2º Trim. 2015 - JUVENIS - Lição 1: O relativismo moral

2º Trim. 2015 - JUVENIS - Lição 1: O relativismo moral
PORTAL ESCOLA DOMINICAL
JUVENIS – CPAD
2º Trimestre 2015
Tema: Questões difíceis de nosso tempo



LIÇÃO  1 – O RELATIVISMO MORAL

TEXTO BÍBLICO  (Is 5.18-20; 1Pe 1.23-25)

ENFOQUE BÍBLICO
“Ai dos que ao mal chamam bem e ao bem, mal! Que fazem da escuridade luz, e da luz, escuridade, e fazem do amargo doce, e do doce amargo! (Is 5.20)

OBJETIVOS
 Reconhecer os perigos do relativismo moral.
Explicar as conseqüências do relativismo moral.
Compreender que os valores de Deus são eternos e imutáveis.


INTRODUÇÃO
 Os preceitos absolutos de Deus, contidos na Bíblia Sagrada são os referenciais  necessários para nortear nosso posicionamento e nossas atitudes diante do relativismo moral predominante em nossa sociedade” (Verdade Prática – Lição 5, Jovens e Adultos 4º Trimestre 2005)

1.      EXPLICANDO O RELATIVIVISMO
O relativismo é uma doutrina que prega que algo é relativo, contrario de uma idéia absoluta, categórica. Qualquer doutrina ou verdades morais, religiosas, políticas, cientificas e etc.., variam conforme a época, o lugar, o grupo social e os indivíduos de cada lugar. Conclui que nada é definitivamente certo, nada é absoluto, no relativismo qualquer pensamento cientifico religioso ou político, está na relatividade, qualquer coisa deve primeiro ser repudiado como verdade absoluta.

O que é a verdade? Pilatos fez a pergunta a Jesus, por quê? Aquilo que é verdade para você pode não ser para  o outro. O ponto de vista divergente significa que algo pode ter varias verdades e pode ainda alguém achar que não está certo. Mas do ponto de vista relativista, todos estão certos em seus pensamentos, ou seja, cada qual pode fazer o que quiser, estando feliz. O que importa é chegar a uma verdade objetiva, não precisa ser absoluta. É verdade para você? Então isto é o que importa. O relativismo ensina que o homem é o juiz daquilo que é, e daquilo que não é. Concluído o relativismo permite que cada um crie suas próprias normas de vida.

1.      Alguns filósofos relativistas e seus conceitos

Pelo menos três movimentos  relativistas no mundo antigo se destacam por influencia no relativismo.
- O defendido por Heráclito que é conhecido como Processismo, “Ninguém pisa no mesmo rio duas vezes,” tudo neste mundo é um continuo fluxo. Este pensamento foi até mais longe, segundo Crátilo, ninguém podia pisar no mesmo rio, até mesmo uma vez. Ele acreditava que tudo é fluxo e duvidava até de sua própria existência. É importante lembrar que Heráclito não era um relativista total, porem Crátilo, levou o pensamento tão longe que destruiu a própria mudança, acreditando que era impossível medir a mudança, mas quando uma mudança é destruída pode se voltar ao imutável.
- Outro grupo relativista na antiguidade foram os epicureus, eles eram Hedonistas, faziam do prazer à essência do bem e a dor a essência do mal. Neste pensamento os prazeres são relativos, aquilo que não é bom para você pode ser bom para mim. Para o hedonismo, todos os valores são relativos.
- O ultimo grupo é o Ceticismo, que tem como pensamento central: “Suspenda o julgamento acerca de tudo”. Para o cético toda e qualquer questão tem dois lados, podendo até resultar em um empate total. No pensamento do cético não há qualquer conclusão firme e definitiva sobre qualquer coisa.

