Lição 2 - O Nascimento de JESUS

 
2º trimestre de 2015 - JESUS, o Homem Perfeito: O Evangelho de Lucas, o Médico Amado.
Comentarista da CPAD: Pastor: José Gonçalves
Complementos, ilustrações, questionários e vídeos: Ev. Luiz Henrique de Almeida Silva
Questionário
NÃO DEIXE DE ASSISTIR AOS VÍDEOS DA LIÇÃO ONDE TEMOS MAPAS, FIGURAS, IMAGENS E EXPLICAÇÕES DETALHADAS DA LIÇÃO
http://www.apazdosenhor.org.br/profhenrique/videosebdnatv.htm
Veja - http://www.apazdosenhor.org.br/profhenrique/Licao3-jc-1tr08-jesusverdadeirohomemverdadeirodeus.htm
 
 
 
TEXTO ÁUREO"E deu à luz o seu filho primogênito, e envolveu-o em panos, e deitou-o numa manjedoura, porque não havia lugar para eles na estalagem." (Lc 2.7)
 
 
VERDADE PRÁTICADEUS revelou seu amor à humanidade ao enviar a este mundo o seu filho JESUS.
 
 
LEITURA DIÁRIA
Segunda - Lc 1.55 - DEUS é fiel e cumpre as suas promessas
Terça - Lc 1.41 - DEUS revitaliza as profecias a respeito do Messias
Quarta - Lc 4.18; 6.20 - DEUS revela-se aos carentes e necessitados
Quinta - Lc 2.11 - DEUS revela a realeza do Messias para toda a humanidade
Sexta - Lc 2.25,26 - DEUS revela-se aos piedosos e às minorias
Sábado - Lc 2.36-38 - DEUS revela-se aos humildes e contritos de coração
 
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE: Lucas 2.1-7
1 E aconteceu, naqueles dias, que saiu um decreto da parte de César Augusto, para que todo o mundo se alistasse. 2 (Este primeiro alistamento foi feito sendo Cirênio governador da Síria.) 3 E todos iam alistar-se, cada um à sua própria cidade. 4 E subiu da Galiléia também José, da cidade de Nazaré, à Judéia, à cidade de Davi chamada Belém (porque era da casa e família de Davi), 5 a fim de alistar-se com Maria, sua mulher, que estava grávida.
6 E aconteceu que, estando eles ali, se cumpriram os dias em que ela havia de dar à luz. 7 E deu à luz o seu filho primogênito, e envolveu-o em panos, e deitou-o numa manjedoura, porque não havia lugar para eles na estalagem.
 
OBJETIVO GERALMostrar que a vinda de JESUS CRISTO ao mundo é uma prova do amor de DEUS.
 
OBJETIVOS ESPECÍFICOS
Abaixo, os objetivos específicos referem-se ao que o professor deve atingir em cada tópico. Por exemplo, o objetivo I refere-se ao tópico I com os seus respectivos subtópicos.
Apresentar o nascimento de JESUS no contexto profético.
Conhecer como se deu o anúncio do nascimento de JESUS segundo Lucas.
Explicar o porquê de o nascimento de JESUS ter ocorrido entre os pobres.
Mostrar o nascimento de JESUS dentro do judaísmo.
 
INTERAGINDO COM O PROFESSOR
Na lição de hoje estudaremos a respeito do nascimento do Filho de DEUS.
É importante lembrar que quando JESUS veio ao mundo, a Palestina estava debaixo do jugo do Império Romano. César Augusto era o imperador. Os imperadores romanos eram vistos por todos como um deus. Porém, o Rei dos reis em breve nasceria. JESUS nasceu em um lugar simples, em um estábulo. Seu berço não foi de ouro, foi uma simples manjedoura. Ele abriu mão de toda a sua glória para vir ao mundo salvar todos os perdidos. JESUS veio revelar-se aos piedosos e às minorias.
O decreto de César Augusto de que todos teriam que se alistar a princípio parece algo ruim para José e Maria, mas na verdade é uma prova de que DEUS controla a história. Tudo contribuiu para que as profecias se cumprissem e o Filho de DEUS nascesse em Belém (Mq 5.2).
 
PONTO CENTRAL
JESUS veio ao mundo como um de nós para salvar os perdidos.
 
COMENTÁRIO/INTRODUÇÃO 
Lucas narra o nascimento de JESUS, situando-o no contexto das profecias bíblicas e do judaísmo dos seus dias. O "silêncio profético", que já durava quatrocentos anos, foi rompido pelas manifestações divinas na Judeia. A plenitude dos tempos havia chegado e o Messias agora seria revelado!
O nascimento de JESUS significava boas novas de alegria para todo o povo.  Os pobres e os piedosos seriam os primeiros a receberem a notícia. Dessa forma, DEUS mostrava que a salvação, por Ele provida, alcançaria a todos os homens.
  
I - O NASCIMENTO DE JESUS NO CONTEXTO PROFÉTICO
1. Poesia e profecia.
2. A restauração do ESPÍRITO profético.
II - O ANÚNCIO DO NASCIMENTO DE JESUS 
1. Zacarias e Izabel.
2. José e Maria.
III – O NASCIMENTO DE JESUS E OS CAMPONESES
1. A nobreza dos pobres. 
2. A realeza do Messias. 
IV - O NASCIMENTO DE JESUS E O JUDAÍSMO
1. Judeus piedosos.
2. Rituais sagrados
 
SÍNTESE DO TÓPICO I - O nascimento de JESUS se deu na plenitude dos tempos, cumprindo todas as profecias bíblicas.
SÍNTESE DO TÓPICO II - O anjo Gabriel anunciou a Maria o nascimento do Filho de DEUS.
SÍNTESE DO TÓPICO III - Os pastores que estavam no campo foram os primeiros a saber que o Filho de DEUS havia nascido.
SÍNTESE DO TÓPICO IV - José e Maria, como pais piedosos, seguiram todos os rituais do judaísmo no nascimento de JESUS.
 
CONHEÇA MAIS
*O  local de nascimento do Salvador
"JESUS nasceu em Belém, ao sul de Jerusalém, mas passou a infância e juventude em Nazaré, cidade próxima ao mar da Galileia, no norte. Belém, o lugar onde JESUS nasceu, é hoje uma região em conflito." Para conhecer mais leia Guia Cristão de Leitura da Bíblia, CPAD, p. 21.
 
PONTO CENTRAL
JESUS veio ao mundo como um de nós para salvar os perdidos.
 
Na plenitude dos tempos, JESUS veio ao mundo. Ele é o Messias
No anúncio do nascimento de JESUS, um anjo do Senhor é enviado especialmente aos camponeses pobres que pastoreavam os seus rebanhos no campo.
Lucas lembra o fato de que CRISTO nasceu em Belém, cidade de Davi, cumprindo dessa forma a profecia bíblica.
 
SUBSÍDIO HISTÓRICO 
"O censo consistia no alistamento obrigatório dos cidadãos no recenseamento, o que servia de base de cálculo para os impostos. Quirino era governador do Império legado pela Síria, em d.C., mas este pode ter sido seu segundo mandato. Além disso, Lucas fala do censo que trouxe José e Maria a Belém como um prote (que provavelmente signifique, aqui, 'o anterior' e não o 'primeiro'). Assim, o ano de nascimento de CRISTO continua a ser objeto de debate" (RICHARDS, Lawrence O. Guia do Leitor da Bíblia. 1.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2005, p. 653).
SUBSÍDIO DIDÁTICO I
Professor, converse com os alunos explicando que jamais devemos adorar a Maria, todavia, não podemos deixar de reconhecer seu valor. Afinal, ela foi escolhida para ser mãe do Filho de DEUS. Esta escolha está certamente baseada num caráter de especial dignidade. Sua pureza, humildade e ternura são um exemplo para todos os crentes que desejam agradar a DEUS (Adaptado de: PEARLMAN, Myer. Lucas: O Evangelho do Homem Perfeito. 1.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 1995, p. 27).
SUBSÍDIO DIDÁTICO II
Professor, antes de iniciar a explicação do tópico, faça a seguinte indagação: “Por que os pastores foram os primeiros a saber do nascimento do Messias?” “Por que os sacerdotes e escribas não foram os primeiros a  saber?” Ouça os alunos e incentive a participação de todos. Explique que os pastores faziam parte de uma classe social bem simples. Eles eram pobres. As Boas-Novas de salvação não foram anunciadas primeiro aos poderosos e nobres, mas aos humildes, pobres, a pessoas comuns do povo, mostrando que CRISTO veio ao mundo para todos.
SUBSÍDIO TEOLÓGICO
"A legislação sobre o parto" (2.21-24). O texto em Levítico 12.1-5 registra o compromisso materno de oferecer um sacrifício para o ritual de purificação após o nascimento da criança. Foi para dar cumprimento a esse dispositivo legal do Antigo Testamento que a família se dirigiu ao Templo (veja também Lv 12.6-8)" (RICHARDS, Lawrence O. Guia do Leitor da Bíblia. 1. ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2005, p. 653).
"Lucas descreveu como o Filho de DEUS entrou na História. JESUS viveu de forma exemplar, foi o Homem Perfeito. Depois de um ministério perfeito, Ele se entregou como sacrifício perfeito pelos nossos pecados, para que pudéssemos ser salvos.
JESUS é o nosso Líder e Salvador perfeito. Ele oferece perdão a todos aqueles que o aceitam como Senhor de suas vidas e creem que aquilo que Ele diz é a verdade" (Bíblia de Estudo Aplicação Pessoal. Rio de Janeiro: CPAD, p. 1337).
 
PARA REFLETIR 
Sobre os ensinos do Evangelho de Lucas, responda:
 
De que forma devem ser entendidos os cânticos de Zacarias e Maria?
Eles devem ser entendidos como sendo de natureza profética. Esses cânticos contextualizam o nascimento de CRISTO dentro das promessas de DEUS ao seu povo.
Como era o relacionamento de José e Maria antes da anunciação angélica?
Eles eram noivos.
De que forma a lição conceitua os pobres?
Os pobres são os carentes tanto de bens materiais como espirituais.
De acordo com a lição, qual o propósito de Lucas mostrar JESUS cumprindo rituais judaicos?
Lucas deseja mostrar que JESUS, como Homem Perfeito, se submeteu e cumpriu os rituais judaicos, tendo, com isso, cumprido a Lei.
Dentro de que contexto Lucas procura situar o nascimento de JESUS?
Lucas procura situar o nascimento de JESUS dentro do contexto histórico.
 
CONSULTE
Revista Ensinador Cristão - CPAD, nº 62, p. 38.
Você encontrará mais subsídios para enriquecer a lição.
 
SUGESTÃO DE LEITURA
Comentário Histórico-Cultural do Novo Testamento - CPAD
Um Mestre Fora da Lei - CPAD
Pequena Enciclopédia Bíblica - CPAD
 
Comentários de vários livros com algumas modificações do Ev. Luiz Henrique
Quando Nasceu Jesus? A melhor estimativa é 29 de setembro de 5 a.C.
Como? Não é a 25 de dezembro do ano zero?
Veja abaixo  por que não.
 Otto Amaral (*) 
Recomendamos que você leia, depois deste, o artigo NATAL A 25 de DEZEMBRO: DE ONDE VEIO ESSA DATA? Ele oferece evidências sobre a forma através da qual essa mudança ocorreu e as suas razões.  
Estudiosos da Bíblia prontamente nos respondem à pergunta acima dizendo que, muito provavelmente NÃO foi 25 de dezembro do ano zero. Por quê? Vejamos.
Quando os pastores estão nos campos?
Meteorologistas israelenses pesquisaram, por muitos anos, os padrões do tempo em dezembro e concluíram que o clima em Israel foi constante nos últimos 2.000 anos. O livro The Interpreter’s Dictionay of the Bible (Dicionário de Interpretação Bíblica) declara que “de um modo geral, os fenômenos climáticos, assim como as condições atmosféricas como mostrados na Bíblia correspondem à realidade observada hoje”(RBY Scott, vol. 3, Abingdon Press, Nashville, 1962, pág. 625).
A temperatura média na área de Belém em dezembro é de 7 graus Centígrados, mas pode cair até abaixo do ponto de congelamento da água, especialmente à noite. Descrevendo a temperatura ali, Sara Ruhin, chefe do Serviço Meteorológico de Israel, declarou, em um a notícia veiculada em 1990 pela imprensa, que aquela área apresentara três meses de geadas: dezembro (com 1,6 C negativo), janeiro (1,1 C negativo) e fevereiro (0 C).
Neve é comum por dois ou três dias em Jerusalém e nas proximidades de Belém em dezembro e janeiro. Esses eram os meses de inverno, de elevados índices de precipitação (muitas chuvas) quando as estradas, nos tempos bíblicos, ficavam praticamente inutilizáveis e as pessoas permaneciam dentro de casa, sempre que possível.
Essa constatação é uma evidência importante a reprovar dezembro como o mês de nascimento de Jesus Cristo. Perceba que, na época do nascimento de Jesus, os pastores mantinham seus rebanhos nos campos à noite. “Havia, naquela mesma região, pastores que viviam nos campos e guardavam o seu rebanho durante as vigílias da noite” (Lucas 2:8). Era prática comum entre os pastores deixar os rebanhos nos pastos de abril até outubro, mas nos meses frios e chuvosos, os rebanhos eram trazidos de volta para os estábulos e ali abrigados.
Um comentário admite que, “como os pastores não haviam ainda levados seus rebanhos para os estábulos, é de se presumir que outubro ainda não havia começado e que, conseqüentemente, nosso Senhor não nasceu em 25 de dezembro, quando já não existem rebanhos nos campos! Não pode ele haver nascido depois de setembro, quando os rebanhos já não se encontravam mais nos campos à noite.  Efetivamente, a hipótese do nascimento de Jesus em dezembro precisa considerar esses fatos. A alimentação dos rebanhos à noite nos campos é um fato cronológico, que projeta considerável luz sobre esse ponto controverso” (Commentary, de Adam Clark, Abingdon Press, Nashville, nota sobre Lucas 2:8).
http://www.restaurarnt.org/quandojesusnasceu.html
 
O evangelista, doutor Lucas, o médico amado, escreveu a história do nascimento de JESUS CRISTO, paralelamente, a de João Batista. Podemos chamar de histórias dos nascimentos dos dois meninos, pois, em primeiro lugar, Lucas apresenta os anúncios do nascimento de João Batista e de JESUS CRISTO (Lc 1.5-25, cf. w.26-38); depois, a visita de Maria a Isabel (Lc 1.39-45); o cântico de Maria e a informação de que ela passará três meses na casa de sua prima Isabel (Lc 1.46-56); em seguida, a narrativa do nascimento de João Batista (Lc 1.57-66); o cântico de Zacarias, seu pai (Lc 1.67-80); depois, a narrativa do nascimento de JESUS CRISTO (Lc 2.1-7); logo mais, a chegada dos pastores de Belém (Lc 2.8-20); em seguida, a circuncisão e a apresentação de JESUS no Templo (Lc 2.21-24); a alegria de Simeão e da profetisa Ana com o nascimento do Salvador (Lc 2.25-38); e o encontro de JESUS com os doutores da Lei, no Templo, aos doze anos de idade (Lc 2.39-52).
Nas seções narrativas dos anúncios natalícios sobre JESUS CRISTO e João Batista, e de seus respectivos nascimentos, os grandes hinos presentes na narrativa lucana tomou um vulto grandioso na História da Igreja: o Magnificat, cântico de Maria exaltando a DEUS pelas suas obras (1.46-55); o Benedictus, o cântico de Zacarias quando bendiz o DEUS de Israel e profetiza sobre o ministério de João Batista (1.68-79).
As narrativas dos nascimentos de JESUS e de João têm o objetivo de deixar claro, desde o início da obra evangélica, a importância suprema da pessoa JESUS CRISTO. Enquanto João tinha pai e mãe, e fora fruto do relacionamento entre Zacarias e Isabel, a narrativa igualmente deixa claro que a mãe de JESUS, Maria, não conheceu homem algum. E que o Filho de DEUS fora concebido no ventre de Maria pela obra do ESPÍRITO SANTO.
No Benedictus, o cântico de Zacarias, João Batista foi profetizado como o precursor do Messias, JESUS, o Salvador do Mundo. O grande profeta foi reconhecido pelo povo e por Herodes. João Batista descortinou o caminho do Filho de DEUS para o arrependimento do povo, após apresentá-lo a fim de que esse povo reconhecesse o Filho de DEUS, o desejado entre as nações.
É importante que o estudante da Bíblia compreenda a forma como as narrativas do Evangelho de Lucas estão estruturadas, pois ela apresenta uma estrutura que faz sentido na forma como JESUS CRISTO é apresentado a partir do capítulo 3 do Evangelho.
Revista Ensinador Cristão - CPAD, n° 62, p. 38.
 
