1º Trim. 2015 - JUVENIS - Lição 3: Salvação I

1º Trim. 2015 - JUVENIS - Lição 3: Salvação I
PORTAL ESCOLA DOMINICAL
JUVENIS – CPAD
1º Trimestre 2015
Tema: Respostas às dúvidas sobre a fé cristã
Comentarista: Rafael Luz



LIÇÃO 6 - SALVAÇÃO?


TEXTO BÍBLICO  (Ef 2.5-10)

ENFOQUE BIBLICO
“Porque pela graça sois salvos, por meio da fé; e isso não vem de vós; é dom de Deus. Não vem das obras, para que ninguém se glorie” (Ef 2.8,9)

Professor:
Leve aos alunos a compreender que diante de Deus, todos nós somos pecadores, a Bíblia diz: “todos pecaram” (Rm 3.23). Mesmo sendo pecadores, Deus nos amou, e deu o seu Filho Jesus Cristo, para nos salvar (Jo 3.16)
Explique que o plano de Deus para a salvação, não surgiu de ultima hora, pelo contrario, assim que o homem pecou, o projeto de salvação foi apresentado (Ap 13.8)
A missão de Jesus Cristo no mundo era exatamente resolver a questão do pecado, livrar o ser humano de qualquer tipo de culpa perante Deus (1Co 15.3)

Alguém pode imaginar o valor de nossa divida perante Deus? Quem podia pagar? Era impossível qualquer esforço de nossa parte, não havia como resolver esse problema. E Deus pela sua infinita misericórdia, nos presenteou com a salvação (Ef 2.8,9)
Ninguém jamais provou tal amor para com alguém, que ainda permanecesse no erro, e o pior, um erro que ofendia o presenteador. Nós éramos pecadores irreverentes.
Não precisamos fazer nenhum tipo de sacrifício para ser salvo, pois, Jesus já resolveu esta questão na cruz do calvário. Não há qualquer valor pendente, qualquer obra, sacrifício que se deva fazer, qualquer tipo de esforço da nossa parte é sem valor algum diante de Deus.

Não há no que se gloriar, salvação só pode ser alcançada por meio da fé (Ef 2.8,9).

Objetivos
Compreender  a necessidade da salvação
Conhecer  a importância da obra de Cristo na cruz do Calvário.
Saber qual foi o proposito da salvação

A DOUTRINA DA SALVAÇÃO

Salvação é a doutrina conhecida nos meios teológicos como SOTERIOLOGIA, a junção de duas palavras.
“Sotéria” + “Logia” – a primeira significa salvação ou libertação e a palavra “logia” = estudo ou tratado, formando assim: “tratado sobre salvação” ou “estudo sobre salvação”. A necessidade de salvação do homem está focado sob 4 aspectos:
A culpa do homem perante Deus.
A morte espiritual do homem
A alienação do homem perante Deus.
E a escravidão do homem pelo pecado.

A provisão de Cristo para as necessidades do homem:
a) Quanto à culpa –  Cristo é o sacrifício substituto
b) Quanto à morte espiritual – Cristo ressuscitou, provendo a nova vida
c) Quanto à alienação – Cristo se tornou o mediador, sendo o único meio de reconciliação.
d) Quanto à escravidão – Cristo proveu a redenção, libertando o homem da natureza pecaminosa que ele herdou de Adão. 
 Como Deus oferece este plano de Salvação ao homem?
Por um plano predestinado.
Através do poder do Espírito Santo.
Pela pregação da palavra.

A CULPA DO HOMEM PERANTE A LEI DE DEUS & A JUSTIFICAÇÃO, O HOMEM É DECLARADO JUSTO DIANTE DE DEUS.

PECADO X SUBSTITUIÇÃO:  O homem é quem necessita da salvação, pois a sua situação é de depravação total (Sl 51.5; Jr 17.9; Rm 7.18). Todo homem recebeu uma natureza pecaminosa em Adão como herança, logo toda a criação esta sob o julgamento de Deus (Ef 2.1-3). O homem com esta natureza adâmica vive uma depravação total, afetados em sua tríplice constituição (espírito, alma e corpo). É uma questão Universal (Ec 7.20; Rm 3.10), não há um justo sequer (Rm 3.23; Is 64.6), nem mesmo a lei pode resolver este problema do pecado, antes agiu como um espelho, apenas mostrou, mas não removeu a sujeira (Gl 3.11).