No Período  Medieval, foi dominado por um ponto de vista teológico  cristão, ou pelo menos a contribuição para o ponto de vista do relativismo ético. Pedro Abelardo, por exemplo, argumentava que aquilo que é feito com boa intenção é o certo e aquilo que é feito com má intenção é o errado. Portanto há alguns atos que parece ser errado, mas não é devido à boa intenção do autor. Abelardo acreditava que o certo ou o errado vai depender da intenção da pessoa no momento do ato. Assim tudo é relativo às intenções da pessoa, por esta razão o pensamento de Pedro Abelardo é conhecido como Intencionalismo. (NORMAN L. Geisler, Introdução a Filosofia, pg 319)

- Outro pensador da Idade Média, Guilherme Occam, dizia que todos os princípios morais podem ser traçados por Deus de acordo com a sua vontade. Certa desconfiança para alguns seguidores, pois, se Deus hoje ama, amanhã pode mudar e odiar. Enquanto outros encontravam consolo, pois, Deus é imutável e não mudaria sua vontade acerca das normas éticas.  Voluntarismo. (Idem)
- Alem de Voluntarista Occan era também Nominalista. Os nominalistas negavam que há universais, tudo é apenas um conceito abstrato em nossas mentes. Acreditavam que para haver um universal, todos deveriam participar da bondade que é comum para todos os bens em particular. Provavelmente Occam, tenha sido o que mais contribuiu ao relativismo ético.

O relativismo tem forte influencia no mundo moderno e ai é crescente. Os Utilitaristas imaginam que os fins são capazes de justificar quaisquer meios. O Existencialismo que tem Soren Kierkegaard como pai afirmam que o homem tem o direito de fazer o que bem lhe convier, não precisará agir sempre do mesmo modo, tudo vai depender do momento. Ainda podemos citar o Evolucionismo  seguido por Darwin, que tem como pensamento central que o certo é aquilo que ajuda o desenvolvimento evolucionário da raça humana. O errado é tudo aquilo que o impede, neste caso o certo ou o errado serão relativo à etapa do desenvolvimento humano.

 E o Relativismo do mundo contemporâneo? Há varias correntes de pensamento que deságuam no relativismo ético. O Emotivismo, por exemplo, procura argumentar que todas as declarações éticas são emotivas. Neste caso a ética não pode preceituar ao ouvir um não de um superior significa que naquele momento ele estava emocionado. Quando Deus disse: “não mataras”, por exemplo, outra pessoa pode pensar diferente sobre o mesmo assunto. A ação de Hitler, neste caso pode se pensar que ele estava errado, mas pode também pensar que ele estava com a razão, tudo é relativo. No mundo contemporâneo temos que lembrar também do Subjetivismo, baseado no pensamento de Jean Paul Sartre, o homem pode fazer o que quiser. Segundo ele nada há no céu que possa nos impedir de agir conforme o momento. Isto significa dizer que se o mentir for o necessário para escapar de uma situação, faça, mas se a verdade possa ser dita, também não há problema em dizê-la. Não há prestações de contas de nossos atos o homem é livre. E em terceiro lugar analisaremos o pensamento do Situacionismo que ensina que tudo é relativo à situação. Por exemplo, uma mulher pobre que não tenha condições para criar um filho, pode assim neste caso interromper a gravidez com um aborto. Pode ainda em outra situação ficar grávida e levar até o fim, caso aquela situação for trazer prazer.      



1.      AS CONSEQÜÊNCIAS DO RELATIVISMO MORAL

A modernidade trouxe consigo algumas características que devem ser observadas, o conhecimento humano alargado, liberdades sem limites, ideologias e o crescimento dos dogmas religiosos no oriente.  Remete-nos para o  pós-modernismo, onde o homem está se auto-divinizando, tornando senhores de si (2Tm 3.1-5). O antropocentrismo vivido na pós-modernidade leva a entender que o homem é a medida de todas as coisas o humanismo torna-se o centro do Universo.

O homem tem tomado para si os direitos do  Deus Soberano e Criador de todas as coisas. Não há lugar para os valores absolutos, não há lugar para a verdade, não há lei superior que lhe proíba de nada. A busca pelo prazer e a alegria passageira pecaminosa, sem a presença divina. Neste caso é prevalecente a lei do “tanto faz”, “não tem nada a ver”, como se não conhecesse o criador.