COMENTÁRIO/INTRODUÇÃO
Após uma rápida introdução (1.1-4), Lucas relata o anúncio dos anjos com respeito aos nascimentos vindouros de João Batista (w 5-25) e de JESUS (w. 26-38), narra a alegria das duas parentas, Isabel e Maria (vv. 39-45) e inclui uma cópia do magnífico cântico de louvor, em forma de poema, “o cântico de Maria”, comumente conhecido como “o Magnificat” (w. 46-56). Lucas descreve as circunstâncias extraordinárias do nascimento de João e o sentimento pela expectativa criada na região (vv. 57-66). Finalmente, Lucas inclui uma declaração profética de Zacarias, o pai de João, ao identificar a missão de seu filho como o precursor do Messias {w. 67-80). Ao juntar todo esse material, muitos dos quais exclusivos de seu Evangelho, Lucas chama a atenção para o clima de expectativa que DEUS começava a criar entre seu povo como preparativo para o aparecimento do Salvador. Todavia, o autor também chama nossa atenção para as magníficas características de Maria e Isabel, mulheres de fé e compromisso.
RICHARDS. Lawrence O. Guia do Leitor da Bíblia. Uma análise de Gênesis a Apocalipse capítulo por capítulo.Editora CPAD. pag. 652.
 
Neste capítulo, temos um relato do nascimento e da infância do nosso Senhor JESUS, pois a sua concepção, e o nascimento e a infância do seu precursor já tinham sido assunto do capítulo anterior. Aqui, o Primogênito vem ao mundo; vamos encontrá-lo com nossas hosanas, Bendito o que vem. Aqui temos:
I. O lugar do seu nascimento, e outras circunstâncias, que provavam que Ele era o verdadeiro Messias, e alguém como nós necessitávamos, mas não alguém como os judeus esperavam, vv. 1-7.
II. O aviso do seu nascimento aos pastores daquela região, levado por um anjo; o cântico de louvor que os anjos entoaram naquela ocasião, e a propagação da notícia do seu nascimento pelos pastores, w. 8-20.
III. A circuncisão de CRISTO, e o nome que lhe foi dado, v. 21.
IV. A apresentação do menino JESUS no templo, vv.22-24.
V. Os testemunhos de Simeão, e Ana, a profetisa, a respeito dele, w . 25-39.
VI. O crescimento e a capacitação de CRISTO, w. 40-52.
VII. Seu comparecimento à Páscoa, aos doze anos de idade, e a sua conversa com os doutores no templo, vv. 41-51.
É isto, juntamente com o que já encontramos (capítulos 1 e 2 do Evangelho de Mateus), é tudo o que sabemos a respeito do nosso Senhor JESUS, até que Ele iniciou a sua obra pública, aos trinta anos de idade.
HENRY. Matthew. Comentário Matthew Henry Novo Testamento MATEUS A JOÃO Edição completa.Editora CPAD. pag. 526.
 
 
1 - O NASCIMENTO DE JESUS NO CONTEXTO PROFÉTICO
1. POESIA E PROFECIA.
O Magnificat (1.46-56). Alguns questionam se uma jovem e inculta criatura poderia compor esse magnífico poema profético. Não obstante, Maria estava bem familiarizada com as passagens do Antigo Testamento, pois as ouvia nos momentos de louvor na sinagoga e em sua casa. Maria, sem dúvida alguma, sabia tudo sobre a visita do anjo e pode ter escrito seu salmo durante semanas, orientada pelo ESPÍRITO que falava através dela. Seu poema em formato de louvor é dividido em quatro partes distintas. 1) louvor e agradecimento pessoal (w. 46-48); 2) celebração aos atributos de DEUS (w. 49,50); 3) proclamação da correção da injustiça (w. 51-53); e 4) louvor pela misericórdia demonstrada a Israel (vv. 54,56).
O Benedictus (1.67-80). O poema profético de louvor de Zacarias a DEUS, pelo Messias (vv. 68-75) e o papel de seu filho, João (w. 76-79).
RICHARDS. Lawrence O. Guia do Leitor da Bíblia. Uma análise de Gênesis a Apocalipse capítulo por capítulo.Editora CPAD. pag. 652.
 
O Cântico de Maria: Magnificat, 1:46-55.
Foi dado o nome do Magnificat , termo latino equivalente à primeira palavra do texto grego, megalúno 3170 (amplia ou "maravilhoso").
Magnificat 1:46-55
Magnificat é o nome que tem sido chamado o cântico de Maria. O termo Magnificat é latim e significa "amplia" ou "magnífico", que é a primeira palavra que Maria usou neste cântico de louvor a DEUS.
O Magnificat é um cântico de louvor à grandeza de DEUS. Exaltar acima de todas as manifestações de Seu amor e poder em favor dos pobres e desprezados. Minimiza o poder do "potente". Seu vocabulário é radical e claro. Contém um fundo baseado no AT (como as canções de Zacarias e Simeão), constituindo um mosaico de textos do AT (Salmos dos pobres de Javé, Sofonias, entre outros), que se destaca como ponto de partida para a música de Ana (1 Sam. 2: 1-10).
A vida poderosa e arrogante em suas próprias forças de segurança e os bens serão destronados (vv. 51, 52a). Mas o humilde, acostumado a se curvar diante do rico, e cujos direitos são espezinhados e permanentemente manchados, será exaltado (v. 52b). Os famintos e necessitados recebem a abundância, enquanto os ricos serão despojados de sua riqueza (v. 53).
Os chamados orgulhosos, poderosos e ricos são a classe alta da nação judaica, representada pelos fariseus, saduceus, dos principais sacerdotes e os ricos da oligarquia sacerdotal. Os humildes e famintos são pessoas como Zacarias, Simeão, Ana, Lázaro e suas irmãs, e todos os que em Lucas são os verdadeiros protagonistas da história: os marginalizados. Tudo só aconteceu após o anúncio de João e JESUS.
O Magnificat é intervalo entre o tempo de espera (AT) e tempo de realização (NT). Testemunhar a alegria e a gratidão dos pobres, que esperam e confiam na ação de DEUS.  É evidente o sinal constante por trás do julgamento e redenção. Nesta canção, Maria louva a DEUS por sua graça para com ela, os pobres (ênfase principalmente de Lucas) e ao seu povo Israel. Esta é a estrutura da Magnificat.
a. Atividade divina em favor de Maria, 1: 46-50. Contém uma série de elementos que proporcionam uma unidade inegável. Primeiro de tudo, é a única parte do hino que se conecta à situação concreta de Maria (Anunciação e visitação), e manifesta a sua dimensão pessoal, por exemplo: a minha alma (v 46), meu espírito e meu Salvador (v 47), seu servo, referindo-se a Maria, e de hoje em diante todas as nações me chamarão bem-aventurada (v 48): o Todo-Poderoso fez grandes coisas por mim (v 49). Nesta parte da música são acumulados  explicitamente vários títulos divinos, como Senhor (v 46), Salvador (v 47); Poderoso ys anto (v 49). Há um alto senso de propriedade e pertencimento interpessoal. Finalmente certos atributos de DEUS são destacados: (Vv 47, 48) graça, bondade e fidelidade; santidade e onipotência (v49); misericórdia (v 50).
Maria reconheceu a sua necessidade de um Salvador; ela louvou a DEUS por seus maravilhosos prodígios; e reconheceu a perfeita fidelidade de DEUS às suas promessas. Neste contexto de louvor, Maria revela suas convicções espirituais mais íntimos. 
b. Atividade Divina em favor dos pobres, 1: 51-53 . Esta parte é aparentemente menos conceitual do que a anterior, com um forte sentido sociológico. O assunto dos seis verbos é DEUS (se espalhou, fora, para cima, satisfez, demitido). O beneficiário em todos os casos, o homem é carente e marginalizado (Apoc. 13:18). Para a construção gramatical de verbos (aoristo sentencioso, indicando um procedimento usual), eles têm de traduzir o presente. Ou seja, aqui indicam uma constante na atividade divina através da história da salvação. Em uma palavra, DEUS exalta os pobres e abate os os poderosos. O v. 51, contém o juízo divino histórico em seu aspecto negativo, DEUS com seu poder frustra os planos do arrogante. Esta constante na história da salvação é especificado como autêntico julgamento divino em duas categorias antitéticas: os ricos e poderosos, de um lado, e os humildes e com fome do outro.
c. Atividade de DEUS em favor de Israel, 1:54, 55 . Maria Aqui, novamente mudou a perspectiva. Centra agora a atividade salvadora de DEUS em Israel, com um claro senso de história, passando, assim, a salvação para coletiva. A razão para esse favor divino por seu servo (Pais 3816) Israel é a misericórdia (eleos 1656). DEUS (v 54b), e a fidelidade de suas promessas (v. 55).
O tema dos três verbos (ajudo, lembre-se, ele falou), mais uma vez é DEUS. E o personagem de salvação gratuita é suficientemente especificado tanto em misericórdia como pela fidelidade de DEUS às suas promessas.
Nessa aliança (cf. Gn 12, 1-3, 15, 17, 22:18; 26: 4; 28:14), DEUS havia prometido a Abraão uma bênção pessoal ("eu te abençoarei e farei o seu nome grande, e tú serás uma bênção"),  ("Farei de ti uma grande nação") é universal ("E em você todas as famílias da terra"). Isso significa que Maria estava ciente de que o nascimento de JESUS foi o cumprimento das promessas feitas a Abraão e ao seu povo, e através deles, a toda a humanidade (cf. Gal 3:16; Atos 3:25, 26).
No Magnificat - Maria não diz absolutamente nada para si mesma. Limitou-se a glorificar e exaltar o seu Senhor, Salvador e DEUS: "Fazei o que Ele vos disser" (Jo 2, 5). Este é o único registro bíblico onde Maria dá um comando (nas bodas de Caná), e isso é pedir à humanidade para obedecer a JESUS porque Ele é o Senhor.
O Cântico de Zacarias: Benedictus, 1:67-79. Ele é conhecido sob o nome de Bento, a primeira palavra na versão latina (o mesmo que o Magnificai). É uma canção cheia de citações e alusões ao AT. Na teologia de Lucas, o enchimento do ESPÍRITO SANTO está associado com a habilidade sobrenatural para proclamar a palavra de DEUS com poder (1:67). O ESPÍRITO de DEUS estava associado à profecia do Antigo Testamento, e essa perspectiva permaneceu em vigor até a vinda de JESUS. O tema central da canção é a salvação de DEUS. E o tom é solene, condizente com um estilo sacerdotal e profético.
Benedictus 1: 67-79
Essa música expressa por Zacarias veio a ser conhecido como o Benedictus , porque da primeira expressão em latim, no versículo 68 traduzida como "bendito seja." Acredita-se ter sido usado pela primeira vez este nome no ano de 253 d. C., por um monge chamado San Benito.
(A) Louve a DEUS pela salvação profetizou, 1: 67-72. Zacarias começa com a frase habitual da bênção judaica: Bendito seja o Senhor, DEUS de Israel (v 68). Zacarias associou profeticamente a "visitação" de DEUS com a "redenção" e consumação da salvação. É uma clara alusão ao envio do Messias, o Filho de Davi. A razão para a alegria de Zacarias é que agora é chegada a salvação do Senhor, conforme anunciado e aguardado por séculos. Literalmente, "Chifre" ou "uma salvação" (v. 69) é, sem dúvida, uma referência direta ao Messias, que em poucos meses haveria de nascer. Chifre é um conceito bíblico profético e apocalíptico significa "poder" ou "força" como o chifre de um animal poderia dar a vitória na batalha. Ele tem um significado paralelo ao de "força" Salmo 18: 2. E é uma linguagem belicosa para indicar a vitória do Salvador (Sal 132 .: 17). O v. 70 reflete o plano soberano de DEUS cuidadosamente projetado e socializado através dos profetas do Antigo Testamento; fato de que Zacarias era conhecedor por ser um sacerdote. Nos versos. 71, 72 Zacarias está descrevendo boa notícia da visitação para o povo de Israel, o libertador.  É um ato de libertação dos inimigos diretos de Israel, e os que os desprezam. É um ato de misericórdia da parte de DEUS às promessas feitas a Abraão e Davi, e para honrar sua santa aliança . Assim, DEUS está cumprindo a sua aliança.
(B) O louvor a DEUS pela salvação prometida, 1: 73-75 . Zacharias recorda e reenfatiza o coração da aliança abraâmica (v. 73). Transcende dois fatos de sua perspectiva: Qual é a razão do pacto ou aliança? e, qual é o propósito da aliança?, ou o do pacto? A razão do pacto se encontra nas palavras: (V 74a) redenção, salvação ou libertação. E o propósito é servir ao Senhor, no contexto das três virtudes: sem medo (afóbos 870); em santidade (osiótes 3742) e justiça (dikaiosune 1343).
Além disso, Zacarias explica que o serviço está sendo feito, todos os dias (1: 74b, 75). Aparentemente relembra seus muitos anos à espera de "a" oportunidade de uma vida toda para servir no templo. Agora, ele pode perceber que todos podem servir a DEUS de forma permanente (não ocasional). A promessa da aliança com Abraão tinha a intenção de criar uma nova identidade e propósito no povo de Israel que foi redimido pelo poder de DEUS, para servir ao Senhor.
(C) Louve a DEUS pela salvação oferecida, 1: 76-79. Nesta parte da música, Zacarias centra-se no presente e aponta para a missão tanto de João como JESUS. O v. 76 e 77 definem a identidade e do ministério do precursor. Ele será o profeta do Altíssimo (1:76), que vai se destacar no palco da história, com dois objetivos específicos:
1) Para preparar os seus caminhos (1: 76b). Para gerar um novo êxodo para o povo de Israel (cf. Is 40, 3; Luc 3: 4 ss). João aparece, nesse sentido, como uma espécie de novo Moisés. A este respeito, deve-se notar que todas as festas judaicas apontam para o Messias. Prevendo que o refrigério chegara.
2) Para instruir as pessoas que a salvação consiste no perdão dos seus pecados (1:77) e, portanto, requer arrependimento pessoal e não se gabar ou confiar a sua identidade nacional e religiosa (comp. 3 : 8, 05:32, 13: 3, com Marcos 1: 4, 14, 15, Atos 2:38, 03:19, 26, 05:31).
Tesouro Bíblico
Bendito seja o Senhor, DEUS de Israel, porque visitou e redimiu o seu povo (1:68). O vv. 78, 79, se referem a JESUS, o Messias. A causa ou razão essencial, ele deixa para o final de sua canção. A salvação é o resultado da misericórdia do nosso DEUS (v. 78). E será concretizado na história (porque a salvação é intrahistorical), por meio da luz da aurora ; outras maneiras de dizer o que pode ser "a aurora do alto"; "Rising Sun" ou "Sol da justiça" (cf. Ml. 4 :. 2, Sl 84:11.). É uma forma poética e profética para descrever JESUS, o Messias, o Filho de DEUS, que "nasceu" " visitados", um aoristo para fazer este paralelo, mais. tarde, com v. 68). Parece ser um jogo muito inteligente de palavras em grego que procura descrever o Messias como "reparação" ou "estrela" do Antigo Testamento (cf. Is 4: 2; 53: 2; Jeremias 23: 5; 33:15, Zacarias.3: 8; 6:12). O Senhor JESUS foi glorificado e fechou o cânon bíblico, assumiu o cumprimento dessa profecia em si mesmo: "Eu sou a raiz e a geração de Davi, a estrela brilhante da manhã" (Ap 22:16b). Zacarias tem dois bebês em sua mente, um já nascido, João, e o outro JESUS que vai nascer. Finalmente (v. 79), Zacarias requer dois aspectos da missão do Messias. O contexto dessa passagem é completamente messiânico (cf. Is 9: 1, 2, 6, 7, Luc. 4: 14-21.). Assim: (1) esclarecer os que jazem nas trevas e na sombra da morte (cf. Is 9, 2; Salmo 23: .. 4 em João 10: 7-18, 1: 7-9, 8:12; 1 Jo 1. 5-7). Pecado distorce a vida humana e social, e cria injustiça e conseqüente morte. CRISTO vai iluminar a situação em que as pessoas vivem; condições de pobreza, marginalização e alienação. (2) dirigir os nossos pés no caminho da paz (Eirene 1515). Paz na Bíblia significa reconciliação, harmonia, integridade e vida plena em todos os sentidos possíveis. Esta parte etá prevista por Isaías 9: 6, o Messias será chamado de Príncipe da Paz.
Daniel Carro; José Tomás Poe; Ruben O. Zorzoli. Comentário bíblico mundo hispano. Editora Mundo Hispanico. Casa Batista de Pulblicaiones.
 
