que o mundo creia que tu me enviaste” (Jo 17. 20-21). Que maravilha! Jesus intercedeu pelo amado (a) professor (a), Ele intercedeu por mim, Ele intercedeu pelos Juvenis e por todos aqueles que aceitariam ser Seus discípulos.

Agora, vamos mencionar algo importantíssimo. A Bíblia afirma:  “A oração de um justo pode muito em seus efeitos”  (Tg 5.16b). A intercessão de um cristão verdadeiro, dos pais por seus filhos, do professor por seus alunos, pode fazer a diferença.
OBS: A Bíblia de Estudo Pentecostal assim adverte: “(1) Devemos tomar cuidado para não aceitar qualquer ensino que estrague nossa fé quanto ao poder da oração, levando Deus a intervir em nossas vidas. Um desses falsos ensinos é o conceito da ‘fatalidade’; a noção pagã afirmando que tudo que fazemos e tudo que nos acontece é fixado imutavelmente de antemão, muito tempo antes de sua ocorrência.  A crença na fatalidade é contrária às Escrituras e leva a pessoa a crer que tanto o bem quanto o mal são absolutamente pré-determinados  e inalteráveis, e que de nada adianta a fervorosa oração da fé pelo justo. (2) As Escrituras ensinam que Deus lida com seus filhos, não através  do determinismo absoluto, mas pela providência divina  mediante a qual Ele comunga com os justos e responde suas orações. Nossas orações e nossa fé em Deus fazem com que aconteça muitas coisas boas que doutra forma não aconteceriam”  (Bíblia de Estudo Pentecostal, nota a Tg 5.18, pág. 1933).  

Ainda quanto à oração secreta:  “Daniel, pois, quando soube que a escritura estava assinada, entrou em sua casa (ora havia no seu quarto, janelas abertas da banda de Jerusalém), e três vezes no dia se punha de joelhos, e orava, e dava graças, diante do seu Deus, como também antes costumava fazer”  (Dn 6.10). Daniel não orava apenas quando os problemas apertavam; ele desfrutava de um relacionamento pessoal, diário com Deus: “Orava e dava graças” três vezes ao dia, embora fosse tão atarefado. Depois da proibição de orar por um mês, Daniel perseverou na oração. Alguém poderia pensar: “Deixar de orar por apenas um mês, não faz diferença”,  entretanto Daniel conhecia o poder da oração.  As janelas estavam abertas para o lado de Jerusalém, conforme orientação do rei Salomão (1 Rs 8.48,49).
OBS:  Aproveitemos as Olimpíadas para destacarmos aos nossos alunos o esforço, dedicação do atleta. Quantas horas treinando! Quantos desafios! Quantas dores a suportar para obter a medalha olímpica.  A jovem, praticante de esporte. procurou o pastor para dizer-lhe que o resultado do exercício físico era visível, enquanto não percebia  resultados devido à oração. Inicia-se um diálogo: “ ― Pratica esporte diariamente? – perguntou o pastor. ― Seis dias por semana – foi a resposta. — E quanto tempo ora por dia? — Cerca de duas horas. — E ora diariamente? — Nem todos os dias. — E quando ora, quanto tempo leva?  — Varia. Às vezes, menos de um minuto. Outras vezes, levo quase cinco minutos em oração. — Suponhamos  que você fosse uma  menina fraca no físico; você poderia tornar-se forte, fazendo exercícios de um a cinco minutos, de quando em quando?”  A jovem pensou e passou a gastar tempo em oração. Procurou o pastor e afirmou-lhe:  “— O exercício da oração produz resultado mais rápido na alma, do que o exercício físico no corpo”  (Natanael de Barros ALMEIDA.  Tesouro de Ilustrações, pág.31-32 (Adaptado).

Exemplos de pessoas que oraram e tiveram suas orações atendidas:
Ø  Ana. Orou, pedindo um filho (1 Sm 1.20)
Ø  Abraão intercedeu por Ló  (Gn 19.19-21);
Ø  A oração de um menino (Gn 21.17).
Ø  Daniel (Dn 9.20-23)
Ø  A igreja orando por Pedro (At 12.5-12).
Ø  Moisés pelo povo (Êx 17.11,13).
Ø  Elias diante dos falsos profetas (1 Rs 18. 36-37,39).
Ø  Ezequias, pedindo saúde  (2 Rs 20.5).
Ø  Josafá , diante de inimigos (2 Cr 20.14-15).
Ø  Zacarias, pedindo um filho (Lc1.13)
Ø  A igreja orando por ousadia para  anunciar a Cristo livremente (At  4. 29-31)

