Lição 9 - As Limitações dos Discípulos



2º trimestre de 2015 - JESUS, o Homem Perfeito: O Evangelho de Lucas, o Médico Amado.
Comentarista da CPAD: Pastor: José Gonçalves
Complementos, ilustrações, questionários e vídeos: Ev. Luiz Henrique de Almeida Silva
Questionário
NÃO DEIXE DE ASSISTIR AOS VÍDEOS DA LIÇÃO ONDE TEMOS MAPAS, FIGURAS, IMAGENS E EXPLICAÇÕES DETALHADAS DA LIÇÃO
http://www.apazdosenhor.org.br/profhenrique/videosebdnatv.htm
 
 
TEXTO ÁUREO"E roguei aos teus discípulos que o expulsassem, e não puderam." (Lc 9.40)

VERDADE PRÁTICA Ao longo de seu ministério, JESUS foi seguido por homens simples, imperfeitos e limitados, mas jamais os descartou por isso.

LEITURA DIÁRIA
Segunda - Lc 9.40,41 A falta de fé dos discípulos mesmo depois
Terça - 9.46-48 JESUS não aceita a disputa dos discípulos
Quarta - Lc 9.49,50 JESUS repudia o exclusivismo dos discípulos
Quinta - Lc 12.13,14 JESUS é contra a avareza dos discípulos
Sexta - Lc 12.22-34 JESUS ensina os discípulos quanto a solicitude da vida
Sábado - Lc 7.40-50 Os discípulos e a necessidade
 
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE - Lucas 9.38-42,46-50
Lucas 9.38 - E eis que um homem da multidão clamou, dizendo, Mestre, peço-te que olhes para meu filho, porque é o único que eu tenho. 39 - Eis que um ESPÍRITO o toma, e de repente clama, e o despedaça até espumar; e só o larga depois de o ter quebrantado. 40 - E roguei aos teus discípulos que o expulsassem, e não puderam. 41 - E JESUS, respondendo, disse: Ó geração incrédula e perversa! Até quando estarei ainda convosco e vos sofrerei? Traze-me cá o teu filho. 42 - E, quando vinha chegando, o demônio o derribou e convulsionou; porém JESUS repreendeu o ESPÍRITO imundo, e curou o menino, e o entregou a seu pai.
Lucas 9.46 - E suscitou-se entre eles uma discussão sobre qual deles seria o maior. 47 - Mas JESUS, vendo o pensamento do coração deles, tomou uma criança, pô-la junto a si 48 - e disse-lhes: Qualquer que receber esta criança em meu nome recebe-me a mim; e qualquer que me recebe a mim recebe o que me enviou; porque aquele que entre vós todos for o menor, esse mesmo é grande. 49 - E, respondendo João, disse: Mestre, vimos um que em teu nome expulsava os demônios, e lho proibimos, porque não te segue conosco. 50 - E JESUS lhes disse: Não o proibais, porque quem não é contra nós é por nós.
 
OBJETIVO GERAL
Despertar nos crentes o desejo de cultivar as verdadeiras virtudes cristãs.
 
OBJETIVOS ESPECÍFICOS
Destacar que a melhor maneira de encher-se de fé é pela oração e conhecimento da Palavra de DEUS.
Mostrar que o exclusivismo nada tem a ver com o ensinamento de JESUS.
Explicar o perigo de um coração avarento e suas consequências.
Estimular os crentes a perdoar uns aos outros.
 
INTERAGINDO COM O PROFESSOR
Professor, muitos crentes têm uma ideia equivocada sobre as pessoas de DEUS que foram inspiradas pelo ESPÍRITO SANTO, a fim de escreverem textos sagrados que hoje norteiam a nossa vida e são tidos por nós como a única regra de fé e de prática. Referimo-nos aos apóstolos do Senhor.
A lição desta semana mostrará que, como nós, os apóstolos do Senhor eram pessoas falíveis e que na caminhada cristã não há lugar para fingirmos superioridades espirituais ou coisas semelhantes. Então, procure explicar aos alunos que a vida cristã é feita de atitudes espirituais, entretanto, humanas também. As falhas e os tropeços não podem ser encarados por nós como um erro sem perdão. Nós corremos o risco de falharmos em nossa missão por fraqueza ou fragilidade. Todavia, a nossa fé tem de estar fincada no Evangelho para desbaratarmos todas as artimanhas da vida e do Inimigo das nossas almas. Por isso, a partir desta lição, os seus alunos devem sentir-se encorajados por você a ter uma vida de fé, de oração e de leitura da Palavra.
 