 
2. A RESTAURAÇÃO DO ESPÍRITO PROFÉTICO.
O contexto profético
Já foi dito neste livro que Lucas demonstra um interesse ímpar na pessoa do ESPÍRITO SANTO e como Ele se relaciona com o ministério de JESUS. Lucas faz um desenho detalhado do contexto profético a fim de mostrar que o Espírito profético havia sido revivificado.
Os expositores bíblicos David W. Pao e Echard J. Schnabel denominam esse aspecto da teologia carismática de Lucas de “o alvorecer da era escatológica”, e escrevem:
“O surgimento de João Batista significa o retorno da profecia e dos atos salvíficos de DEUS na história, essa sessão destaca o despertar da era escatológica. A intensidade da presença do ESPÍRITO SANTO enfatiza essa afirmação: Isabel “ficou cheia do ESPÍRITO SANTO” (1.41), e assim também Zacarias (1.67). O ministério de João Batista é caracterizado como um ministério do ESPÍRITO (1.15). Simeão, que aguarda com expectativa a consolação de Israel (cf. Is 40.1), recebe o ESPÍRITO (2.25) e a revelação do ESPÍRITO SANTO de que “ele não morreria antes de ver o CRISTO da parte do Senhor” (2.26). Embora a presença do ESPÍRITO possa ser encontrada nos relatos de personagens do AT (e.g., Josué [Nm 27.18], Sansão [Jz 13.25], Davi (1 Sm 16.13], essa intensidade só encontra correspondência no acontecimento do Pentecostes, relatado no segundo volume de Lucas (At 2), no qual as promessas proferidas por João (Lc 3.16) e por JESUS (Lc 11.13; 12.12; At 1.8) são cumpridas. Esses acontecimentos apontam para o cumprimento de antigas promessas que falam do papel do ESPÍRITO no tempo do fim (v. esp. Is 32.14-17 [cf. Lc 24.49; At 1.8]; J1 2.28-32 [cf. At 2.17-21]), quando DEUS restaurará seu povo para sua glória (At 3.19-20)”.
A teologia de Lucas, portanto, tanto no terceiro evangelho como nos Atos dos Apóstolos é uma teologia da Salvação de DEUS. Durante seu ministério terreno, capacitado pelo ESPÍRITO SANTO, conforme o testemunho do terceiro evangelho, JESUS a proclamou (Lc 4.18; At 10.38). Glorificado à direita do Pai nos céus, e através do mesmo ESPÍRITO que outorgou aos que lhe obedecem, conforme o testemunho de Atos dos Apóstolos (At 2.33; 5.32), o Senhor está dando-lhes continuidade.
O ESPÍRITO SANTO sempre esteve presente na história do povo de DEUS. Ele esteve presente na história do antigo Israel, esteve presente no ministério de JESUS e dos apóstolos e agora está presente na igreja hodierna!
José Gonçalves. Lucas, O Evangelho de JESUS, o Homem Perfeito. Editora CPAD. pag. 32-33.
 
O Caráter de Simeão (Lc 2.25-27)
1. Justo. “Homem justo e piedoso”. Simeão era “justo” com respeito aos mandamentos de DEUS - vivia corretamente - e “piedoso” em seu relacionamento com seus semelhantes - amava ao Senhor e era espiritual. Chamariam-no os vizinhos “homem bom”, “generoso”, “misericordioso” e “benevolente”.
2. Esperançoso. “Esperava a consolação de Israel”, ou seja, a vinda do Messias. Havia entre os judeus piedosos da época a convicção de que a vinda do Messias não seria adiada por muito tempo (cf. Mc 15.43). Era comum a oração: “DEUS conceda que eu possa ver a consolação de Israel!”
3. Ungido pelo ESPÍRITO. “E o ESPÍRITO SANTO estava sobre ele”. Havia muito tempo, o ESPÍRITO SANTO deixara os líderes de Israel, e eles jaziam em meio à palha seca da formalidade. DEUS estava procurando almas humildes e consagradas, sedentas de retidão. Por vezes a morte de igrejas estabelecidas leva-o a despertar novos movimentos espirituais entre as pessoas humildes e simples. O reavivamento wesleyano é um exemplo.
4. Ensinado pelo ESPÍRITO. “Revelara-lhe o ESPÍRITO SANTO que não passaria pela morte antes de ver o CRISTO do Senhor”. Pessoas virtuosas e sinceras têm confundido o intenso anseio pela volta do Senhor como sinal de que o verão acontecer. No caso de Simeão, porém, houve genuína revelação de que o desejo do seu coração seria satisfeito.
5. Orientado pelo ESPÍRITO. “Movido pelo ESPÍRITO foi ao templo”. Um impulso secreto o fez dirigir-se ao santuário. Era um momento crítico, quando tudo dependia da sua obediência à voz de DEUS.
Myer Pearlman. Lucas, ó Evangelho do Homem Perfeito. Editora CPAD. pag. 51-52.
 
O testemunho que Simeão lhe dá é muito honorável, e este testemunho foi tanto uma reputação para o menino quanto um incentivo para os seus pais, e poderia ter sido uma feliz iniciação dos sacerdotes para uma intimidade com o Salvador, se estes sentinelas não estivessem cegos para as coisas de DEUS. Observe aqui:
1. A informação que nos é fornecida a respeito deste Simeão: Ele vivia em Jerusalém, e era conhecido por ser “justo e temente a DEUS” . Alguns homens instruídos, que têm profundo conhecimento dos autores judeus, dizem que houve, nesta época, um Simeão, um homem muito conhecido em Jerusalém, o filho de Hillel, e o primeiro a quem foi dado o título de Rabban, o maior título que era dado aos seus doutores, e que foi dado somente a sete deles. Ele sucedeu ao seu pai Hillel, como presidente do conselho que o seu pai tinha fundado, e do grande Sinédrio. Os judeus dizem que ele era dotado de um espírito profético, e que tinha sido expulso do Sinédrio por ter testemunhado contra a opinião corrente dos judeus a respeito de reino temporal do Messias; e, da mesma maneira, observam que não há menção dele na sua Mishna, ou livro de tradições, o que dá a entender que ele não foi adepto daquelas tolices. Uma objeção contrária a esta conjetura é o fato de que, nesta época, o seu pai, Hilel, ainda estava vivo, e ele mesmo viveu por muitos anos depois disto, como fica evidente pelas histórias dos judeus; mas, quanto a isto, aqui não está dito que ele fosse velho; e as suas palavras: “Agora, Senhor, podes despedir em paz o teu servo”, indicam que ele estava preparado para morrer agora, mas não se pode concluir que, por isto, ele realmente morreu dentro de pouco tempo. O apóstolo Paulo viveu muitos anos depois de ter dito que a sua morte estava próxima, Atos 20.25. Outra objeção se refere ao fato de que o filho de Simeão era Gamaliel, um fariseu e inimigo do cristianismo; mas, quanto a isto, não é novidade que um amigo fiel de CRISTO tivesse como filho um fariseu fanático.
As informações que temos aqui sobre Simeão dizem que:
1) Ele era justo e devoto, “justo” com relação aos homens, e “temente a DEUS” ; estas duas qualidades sempre devem andar juntas, e cada uma delas deve auxiliar a outra, mas nenhuma poderá compensar a deficiência da outra.
2) Ele esperava “a consolação de Israel”, isto é, a vinda do Messias, pois somente nele a nação de Israel, que agora estava miseravelmente subjugada e oprimida, encontraria consolação. CRISTO não somente é o autor do consolo do seu povo, mas também a essência e a base dele, o consolo de Israel. Ele era esperado há muito tempo, e aqueles que acreditavam que Ele viria, continuavam aguardando-o, desejando a sua vinda, e esperando com paciência; e eu quase disse, com algum grau de impaciência, que estavam esperando que Ele viesse logo. Simeão sabia, pelos livros, como Daniel, que era chegado o tempo, e, portanto, agora havia uma expectativa maior do que nunca. Os judeus incrédulos, que ainda estão esperando aquele que já veio, usam como um juramento, ou uma declaração solene, as palavras: Isto e aquilo acontecerão, assim como eu espero ver a consolação de Israel. Observe que “a consolação de Israel” deve ser esperada, e vale a pena esperar por ela, e será muito bem-vinda àqueles que esperaram por ela, e continuam esperando.
3) “O ESPÍRITO SANTO estava sobre ele”, não somente como um ESPÍRITO de santidade, mas como um ESPÍRITO de profecia; ele estava cheio do ESPÍRITO SANTO, e por isto tinha a capacidade de falar das coisas que estavam acima de si mesmo.
4) Uma graciosa promessa tinha sido feita a ele, de que “não morreria antes de ter visto o CRISTO do Senhor”, o Messias, v. 26. Ele se perguntava a que tipo de tempo o ESPÍRITO de CRISTO, os profetas do Antigo Testamento se referiam, e se ele seria chegado agora; e ele recebeu este oráculo (pois é isto o que a palavra quer dizer) que “não morreria antes de ter visto” o Messias, “o Ungido do Senhor”. Observe que aqueles que tiveram, por fé, uma visão de CRISTO, e somente aqueles, podem encarar a morte com coragem, e olhá-la nos olhos, sem terror.
2. A oportuna vinda de Simeão ao templo, na ocasião em que CRISTO foi apresentado ali, v. 27. Justamente nesta ocasião, quando José e Maria trouxeram a criança, para registrá-la, como se fosse, no livro da igreja, entre os recém-nascidos, Simeão entrou no templo, por orientação do ESPÍRITO. O mesmo ESPÍRITO que tinha lhe possibilitado esta esperança, agora possibilitava o êxtase desta alegria. Ele ouviu um sussurro junto ao seu ouvido “Vá agora ao templo, e verá o que tanto deseja ver” . Observe que aqueles que desejam ver a CRISTO devem ir ao seu templo; pois “de repente, virá ao seu templo o Senhor, a quem vós buscais”, Ele virá nos encontrar, e ali devemos estar preparados para encontrá-lo.
HENRY. Matthew. Comentário Matthew Henry Novo Testamento MATEUS A JOÃO Edição completa.Editora CPAD. pag. 532.
 
Simeão é descrito como justo. Também o era José, o esposo de Maria (Mt 1.29); e o era a própria Maria, bem como Zacarias e Isabel (Lc 1.6). E não nos esqueçamos de José de Arimatéia (23.50).
Simeão “era justo e devoto”. Veja outros exemplos de pessoas devotas em Atos 2.5; 8.2; 22.12. Com a máxima prudência, essas pessoas se encarregaram dos deveres que DEUS lhes designara. São conscientes em seus planos, tendo sempre como objetivo melhorar o bem-estar delas mesmas e de seu próximo, para a glória de DEUS. A combinação “justo e devoto” bem que poderia indicar que Simeão se conduzia de tal modo que sua conduta com respeito aos homens (era justo) e para com DEUS (era piedoso) era alvo da aprovação divina.
Este homem “estava esperando a consolação de Israel”. Realmente, as condições em Israel eram bem precárias, precaríssimas no tempo em que JESUS nasceu em Belém. Pense na perda da independência política, no cruel rei Herodes, na degeneração da religião que passara a ser algo completamente externo, no legalismo de escribas e fariseus e de seus muitos seguidores, no mundanismo dos saduceus, no silêncio da voz profética etc. Mas em meio a toda essa obscuridade, degradação e desespero havia homens que olhavam com esperança, com sinceridade, “para a consolação de Israel”. Havia homens ... e também mulheres! Já foram mencionadas Maria e Isabel. Um pouco mais adiante Lucas porá Ana na lista. A frase “todos os que estavam esperando a redenção de Jerusalém” (2.38) indica que esse grupo de homens e mulheres piedosos era considerável.
Que esses homens e mulheres eram deveras justificados nessa esperança é evidente à luz da profecia. Por exemplo, estude as muitas profecias de Isaías nas quais se prometem bênçãos tais como consolo, paz e alegria, associando-as com a era messiânica (Is 7.14; 9.1-7; 11.1- 10; 40.1-11; 49.8-13; 51.1-6, 12-16; 52.13-55.13; 60.1-3; cap. 61; 66.13).
Simeão fora dotado com uma bênção muito rara e especial. De alguma forma, mesmo antes do Pentecostes, o ESPÍRITO SANTO já estava habitando nele. Ele estava constantemente sob a influência do ESPÍRITO.
Esse mesmo Consolador lhe revelara que não morreria sem antes ver o CRISTO de DEUS. Para ter mais luz sobre a expressão, o CRISTO de DEUS, ou do Senhor, veja Salmo 2.2; 45.7; 110.1; Isaías 61.1; Lucas 4.18.
HENDRIKSENWilliam. Comentário do Novo Testamento. Lucas I. Editora Cultura Cristã. pag. 230-231.
 