 Exemplos de orações não atendidas:
Ø  Davi. Desejava construir o Templo. Foi humilde diante de Deus: “Quem sou eu, Senhor Jeová, e qual a minha casa, que me trouxeste até aqui? E ainda foi isso pouco aos teus olhos, Senhor Jeová, senão que também falaste da casa de teu servo para tempos distantes; é isso o costume dos homens, ó Senhor Jeová?” (2 Sm 7. 18b,19).
Ø  Paulo.  Embora Deus não lhe concedesse o seu pedido, a resposta de Deus foi algo extraordinário:  “A minha graça te basta, porque o meu poder se aperfeiçoa na fraqueza” (2 Co 12.9a).

O MODELO DA ORAÇÃO VERDADEIRA
Jesus destacou: “E orando, não useis de vãs repetições, como os gentios, que pensam que, por muito falarem, serão ouvidos”  (Lc 6.7).
Existem muitas pessoas que pensam que apenas por fazerem orações extensas serão atendidos. Jésus tanto fez orações breves, como passou as noites em oração. O atendimento à oração é feito a partir de um coração  humilde e da vontade de Deus.

Por outro lado, constatamos que há pessoas que empregam termos difíceis e não concordam com a oração humilde e que todos possam entender:  “E Jesus, chamando um menino, o pôs no meio deles, e disse:  Em verdade vos digo que, se não vos converterdes e não fizerdes como meninos, de modo algum entrareis no reino dos céus. Portanto, aquele que se tornar humilde como este menino,esse é o maior no reino dos céus”  (Mt 18.2-3). Tal atitude faz com que crianças, adolescentes, novos discípulos não tenham coragem para orar diante de certas pessoas. Devemos estimular outros a orarem, não impedir outros de dirigirem-se a Deus em voz alta. Uns assim se expressam:  “Não sei usar palavras bonitas para orar”. Acontece que toda oração por mais simples que seja, se for sincera, é bela. Devemos dar oportunidade, para que outros orem, mostrando que Deus quer que eles elevem a sua voz em oração e que o Senhor nos ouve e responde às orações. Esse tipo de oração deve ser encorajado em classe.

Outro comportamento errado é tentar exigir, determinar algum tipo de resposta e da forma que se quer. Quem determina é Deus; devemos desejar que a Sua vontade seja feita, não a nossa: “Digo-vos que não sabeis o que acontecerá amanhã. Porque, que é  nossa vida? É um vapor que aprece por um pouco, e depois se desvanece. Em lugar do que devíeis dizer: Se o Senhor quiser, e se vivermos, faremos isto ou aquilo” (Tg 2.14-15).Ele sabe o que é melhor para nossa vidas.
“Vãs repetições refere-se  a querer obrigar os deuses a fazer o que se deseja, por isso, repete-se, repete-se: “E tomaram o bezerro que lhes dera e o prepararam; e invocaram o nome de Baal, desde a manhã até ao meio-dia,dizendo: Ah! Baal, responde-nos! Porém nem havia voz, nem quem respondesse; e saltavam sobre o altar que tinham feito”   (1 Rs 18.26).
Não devemos confundir vãs repetições com a perseverança, a insistência, ordenada por Jesus:  “Pedi, e dar-se-vos-á; buscai e encontrareis; batei, e abrir-se-vos-á. Porque aquele que pede recebe; e o que busca encontra; e, ao que bate, se abre”  (Mt 7.7-8).

Características da oração verdadeira:
Orar com fé: “E tudo o que pedirdes na oração, crendo, o recebereis”  (Mt 21.22).
Orar, pedindo a vontade de Deus:  “E esta é a confiança que temos nele: que, se pedirmos alguma coisa, segundo a sua vontade, ele nos ouve”  (1 Jo 5.14).
Orar e confessar pecados:  “E se o meu povo, que se chama pelo meu nome, se humilhar e orar, e buscar a minha face, e se converter dos maus caminhos, então, eu ouvirei dos céus, e perdoarei os seus pecados, e sararei a sua terra”  (2 Cr 7.14).
Orar com perseverança:  “Acaso Deus não fará justiça aos seus escolhidos, que clamam a ele dia e noite? Continuará fazendo-os esperar? Eu lhes digo: Ele lhes fará justiça, e depressa. Contudo, quando o Filho do homem vier, encontrará fé na terra?”  (Lc 18.7-8 – NVI).
Orar e agradecer:  “Perseverai em oração, velando nela com ações de graças”  (Cl 4.2)
Orar com sinceridade: “Os sacrifícios para Deus são o espírito quebrantado; a um coração quebrantado e contrito não desprezarás, ó Deus”  (Sl 51.18).
Orar no nome de Jesus: “E, naquele dia, nada me perguntareis. Na verdade, na verdade vos digo que tudo quanto pedirdes a meu Pai, em meu nome, ele vo-lo há de dar” (Jo 16.23).

