1º Trim. 2015 - JUVENIS - Liçlão 9: O que é Igreja I

1º Trim. 2015 - JUVENIS - Liçlão 9: O que é Igreja I
PORTAL ESCOLA DOMINICAL
JUVENIS – CPAD
1º Trimestre 2015
Tema: Respostas às dúvidas sobre a fé cristã
Comentarista: Rafael Luz


LIÇÃO 9 - O QUE É A IGREJA?

TEXTO BÍBLICO: (Mt 16.13-20)

ENFOQUE BIBLICO
Pois também eu te digo tu és Pedro e sobre esta pedra edificarei a minha igreja, e as portas do inferno não prevalecerão contra ela” (Mt 16.18)

Objetivos
Compreender o termo bíblico Igreja
Reconhecer a Igreja como Sal da terra
Descrever a intransferível missão da Igreja

O INÍCIO DA IGREJA

É muito comum ouvirmos  a seguinte expressão: “O irmão tal é o fundador desta igreja”, como já estudamos em outras ocasiões que a palavra igreja “eklesia”, pode significar uma congregação local. Mas na verdade o sentido original da palavra é para significado universal, neste caso o fundador é Jesus (Gl 4.4,5). No momento que surgiu o cristianismo o Império Romano estava a todo o vapor, oferecendo varias oportunidades. Estradas boas, erradicação dos piratas, ladrões dos mares, a leis romanas eram muito duras contra os infratores e isto trouxe a conhecida paz romana.

A igreja surge num momento de agitação política, social e religiosa, em que a liberdade trazia aos homens naquele momento uma busca por segurança em uma agitação religiosa que despertava em seus espíritos. As civilizações antigas com suas mudanças culturais e religiosas havia tornado o homem em um ser sem noção espiritual e devido a isto a maneira de buscar a salvação era das mais absurdas. Apenas o povo judeu devido a resistência ainda permanecia em sua cultura e procurava através da torah obedecer a leis divinas.

 O anuncio da chegada de um Salvador feito por João, o Batista, mostrava o quão perto  Jesus estava para vir. A sua chegada se dá pelo nascimento de uma jovem virgem, a estrela foi vista como dizia a profecia. Os homens que vieram do Oriente o viram deram a ele presentes e aos trinta anos mais ou menos inicia o seu Ministério. Durante o seu ministério terreno disse: “ [...]  tu és Pedro, e sobre está pedra edificarei a minha igreja.” (Mt 16.18). Depois da morte e  sua ressurreição, Jesus se apresentou aos discípulos, lembrando-lhes as Escrituras, pediu para que fossem a Jerusalém, aonde a igreja nasceria (Lc 24.36-53).

O plano de Jesus após a ressurreição era encher os homens com o Espírito Santo (At 1.8), seu objetivo era que pessoas fortalecidas pelo Espírito Santo, partissem de Jerusalém e conquistasse o mundo. Os primeiros membros da igreja recém formada não eram tão amistosos assim, eram todos judeus na verdade, mas havia aqueles que eram ou se consideravam à verdadeira raça (judeus hebreus). Falava hebraico, procuravam se dirigir pela torah procurava manter uma identidade própria, eram conservadores, não aceitavam influencias helenistas.

Já os judeus da dispersão ou os helenistas, pareciam muito com os pagãos, haviam sido influenciados pelo mundo Greco-romano. Eles ignoravam a língua hebraica e procuravam escrever suas devoções em grego. A criação do diaconato, por exemplo, se deu devido desavenças entre os conservadores e os helenistas (At 6. 1- 7). “Escolhei dentre vós”, eles eram helenistas.

Quanto ao grupo conhecido como prosélitos eram aqueles que se tornaram judeus, não havia nascido judeu, mas num determinado momento de sua vida resolveu abandonar o paganismo e se tornar judeu. Era um grupo pequeno e alguns aceitaram a Cristo. Para que a igreja fosse forte e poderosa sob a égide do Espírito não podia haver facção, deveria ser um só povo. (Ef 2.14; Tt 2.14).

A IGREJA NASCEU SOB O PODER DO ESPÍRITO SANTO

No Evangelho de Lucas 24.49, a ordem é imperativa,  “ficai em Jerusalém até que do alto sejais revestido de poder.” A certeza de receber o Espírito Santo fica mais clara quando lemos Atos 1.8. Ao ler esse versículo fica claro que sem o Espírito Santo não há Igreja, pois é ele quem impulsiona a testemunhar de Cristo. É ele quem convence o pecador a abandonar o pecado e receber a Cristo com Salvador e Senhor. 

Ninguém podia negar que algo extra-ordinário estava acontecendo com aqueles homens, simples pescadores que após a ressurreição de Jesus e a vinda do Espírito Santo revolucionaram o mundo, com a mensagem do evangelho. Eram agora destemidos, ousados a ponto de dar suas vidas por aquilo que pregavam. Não só pregavam como viviam era notável a mudança em cada um deles (At 4.13,29,31).