PONTO CENTRAL
Como seres humanos, somos limitados e imperfeitos. Entretanto, uma vez seguindo a JESUS, podemos ter fé.
 
Resumo da Lição 9 - As Limitações dos Discípulos
COMENTÁRIO/INTRODUÇÃOOs discípulos de CRISTO demonstraram, em certos momentos da vida, exclusivismo, egoísmo, imaturidade, bairrismo, etc. Eles erraram quando se esperava que acertassem (Lc 9.40,41). JESUS censurou tais comportamentos e corrigiu o grupo, mas não abandonou os discípulos.
Nesta lição, veremos como, em diferentes circunstâncias, os discípulos agiram de forma oposta àquilo que o Senhor lhes havia ensinado e como JESUS os conduziu à maneira certa de agir. Esses fatos demonstram que os seguidores de CRISTO não eram super-homens, mas, sim, seres humanos que viviam suas limitações e, como tal, dependiam de DEUS para superá-las. Esses exemplos servem para nos orientar em nossa jornada de fé a fim de que possamos cultivar as verdadeiras virtudes cristãs.
I - LIDANDO COM A DÚVIDA
1. A oração e a fé.
 Logo após acalmar a tempestade no mar da Galileia, JESUS perguntou aos seus discípulos: "Onde está a vossa fé?" (Lc 8.25). Essa não foi a única vez que o Senhor censurou os discípulos por não demonstrarem a fé necessária em DEUS. Quando viu a inoperância dos discípulos frente a um menino endemoninhado, Ele disse: "Ó geração incrédula e perversa! Até quando estarei ainda convosco e vos sofrerei?" (Lc 9.41). Há algo em comum nestas passagens bíblicas - elas se relacionam com a vida devocional dos discípulos. A timidez mostrada durante a travessia do mar (Lc 8.25) e a falta de autoridade para expelir o demônio do garoto eram frutos de uma vida devocional pobre. Pouca oração, pouco poder! Nenhuma oração, nenhum poder! As passagens paralelas de Mateus e Marcos demonstram tal princípio (Mt 8.23-27; 17.14-20; Mc 4.35-41; 9.14-29).
2. A Palavra de DEUS e a fé. Se a falta de oração traz incredulidade, por outro lado, a falta de conhecimento da Palavra de DEUS produz efeito semelhante. É isso o que mostra a história dos dois discípulos no caminho de Emaús (Lc 24.13-35). No mesmo dia em que ressuscitou, o Senhor apareceu a dois deles quando se dirigiam para a aldeia de Emaús, cerca de 12 quilômetros de Jerusalém. Depois de dialogar com eles, JESUS percebeu o quanto eram incrédulos. O Mestre reprovou a incredulidade dos discípulos e os chamou de néscios, isto é, desprovidos de conhecimento ou discernimento (Lc 24.25). Atualmente, também, muitos que se dizem discípulos, estão sem conhecimento, discernimento e fé no mover de DEUS. Que o Senhor JESUS encha os nossos corações de fé para que possamos viver e pregar a sua Palavra.
II - LIDANDO COM A PRIMAZIA E O EXCLUSIVISMO
1. Evitando a primazia. Lucas registra que "suscitou-se entre eles uma discussão sobre qual deles seria o maior. Mas JESUS, vendo o pensamento do coração deles, tomou uma criança, pô-la junto a si" (Lc 9.46,47). Os discípulos precisavam de uma lição a respeito de humildade. O exemplo de JESUS ao tomar uma criança, foi excelente e, com certeza, eles puderam ver o quanto eram egoístas e ambiciosos.
O adjetivo comparativo meizon, traduzido como "maior", nesse texto, mantém o sentido de "mais forte que". A ideia aqui é de primazia! Quem é o primeiro? Quem é o mais forte? Quem é o mais apto? Pensamentos assim não refletem a mente de CRISTO, mas uma mente mundana e secularizada. Infelizmente, muitos problemas nas igrejas são causados por leigos e clérigos que querem exercer a primazia. Em CRISTO JESUS, todos são iguais. Não somos superiores ou inferiores a ninguém.
2. Evitando o exclusivismo. JESUS também combateu o exclusivismo que se revela através da mentalidade de um grupo fechado (Lc 9.49,50).