 

A importância do verdadeiro jejum

Para os judeus era muito importante: o dar esmolas, orar e jejuar. O Mestre também condena o jejum, como era feito pelos hipócritas, os seja, na realidade, o jejum, algo sério, era transformado em fingimento.
A Quem importa como Jejuamos? A Quem dedicamos o nosso jejum? Certamente a Deus. Ele pergunta: “Fala a todo o povo desta terra e aos sacerdotes, dizendo: Quando jejuastes e pranteastes, no quinto e no sétimo mês, durante estes setenta anos, jejuastes vós para mim, mesmo para mim?”  (Zc 7.5). Eles jejuavam, cumpriam as formalidades, era algo externo que não partia de seu coração. Deus falou-lhes que a prática do jejum, não excluía a prática dos mandamentos divinos: “Assim falou o Senhor dos Exércitos: Executai juízo verdadeiro, mostrai piedade e misericórdia cada um a seu irmão; e não oprimais a viúva, nem o órfão, nem o estrangeiro, nem o pobre, nem intente o mal cada um contra o seu irmão, no seu coração”  (Zc 7.9-10). Não adiantava  jejuar e não obedecer a Deus.

Nos dias  do profeta Joel, diante da calamidade existente, houve a proclamação de um jejum nacional. Essas mesmas características apresentadas devem fazer parte de um jejum pessoal: além do fato de abster-se de alimento, o jejum deve incluir clamor e arrependimento, a fim de obterem a bênção divina. Observemos a mensagem divina dada ao profeta:
1) Jejum: “Decretem um jejum” (Jl.2.15b - NVI). O jejum é um período em que há a abstinência de alimentos. Constitui uma forma de humilhação perante Deus. O jejum deve ser acompanhado de confissão de pecados. É também um meio de mostrar nossa dependência do Senhor: “Nós, pois, jejuamos e pedimos isso ao nosso Deus, e moveu-se pelas nossas orações” (Ed. 8. 23). Por meio do jejum, buscamos novas forças e poder para enfrentar o mal e as oposições. Também, dedicamos nossa vida  ao Senhor.  Jesus condenou os fariseus, porque estes ao jejuar, queriam demonstrar superioridade, no entanto o Mestre jejuava. É necessário cuidado com exageros para não haver prejuízo à saúde.
2) Clamor. Todos deveriam clamar ao Senhor, até mesmo os sacerdotes. O clamor deveria ser acompanhado de choro e de pranto (Jl.2.12.c). Deveria haver um reconhecimento que a situação crítica que estavam vivendo era devido ao afastamento de Deus. Só Ele poderia modificar aquelas circunstâncias. Como afirma o salmista: “Eis que lhes abateu o coração com trabalho; tropeçaram, e não houve quem os ajudasse Então,clamaram ao Senhor na sua angústia, e ele os livrou das suas necessidades” (Sl. 107.12-13).
3) Quebrantamento. Todos deveriam manifestar arrependimento não por meio de formas externas, mas do coração. Não havia tempo a perder, era necessária uma ação agora: “Ainda assim, agora mesmo, diz o Senhor” (Jl. 2.13a).  Era necessário um real arrependimento, porque não é possível enganar-se a Deus. A conversão deveria brotar do coração, sem haver reservas: “Convertei-vos a mim de todo o vosso coração; e isso comjejuns” (Jl. 2.12b); “Rasgai o vosso coração, e não as vossas vestes, e convertei-vos ao Senhor vosso Deus” (Jl.2.13b).

O jejum deve ser espontâneo, devemos dedicar-nos a Deus. Jesus, antes de iniciar Seu ministério, jejuou como parte de uma  preparação para obra que estava destinado a fazer.
 Três pessoas jejuaram  quarenta dias: Moisés,  (Êx 34.28); Elias (1Rs 19.8) e Jesus (Mt 4).  Eles o fizeram de forma excepcional com a ajuda de Deus. Não é recomendável deixar de ingerir água por mais de três dias, pois ocorre desidratação.  Devemos lembrar que o jejum pode ser parcial  (Dn 10.2-3) ou total. Deve-se iniciar aos poucos, o jejum para evitar prejuízo à saúde, não praticar excessos.