Agostinho propôs que o pecado de Adão fez com que todos os homens fossem culpados diante de Deus. Mais tarde Calvino introduziu o pensamento agostiniano na teologia. É verdade isto? É claro que tal pensamento contradiz as Escrituras, inculta a justiça de Deus, condenando todas as crianças que morrem a uma condenação eterna, por algo que elas não fizeram. Tal teoria filosófica faz com que milhões conduzam seus filhos a um ministro religioso, pois acreditam que os batizando, serão absolvidos da culpa adâmica. Esta teoria é contrastada, uma vez que o homem diante de Deus é culpado unicamente por aquilo que ele pratica (Ez 18.4,17; Jr 31.30; Dt 24.16).

O que Adão fez foi introduzir o pecado no mundo e transmitir a natureza pecaminosa ao homem. Portanto de modo inevitável ao chegar à idade da escolha, o homem escolhe ao pecado que o conduz a morte. O pecado de Adão trouxe a morte e a morte reina devido à escolha livre do homem pelo pecado (1Co 15.22). A possibilidade de morte a todos entrou no mundo através do pecado adâmico.
A questão da substituição envolve um dos temas mais envolvente da Bíblia sagrada que é a graça divina. A graça é destacada em dois aspectos o primeiro é o favor imerecido de Deus, que alcança a todos e o segundo aspecto é a graça operando juntamente co o Espírito Santo, operando na obra da salvação no mundo.

A graça de Deus não pode ser confundida como obrigação divina, não há como exigir de Deus a salvação da humanidade caída. Isto é um ato da infinita misericórdia de Deus, o próprio amor divino o constrange a providenciar a salvação. E é este amor que convence o homem do pecado (Jo 1.16). É graça sobre graça, o amor de Deus não partiu de uma obrigação e ninguém o forçou seu amor por nós é a expressão do seu amor.

A graça comum.
Por mais esforço que o homem faça ele não conseguirá agradar a Deus por si mesmo. Este é o motivo da graça comum ou universal a todos os homens, ela é vista nas bênçãos materiais da natureza, na maneira de Deus restringir o mal no mundo e na consciência do pecado no coração do pecador. (Rm 2.1-11; Mt 5.45). A graça comum não salva, mas revela a bondade de Deus e restaura o ser humano para responder favoravelmente ao amor de Deus (Rm 2.4; 1.20)

A graça Especial
A graça comum concede ao homem a capacidade de buscar as coisas divinas, ao responder de modo afirmativo a graça comum, ela o atrai a Deus. Ao se aproximar de Deus a graça especial, o ajuda a conhecer Deus na sua intimidade. Não se pode vir ao Pai sem a graça especial (Jo 6.44). Portanto é necessário sempre lembrar que esta graça especial, não garante a decisão da parte do homem, naquilo que tange a sua comunhão com Deus. Quanto mais o homem responder a graça de Deus, mais a graça opera. O homem pode resistir à graça, que de modo natural cancela a operação da graça (At 7.51). A graça opera na medida em que os homens respondem-la, é ela o agente da: justificação (Tt 3.7), da regeneração (Jo 3.3), da santificação (At 26.18) e a segurança (1Pe 1.5). A quantidade de graça que o homem pode receber depende de sua decisão (2Pe 3.18) 

A previsão de Cristo
A nossa salvação é proveniente da graça de Deus, porem devemos tomar cuidado para não confundir graça com tolerância. Deus nos ama quer nos salvar, mas não nos declara inocente e pronto. Junto ao amor divino funciona a justiça e a santidade, caso Deus declarasse justo uma pessoa sem a conversão seus atributos entrariam em conflito, por esta razão... (Ez 18.4).
Como pode? Deus é justo e pode salvar o pecador? A salvação não é desculpar o pecado, o ato salvífico remove o pecado (Jo 1.29).

Um Cordeiro sem macula.
A idéia de um cordeiro surge desde o inicio, como é mostrado no ritual do AT, o cordeiro tinha que ser sem mancha. O perfeito sacrifício teria que ser por um homem perfeito, não poderia ser outro pecador, não foi um martírio a morte de Jesus no madeiro (Hb 9.14).