 
II - O ANÚNCIO DO NASCIMENTO DE JESUS
1. ZACARIAS E IZABEL.
Exercendo ele o sacerdócio diante de DEUS (8) indica que se tratava de um sacerdote - em uma época em que o sacerdócio era freqüentemente corrupto e secularizado - que percebia o caráter sagrado do seu trabalho e o relacionamento, tanto do seu trabalho quanto da sua pessoa, com DEUS. DEUS não somente escolhe grandes homens para executarem grandes tarefas, mas Ele também destina grandes pais para esses homens - grandes, de acordo com o padrão de DEUS.
Na ordem da sua turma significa a ordem de Abias. Na Páscoa, no Pentecostes, e na Festa dos Tabernáculos todos os sacerdotes serviam simultaneamente, mas durante o resto do ano cada uma das 24 ordens servia durante uma semana a cada seis meses. Zacarias estava servindo durante uma dessas semanas no Templo. Depois de terminar o seu período de serviço, ele retornaria à sua casa.
Os deveres do sacerdote eram atribuídos por meio da sorte sagrada (9). Era uma das maiores honras que um sacerdote poderia ter era a de oferecer incenso, e um sacerdote não poderia tirar outra sorte melhor durante aquela semana de serviço. O incenso era oferecido antes do sacrifício matinal, e depois do sacrifício vespertino, no altar do incenso. Este altar se localizava no Templo, imediatamente antes do véu que separava o Lugar SANTO do Lugar Santíssimo.
Toda a multidão... estava fora, orando, à hora do incenso (10). Esta era uma ocasião altamente sagrada. O incenso oferecido simbolizava as orações do povo, que eram ofertadas ao mesmo tempo, pelas mulheres no pátio das mulheres, pelos homens no pátio dos homens e pelos demais sacerdotes no pátio dos sacerdotes.
Então, um anjo do Senhor lhe apareceu [a Zacarias] (11). A voz divina da revelação não havia se pronunciado durante quatro séculos. Então, de repente, apareceu o anjo do Senhor. Observamos que o anjo não “se aproximou”, ele apareceu - de repente, sem aviso. O fato de ele ter aparecido a um sacerdote no Templo ressalta as características de Antigo Testamento desse início da revelação do Novo Testamento. João seria um precursor do CRISTO que viria e do seu Reino. Ele também seria um elo com a revelação do Antigo Testamento, que agora estava chegando ao seu final. A direita do altar do incenso é o lado norte, entre o altar do incenso e a mesa dos pães da proposição. Observamos como Lucas é específico com os mínimos detalhes. Esta é uma característica que podemos observar em todo o seu Evangelho, e é mais uma prova da sua autenticidade.
Zacarias... turbou-se... e caiu temor sobre ele (12). Esta era uma reação natural sob estas circunstâncias incomuns.
O anjo lhe disse... não temas (13). Embora o medo fosse a reação humana natural, a missão do anjo proporcionava motivo para alegria. A sua presença não era uma indicação do desagrado de DEUS, mas da Sua aprovação, e da adequação de Zacarias para uma tarefa divina muito significativa.
... a tua oração foi ouvida, e Isabel, tua mulher, dará à luz um filho. A oração à qual o anjo se refere deve ter sido feita em um período anterior da vida de Zacarias; a sua dificuldade em acreditar na promessa do anjo evidencia que há muito tempo ele já tinha deixado de orar por um filho, ou até mesmo de esperar por ele. Mas DEUS não se esquece das orações passadas. O que parece ser uma demora ou uma recusa da parte de DEUS, é somente a Sua perfeita sabedoria e o Seu perfeito planejamento. Sem dúvida, Zacarias orava freqüentemente pedindo também pela vinda do Messias, mas a oração mencionada era aquela em que ele pedia um filho.
E lhe porás o nome de João. DEUS não apenas convocava e enviava os seus profetas, mas também freqüentemente lhes dava o nome. “João” significa “Jeová mostra graça” ou “a misericórdia” ou “a graça de Jeová”.2 Este era um nome apropriado para alguém cujo ministério demonstra tão claramente a lembrança e a misericórdia de DEUS para com o seu povo.
Charles L. Childers. Comentário Bíblico Beacon. Lucas. Editora CPAD. Vol. 6. pag. 358-359.
 
A FELICIDADE DE UM LAR PIEDOSO: “Ambos eram justos...” 1) Este casal judaico reconhecia a mão de DEUS em todos os acontecimentos da vida, v.8. 2) Naturalmente isto foi porque oravam por tudo, v. 13. 3) Era um lar livre da miséria produzida por bebida forte e que assola tantos lares atualmente, v. 15. 4) Suas vidas eram irrepreensíveis. Eram alçados a observar os preceitos das Escrituras, v.6. Deve distinguir-se entre ser irrepreensível e ser perfeito. O aluno que se aplica sinceramente para recitar corretamente as lições, não é repreendido pelo professor, apesar das imperfeições. 5) Como suportavam com paciência em oração o desapontamento, assim transbordavam com hinos de louvor, quando DEUS por fim deu o filho. O louvor de Zacarias mostra que a mente do velho era embebida da palavra de DEUS. 6) A influência do lar piedoso. Quantas pessoas foram grandemente abençoadas pelo contato com o lar de Zacarias e Isabel? 7) DEUS tem planejado a vida inteira de todas as pessoas, v. 17. Todos temos carreira marcada, At 20.24. 8) O filhinho neste lar era cheio do ESPÍRITO SANTO, desde o começo, v.15.
E aconteceu que, exercendo ele o sacerdócio... (v.8): Podem-se receber visões, quando se trabalha fielmente, apesar de o serviço ser humilde: Moisés apascentava o rebanho de Jetro, quando recebeu a chamada de DEUS na sarça ardente, Ex 3.1. Gideão malhava trigo, quando o anjo lhe apareceu e o enviou a libertar Israel, Jz 6.11. Eliseu arava com doze juntas de bois, quando a capa profética caiu sobre ele, 1 Rs 19.19. Davi estava no aprisco cuidando das ovelhas, SI 78.70.
Coube-lhe em sorte... oferecer o incenso (v.9): Duas vezes por ano Zacarias subia a Jerusalém para executar o seu termo de funções sacerdotais. (Compare 2 Cr 8.14).
Nesta ocasião, tinha chegado para ele o privilégio de que o sacerdote podia gozar só uma vez na vida: “Coube-lhe em sorte” entrar no SANTO lugar, no Templo, na hora de oração e oferecer incenso sobre o altar de ouro perante o véu. Foi um grande dia da vida do sacerdote, e especialmente para Zacarias porque recebeu a bênção desejada, ardentemente, por tantos anos, um filho para profetizar e apresentar o libertador do povo de DEUS.
Orando... à hora do incenso (v.10): O incenso que Zacarias queimava no altar de ouro, era símbolo de oração, louvor e adoração dos crentes, SI 141.2; Ap 5.8. Quando o sacerdote o oferecia, tocava-se uma campainha, como sinal para o povo no átrio, fora, e todos permaneciam orando. O incenso subindo do altar servia como símbolo das orações subindo do coração para o trono de DEUS. Ao mesmo tempo indicava que era necessário algo além das orações, que eram em si mesmas, incompletas. Nossas orações, muitas vezes, têm tanto da natureza humana, que é necessário algo para aperfeiçoá-las.
E um anjo do Senhor lhe apareceu (v. 11): Zacarias, o profeta, era o último citado no Velho Testamento a quem apareceram anjos; Zacarias, o sacerdote, é o primeiro mencionado no Novo Testamento que tinha experiência com um anjo. Os olhos de Zacarias foram abertos para perceber o anjo, “posto em pé, à direita do altar.” A presença de anjos é coisa extraordinária e o que é mais fora do comum é ter os olhos abertos para ver os anjos sempre presentes. (Compare 2 Rs 6.17). E Zacarias, vendo-o, turbou-se (v. 12): As Escrituras mostram que os homens sempre temem quando têm comunicações com o mundo invisível. (Vede Jz 13.20-22; Dn 10.7-9; Ez 1.28; M c 16.8; Ap 1.17.) Quando esse é o efeito nos homens irrepreensíveis, que se dará com os descrentes, quando DEUS mandar Seus anjos ajuntá-los para o juízo?
Zacarias... a tua oração foi ouvida (v. 13): Entre os judeus o ritualismo e o formalismo tomaram o lugar da verdadeira comunhão com o Criador. A glória de DEUS tinha-se afastado do Templo e os sacerdotes cumpriam maquinalmente seus exercícios diante de DEUS. Os cultos nas sinagogas eram secos e monótonos. Mas, como nos dias de Elias, apesar da grande apostasia, havia sete mil homens que não dobraram joelhos diante de Baal (Rm 11.4), assim havia no tempo do nascimento de João Batista, os fiéis que conheciam intimamente a DEUS. Zacarias acompanhava seu ato de oferecer o incenso no Templo, com intercessão tão fervorosa que lhe foi enviado o anjo Gabriel para assegurar-lhe que sua oração por um filho, foi ouvida e esse filho seria profeta de DEUS. Quando os céus nos parecem fechado, é quando devemos clamar com fé mais viva. Ele é galardoador dos que O buscam, Hb 11.6.
E lhe porás o nome de João (v. 13): O nome ‘João” é o mesmo de ‘Joanã” que se encontra freqüentemente no Velho Testamento e quer dizer, “a graça, a dádiva, ou a misericórdia de Jeová.” O próprio nome da criança foi escolhido entre os mais significativos do povo de DEUS.
Quais eram os filhos de promessa? Isaque, Sansão, Samuel, o filho da Sunamita, João e JESUS.
Orlando S. Boyer. Espada Cortante 2. Editora CPAD. pag. 23-24.
 
A aparição de um anjo ao seu pai,
1. Zacarias trabalhava a serviço de DEUS (v. 8). Ele “exercia o sacerdócio, diante de DEUS. Embora a sua família não estivesse formada, nem crescendo, ainda assim ele tinha a consciência de realizar o trabalho no seu próprio lugar e dia. Os trabalhos eram distribuídos por sorte, para que alguns não pudessem recusá-los e outros absorvê-los, e para que, tendo vindo do Senhor a distribuição, eles pudessem ter a satisfação de um chamado divino ao trabalho. Os judeus dizem que o mesmo sacerdote não queimava o incenso duas vezes todos os dias que lhe cabiam (havia muitos deles), pelo menos, nunca dentro da mesma semana. E muito provável que este fosse um sábado, porque havia uma “multidão” presente (v. 10), o que normalmente não acontecia em um dia de semana, e assim DEUS honra o seu próprio dia. Enquanto Zacarias estava oferecendo incenso dentro do templo, “toda a multidão do povo estava fora, orando”, v. 10.  Os levitas que serviam sob a coordenação dos sacerdotes, e os homens do posto, como eram chamados pelos rabinos, que eram os representantes do povo,  impunham as suas mãos sobre os sacrifícios, e muitos, além disto, movidos pela devoção, deixavam os seus trabalhos seculares, naquela ocasião, para estar presentes ao serviço a DEUS. Todos eles formavam uma grande multidão, especialmente aos sábados e nos dias festivos. Todos eles oravam pelos seus sacrifícios (uma oração mental, pois a sua voz não era ouvida), quando, pelo soar de um sino, eles tomavam conhecimento de que o sacerdote tinha entrado para oferecer incenso. Todas as orações que oferecemos a DEUS, na sua casa, são aceitáveis e bem sucedidas, somente em virtude do incenso da intercessão de CRISTO no templo de DEUS, no alto.
2. Quando estava trabalhando, Zacarias foi honrado com a presença de um mensageiro, um mensageiro especial, enviado a ele, vindo do céu (v. 11): “Um anjo do Senhor lhe apareceu”. Alguns observam que nós nunca lemos sobre um anjo aparecendo no templo, com uma mensagem de DEUS, exceto este único, para Zacarias, porque DEUS tinha outras maneiras de dar a conhecer a sua vontade, como Urim e Tumim, e por uma voz suave que saía entre os querubins; mas a arca e o oráculo não estavam no segundo templo, e, por isto, quando uma mensagem precisou ser enviada a um sacerdote do Templo, um anjo foi empregado para fazê-lo, e deste modo o Evangelho devia ser apresentado, pois ele, como a lei, foi entregue, a princípio, pelo ministério dos anjos, sobre cuja aparição nós lemos nos Evangelhos e no Livro de Atos. Mas o desígnio, tanto da lei quanto do Evangelho, trazido à perfeição, era estabelecer outro meio de correspondência, mais espiritual, entre DEUS e o homem. Este anjo ficou “em pé, à direita do altar do incenso”, no seu lado norte. Alguns pensam que este anjo apareceu, vindo do lugar santíssimo, o que o levou a estar em pé à direita do altar.
3. A impressão que a visita do anjo causou em Zacarias (v. 12): Quando Zacarias o viu, ficou muito surpreso, até chegou a sentir terror, pois “turbou-se, e caiu temor sobre ele”, v. 12. Embora ele fosse “justo perante DEUS”, e irrepreensível na sua conduta, ainda assim ele não pôde deixar de sentir apreensão ao ver alguém cuja aparência e brilho adjacente evidenciava ser mais do que humano. Desde que o homem pecou, a sua mente é incapaz de suportar a glória de tais revelações e a sua consciência tem medo das más notícias que tais revelações lhe trazem; nem mesmo o próprio Daniel pôde suportá-la, Daniel 10.8.
A mensagem que o anjo tinha para lhe transmitir, v. 13. Ele começou a sua mensagem, de uma maneira como os anjos normalmente o faziam, utilizando a expressão “Não temas”. Talvez Zacarias nunca tivesse tirado a sorte de queimar incenso antes; e, sendo um homem muito sério e consciencioso, podemos imaginá-lo cheio de atenção para fazê-lo bem, e talvez, quando viu o anjo, ele tivesse sentido medo de que o anjo tivesse vindo para censurá-lo por algum engano ou falha; “Não”, diz o anjo, “não tenha medo, eu não lhe trago más notícias do céu”. Não tenha medo, mas acalme-se, mantenha um espírito equilibrado e sereno para receber a mensagem que eu tenho para lhe transmitir. Vejamos de que se trata.
1. As orações que ele sempre fazia, agora receberiam uma resposta de paz: “Zacarias, não temas, porque a tua oração foi ouvida”. O anjo se refere particularmente à oração por um filho, para formar a sua família, devem ser as orações que Zacarias tinha feito anteriormente, pedindo esta bênção, na época em que ainda podia ter filhos. As orações feitas quando somos jovens e recém chegados ao mundo podem ser atendidas quando estivermos velhos, e prestes a deixar o mundo.
Atos 10.30,31); “e este é o sinal de que você é aceito por DEUS, Isabel dará à luz um filho”. Observe que é um grande consolo, para as pessoas que oram, saber que as suas orações são ouvidas; e são duplamente doces as bênçãos que são dadas em resposta a uma oração.
2. Ele terá um filho, na sua adiantada idade. Ele o terá com Isabel, sua esposa, que tinha sido estéril durante tanto tempo, para que por este nascimento que estava próximo de ser milagroso, as pessoas pudessem ser preparadas para receber e crer no nascimento de um bebê de uma virgem, que era algo completamente milagroso.
Ele recebe as instruções quanto ao nome que deve dar ao seu filho: “E lhe porás o nome de João”; em hebraico, Johanan, um nome que encontramos freqüentemente no Antigo Testamento: que quer dizer gracioso. Os sacerdotes devem suplicar ‘‘o favor de DEUS” (Ml 1.9), e abençoar o povo, Números 6.25. Zacarias estava agora orando assim, e o anjo lhe diz que a sua oração foi ouvida, e ele terá um filho, que, como símbolo de que a sua oração foi ouvida, ele deverá chamar Gracioso, ou, o Senhor será gracioso, Isaías 30.18,19.
HENRY. Matthew. Comentário Matthew Henry Novo Testamento MATEUS A JOÃO Edição completa.Editora CPAD. pag. 510-512.
 