A razão dada pelos apóstolos para barrarem a ação daquele homem foi que ele não fazia parte do grupo. JESUS mostra que o fato de expulsar os demônios pela autoridade do seu nome e partilhar das mesmas convicções dos apóstolos credenciava aquele homem a exercer o seu ministério. Embora não fizesse parte do grupo dos Doze, partilhava da mesma fé. Não se trata, portanto, de validar crenças e práticas sectárias ou heréticas, mas sim de não permitir que o exclusivismo religioso nos cegue de tal forma que só venhamos a enxergar o nosso grupo.
III - LIDANDO COM A AVAREZA
1. Valores invertidos. No relato de Lucas, JESUS acabara de incentivar seus discípulos a dependerem do ESPÍRITO SANTO (Lc 12.12) quando um homem que estava no meio da multidão falou: "Mestre, dize a meu irmão que reparta comigo a herança" (Lc 12.13). Essa solicitação estava na contramão dos ensinos de CRISTO e por isso recebeu a censura dEle: "Homem, quem me pôs a mim por juiz ou repartidor entre vós?" (Lc 12.14). Enquanto JESUS ensinava a se evitar uma atitude legalista e materialista, esse homem age de forma diametralmente oposta àquilo que fora ensinado. Ele estava preocupado com a herança! Como muitos fazem hoje, não estava preocupado em seguir os ensinos de CRISTO, mas usá-lo como trampolim para alcançar seus objetivos - a satisfação material.
2. Evitando a ansiedade. Logo a seguir, JESUS profere um dos mais belos ensinamentos sobre como deve ser a vida de um verdadeiro discípulo (Lc 12.22-34). JESUS ensina a respeito das preocupações da vida. Como discípulos de CRISTO não podemos viver ansiosos pelas coisas desta vida. Precisamos aprender a confiar em DEUS, nosso provedor.
As palavras de JESUS também revelam duas maneiras de se enxergar o mundo - mostra como "os gentios do mundo" (Lc 12.30) entendem a realidade à sua volta e como os seus discípulos deveriam agir diante das mesmas circunstâncias. São duas cosmovisões totalmente diferentes e opostas entre si. Enquanto uma interpreta a realidade da vida tomando por base os valores meramente materiais, a outra a vê a partir de valores absolutos e espirituais.
IV - LIDANDO COM O RESSENTIMENTO (Lc 17.3,4)
1. A necessidade do perdão. JESUS sabia quão maléficos são a falta de perdão e o ressentimento. De fato, a Bíblia mostra que a raiz de amargura é um mal que deve ser evitado a qualquer custo (Ef 4.31). A falta de perdão é vista como uma raiz que produz brotos extremamente maléficos (Hb 12.15). No terceiro Evangelho, JESUS nos ensina que a forma correta de se manter livre desse veneno é possuir uma atitude pronta a perdoar. " Olhai por vós mesmos. E, se teu irmão pecar contra ti, repreende-o; e, se ele se arrepender, perdoa-lhe; e, se pecar contra ti sete vezes no dia e sete vezes no dia vier ter contigo, dizendo: Arrependo-me, perdoa-lhe" (Lc 17.3,4).
2. Perdão, uma via de mão dupla. JESUS também mostrou que o perdão é uma via de mão dupla (Lc 6.37). Quando ensinou sobre o perdão na oração do Pai Nosso, JESUS foi categórico em dizer que quem não perdoa também não será perdoado: "Se, porém, não perdoardes aos homens as suas ofensas, também vosso Pai vos não perdoará as vossas ofensas" (Mt 6.15). Não há dúvidas de que há muitos cristãos com doenças psicossomáticas simplesmente porque não conseguem perdoar. Guardam ressentimentos na alma como quem guarda dinheiro em banco! James Dobson, famoso psicólogo cristão, disse que daria alta a oitenta por cento de seus pacientes se eles conseguissem perdoar ou se sentissem perdoados!
CONCLUSÃO
Ao estudarmos as limitações dos discípulos, alguns fatos ficam em evidência. Observamos que a incapacidade para enfrentar Satanás em Lucas 9.40 é justificada em Mateus 17.20 pela falta de fé; a incredulidade dos discípulos no caminho de Emaús (Lc 24.13-35) é justificada pela falta de conhecimento das Escrituras (Lc 24.25-27); o desejo por grandeza e primazia (Lc 9.46-48) é uma consequência de terem se amoldado à cultura do mundo, e a falta de perdão existe por não se reconhecer a natureza perdoadora do Pai celestial.
 