O Relativismo destrói os valores espirituais, no pensamento relativista tais valores não existem. Acreditam que Deus não existe, alias o conceito Deus, em alguns filósofos ateus relativistas é uma criação do homem. Segundo eles o homem criou um deus e conseqüentemente deu a esse deus leis e passou a ser regido por elas como verdades absolutas. A isto Nietsche pensador alemão moderno, que procurou quebrar a todos os conceitos éticos dizia: “Deus está morto”, sendo assim tudo é permitido, desde que consiga escapar dos homens. Esta é a frase mais infeliz da filosofia nietzchiana, porque Deus está vivo (At 17.16-31)

Como vimos na passagem de Atos 17, Deus não é produto da imaginação humana, Deus é um ser Absoluto, Onipresente, Onisciente, Onipotente, Santo etc. Não é uma opção pessoal, onde cada qual fabrica o seu, pelo contrario foi ele quem nos fez (At 17.26). O Relativismo também destrói os valores morais, para os relativistas qualquer coisa que vamos fazer depende das circunstancias e não da moral. Não há um padrão ético a seguir, o  bom para mim é o mal para outro, portanto ninguém pode ser incriminado por atos. Será? 

É claro que não! Precisa-se de cuidados, pois, os educadores, os formadores de opiniões estão fortemente armados de idéias relativistas. Na sociedade atual, procuram dizer que tudo é normal e é legal a pessoa fazer aquilo que gosta. Pode ser, mas não dá para servir a Deus assim. Veja o que propaganda da Bombril, faz com o marido, parece uma comédia, mas leva a pensar que na nova modalidade de família o homem é um ser desnecessário e que faz varias coisas desagradáveis (Gn 2.18,24). Assim também as novelas estão propagando uma nova modalidade de família, onde nem a mulher é tão importante assim.

É incrível a hipocrisia das pessoas concernentes as crianças especiais, onde ao mesmo tempo em que são ovacionadas, há pensamentos que sejam abortados.  Perguntamos então: O que é bom neste relativismo? Estamos vivendo em um mundo anarquizado, desmoralizado, nossa juventude não tem objetivo, passamos em frente às Universidades eles estão bebendo e se drogando a vontade, ninguém tem o poder de freá-los. Cada qual se vale de suas liberdades seus pensamentos, uma formação deturpada, ninguém sabe o que acontecerá no futuro, não há expectativa.

           


1.      OS VALORES DE DEUS SÃO ETERNOS E IMUTÁVEIS

Toda vez que alguém na Bíblia se refere a Deus, diz: Deus é. E toda vez que Deus fala de si mesmo ele diz:  Eu sou. Deus é o governo do Universo, seus conceitos são absolutos e nada lhe passa despercebido aos  olhos, não há sequer um pensamento em todo este Universo que Ele não conheça. Precisamos ter sempre em mente que os princípios de Deus são Universais e não apenas para um determinado período e nem para um povoe em especifico. É para toda a raça humana de todos os tempos.

Não há na Bíblia meio termo, ou seja, quente, ou seja, frio, menos o morno (Ap 3.15,16). Não há lugar para o relativismo. O que Deus falou sobre o casamento no livro do Genesis lá no principio, valeu para aquela época e para todas as dispensações, portanto, é um principio valido ainda hoje. O que ele falou sobre a vida, nem sequer pode mudar uma vírgula. A verdade na Bíblia não é relativa, o sim é sim e o não é não.

A ciência tem mudado constantemente assim também a filosofia, os costumes porem a Bíblia é infalível e imutável. Eis a razão para que nós nos pautamos pela Palavra de Deus que tem valores eternos. A Bíblia nos adverte a refutar as vãs filosofias e todo tipo de sutilezas malignas. Em relação às verdades relacionadas na Bíblia, não cabe “o que eu acho” e “nem o que eu penso”, “nem o que todos fazem”. Um só versículo da Bíblia sobrepõe toda literatura filosófica, cientifica, qualquer que seja o assunto (Jo 17.17). Deus formou o homem do pó da terra (Gn 2.7), a partir daí qualquer outra coisa dita pelos evolucionistas, não tem valor algum.


RESUMO

“Fareis conforme os meus juízos e os meus estatutos guardareis, para andardes neles...” (Lv 18.4).


OBRAS CONSULTADAS

GEISLER, Norman L. e Paul D. Feinberg – Introdução a Filosofia – 2ª Edição, 1996, Editora Vida Nova – Brasil.
COUTO, Geremias do – A Transparência da Vida Cristã -  2001, CPAD, RJ


Colaboração para o Portal Escola Dominical – Pr. Jair Rodrigues
 http://www.portalebd.org.br/classes/juvenis.html