 
2. JOSÉ E MARIA.
A Mensagem do Anjo (1:26-33)
No sexto mês depois da concepção de Isabel, foi o anjo Gabriel enviado... a Nazaré (26). É óbvio que Lucas está escrevendo para gentios, pois nenhum judeu precisa ser lembrado de que Nazaré era uma cidade da Galiléia. Embora, como descendentes de Davi, tanto José quanto Maria chamassem Belém de terra de seus antepassados, eles estavam naquela época vivendo em Nazaré, que se situava a cerca de 130 quilômetros a nordeste de Jerusalém, em um planalto no lado norte do Vale de Esdrelom.
A uma virgem desposada com... José (27). Maria ainda era uma virgem, e estava noiva de José. Os noivados ou contratos de casamento entre os israelitas nos tempos bíblicos eram mais significativos e representavam um laço mais forte do que na atualidade. A lei mosaica considerava a infidelidade sexual por parte de uma jovem que fosse noiva como adultério, e ela era punida por esta transgressão (Dt 22.23-24). Freqüentemente existia um intervalo de meses entre o noivado e o casamento, mas ainda assim o noivado já representava um compromisso que só poderia ser rompido através do divórcio. Este último fato é exemplificado pela decisão de José de divorciar-se de Maria, antes de saber da natureza da sua concepção (Mt 1.19), embora ele e Maria ainda não estivessem casados.
Neste ponto, é bom lembrar que a narrativa de Lucas da anunciação e do nascimento de JESUS são feitos a partir do ponto de vista de Maria. Neste aspecto, a história difere do relato de Mateus, que é feito a partir do ponto de vista de José. É provável que Lucas tenha obtido esta informação direta ou indiretamente de Maria, quando ele passou dois anos na Palestina. Lucas também estava mais interessado em mostrar o relacionamento de JESUS com a humanidade através da Sua mãe, do que a Sua relação legal com o trono de Davi através de José, o seu pai oficial, embora não fosse o seu pai biológico.
Da casa de Davi se refere a José e não a Maria. A gramática do texto grego original e também a da versão em nosso idioma, exige esta interpretação. Mas isto não quer dizer que Maria não fosse descendente de Davi, pois os versículos 32 e 69 deste mesmo capítulo dão a entender fortemente que ela era da linhagem de Davi.
Entrando o anjo onde ela estava (28). Isto não foi um sonho nem uma visão, mas uma autêntica visita de um anjo.
Salve. Esta é uma saudação com alegria. A palavra no original é o imperativo de um verbo que significa “alegrar-se” ou “ficar feliz”. A forma usada aqui é uma saudação normal. Seria o equivalente a: “Que a alegria esteja com você”.
Agraciada (literalmente, “com a graça”); bendita és tu entre as mulheres. O anjo a honrou pelo que ela iria se tornar, antes mesmo que ela soubesse o assunto das boas-novas. É certo que Maria deveria receber honra, e o anjo nos deu o exemplo. Mas a adoração a Maria é completamente injustificada.
Ela turbou-se muito com aquelas palavras (29) significa, literalmente, “ela ficou grandemente agitada”. A saudação e a presença do anjo a perturbaram (acréscimo de Ev. Luiz Henrique). O que ele lhe disse era mais difícil de entender do que a sua aparição e, aparentemente, mais inesperado.
Ela considerava: significa, literalmente, “ela estava pensando”. Isto representa uma prova de sua presença de espírito neste momento crítico da sua vida.
Em teu ventre conceberás, e darás à luz um filho... JESUS (31). Aqui temos o anúncio da Encarnação. O Filho de DEUS realmente se tornaria carne, seria concebido e nasceria de uma virgem. Neste Filho a divindade e a humanidade estariam unidas de maneira inseparável. O seu nome, JESUS, significa “Salvador” ou, mais literalmente, “DEUS salva”. É o equivalente grego do hebraico “Josué”. Lucas não joga com as palavras na etimologia do nome “JESUS”, como faz Mateus. Os seus leitores, sendo gentios, não teriam entendido o objetivo das palavras “porque ele salvará o seu povo dos seus pecados” de Mateus 1.21, por não conhecerem a relação etimológica entre as palavras “JESUS” e “salvar”.
Este será grande (32), no seu sentido mais elevado e verdadeiro. DEUS é grande, e toda a grandeza verdadeira vem dele e é reconhecida por Ele. (Isaías 9.6).
Será chamado Filho do Altíssimo não quer dizer que Ele simplesmente “seria chamado” de Filho de DEUS, mas é equivalente a “Ele não apenas será o filho de DEUS, como também será reconhecido como tal”. Ele terá as marcas da divindade. Esta palavra hebraica era de uso comum, e literalmente equivalente a “Ele será o Filho do Altíssimo”.
O trono de Davi, seu pai. Evidentemente, isto deixa claro que Maria era descendente de Davi. Como muitos poderão argumentar, é verdade que o direito de JESUS ao trono viria através de José, apesar de não ser o seu verdadeiro pai. Mas aqui se menciona a filiação, e não se menciona José. Além disso, deve-se observar que Lucas está escrevendo a partir do ponto de vista de Maria; e também que o seu interesse pelas relações humanas de JESUS está ligado à relação verdadeira, e não àquela que era considerada legal entre os judeus.
Reinará eternamente na casa de Jacó (33). Isto é praticamente equivalente ao que está escrito na frase seguinte: O seu Reino não terá fim, exceto que a primeira enfatiza o aspecto judaico do reino. Lucas enfatiza muito claramente, em seu Evangelho, a universalidade do reino de CRISTO; mas Paulo, que foi professor de Lucas, enfatizava a continuidade do reino de Israel - e da semente de Abraão - no reino de CRISTO. A última é a flor e o fruto; a primeira é a videira.
A Pergunta de Maria (1.34)
Como se fará isso? (34) Não se trata de uma pergunta como produto da dúvida, mas da perplexidade e da inocência. Ela não está dizendo “Não pode ser”, mas pedindo uma explicação sobre como isso pode ser, e como será feito. Uma comparação superficial da pergunta de Maria com a expressão de dúvida de Zacarias (1.18) faria com que ambas parecessem muito similares. Um olhar mais detalhado sobre as duas perguntas irá provar conclusivamente que elas não se assemelham nem em significado, nem em espírito.
Zacarias perguntou: “Como saberei isso?”, querendo dizer, “Que sinal você vai me dar como prova de que isto irá acontecer?” Mas Maria perguntou “Como se fará isso?”, ou seja, que meios farão isso acontecer?
Existe ainda outra diferença que deve ser observada. O milagre que foi prometido a Zacarias era um caso normal de cura divina, aliado a uma capacitação divina de uma mulher para dar à luz em idade avançada. Isto realmente era um milagre. Mas a maravilha que foi prometida a Maria continua confundindo a imaginação dos maiores pensadores da igreja e do mundo em todas as gerações. E nada menos do que o mistério da Encarnação divina - DEUS se tornou carne.
3. A Resposta do Anjo (1.35-38)
Descerá sobre ti o ESPÍRITO SANTO (35). O anjo respondeu amavelmente a pergunta que tinha sido feita de forma tão inocente. A resposta não esclarece o mistério: somente indica o agente. O ESPÍRITO SANTO, como agente de DEUS Pai, toma o lugar de um marido de alguma maneira não explicada - e talvez inexplicável. Aqui, na resposta do anjo, podemos ver o poder procriativo da mulher na sua mais completa pureza, unido à onipotência de um DEUS amoroso e santo. Vemos delicadeza, significado e mistério unidos nas palavras a virtude do Altíssimo te cobrirá com a sua sombra. Esta “cobertura com a sombra do Altíssimo” possivelmente inclui tanto o milagre da concepção quanto a supervisão, o cuidado e a proteção contínuos de Maria pelo ESPÍRITO SANTO. Será chamado Filho de DEUS não se refere à eterna filiação do CRISTO pré-encarnado, mas sim ao milagre da Encarnação. Como DEUS tomou o lugar de um pai terreno, JESUS pode ser chamado Filho de DEUS da mesma forma que um menino é chamado de filho de seu pai.
Charles L. Childers. Comentário Bíblico Beacon. Lucas. Editora CPAD. Vol. 6. pag. 362-364.
 
Observação de Ev. Luiz Henrique - A palavra de DEUS é a semente de DEUS, quando o anjo Gabriel comunica a Maria que ela vai conceber, isso é a Palavra de DEUS entrando no útero virgem de Maria, e assim ela concebe a vida de JESUS em seu ventre.
O pastor das ovelhas, aquele que dá a vida pelas suas ovelhas, entrou na terra (curral ou aprisco das ovelhas) pela porta como todos nós - a porta do nascimento físico através de uma mulher.  Aquele que entra por outra porta (não nasceu de uma mulher) é ladrão e salteador - Satanás. (Jo 10).
 
Maria ficara perplexa ante o fato de que ela haveria de ser a progenitora do Messias davídico, e também porque isso era um anúncio virtual de que teria um filho antes da consumação de seu matrimônio, como ocorrência inteiramente desvinculada desse casamento.
Maria, mostrando-se digna representante das mulheres da mais profunda confiança no Senhor,—não requereu um sinal—ou qualquer espécie de confirmação, mas aceitou a declaração por um notável ato de fé. O vs. 45 afirma a sua crença: «Bem-aventurada a que creu, porque serão cumpridas as palavras que lhe foram ditas da parte do Senhor».
CHAMPLIN, Russell Norman, O Novo Testamento Interpretado versículo por versículo. Editora Candeias. Vol. 2. pag. 16.
 
A informação adicional que o anjo transmite a Maria, respondendo à sua pergunta a respeito do nascimento deste príncipe.
1. A pergunta que ela faz é apropriada: “Como se fará isto?”, v. 34. Como eu posso conceber um filho na atualidade (pois foi isto o que o anjo quis dizer), se eu “não conheço varão”? Deverá ser de outra maneira, e não pelo modo normal de concepção? Se for assim, diga-me “como se fará isto?” Ela sabia que o Messias devia nascer de uma virgem; e, se ela devia ser a sua mãe, ela queria saber como isto aconteceria. Estas não eram palavras resultantes da sua falta de confiança, ou de qualquer dúvida sobre o que o anjo lhe havia dito, mas de um desejo de receber mais orientação.
2. A resposta que ela recebe é satisfatória, v. 35. (1) Ela irá conceber pelo poder do “ESPÍRITO SANTO”, cuja obra é santificar, e portanto, santificar a virgem, para este propósito. O ESPÍRITO SANTO é chamado de “virtude do Altíssimo”. Ela pergunta “como se fará isto? Isto é suficiente para ajudá-la a superar as dificuldades que parecem existir. Um poder divino o realizará, não o poder de um anjo empregado para isto, como em outros milagres. Mas, o poder do próprio “ESPÍRITO SANTO”. (2) Ela não deve fazer perguntas a respeito da maneira como isto se realizará, pois o ESPÍRITO SANTO, sendo “a virtude do Altíssimo”, irá cobri-la “com a sua sombra”, como a nuvem cobriu o tabernáculo quando a glória de DEUS tomou posse dele, para escondê-lo daqueles que poderiam - com excessiva curiosidade - observar o que acontecia, “bisbilhotando” os seus mistérios. A formação de cada bebê no útero, e a entrada do espírito da vida nele, são mistérios da natureza; ninguém conhece “o caminho do vento, nem como se formam os ossos no ventre da que está grávida”, Eclesiastes 11.5. Nós fomos formados no oculto, Salmos 139.15,16. A formação do menino JESUS é um mistério ainda maior, sem controvérsia, “grande é o mistério da piedade”, DEUS manifestado em carne, 1 Timóteo 3.16. E uma coisa nova criada na terra (Jr 31.22), a cujo respeito nós não devemos cobiçar conhecer além do que está escrito.
(3) A criança que ela irá conceber é santa, e portanto não deve ser concebida da maneira normal, porque ela não deverá compartilhar da corrupção e da contaminação comuns à natureza humana. O bebê é mencionado enfaticamente como “o SANTO”, como nunca houve; e Ele será chamado de “Filho de DEUS”, como o Filho de DEUS por geração eterna, o que indica como Ele será formado pelo ESPÍRITO SANTO, nesta concepção. A sua natureza humana deveria ser produzida desta maneira, como era adequado que fosse, pois se uniria à natureza divina.
HENRY. Matthew. Comentário Matthew Henry Novo Testamento MATEUS A JOÃO Edição completa.Editora CPAD. pag. 517.
 
 
III - O NASCIMENTO DE JESUS E OS CAMPONESES
1. A NOBREZA DOS POBRES.
No Novo Testamento encontramos uma espécie de modificação nas atitudes diante das questões econômicas em geral e da pobreza em particular. Ali o estado abençoado por DEUS parece envolver a adversidade, e não a abundância material, porquanto os primeiros discípulos de JESUS foram homens perseguidos, e, naturalmente, empobrecidos.
a. «Bem-aventurados vós os pobres...» é a declaração simples de Luc. 6:20. O evangelho é anunciado aos pobres (Luc. 4:18).
b. JESUS reconheceu o caráter permanente da pobreza entre os povos do mundo (ver Mat. 26:11; Mar. 14:7; comparar com Deut. 15:11), embora isso não signifique que ele fosse indiferente para com os sofrimentos causados pela pobreza material.
c. A vida espiritual é viável mesmo em meio à pobreza (Mar. 12:42 ss; Tia. 2:2-5); mas Paulo interessava-se em que os crentes trabalhassem e tivessem o suficiente, de modo a não encontrarem obstáculos em sua atuação cristã, o que ele exemplificou com os seus esforços pessoais (ver II Cor. 9:8). O próprio apóstolo dos gentios sabia o que era desfrutar de abundância e o que era sofrer privações, e continuava atuando no evangelho sob ambas essas condições (ver Fil. 4:12).
d. Os cristãos primitivos foram ensinados a não se sentirem imunes à pobreza (Rom. 15:26; Gál. 2:10).
e. Os crentes deveriam ajudar aos pobres (Mat. 19:21; II Cor. 8:2 ss; I João 3:17 ss).
f. Aqueles que ajudam meramente de palavra, mas não em ação, são hipócritas (Tia. 2:15 ss). Viver segundo a lei do amor é a grande prova da espiritualidade, e um aspecto disso é a ajuda prestada aos pobres. Ver I João 4:7,8; II Cor. 8:2 ss .
g. O favoritismo no seio da Igreja, com base na prosperidade econômica, é proibido aos crentes (Tia. 2:5-9).
h. O ofício eclesiástico dos diáconos veio à existência devido à pobreza entre a classe das viúvas de origem grega (Atos 6:1-7).
i. A Igreja primitiva, em Jerusalém, experimentou a partilha dos bens materiais em comum, embora sobre bases voluntárias. Aqueles que quisessem participar da experiência podiam fazê-lo, e aqueles que preferiam manter suas propriedades privadas, e não quisessem participar, não eram forçados a fazê-lo. Essa experiência foi ocasionada por uma extrema pobreza causada pela perseguição, que envolvia somente os crentes e não era nenhuma decisão nacional de estabelecer uma forma diferente de governo (Atos 4:34 ss). Essa experiência foi eficaz dentro das circunstâncias particulares do momento mas não se tornou um padrão a ser seguido pela Igreja em geral, como também a história deixa claro.
j. A abundância material pode ser prejudicial à fé religiosa e destrutiva da piedade, conforme afirmaram tanto JESUS (ver Mat. 19:24) como Tiago (Tia. 5:1 ss). O texto da epístola de Tiago deixa claro que os ricos, que assim sendo, têm poder, tornam-se abusivos, injustos, arrogantes, negligentes espiritualmente, participando de prazeres pecaminosos destrutivos.
1. A raiz de todas as formas de mal é o amor ao dinheiro (I Tim. 6:10).
CHAMPLIN, Russell Norman, O Novo Testamento Interpretado versículo por versículo. Editora Candeias. Vol. 2. pag. 307.
 
Evangelizar os pobres (18), ou “pregar o evangelho aos pobres”. O termo evangelho significa “boas-novas” ou “boas notícias”. Os pobres pareciam mais dispostos a ouvir JESUS. As suas necessidades faziam com que eles se voltassem para o Salvador. Ninguém, rico ou pobre, consegue encontrar JESUS até que perceba sua destituição espiritual, busque a CRISTO, e confesse a Ele as suas necessidades.
Charles L. Childers. Comentário Bíblico Beacon. Lucas. Editora CPAD. Vol. 6. pag. 387.
 
Por isso, a segunda coisa que JESUS diz para caracterizar a proclamação que lhe fora confiada é que ela precisa ser levada aos pobres, aos pedintes e mendicantes, i. é, aos que se encontram fracos e com o coração deprimido, prostrando-se por isso em súplica perante DEUS, uma boa mensagem que alegra justamente a estes. – Por isso, lemos no v. 18:
Ele me enviou para evangelizar aos indigentes.
Aqueles que têm consciência dessa sua miséria (cf. a primeira bem-aventurança do Sermão da Montanha) são receptivos para a boa nova da graça. “JESUS não se considera enviado aos que acreditam que não precisam de ajuda nem de quem os auxilie, mas àqueles que sofrem com a própria situação e com a situação do mundo, esperando por socorro. É para estes que a mensagem de JESUS é notícia alegre”, diz um comentarista. O fato de que as ilustrações são retiradas da esfera social, anunciando primeiro aos indigentes e desprezados na vida a salvação e alegria, não constitui apenas uma predileção de Lucas, mas está profundamente embasado em toda a revelação de DEUS com tal, porque representava a vinda de DEUS aos humanos. Não obstante Lucas não perde nenhuma oportunidade para dar destaque especial a esse aspecto. Afinal, não há melhor forma de retratar a graça do que pela condescendência com o que não é nada.
Fritz Rienecker. Comentário Esperança Evangelho de Lucas. Editora Evangélica Esperança.
 