SÍNTESE DO TÓPICO I - A intensidade da vida de oração mostra a qualidade de uma vida devocional. Enquanto que a Palavra de DEUS produz fé viva
SÍNTESE DO TÓPICO II - JESUS rechaçou a ideia de primazia e de exclusivismo para aqueles que professam a fé cristã.
SÍNTESE DO TÓPICO III - Não podemos inverter os valores da vida, pois viver ansiosamente, de modo materialista, vai na contramão de uma vida forjada no Evangelho
SÍNTESE DO TÓPICO IV - O perdão é uma necessidade humana, pois como uma via de mão dupla, à medida que perdoamos ao próximo, o nosso DEUS igualmente nos perdoa.
 
SUBSÍDIO DIDÁTICO top1Alguns fatos marcam o capítulo 9 de Lucas. (1) A falta de poder dos discípulos para expulsar o demônio; (2) a falta de capacidade dos discípulos em compreender o caminho do calvário de JESUS CRISTO; (3) o orgulho dos discípulos; (4) a intolerância dos discípulos em relação a outros que não andavam com eles. Portanto, sugerimos, para o domínio desses quatro episódios citados e desenvolvidos ao longo da lição, a leitura e o estudo dos respectivos versículos do capítulo 9: vv.37-43; vv.44,45; vv.46-48; vv.49,50.

SUBSÍDIO TEOLÓGICO top2"Um argumento irrompe entre eles [os discípulos] sobre quem é o mais importante. JESUS tinha acabado de predizer seu sofrimento e morte sacrificais. As aspirações mundanas dos discípulos por posição e prestígio exprimem que eles não compreenderam seu ensino sobre a abnegação e a humildade. Aspirando por elevadas posições, eles caem na armadilha do orgulho e do ciúme" (ARRINGTON, French L. Lucas. In ARRINGTON, French L.; STRONSTAD, Roger (Eds.). Comentário Bíblico Pentecostal Novo Testamento. 2.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2004, p.379). Tal comentário, inspira-nos a perguntar: "Abraçamos a causa do Evangelho por amor ou por vantagens e prestígios?"; "Será que um verdadeiro discípulo de CRISTO pode se livrar facilmente de uma vida de renúncia e de sofrimento por Ele?"; "Para quem serve o Evangelho?"; são as perguntas obrigatórias a serem feitas nos dias de hoje.

SUBSÍDIO TEOLÓGICO top4
"JESUS de Nazaré, argumenta Hannah Arendt, foi 'o descobridor do papel do perdão no reino dos assuntos humanos'. Pode ser muito afirmar que JESUS descobriu o papel do perdão social, visto que os profetas e sábios antes dEle também estavam cientes deste fenômeno, mas Ele claramente transformou o seu significado e significação de um modo que causou um efeito profundo na história humana.
Se examinarmos os livros do Novo Testamento em ordem aproximadamente cronológica, mais uma vez identificaremos uma trajetória que nos leva a pensar no perdão de um modo que transcende as metáforas puramente legais ou financeiras. Marcos, o mais antigo dos Evangelhos, claramente liga a chegada de JESUS com a previsão dos profetas hebreus referente à promessa de perdão e à vinda do Messias. Diferente das introduções mais longas dos outros Evangelhos, Marcos cita os profetas e em seguida declara que João Batista 'apareceu' e proclamou um batismo de arrependimento para (ou em ou voltado para) o perdão de pecados (Mc 1.4) [...]. Em resposta ao antagonismo dos escribas levantado contra Ele, JESUS anuncia que 'todos os pecados serão perdoados aos filhos dos homens, e toda sorte de blasfêmias, com que blasfemarem', exceto contra o ESPÍRITO SANTO (Mc 3.28,29)" (SANDAGE, Steven J.; SHULTS, F. Leron. Faces do Perdão: Buscando Cura e Salvação. 1.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2011, pp.137-38).
 