No antigo testamento o sacrifício exigia do ofertante que ele impusesse as mãos sobre a cabeça da vitima, transferindo de forma simbólica os próprios pecados para o animal substituto. De forma semelhante, Cristo carregou o fardo do pecado da humanidade, todos os que a ele se chegam tem seus pecados removidos (Is 53.10,11). O ritual antigo tinha que ser repetido por diversas vezes, mas o sacrifício oferecido por Cristo foi suficiente para qualquer época (Hb 1.18; 1Jo 2.1,2).

O próximo passo dado era a imolação do cordeiro, a substituição propriamente dita, assim também Cristo tornou-se o sacrifício expiatório pelo mundo (Rm 5.8; 2Co 5.15).
No Antigo Testamento, a parte final era cozinhar parte da sua carne, que era comida pelo ofensor, indicando o restabelecimento de sua comunhão com Deus. Jesus por varias vezes falou aos seus ouvintes sobre o comer sua carne (Jo 6.54; 1Co 11.24; Hb 10.19,20).     

A extensão da provisão divina.
Por quem Cristo morreu? A resposta sempre será: por todos? Então porque nem todos se salvam? Bem! Então ele morreu apenas pelos eleitos. Podemos neste caso perguntar: Onde estaria justiça divina?  O que diz a Bíblia?
1 – A Redenção de Cristo é suficiente para todos os homens – (1Jo 2.2; 2Co 5.14; Hb 2.9).
2 – A provisão divina é especial aos que crêem – (1Co 4.10; 2Co 5.18-20)
3 – Alguns pelos quais Cristo morreu, perecerão – (1Co 8.11; 2Pe 2.1)

Os aspectos da provisão de Cristo
1- A Substituição – A culpa do homem quebrou a lei de Deus, as exigências de Deus quanto a salvação:
a) Perfeita retidão – (Lv 18.5; Ez 18.5-9; Mt 19.17).
b) um perfeito padrão – (Rm 3.20; Gl 3.13)
Devido às exigências o homem vivia num dilema terrível, sendo incapaz de ter uma vida perfeita, pois, este é o padrão exigido, estaria condena do a morte para sempre. A solução veio com a substituição vicária de Cristo. (2Co 5.21; Hb 9.28; 2.9; Is 53.6; 1Pe 3.18)
O homem é insuficiente para se salvar (Rm 10.3,4; Fp 3.9;1Co 1.30)

2 – A Ressurreição – Já imaginou se Cristo não houvesse ressuscitado? Ele seria o maior mártir do mundo, mas a cruz com a ressurreição fez dele o Único Salvador do mundo. A morte de Cristo removeu todos os obstáculos legais para que o homem obtivesse vida espiritual. Agora a ressurreição leva o homem a ganhar uma nova vida em Cristo (1Pe 1.3).
A ressurreição não é apenas um fato histórico, milhares de pessoas vão a Jerusalém, visitam o tumulo vazio e voltam sem fazer uma reflexão do assunto. A ressurreição prova que Cristo vive  e que a morte espiritual do homem é desfeita assim que ele crê em Jesus cristo como seu Salvador e Senhor (Ef 2.5,6; Fp 3.10).
Não há promessas bíblicas que nosso corpo físico seria preservado, mas que triunfaríamos sobre a morte (1Co 15. 20, 26,55,57)

3 – A reconciliação -  a morte de vicária de Cristo, tanto pagou a divida pela imperfeição do homem perante a lei, como também aboliu a alienação entre Deus Santo e o homem pecador.
Deus nunca teve ódio do homem, mas o pecado do homem separou o homem de Deus. Como Deus nunca cessou de Amar o homem e sempre quis reconciliação com ele, o próprio Deus providenciou a solução  (Rm 5.8,10; 2Co 5.19)
A reconciliação foi completa, Cristo carregou a responsabilidade pelos pecados da humanidade (Is 59.2), a destruição da separação entre Deus e o homem foi para sempre. A reconciliação não depende apenas do mediador, é preciso que o alienado de também os passos para que isto se realize (2Co 5.20).
Deus não é um ser popular como alguns até chegam a citar que no AT, ele era muito rígido e no período da graça ele se abrandou, tornando-se popular e mais gracioso ou mais misericordioso. Deus é imutável (Tg 1.17), ele continua Santo, amoroso e o mais interessante, Ele continua irado com o pecado. Mas prossegue desejando que o pecador se arrependa e seja salvo.
É interessante que se pense e saiba que não houve sequer qualquer tipo de constrangimento da parte de Jesus para que Deus se movesse ou fosse constrangido a amar mais o pecador. Pelo contrario Jesus proveu os meios para que o pecador fosse salvo, ele removeu o obstáculo (pecado). Tanto os do AT, tiveram seus pecados removidos (Rm 3.25), e agora (Rm 3.25; 1Jo 2.2). O pecado dos santos do AT, foi coberto até a morte de Cristo (Hb 2.17)