2. A REALEZA DO MESSIAS.
O nascimento do CRISTO dos pastores, mas não o CRISTO dos mercenários “Ora, havia, naquela mesma comarca, pastores que estavam no campo e guardavam durante as vigílias da noite o seu rebanho. E eis que um anjo do Senhor veio sobre eles, e a glória do Senhor os cercou de resplendor, e tiveram grande temor. E o anjo lhes disse: Não temais, porque eis aqui vos trago novas de grande alegria, que será para todo o povo, pois, na cidade de Davi, vos nasceu hoje o Salvador, que é CRISTO, o Senhor. E isto vos será por sinal: achareis o menino envolto em panos e deitado numa manjedoura. E, no mesmo instante, apareceu com o anjo uma multidão dos exércitos celestiais, louvando a DEUS e dizendo: Glória a DEUS nas alturas, paz na terra, boa vontade para com os homens! E aconteceu que, ausentando-se deles os anjos para o céu, disseram os pastores uns aos outros: Vamos, pois, até Belém e vejamos isso que aconteceu e que o Senhor nos fez saber. E foram apressadamente e acharam Maria, e José, e o menino deitado na manjedoura” (Lc 2.8-16).
Esse texto mostra a celebração que esses pastores fizeram por ocasião do nascimento de JESUS. Houve muita alegria entre aqueles camponeses. DEUS em sua grandeza contemplou os pequenos!
O nascimento do CRISTO dos magos, mas não o CRISTO da magia. A estrela de CRISTO brilhou no coração desses magos.
Infelizmente o CRISTO que está sendo festejado hoje não é mais o CRISTO dos magos, mas o CRISTO da magia. A magia não está mais restrita às seitas esotéricas, mas pode também ser encontrada em muitos cultos evangélicos!
José Gonçalves. Lucas, O Evangelho de JESUS, o Homem Perfeito. Editora CPAD. pag. 28-29.
 
Observação do Ev. Luiz Henrique - Os magos ou astrólogos visitaram JESUS já com quase dois anos de idade e em uma casa, não mais em uma manjedoura.
Mt 2.11 E, entrando na casa, acharam o menino com Maria sua mãe...
Mt 2.16 Então Herodes, vendo que tinha sido iludido pelos magos, irritou-se muito, e mandou matar todos os meninos que havia em Belém, e em todos os seus contornos, de dois anos para baixo, segundo o tempo que diligentemente inquirira dos magos.
 
«...nasceu na cidade de Davi...». Aqui encontramos o paradoxo da encarnação. Quão estranhamente se combinam as palavras destes versículos: «...o Salvador...CRISTO, o Senhor...uma criança envolta em faixas e deitada em manjedoura... Essas frases têm sido ouvidas e lidas tão freqüentemente que a primeira impressão deixada por elas já se embotou para muitos. Não obstante, por si mesmas devem ter parecido a princípio impossíveis e inacreditáveis. Seria uma manjedoura lugar próprio para aquele que foi enviado pelo DEUS altíssimo? Um estábulo seria o lugar onde se esperaria encontrar o Salvador recém-nascido? No entanto, o mistério e a maravilha da encarnação se fazem presentes precisamente no fato que essas coisas assim aconteceram. Pois por ocasião do nascimento de JESUS, em Belém, e em tudo que a vida de JESUS haveria de revelar posteriormente, encontramos a mensagem de que não somente existe DEUS, mas também que DEUS se aproxima extraordinariamente de nós. Crer que DEUS está acima de nós é uma coisa. Crer que DEUS é uma força suficiente para nós é uma confiança inteiramente diferente, inspiradora. E crer que DEUS é não somente todo-poderoso, mas também se mostra todo-suficiente, e é DEUS conosco, DEUS próximo de nós, é algo que nem podemos começar a compreender, e é a melhor de todas as coisas» (Walter Russel Bowie, in loc.).
Naturalmente que devemos observar, em companhia de quase todos os comentaristas das Escrituras, que a humildade do nascimento de JESUS concorda com a posição por ele ocupada na vida, e com as suas maneiras. E também se coaduna com aqueles para quem veio ministrar. Ele tratava com as pessoas em suas ocupações ordinárias, trabalhou como carpinteiro, falava sobre mulheres que teciam e amassavam a massa, sobre o semeador em seu trabalho de semeadura, e sobre os pastores que vigiavam os seus rebanhos. JESUS cresceu como todo homem deve crescer, e desenvolveu-se como todo homem deveria fazê-lo. Aprendeu a andar com DEUS, e, na qualidade de homem, desenvolveu grandes poderes espirituais. JESUS foi, ao mesmo tempo, o caminho e o indicador do caminho. E do modo como ele andou também nos compete andar; e assim como ele compartilhou plenamente de nossa natureza, assim também haveremos de compartilhar plenamente da dele.(Ver Fil. 2:7; Rom. 8:29 e Efé. 1:23).
«Existem alguns trechos, nas Escrituras, onde as palavras CRISTO e Senhor aparecem juntas. No cap. 23:2 temos CRISTO, o Rei, e em Atos 2:36 encontramos CRISTO e Senhor. E não vejo outra maneira de compreender a palavra ‘Senhor’ senão como um paralelo do termo hebraico DEUS» (Alford, in loc., apoiado por outros comentaristas e intérpretes, como Wordsworth). A conexão entre CRISTO e Senhor também ocorre em Col. 3:24. O povo, ao tempo do império romano, acostumara-se a intitular o imperador de «Salvador»; mas os cristãos aplicam esse titulo a JESUS CRISTO. Muitas dificuldades e perseguições houve contra os cristãos, por causa dessa doutrina.
CHAMPLIN, Russell Norman, O Novo Testamento Interpretado versículo por versículo. Editora Candeias. Vol. 2. pag. 29.
 
Qual era a mensagem que o anjo deveria transmitir aos pastores, w. 10-12.1. Ele ordena que os seus temores sejam suspensos: “Não temais”, pois eu não tenho nada a dizer que vocês precisem temer.
Ele lhes traz uma notícia que lhes causará muita alegria: “Eis aqui vos trago novas de grande alegria”.
Eu declaro isto solenemente, e vocês têm razão para receber bem esta notícia, pois ela trará alegria a todo o povo, e não somente ao povo dos judeus. “Na cidade de Davi, vos nasceu hoje o Salvador, que é CRISTO, o Senhor” (v. 11); o Salvador que há tanto tempo é esperado. JESUS é o CRISTO, o Messias, o Ungido; Ele é o Senhor, o Senhor de tudo; Ele é um príncipe soberano; ou melhor, Ele é DEUS, pois o Senhor, no Antigo Testamento, significa Jeová. Ele é o Salvador, e será o Salvador somente para aqueles que o aceitarem como seu Senhor. Nasceu o Salvador, nasceu hoje; e, como isto é motivo de grande alegria para todo o povo, não deve ser mantido em segredo, vocês podem proclamá-lo, podem contar a quem quiserem. Ele nasceu no lugar onde estava predito que Ele nasceria, “na cidade de Davi” ; e Ele nasceu para vocês; a vocês, judeus - Ele é enviado, em primeiro lugar, para abençoar vocês; a vocês, pastores, ainda que sejam pobres e humildes no mundo. Isto se refere a Isaías 9.6, “Um menino nos nasceu, um filho se nos deu” . A vocês, homens, não a nós, anjos; Ele não assumiu a natureza dos anjos. E é motivo de alegria, realmente, a todo o povo, uma grande alegria. Aquele que foi esperado por tanto tempo veio afinal. Que o céu e a terra se alegrem diante do Senhor, pois Ele veio.
Ele lhes dá um sinal para a confirmação da sua fé nesta notícia. “Como vocês irão encontrar esta criança em Belém, que agora está cheia de descendentes de Davi? Vocês o encontrarão com este sinal: “achareis o menino envolto em panos e deitado numa manjedoura”, onde certamente nenhum recém-nascido jamais esteve”. Eles esperavam ouvir “Vocês o encontrarão (embora seja bebê, envolto em mantos, e deitado na melhor casa da cidade), deitado com pompa, com uma grande quantidade de criados vestidos com ricos uniformes”. E não, “achareis o menino envolto em panos e deitado numa manjedoura”. Quando CRISTO estava aqui, na terra, Ele se distinguia e se notabilizava tanto pelo seu poder, como pelos exemplos da sua humilhação.
HENRY. Matthew. Comentário Matthew Henry Novo Testamento MATEUS A JOÃO Edição completa.Editora CPAD. pag. 529.
 
Vos nasceu hoje... o Salvador (11). Esta é a palavra favorita de Lucas e também do seu companheiro Paulo. Os termos “Salvador” e “salvação” aparecem mais de quarenta vezes nos seus escritos, ao passo que aparecem raramente nos outros livros do Novo Testamento. Não é apenas o fato da chegada do Salvador que constitui as boas-novas da mensagem do anjo, mas a natureza da Sua salvação. Embora os pastores pudessem provavelmente ter interpretado aquela salvação como sendo material e política, todo o Novo Testamento é inequívoco na sua interpretação como sendo moral e espiritual. O bebê anunciado pelos anjos seria o Salvador que os libertaria do pecado.
Fica claro que os anjos desejavam que os pastores fossem e vissem o Salvador, pelo fato de que lhes indicaram o lugar - a cidade de Davi, a própria cidade deles. Além disto, o anjo lhes deu um sinal para que pudessem identificar o Salvador.
Charles L. Childers. Comentário Bíblico Beacon. LucasEditora CPAD. Vol. 6. pag. 372.
 
 
IV - O NASCIMENTO DE JESUS E O JUDAÍSMO
1. JUDEUS PIEDOSOS.
Simeão: o cântico de Simeão.
Simeão era nome bem comum, e com esse nome figuram diversos personagens bíblicos bem conhecidos. Alguns têm pensado que esse Simeão tivesse sido filho do famoso rabino Hilel e pai de Gamaliel, mencionado em Atos 5:34, e que foi o mestre de Saulo de Tarso. Acerca disso não possuímos qualquer informação segura. Mas os pormenores com que contamos são suficientes em si mesmos. Simeão era homem justo, piedoso, devoto (palavra empregada somente por Lucas, neste ponto, e em parte alguma do N. T. encontrada além desta passagem; significa temente a DEUS, e os seus cognatos podem ser encontrados em Heb. 4:5-7 e 12:28. Quando aplicada a questões religiosas enfatiza o elemento da circunspecção, da cautela, da observância cuidadosa dos preceitos divinos, e por isso mesmo expressa muito bem a ideia da piedade, segundo é retratada no V. T., com suas muitas leis e ordenanças. Ver também Atos 2:5). Esse homem, pois, esperava a consolação de Israel, o que é uma referência direta à promessa e às profecias messiânicas. Pelo texto também ficamos sabendo que ele recebeu uma revelação especial para entender aquele acontecimento, e que o mesmo deveria estar bem próximo. (Ver os vss. 35 e 30). O vs. 35 indica, igualmente, que ele percebeu que o sofrimento faria parte do destino do Messias, tanto quanto a glória; mas essa glória futura do Messias não é omitida. Se Simeão entendeu ou não perfeitamente tudo quanto estava envolvido nessas profecias, não sabemos dizer; mas o mais certo é que ele não percebia todo o seu alcance. Lemos, na história, que Simeão não era o único a esperar pelo Messias, naqueles dias, pois através da leitura das profecias de Daniel, tal como aquela encontrada em Dan. 9:26, um remanescente esperava o cumprimento das promessas messiânicas justamente no tempo de JESUS CRISTO.
Algumas lendas se têm desenvolvido em torno da pessoa de Simeão, como no caso de muitas outras histórias presas ao Antigo ou ao Novo Testamentos, onde realmente não possuímos qualquer informação sólida que esclareça as identidades. Entretanto, o evangelista teve o cuidado de tornar conhecida a identidade desse homem quanto ao seu estado espiritual, embora não nos informasse sobre as suas circunstâncias humanas.
«Revelara-lhe o ESPÍRITO SANTO...». Sabemos tão-somente que Simeão gozava de uma presença especial do ESPÍRITO SANTO e sua orientação, análoga àquela forma superior de vida espiritual que, em dias mais antigos, era expressa pela expressão «andar com DEUS». Lucas indica que, por causa dessa unção especial do espírito, Simeão foi conduzido ao templo naquele dia particular, e que reconheceu ao CRISTO. Tudo isso parece indicar alguma forma especial de manifestação do ESPÍRITO SANTO em sua vida. Não lemos que a Simeão tivesse sido revelado qualquer coisa sobre JESUS, sobre as narrativas acerca de seu nascimento, sobre o milagre de sua concepção virginal ou sobre as visitações angelicais; não obstante, reconheceu a identidade da criança. Bengel observa a doce antítese que aqui aparece entre dois espetáculos, o fato de ter visto «o CRISTO do Senhor», antes que ele «visse a morte». Lange observa admiravelmente que «Simeão, no sentido mais nobre do termo, é o eterno judeu do Velho Pacto que não pode morrer antes de ter visto o Messias prometido. Foi-lhe permitido dormir na paz de seu Senhor, antes da crucificação dele».
A expressão «o CRISTO do Senhor » é um título judaico, anterior ao cristianismo, que significa «o Messias de DEUS», isto é, o ungido de DEUS.
CHAMPLIN, Russell Norman, O Novo Testamento Interpretado versículo por versículo. Editora Candeias. Vol. 2. pag. 33.
 
Que personagem maravilhoso, esse Simeão! Quem era ele? O texto diz: “Ele era um homem”. A julgar pela narrativa, era um ancião, talvez desconhecido entre as pessoas, porém bem conhecido de DEUS.
Simeão é um representante para muitas almas tementes a DEUS. Sua justiça consistia na fiel observância da lei, e seu temor a DEUS em um reverente respeito à sublimidade e santidade de DEUS. Por reconhecer que era impossível cumprir por si próprio a lei de DEUS, tinha anseio por consolo e paz. Era algo que somente o Messias prometido poderia propiciar-lhe. Por essa razão, seu temor a DEUS transformava-se cada vez mais em espera pelo consolo de Israel.
“Prosdéchomai” não significa esperar, mas aguardar. Aguardar diz respeito a uma espera bem específica, i. é, a pessoa que espera dirige o olhar e toda a atenção àquilo que vem, que há de suceder. Prosdechomai ocorre para Simeão, no v. 25, e para Ana e os “humildes na cidade de Jerusalém”, no v. 38.
De onde vem a expressão “consolação de Israel”? Talvez essa expressão evoque Is 40.1ss.
Assim como a igreja do Novo Testamento exclamará, com vistas à vinda plena de CRISTO, de forma cada vez mais alta e insistente: “Amém! Vem, Senhor JESUS!” (Ap 22.20), assim também a prece pela vinda do CRISTO se torna cada vez mais insistente.
Em Zacarias, Isabel e Maria já ressurgira o despertar do ESPÍRITO profético. Simeão e Ana parecem ter sido impelidos por mais tempo pelo ESPÍRITO profético. O ESPÍRITO SANTO é também um ESPÍRITO de oração. Simeão era um orador tenaz e devotado.
Ele havia obtido a bendita certeza interior de que não morreria sem ter visto o CRISTO do Senhor. Como essa resposta deve ter dado asas a seu anseio! Como seu olhar deve ter buscado o CRISTO do Senhor, a consolação de Israel, desde então!
Fritz Rienecker. Comentário Esperança Evangelho de Lucas. Editora Evangélica Esperança.
 