Seria impossível o triunfo da igreja sem a ação do Espírito Santo ele desempenhou liderança dentro da igreja. O Espírito Santo era a voz de ação da igreja, os crentes ouviam a sua voz e obedeciam. A este comando Deus operava, curava e salvava. Crentes eram batizados com o Espírito Santo e cheios a ponto de não se calarem diante das adversidades, mesmo que isto os levasse a morte.

Estevão o primeiro a morrer pelo evangelho de Cristo, ele estava cheio do Espírito Santo, não se calou diante do apedrejamento, viu os céus abertos e o Filho do Homem em pé, à mão direita de Deus. Segundo a Tradição, os discípulos de Jesus foram mortos das mais diversas formas sem negar a fé. Mateus foi morto a espada, na Etiópia; Marcos foi arrastado por um animal pelas ruas de Alexandria, até a morte.

Lucas foi enforcado na Grécia; João foi jogado num tacho de azeite fervente, deixado na Ilha de Patmos, saiu ileso, morreu em Éfeso de morte natural. Tiago decapitado por Herodes, em Jerusalém. Tiago o menor foi lançado templo abaixo, ainda vivo foi morto a pauladas; Filipe foi enforcado em Hierapolis, na Frigia; Bartolomeu foi esfolado; Tomé foi amarrado em uma cruz e pregou até morrer; André foi atravessado por uma lança; Judas foi morto a flechadas; Simão, o Zelote, foi crucificado na Pérsia. Matias foi apedrejado e decapitado; Pedro foi crucificado de cabeça para baixo e Paulo foi decapitado em Roma (2Tm 4.6-8).   

Cheio do Espírito Santo pregaram sermões, evangelizaram profetizaram curaram os enfermos, milagres aconteceram através das ferventes orações feitas pelos primeiros crentes. A igreja nasceu debaixo da unção do Espírito Santo.

AS CARACTERÍSTICAS QUE MARCARAM A IGREJA PRIMITIVA

A igreja como já vimos nasceu em Jerusalém, nos primeiros anos ela era composta apenas de judeus ou alguns prosélitos. Devido a destruição do Templo, que ocorreu nos anos 70 d.C, as reuniões passaram a ser nas casas, pois antes era no Cenáculo e no Pórtico de Salomão.

A igreja primitiva tinha algumas características que ainda hoje é u exemplo para todos nós. Uma das grandes características foi a perseverança, a permanência o perseverar constante constituiu-se numa marca poderosa da igreja. Esta virtude foi cultivada mesmo nas maiores dificuldades. Perseveravam na doutrina dos apóstolos, esta era uma qualidade do cristão primitivo, o interesse pelas Escrituras (At 17.11). O ponto alto era que a igreja dava atenção ao ensino dos apóstolos (At 4.4; 8.6ª)

Diferentemente de hoje, a proliferação de doutrinas heréticas provem da falta de estudo correto da Escrituras e principalmente da falta de atenção naquilo que é ensinado pela igreja. A igreja primitiva levava a serio os ensinos que segundo estudiosos se dividiam em três partes: A primeira abordava a moralidade cristã, o caminho de vida e o de morte, os irmãos eram exortados a escolher.

A segunda parte do ensino era sobre as questões litúrgicas, batismo nas águas, o jejum, a oração e a ceia do Senhor em caráter reservado. E a terceira parte do ensino era sobre a vida da igreja, seu ministério, ensinavam a respeitá-los, sobre a hospitalidade, e total apoio aos que trabalhavam na obra do Senhor. Incluindo ai as regras de como o ministro de Deus deveria se portar diante da sociedade e a seriedade que os crentes deveriam ter diante da sociedade de modo geral.

Os crentes primitivos vivam uma vida em comum, na comunhão no partir do pão, nas orações. Temor a Deus era algo que marcava a igreja, viviam em meios aos milagres era de fato uma comunidade que louvava a Deus constantemente. Caia na graça do povo e cada dia aumentava o numero daqueles que serviam ao Senhor (At 2.47).

CONCLUSÃO

Os cristãos primitivos gozavam de uma comunhão intrínseca Primeiramente com Deus e conseqüentemente com os irmãos. Vivia uma vida alegre distante do pecado, viviam acreditando na volta de Cristo a qualquer momento. Não havia neles tristezas, não levavam uma vida morna, vazia e sem sentido, pelo contrario, até as agruras da vida era motivo de alegria para eles, como veremos nas lições seguintes.

OBRAS CONSULTADAS

OLIVEIRA, Raimundo Ferreira de – Historia da Igreja – 2ª Ed. EETAD, Campinas SP
JR, Albert A. Bell – Explorando o Mundo do Novo Testamento – Editora Atos, 2001, Belo Horizonte MG
BRANDÃO, Gerson – Estudando o Livro de Atos – Central Gospel, Ver 6, ano 2 - RJ

Colaboração para o Portal Escola Dominical – Pr Jair Rodrigues
http://www.portalebd.org.br/classes/juvenis/item/3927-juvenis.html