4 – Redenção
A redenção resolveu o problema da escravidão do pecador. O termo significa reaver mediante o pagamento de um preço de resgate.  (Lv 25.51; Jó 19.25; Ex 21.30). Baseados nestes textos, todos os homens estavam endividados, haviam perdido seus direitos de herança espiritual. O conceito central de redenção, é, quando alguém é libertado pagando o preço do seu resgate.
No NT, o termo redenção já tinha a idéia da compra de um escravo no mercado de escravos.
“agarazo” = comprar o escravo no mercado de escravos, palavra usada para destacar o preço pago (AP 5.9)
“exagorazo” = tem significado semelhante, mas acrescenta a idéia de retirar a pessoa do mercado, assim que comprá-lo. (Gl 3.13; 4.5)
“lutroo” = comprar o escravo e dar-lhe plena liberdade (Tt 2.14; 1Pe 1.18)

Fomos comprados no mercado de escravos (mundo pecaminoso), retirados assim que o preço fora pago e ganhamos a liberdade em Cristo Jesus. Estávamos subjugados pelo pecado, Deus não somente nos livrou do crime como também pagou o preço da sua penalidade. Não há mais razão para que nos culpamos, e, nem nos condenamos (Hb 9.12,14).

Todo o crente vive em meio a uma batalha espiritual, tanto os poderes da luz quanto os poderes das trevas querem a sua lealdade. (Cl 1.13,14; 2.16)

Fomos libertados do poder do pecado – (Tt 2.4; 1Pe 1.18)
A nossa remissão teve um preço – (Sl 49.7,8)
O poder do sangue remidor -   (At 20.28; Ef 1.7; 1Pe 1.18,19)
A aplicação da redenção – (1Pe 1.14, 18,19; 1Co 6.2)


PODE UM CRENTE PERDER A SALVAÇÃO?

O LADO DIVINO DA CONVERSÃO DO PECADOR
a) Os esforços de Deus para a salvação do perdido (Rm 8.28-30), geralmente não se pensa nisto.
b) A presciência de Deus (Is 46.10) – presciência é o aspecto da onisciência relacionado com o fato de Deus conhecer todos os eventos futuros. Significa: conhecer de antemão, saber antes. Eis a razão das profecias bíblicas (Dn 2-7 – revelação dos impérios mundiais); (Is 44.26 – 45.7 – falando de um acontecimento cem anos antes. Deus não somente conhece os eventos futuros, como também sabe das possibilidades futuras (1Sm 23.11,12 – trata-se de uma possibilidade e não de um fato; Mt 11.21)
c) A presciência e a escolha do homem – a presciência não afeta nas decisões do homem. A presciência de Deus não deve causar confusão, mas sim confiança, Deus jamais será apanhado de surpresa.
d) A eleição – significa escolha, usada para descrever a escolha que Deus fez de alguns indivíduos, de algumas famílias para privilégios especiais  (Ef 1.4; 1Pe 1.2; a eleição do crente é baseada na presciência de Deus = Rm 8.28 – “chamados por seu decreto”; 2Ts 2.13 – “por vos ter Deus elegido”; 2Tm 1.9 – “não há nada que podemos fazer é somente graça). A eleição e a escolha do homem não é fatalismo, ela se da no livre arbítrio do homem, Deus não força ninguém (AP 3.20; 2Pe 1.10), somos eleitos em Cristo (1Pe 2.4,5; Cl 1.2; 3.12; Ef 1.1 e 4) Ler Jô 15.16 – Lc 6.13


OBRAS CONSULTADAS
HORTON, Stanley M. – Teologia Sistemática, CPAD, RJ, 2005
BERKHOF, Louis, Ed. Cultura Cristã, SP, 2007
BANCORFT, Emery H. Teologia Elementar, Ed. Batista Regular, SP, 2006

 http://www.portalebd.org.br/classes/juvenis/item/3862-juvenis.html
Colaboração para o Portal Escola Dominical – Pr Jair Rodrigues