«...Ana, filha de Fanuel...». O vocábulo profetisa se encontra exclusivamente aqui e em Apo. 2:20. Essa mulher, como é evidente, era conhecida como alguém que fazia declarações eloquentes ou que, de algum outro modo, demonstrava possuir o dom profético. Quanto a isso, porém, nada sabemos, tal como nada sabemos acerca dela além do que aqui somos informados. É notável que o nome de seu pai e não de seu esposo, tenha sido dado; contudo, é bem possível que Lucas estivesse interessado em tais detalhes. Esta mulher traz o nome do fundador da Escola dos Profetas.
«...tribo de Aser...», uma das dez tribos de Israel, diversas famílias da qual retornaram terminado o cativeiro babilônico (ver II Reis 17:6), e dessa forma não se perdeu inteiramente. Alguns de seus membros sobreviveram e preservaram suas genealogias.
«... vivera com seu marido sete anos desde que se casara... » Mas o original grego ainda é mais enfático, conforme diz a tradução portuguesa AA, «...desde a sua virgindade...» Diversos fatos são asseverados: ela era virgem quando se casou; viveu sete anos com seu marido; não se casou pela segunda vez; e a razão disso é dada no vs. 37— dedicar-se à oração e às atividades no templo, em adoração ao Senhor.
«...era viúva de oitenta e quatro anos...» Diversas traduções lhe outorgam a idade total de oitenta e quatro anos, no que são acompanhadas por muitos intérpretes; mas existem outras traduções (como a tradução AA, em português), que atribuem essa idade à duração de sua viuvez. Pelo texto grego, não é certo o sentido tencionado. A lei judaica mais antiga permitia que uma jovem se casasse a partir dos doze anos de idade. Nesse caso, se Ana era viúva a oitenta e quatro anos, então já estaria com nada menos de cento e três anos de idade, tendo enviuvado aos dezenove anos de idade; e então, a partir desse tempo, teria vivido da maneira piedosa, devota, dedicada à oração, conforme é descrito nestes versículos. Não há que duvidar que era mulher bem conhecida no templo e ao redor do mesmo, reputada como mulher de profunda piedade.
«...chegando naquela hora, dava graças a DEUS...» O texto indica que Ana chegou no momento exato da apresentação, e então, mediante o espírito profético, não menos admirável do que no caso de Simeão, e acrescentando ainda maior motivo de admiração por parte de todos, ela começou a falar sobre a grandeza da criança que estava no meio deles, e passou a proclamar aos piedosos essas mesmas coisas. Ana deu prosseguimento ao tema, no ponto onde Simeão parara. Havia certo número de pessoas que aguardava a revelação do Messias, e foi nessa oportunidade, para essa gente que vivia em Jerusalém ou fora da cidade, que Ana propalou tais noticias. Considerando-se todas essas ocorrências, tudo isso deve ter servido de experiência extremamente incomum e significativa para José e Maria; mas as notícias logo se propagaram, e muitos participaram da atmosfera sobrenatural que acompanhou aqueles primeiros lances da vida de JESUS. Se os pronunciamentos originais da idosa Ana foram feitos no momento da oração diária no templo, sem dúvida ela teria contado com uma audiência natural para quem dirigir a palavra.
CHAMPLIN, Russell Norman, O Novo Testamento Interpretado versículo por versículo. Editora Candeias. Vol. 2. pag. 35.
 
E, sobrevindo na mesma hora, ela dava graças a DEUS (38). Simeão ainda estava segurando o Bebê quando Ana entrou. Ela deu graças imediatamente, confirmando a sua visão profética. Falava dele a todos os que esperavam a redenção em Jerusalém. Não temos o teor da sua mensagem, mas fica implícito que ela falava do Seu ministério messiânico. Como no caso de Simeão, a redenção - a salvação - era a sua principal ênfase.
Por intermédio de Zacarias, Isabel, os pastores, Simeão, Ana e outros, as boas-novas sobre o Salvador estavam se espalhando. É significativo que DEUS só tenha revelado essas boas-novas àqueles que tinham a qualificação espiritual adequada para uma revelação tão sublime.
Barclay encontra nesta passagem uma história comovente de “Uma das pessoas quietas na terra”. Aqui está uma mulher a quem DEUS se revelou. Que tipo de pessoa era ela? 1) Embora tivesse conhecido a tristeza, ela não era amargurada; 2) Embora tivesse idade, não tinha perdido a esperança; 3) Nunca deixou de adorar na casa de DEUS; 4) Nunca deixou de orar.
Charles L. Childers. Comentário Bíblico Beacon. Lucas. Editora CPAD. Vol. 6. pag. 376.
 
Ana... da tribo de Aser (v.36): A dedicação de Ana toma-se ainda mais destacada ao lembrarmo-nos de que a tribo de Aser era uma das dez que DEUS, em razão da sua apostasia, tirara de diante da Sua presença, 2 Rs 17.18-23. Muitas pessoas das dez tribos não foram levadas ao cativeiro, e diversas se uniram a Judá depois do cativeiro em Babilônia. Ana servia como outra testemunha do fato que se aproximava o tempo de DEUS derramar Seu ESPÍRITO sobre toda a carne.
Era já avançada em idade (v.36): Tinha vivido com seu marido sete anos, e tinha passado oitenta e quatro anos na sua viuvez. Portanto, se casara muito nova, com a idade de doze anos, tinha, neste tempo, 103 anos de idade. Servindo a DEUS em jejuns e orações de noite e de dia (v.38): Vê-se no fato de DEUS dar lugar para esta história nas Escrituras, a importância da obra que a idosa Ana realizava. Não há, entre o povo de DEUS, um de Seus filhos que Ele considere inutilizado e aposentado, Lv 19.32; Pv 16.31. Como o orador experiente e eloquente finda seu discurso com o ponto mais comovente, assim o crente experimentado e ardente finda sua longa vida na terra transmitindo ao próximo as verdades mais vivas, as quais vai em breve presenciar.
Orlando S. Boyer. Espada Cortante 2. Editora CPAD. pag. 46-47.
 
 
2. RITUAIS SAGRADOS.
O nascimento de JESUS no contexto judaico
Por ocasião da redação do terceiro Evangelho, a igreja já tinha dado os seus primeiros passos. Uma das primeiras polêmicas no seio da igreja surgiu por conta da disputa entre judeus e gentios. Isso motivou a instauração do primeiro concilio da igreja que ocorreu em 49 d. C. Esse concilio, liderado pelos apóstolos, ocorreu em Jerusalém e tinha como objetivo se opor aos esforços dos judaizantes, conforme registrado no livro de Atos cap. 15.
Não há dúvida de que um dos propósitos de Lucas, como já foi assinalado, era mostrar que o cristianismo não era uma seita judaica sem nenhum nexo com a cultura judaica. Suas raízes eram de origem judaica. Ele era a continuação e plenitude da revelação de DEUS conforme se encontrava registrada nas Escrituras hebraicas. Lucas, portanto, estava “interessado em delinear a relação entre o cristianismo e o judaísmo. A maneira pela qual ele tratou desse assunto é determinada pela brecha enorme que já separava essas duas religiões em épocas em que escreveu. Isso levou-o a (1) estabelecer a continuidade entre o cristianismo e a história redentora judaica, e (2) mostrar como a alienação entre os dois movimentos ocorreu”.
Os relatos históricos da infância de JESUS têm como objetivo estabelecer esse vínculo entre a fé judaica e a fé cristã. Os relatos da circuncisão de JESUS (Lc 2.21), a sua apresentação no Templo (Lc 2.22-24) atendem ao mesmo fim. Da mesma forma os relatos de Simeão e Ana como judeus piedosos e a presença de JESUS no Templo com 12 anos de idade, sem dúvida servem para mostrar que o cristianismo não surgiu à parte do judaísmo, mas que suas raízes se originaram deste.
José Gonçalves. Lucas, O Evangelho de JESUS, o Homem Perfeito. Editora CPAD. pag. 33-34.
 
«...circuncidado o menino, deram-lhe o nome JESUS...» Uma vez mais vemos que uma criança recebe nome por ocasião de sua circuncisão. (ver Luc. 1:59).
«JESUS». (Luc. 1:31). Lucas teve o cuidado de salientar que esse nome foi dado de acordo com a proclamação angelical (1:31).
«..purificação deles...» Alguns manuscritos, principalmente o códex (D) dizem dela, referindo-se à purificação de Maria após o parto, e isso é seguido por algumas traduções, tal como a KJ; mas essa alteração de «deles» para «dela» foi efetuada a fim de fazer o texto conformar-se à regulamentação de Lev. 12:6. Assim sendo, quase todos os mss e traduções dizem «deles». Após o parto, a mulher ficava cerimonialmente impura (separada da adoração formal) durante quarenta dias, se o filho fosse do sexo masculino, e durante oitenta dias, se fosse uma menina. (Ver Lev. 12:1-8. onde se leem esses regulamentos bíblicos). A impureza podia ser física. cerimonial ou moral. Aquele que participasse da adoração deveria ser fisicamente puro, além de estar cerimonialmente limpo (mediante observância de muitas leis variegadas concernentes ao que podia ser tocado, comido, etc.) e moralmente limpo, através da observância da lei moral, Principalmente os dez mandamentos. É possível que o fluxo de sangue, após o nascimento de uma criança, assim tomando a mãe supostamente «fisicamente inquira», tivesse dado lugar a esse regulamento e à subsequente cerimônia de purificação da mãe. No N .T ., o evangelho eliminou tais leis como princípios de adoração. embora muitas delas são proveitosas como medidas de higiene. Os judeus ampliavam a grandes proporções as coisas mais comezinhas, e algumas leis, que eles mesmos reputavam secundárias, acerca da impureza, eram observadas como grandes questões religiosas. No fim do período do tempo designado pela lei, a mãe oferecia certos sacrifícios no templo, estipulados pela lei, devido à sua impureza, e assim ela ficava cerimonialmente limpa.
«.. .para o apresentarem ao Senhor. » Isso foi feito de conformidade com a estipulação de Êx. 13:2, quando o primogênito era criança do sexo masculino. Obviamente era um testemunho da ideia do sacerdócio dos primogênitos, como sobrevivente da ideia em prática, mesmo depois das funções desse sacerdócio terem sido superadas pelo sacerdócio dos filhos de Aarão. Os primogênitos de cada família ainda tinham por obrigação levar uma vida consagrada e tinham de reputar-se pessoas dedicadas a certos misteres especiais. (Ver Heb. 12:23, que indica que todos os crentes devem pensar sobre si mesmos nesses termos, porquanto todos os crentes são «primogênitos» e «primícias» da humanidade, segundo aprendemos em Tia. 1:18). Como expressão formal dessa obrigação, o pagamento de pequena quantia em dinheiro era esperado, feito ao sacerdócio aarônico (ver Núm. 18:15).
O rito da apresentação era diferente do rito da purificação, mas é patente que os dois ritos são mesclados nesta narrativa de Lucas. A lei provia a «redenção» dos meninos primogênitos mediante a oferta de um substituto (Êx. 13:13), mas Lucas omite qualquer menção sobre isso. Lucas apresenta—o quadro inteiro—como apresentação do menino JESUS ao serviço de DEUS, e a história foi arranjada de acordo com a narrativa acerca de Samuel, que encontramos na passagem de I Sam. 1:24-28.
«...para oferecer um sacrifício... » A citação é tirada de Lev. 12:8, e isso fala sobre o sacrifício que deveria ser oferecido pela mãe pobre, incapaz de oferecer um cordeiro; em outras palavras, era o sacrifício oferecido pelos pobres, o que nos serve para indicar o estado financeiro da família de José. O preço dos pombos seria o equivalente a alguns poucos centavos. De conformidade com o trecho de Êx. 13:2-12, todos os primogênitos deveriam ser redimidos por tal orientação como—memorial— do fato que as famílias israelitas foram poupadas, quando o anjo destruidor passou por cima do sangue, durante a «páscoa». Também lemos que se dois pombinhos fossem dispendiosos demais para uma família, então poderia ser oferecida uma porção de farinha de trigo, embora sem os usuais acompanhamentos fragrantes de azeite e incenso, o que também se dava no caso da oferta pelo pecado. (Ver Lev. 12:6-8 e 5:7-11). Assim sendo, vemos que a família do Senhor JESUS era pobre, embora não vivesse em pobreza abjeta, posto que preferiram a categoria intermediária.
CHAMPLIN, Russell Norman, O Novo Testamento Interpretado versículo por versículo. Editora Candeias. Vol. 2. pag. 32-33.
 
JESUS viveu e morreu debaixo da Lei de Moisés, a velha aliança (G14.4; 5.3), que só findou quando foi cravada na cruz, Cl 2.14.
A lei exigia um cordeiro e um pombinho, Lv 12.6-8. Os pobres, porém, podiam oferecer duas rolas ou dois pombinhos em vez do cordeiro. Neste versículo, portanto, é claro que José e Maria eram pobres. CRISTO foi criado por mulher pobre. Passou trinta anos da Sua vida na casa de um homem pobre. Sem dúvida comia pão dos pobres, vestia-se de roupa dos pobres, exercia um ofício de pobres, e compartilhava dos problemas e sofrimentos dos pobres.
Orlando S. Boyer. Espada Cortante 2. Editora CPAD. pag. 43-44.
 