Uma pergunta foi feita a Jesus:  “Por que os discípulos de João e  os dos fariseus jejuam, mas o teus não? Jesus respondeu: Como podem os convidados do noivo jejuar enquanto este está com eles? Não podem, enquanto o têm consigo. Mas virão dias quando o noivo lhes será tirado; e nesse tempo jejuarão” (Mc 2. 18b-21 – NVI).
OBS: “João Batista tinha dois objetivos: levar as pessoas a se arrependerem de seus pecados e prepará-las para a iminente vinda de Cristo. Sua mensagem era de sobriedade, por isso ele e seus seguidores jejuavam. Jejuar é um sinal exterior de humildade e tristeza pelo pecado, mas também  uma disciplina interior que ajuda limpar a mente e manter o espírito alerta.  Ao jejuar, abstemo-nos do alimento, ao arrependermo-nos, rejeitamos o pecado. Os  discípulos de Jesus não precisavam jejuar para se prepararem para a vinda do Messias, porque Ele já estava com eles. Entretanto, Jesus não condenou o jejum. Ele mesmo já havia jejuado por quarenta dias (Mt 4.2). Porém, insistiu que jejuássemos pelas razões certas. Os fariseus jejuavam duas vezes por semana para mostrar aos outros como eram santos. Jesus explicou que quando as pessoas jejuam apenas para impressionar outras, distorcem a finalidade do jejum” (Bíblia de Estudo Aplicação Pessoal, pág 1292).

Não se jejua simplesmente por jejuar. O jejum deve ter objetivos: Quais são os motivos por que desejo entrar em consagração a Deus? Devo colocá-los diante de Deus. È bom colocar seus motivos pessoais e também incluir objetivos pra a Seara do Senhor.
Devemos, ao final do período, entregar o jejum e agradecer a Deus, pois Ele nos concedeu forças para efetuá-lo. Entretanto, não devemos esquecer que, o mais importante do jejum não é o tempo que se “gasta” com ele, mas o espírito do jejum: um coração que se quebranta diante de Deus. Também é bom destacar que Deus não é obrigado a dar-nos algo, apenas porque separamos um tempo para jejuar. Ele fará a Sua vontade.

Praticantes do jejum (particular) e coletivo
  1. Ester:  “Então Ester mandou esta resposta a Mardoqueu: Vá reunir todos os judeus que estão em Susã, e jejuem em meu favor. Não comam nem bebam durante três dias e três noites. Eu e minhas criadas jejuaremos como vocês. Depois disso irei ao rei, ainda que seja contra a lei. Se eu tiver que morrer, morrerei”  (Et 3.15 - NVI).
  2. Ana:  “E era viúva, de quase oitenta e quatro anos, e não se afastava do templo, servindo a Deus em jejuns e orações de noite e de dia”  (Lc 2.37).
  3. O salmista: “Humilhava a minha alma com o jejum”  (Sl 35.13b).
  4. Nínive:  “Nem homens, nem animais, nem ovelhas provem coisa alguma, nem se lhes dê pasto, nem bebam água”  (Jn 3.7b).
  5. Na época de Jeoaquim: “E aconteceu, no ano quinto de Jeoaquim, filho de Josias, rei de Judá, no mês nono, que apregoaram jejum diante do Senhor a todo o povo em Jerusalém, como também a todo o povo que vinha das cidades de Judá a Jerusalém”  (Jr 36.9)
  6. A igreja de Antioquia da Síria: “E, servindo eles ao Senhor  e jejuando, disse o Espírito Santo: Apartai-me a Barnabé e a Saulo para a obra a que os tenho chamado”  (At 13.2).

 

CONCLUSÃO

Duas armas importantes: a oração e o jejum.
Uma arma pode ser usada de modo errado. Assim pode suceder se a oração e o jejum forem usados para a promoção pessoal, quando devem ser usados para o desenvolvimento espiritual nosso e para o avanço da obra de Deus.

 Estamos em tempos difíceis: empreguemos a oração e o jejum contra toda oposição à obra de Deus, sem esquecermos do estudo constante da Bíblia.
Louvemos a Deus:  “Qual orvalho que dá vida às flores,/Assim é para o crente a oração;/Meus cuidados, tristezas e dores,/Cristo as sabe por minha oração./Com Jesus, a minh’alma deseja estar/No jardim, em constante oração;/Quando a noite chegar, e o mal me cercar,/Quero estar em constante oração”  (2a  estrofe e estribilho do hino 296 da harpa Cristã).

Colaboração para o Portal Escola Dominical: Profª. Ana Maria Gomes de Abreu (Inn Memorian).
 FONTE PORTAL EBD