I. Ele foi circuncidado no dia exato indicado pela lei (v. 21): “Quando os oito dias foram cumpridos”, sete noites depois do dia do seu nascimento, eles o circuncidaram. 1. Embora esta fosse uma operação dolorosa (“certamente me és um esposo sanguinário”, disse Zípora a Moisés, “por causa da circuncisão”, Êxodo 4.25,26), ainda assim CRISTO se submeteu a ela, por nós; na verdade, Ele se submeteu a ela, para dar-nos um exemplo da sua obediência, desde o início, da sua obediência até o sangue. Assim Ele derramou algumas gotas do seu sangue, que, mais tarde, Ele derramou em correntezas púrpura.
2. Embora, supostamente, Ele fosse um estranho, por meio desta cerimônia Ele era admitido ao concerto com DEUS, não obstante Ele sempre tivesse sido o seu Filho amado. Na verdade, embora supostamente, Ele fosse um pecador, que precisava ter a sua impureza removida, embora Ele não tivesse nenhuma impureza ou nenhum acúmulo de maldade a ser removido, ainda assim Ele se submeteu a este rito; Ele se submeteu a isto, porque queria ser feito à semelhança, não somente da carne, mas da carne do pecado, Romanos 8.3.3. Embora com a circuncisão Ele se transformasse em um homem “obrigado a guardar toda a lei” (G1 5.3), ainda assim Ele se submeteu a ela; Ele se submeteu a isto, porque queria assumir a forma de servo, ainda que fosse nascido livre. CRISTO foi circuncidado: (1) Para que pudesse ser considerado da descendência de Abraão, e daquela nação de quem, no que diz respeito à carne, CRISTO se originou, e para que tomasse a descendência de Abraão, Hebreus 2.16; 9.5. (2) Para que pudesse ser considerado o remidor de nossos pecados, e o responsável pela nossa segurança. A circuncisão (diz o Dr. Goodwin) era o certificado, segundo o qual nós nos reconhecíamos como devedores da lei; e CRISTO, ao ser circuncidado, foi como se tivesse iniciado o seu empreendimento de tornar-se pecado por nós. A lei cerimonial consistia, em grande parte, de sacrifícios; CRISTO, desta maneira, se obrigou a oferecer, não o sangue de touros ou bodes, mas o seu próprio sangue, algo que ninguém que tinha sido circuncidado antes dele foi forçado a fazer. (3) Para que pudesse justificar e honrar a dedicação da semente recém-nascida da igreja a DEUS, através daquela cerimônia que é o selo do concerto, e da justiça, que é pela fé, como era a circuncisão (Rm 4.11), e como é o batismo. E, certamente, sua circuncisão aos oito dias de nascido, faz muito pela dedicação da semente dos crentes pelo batismo, na sua juventude, assim como o seu batismo aos trinta anos de idade o faz por aqueles que se batizam em uma idade adulta. A mudança da cerimônia não altera a sua essência. Na ocasião da sua circuncisão, de acordo com o costume, Ele recebeu o seu nome: “Foi-lhe dado o nome de JESUS”, ou Josué, pois o seu nome foi dado, “pelo anjo”, à sua mãe Maria antes que Ele fosse concebido no útero (cap. 1.31), e ao seu suposto pai, José, posteriormente, Mateus 1.21. [1] Era um nome comum entre os judeus, assim como era o nome de João (Cl 4.11), e com isto Ele se fazia “semelhante aos [seus] irmãos”. [2] Era o nome de dois homens eminentes semelhantes a Ele, no Antigo Testamento, Josué, o sucessor de Moisés, que foi comandante de Israel, e conquistador de Canaã; e Josué, o sumo sacerdote, que foi coroado propositadamente, para que pudesse representar a CRISTO como um sacerdote no seu trono, Zacarias 6.11,13. [3] Isto era muito significativo em sua missão. JESUS significa Salvador. Ele seria denominado, não pelas glórias da sua natureza divina, mas pelos seus desígnios graciosos, como Mediador; Ele traz a salvação.
Ele foi apresentado no templo. Isto foi feito para cumprir a lei, e na ocasião indicada pela lei, quando Ele tinha quarenta dias de idade, quando se cumpriram os dias da purificação de Maria, v. 22. Muitas versões, inclusive autênticas, substituem auton por autes, ou seja, “os dias da purificação deles” (como a Versão RA), da purificação tanto da mãe quanto da criança, pois assim devia ser, de acordo com a lei; e o nosso Senhor JESUS, embora não possuísse impureza da qual purificar-se, ainda assim submeteu-se a isto, como já tinha feito com a circuncisão, porque Ele se fez pecado por nós; e para que, assim como pela circuncisão de CRISTO nós possamos ser circuncidados, em virtude da nossa união e comunhão com Ele, com uma circuncisão espiritual, não feita por mão (Cl 2.11), também na purificação de CRISTO nós pudéssemos ser espiritualmente purificados da imundície e corrupção que trouxemos ao mundo conosco. Segundo a lei:
1. O menino JESUS, sendo um primogênito do sexo masculino, foi apresentado ao Senhor, em um dos pátios do templo. A lei está aqui reproduzida (v. 23): “Todo macho primogênito será consagrado ao Senhor”, porque, por um decreto especial de proteção para os israelitas, os primogênitos dos egípcios foram assassinados pelo anjo destruidor; para que CRISTO, como primogênito, fosse um sacerdote, por um direito mais garantido do que aquele da casa de Arão. CRISTO foi “o primogênito entre muitos irmãos”, e foi “consagrado ao Senhor”, como nenhum outro tinha sido; mas, ainda assim, Ele foi apresentado ao Senhor como qualquer outro primogênito, e não de qualquer outra maneira. Embora Ele tivesse recentemente saído do seio do Pai, ainda assim Ele foi apresentado a Ele pelas mãos de um sacerdote, como se Ele fosse um estranho, que precisasse de alguém que o apresentasse. O fato de que Ele foi apresentado ao Senhor agora significou que Ele se apresentou ao Senhor como Mediador, quando estava destinado a aproximar-se dele, Jeremias 30.21. Mas, de acordo com a lei, Ele foi resgatado, Números 18.15. “Os primogênitos dos homens resgatarás”, e “a tua avaliação dum varão será de cinco siclos de prata”, Levítico 27.6; Números 18.16. Mas, provavelmente em caso de pobreza, o sacerdote tinha permissão de receber menos, ou talvez nada; pois nenhuma menção a isto é feita aqui. CRISTO foi apresentado ao Senhor, não para ser levado de volta, pois Ele foi levado à porta de DEUS, para servi-lo para sempre (Êx 21.6); e embora Ele não seja deixado no templo, como Samuel, para ministrar ali, ainda assim, como Samuel, Ele é consagrado ao Senhor por toda a sua vida, e para servi-lo no verdadeiro templo “não feito por mãos de homens”, Marcos 14.58. 2. A mãe trouxe a sua oferta, v. 24. Quando ela apresentasse o seu filho ao Senhor, esse filho que seria o supremo sacrifício, ela poderia ter sido dispensada de fazer qualquer outra oferta. Mas, assim está disposto na lei do Senhor, a lei que ainda estava em vigor. E, portanto, isto deve ser feito, ela deve oferecer “um par de rolas ou dois pombinhos”. Se tivesse recursos, ela deveria ter trazido um “um cordeiro por holocausto”, e “um pombinho para expiação do pecado” ; mas, sendo pobre, e não podendo pagar o preço de um cordeiro, ela traz duas rolas, uma para o holocausto, e a outra para a expiação dos pecados (veja Lv 12.6,8), para nos ensinar, sempre que nos dirigirmos a DEUS, e particularmente nestas ocasiões especiais, a dar graças a DEUS pelas suas bênçãos a nós, e também a reconhecer, com tristeza e vergonha, os nossos pecados contra Ele; com as duas atitudes, nós devemos dar glória a Ele, e nunca nos faltarão motivos para elas. CRISTO não foi concebido e nascido no pecado, como as outras pessoas, e não havia, no seu caso, a mesma oportunidade que havia nos outros casos; mas, por ter nascido sob a lei, Ele se sujeitou a Ela. Assim, lhe foi conveniente “cumprir toda a justiça”. Muito mais conveniente é, ao melhor dos homens, participar da confissão do pecado; pois “Quem poderá dizer: Purifiquei o meu coração?”
HENRY. Matthew. Comentário Matthew Henry Novo Testamento MATEUS A JOÃO Edição completa.Editora CPAD. pag. 530-531.
ELABORADO: Pb Alessandro Silva (http://estudaalicaoebd.blogspot.com.br/) com algumas modificações do Ev. Luiz Henrique.
 
Questionário da Lição 2 - O Nascimento de JESUS
2º trimestre de 2015 - JESUS, o Homem Perfeito: O Evangelho de Lucas, o Médico Amado.
Comentarista: Pastor: José Gonçalves
Complete os espaços vazios e marque com "V" as respostas Verdadeiras e com "F" as Falsas, conforme a revista da CPAD.
 
TEXTO ÁUREO
1- Complete:
"E deu à luz o seu filho ______________________________, e envolveu-o em panos, e deitou-o numa ___________________________, porque não havia lugar para eles na ___________________________." (Lc 2.7)
 
VERDADE PRÁTICA
2- Complete:
DEUS revelou seu _________________________ à humanidade ao enviar a este __________________________ o seu _________________________ JESUS.
 
INTRODUÇÃO 
3- Como Lucas narra e situa o nascimento de JESUS?
(    ) Situa-o no contexto das profecias bíblicas e do judaísmo dos seus dias.
(    ) Situa-o no contexto das profecias bíblicas e do cristianismo dos seus dias.
(    ) O "silêncio profético", que já durava quatrocentos anos, foi rompido pelas manifestações divinas na Judeia.
(    ) A plenitude dos tempos havia chegado e o Messias agora seria revelado!
(    ) O nascimento de JESUS significava boas novas de alegria para todo o povo. 
(    ) Os pobres e os piedosos seriam os primeiros a receberem a notícia.
(    ) Dessa forma, DEUS mostrava que a salvação, por Ele provida, alcançaria a todos os homens.
  
I - O NASCIMENTO DE JESUS NO CONTEXTO PROFÉTICO
4- Onde encontramos poesia e profecia, ligados ao nascimento de JESUS?
(    ) No relato do nascimento de JESUS há duas belíssimas poesias conhecidas na teologia cristã como Magnificat de Maria, a mãe de JESUS, e o Benedictus de Zacarias, o sacerdote.
(    ) Esses cânticos são de natureza poética e como tal contextualizam os salmos de DEUS a seu povo.
(    ) Esses cânticos são de natureza profética e como tal contextualizam o nascimento de CRISTO dentro das promessas de DEUS a seu povo.
(    ) Maria, por exemplo, diz que, ao nascer JESUS, DEUS estava se lembrando das promessas feitas a Abraão.
(    ) Por outro lado, Zacarias afirma da mesma forma que tal visitação era o cumprimento do que DEUS havia prometido na antiguidade aos profetas.
(    ) O nascimento de JESUS não se tratava, portanto, de um evento sem nexo com a história bíblica.
(    ) O nascimento de JESUS foi um fato que aconteceu na plenitude dos tempos e testemunhou o cumprimento das promessas de DEUS.
 
5- Qual o grande destaque de Lucas em sua teologia?
(    ) Na teologia lucana, o homem ocupa um lugar de destaque.
(    ) Na teologia lucana, o ESPÍRITO SANTO ocupa um lugar especial.
(    ) Encontramos 17 referências ao ESPÍRITO SANTO no terceiro Evangelho e 54 no livro de Atos dos Apóstolos. Isso é significativo se levarmos em conta que Mateus fala apenas 12 vezes no ESPÍRITO SANTO e Marcos 6.
(    ) Lucas focaliza o revestimento do ESPÍRITO, mostrando que o dom profético, silenciado no período Interbíblico, foi revivificado com a vinda do Messias.
(    ) Não é à toa que a maioria das referências ao ESPÍRITO, nesse Evangelho, ocorra nos dois primeiros capítulos que relatam o nascimento de JESUS.
 
II - O ANÚNCIO DO NASCIMENTO DE JESUS 
6- Como Zacarias e Izabel foram usados por DEUS para que viesse a nascer o precursor do Messias?
(    ) Em sua narrativa dos fatos que precederam o anúncio do nascimento de JESUS, Lucas diz que o sacerdote Zacarias havia entrado no "templo para ofertar incenso".
(    ) A queima do incenso fazia parte do ritual do Templo e ocorria uma vez por ano, no dia da expiação, quando o sumo sacerdote entrava no santos dos santos.
(    ) A queima do incenso fazia parte do ritual do Templo e ocorria no período da manhã e à tarde.
(    ) Foi durante um desses turnos que um anjo de DEUS apareceu a Zacarias para informar-lhe que a sua oração havia sido ouvida pelo Senhor e que a sua mulher, embora já não fosse mais fértil, geraria um menino, cujo nome seria João.
(    ) João, o Batista, nasceu para ser o precursor do Messias, anunciando a sua missão.
(    ) João, o Batista seria a "Voz do que clama no deserto" e precederia o Senhor, preparando o seu caminho.
 
7- Como José e Maria foram usados por DEUS para que viesse a nascer o Filho de DEUS, JESUS CRISTO, o nosso salvador, aqui na Terra?
(    ) Maria havia se casado com José e moravam em Belém.
(    ) Cerca de seis meses após o anúncio do nascimento de João, o Batista, o anjo Gabriel é enviado a Nazaré, lugar onde moravam José e sua noiva, Maria.
(    ) Maria era uma virgem e estava noiva de José.
(    ) O anúncio de que ela geraria um filho, sem que para isso fosse necessário haver intercurso sexual, deixou-a apreensiva.
(    ) O anjo informa-lhe que desceria sobre ela o ESPÍRITO SANTO e o poder de DEUS a envolveria com a sua sombra.
(    ) Aqui está o milagre da encarnação - O  Filho de DEUS fazendo-se carne, a fim de que, através desse grande mistério, todos possam alcançar a salvação.
 
III – O NASCIMENTO DE JESUS E OS CAMPONESES
8- Como é destacada a nobreza dos pobres no evangelho de Lucas?
(    ) É um fato de fácil constatação o destaque que os pobres recebem no Evangelho de Lucas.
(    ) No anúncio do nascimento de JESUS, um anjo do Senhor é enviado especialmente aos magos do oriente que consultavam os astros a respeito da vinda do Messias.
(    ) Quando deu início ao seu ministério, JESUS o fez dizendo as seguintes palavras: "O ESPÍRITO do Senhor é sobre mim, pois que me ungiu para evangelizar os pobres". 
(    ) Os pobres faziam parte das bem-aventuranças de JESUS.
(    ) Pobres são os carentes tanto de bens materiais como espirituais.
(    ) No anúncio do nascimento de JESUS, um anjo do Senhor é enviado especialmente aos camponeses pobres que pastoreavam os seus rebanhos no campo.
(    ) JESUS veio para todos, independente da condição social.
(    ) O Filho de DEUS dedicou total atenção as minorias do seu tempo: as mulheres, crianças, gentios, leprosos, etc. 
(    ) Ele chegou a ser chamado de amigo de publicanos e pecadores, pois estava sempre perto dos mais necessitados.
 
9- Como Igreja do Senhor, temos atendido os desvalidos em suas necessidades? Será que temos seguido o exemplo do Salvador? Complete:
Como "__________________________" da terra e "_________________________" do mundo precisamos revelar CRISTO aos carentes e necessitados, pois eles conhecerão o amor de CRISTO mediante as nossas_________________________.
 
10- Como nos é apresentada a realeza do Messias, por Lucas?
(    ) O Messias não apenas nasce em Jerusalém, cidade do rei Davi, Ele  também possui realeza porque é da descendência de Davi, como atesta a sua árvore genealógica.
(    ) A mensagem angélica anunciada aos pastores que se encontravam no campo era que havia nascido na "cidade de Davi, [...] o Salvador, que é CRISTO, o Senhor".
(    ) Lucas lembra o fato de que CRISTO nasceu em Belém, cidade de Davi, cumprindo dessa forma a profecia bíblica.
(    ) O Messias não apenas nasce em Belém, cidade de Davi, Ele  também possui realeza porque é da descendência de Davi, como atesta a sua árvore genealógica.
(    ) Lucas também detalha como o anjo de DEUS falou da realeza do Messias aos camponeses! Ele é o Salvador, o CRISTO, o Senhor.
(    ) Essas palavras proferidas pelo anjo, além de mostrar a realeza do Messias, destacam também a sua divindade. JESUS é DEUS feito homem!  
 
IV - O NASCIMENTO DE JESUS E O JUDAÍSMO
11-  Havia Judeus piedosos, na época do nascimento de JESUS? Quais são destacados por Lucas?
(    ) Lucas apresenta Simeão, outro gentio piedoso de Belém, e que esperava a consolação de Israel.
(    ) Lucas mostra que o nascimento de JESUS aconteceu sob o judaísmo piedoso (de algumas poucas pessoas - destaque meu).
(    ) Ele ocorre dentro do contexto daqueles (de alguns poucos - destaque meu) que alimentavam a esperança messiânica.
(    ) São pessoas piedosas que aguardavam o Messias e, quando Ele se revelou, elas prontamente o reconheceram.
(    ) Primeiramente, Lucas cita Zacarias, um sacerdote piedoso e sua esposa, Isabel.
(    ) A Escritura sublinha que ambos eram justos diante de DEUS e viviam irrepreensivelmente nos preceitos e mandamentos do Senhor.
(    ) Lucas apresenta também Simeão, outro judeu piedoso de Jerusalém, e que esperava a consolação de Israel.
(    ) A ele foi revelado, pelo ESPÍRITO SANTO, que não morreria antes que visse o Messias.
(    ) Da mesma forma foi revelado à profetisa Ana, uma viúva piedosa, que continuamente orava a DEUS e jejuava.
(    ) Quando viu o menino JESUS, deu graças a DEUS por Ele e falava da sua missão messiânica.
 
12- Dentro do tema rituais sagrados, complete:
Lucas coloca o cristianismo dentro do contexto do _________________________ e não como uma __________________ derivada deste. Como qualquer judeu de seu tempo, JESUS se submete aos _______________________ da religião judaica (Lc 2.21-24). Como Homem Perfeito, Ele cumpriu toda a _______________ de Moisés.
 
CONCLUSÃO
13- Complete:
Já observamos que Lucas procura situar o nascimento de JESUS dentro do contexto ___________________________. Dessa forma ele dá detalhes sobre fatos da história universal mostrando que DEUS foi, é e continuará sendo Senhor da __________________________. É dentro dessa v que se cumprem as profecias. O Messias prometido, diferentemente do Messias esperado pelos judeus, nasce em uma __________________________ e não em um palácio. Os _______________________, e não os ricos são os convidados a participar do seu natal. A lógica do Reino de DEUS se manifesta oposta à do ____________________ dos homens. Todos aqueles que se sentem carentes e necessitados são convidados a participarem dele.
 
 
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Referências Bibliográficas (outras estão acima)
Bíblia de estudo - Aplicação Pessoal.
Bíblia de Estudo Almeida. Revista e Atualizada. Barueri, SP: Sociedade Bíblica do Brasil, 2006.
Bíblia de Estudo Palavras-Chave Hebraico e Grego. Texto bíblico Almeida Revista e Corrigida.
Bíblia de Estudo Pentecostal. Traduzida em português por João Ferreira de Almeida, com referências e algumas variantes. Revista e Corrigida, Edição de 1995, Flórida- EUA: CPAD, 1999.
BÍBLIA ILUMINA EM CD - BÍBLIA de Estudo NVI EM CD - BÍBLIA Thompson EM CD.
CPAD - http://www.cpad.com.br/ - Bíblias, CD'S, DVD'S, Livros e Revistas. BEP - Bíblia de Estudos Pentecostal.
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