CONHEÇA MAIS top1
*Os setenta
"Outro grupo notável eram os setenta que JESUS enviou para preparar o terreno para Ele nas cidades que visitaria em seu caminho para Jerusalém (Lc 10.1). Se os doze apóstolos espelham as doze tribos de Israel, então talvez esses setenta espelhem os anciãos que Moisés designou para assisti-lo na liderança da nação de Israel (Nm 11.16,24,25)." Leia mais em Guia Cristão da Bíblia, CPAD, p. 70.
 
PARA REFLETIRSobre os ensinos do Evangelho de Lucas, responda:
Como devemos lidar com a dúvida? Com oração, leitura da Palavra, tendo fé e uma vida devocional produtiva.
De acordo com a lição, o que de fato motiva o desejo por primazia? Uma mente mundana e secularizada.
Como devemos evitar a ansiedade? Aprendendo a confiar no Senhor, o nosso provedor.
Como devemos entender o perdão? Que a falta de perdão é maléfica para a alma humana, e por isso, deve ser evitada.
Por que o perdão é uma via de mão dupla? Para sermos perdoados por DEUS, precisamos perdoar.
 
CONSULTE
Revista Ensinador Cristão - CPAD, nº 62, p. 40.
 
SUGESTÃO DE LEITURA
Liderança Espiritual, Os 5 Níveis da Liderança e Faces do Perdão

Lucas 9.20-35-50
Lucas 9.35 E saiu da nuvem uma voz que dizia: Este é o meu Filho amado; a ele ouvi. 36 E, tendo soado aquela voz, JESUS foi achado só; e eles calaram-se e, por aqueles dias, não contaram a ninguém nada do que tinham visto. 37 E aconteceu, no dia seguinte, que, descendo eles do monte, lhes saiu ao encontro uma grande multidão. 38 E eis que um homem da multidão clamou, dizendo, Mestre, peço-te que olhes para meu filho, porque é o único que eu tenho. 39 Eis que um ESPÍRITO o toma, e de repente clama, e o despedaça até espumar; e só o larga depois de o ter quebrantado.40 E roguei aos teus discípulos que o expulsassem, e não puderam. 41 E JESUS, respondendo, disse: Ó geração incrédula e perversa! Até quando estarei ainda convosco e vos sofrerei? Traze-me cá o teu filho. 42 E, quando vinha chegando, o demônio o derribou e convulsionou; porém JESUS repreendeu o ESPÍRITO imundo, e curou o menino, e o entregou a seu pai. 43 E todos pasmavam da majestade de DEUS. E, maravilhando-se todos de todas as coisas que JESUS fazia, disse aos seus discípulos: 44 Ponde vós estas palavras em vossos ouvidos, porque o Filho do Homem será entregue nas mãos dos homens. 45 Mas eles não entendiam essa palavra, que lhes era encoberta, para que a não compreendessem; e temiam interrogá-lo acerca dessa palavra. 46 E suscitou-se entre eles uma discussão sobre qual deles seria o maior. 47 Mas JESUS, vendo o pensamento do coração deles, tomou uma criança, pô-la junto a si 48 e disse-lhes: Qualquer que receber esta criança em meu nome recebe-me a mim; e qualquer que me recebe a mim recebe o que me enviou; porque aquele que entre vós todos for o menor, esse mesmo é grande. 49 E, respondendo João, disse: Mestre, vimos um que em teu nome expulsava os demônios, e lho proibimos, porque não te segue conosco. 50 E JESUS lhes disse: Não o proibais, porque quem não é contra nós é por nós.
 
Comentários de alguns livros com algumas modificações do Ev. Luiz Henrique
9.37-43a A Cura de um Menino Epileptico
Cf. Mateus 17.14-20; Marcos 9.14-29
O quadro de Rafael, A Transfiguracao, no qual esse famoso artista trabalhou até sua morte, dramatiza o contraste entre o que ocorrera no alto do monte e o que estava ocorrendo na planície abaixo. Só que Rafael uniu as duas cenas que devem ter ocorrido a uma considerável distância uma da outra, e, como o indica o versículo 37, separadas por um dia. Mas, ao juntar as duas cenas, Rafael prestou um valioso serviço, enfatizando exatamente o que os escritores dos Sinóticos também parecem enfatizar, a saber, o tremendo contraste entre a glória acima (representada pela parte superior da obra de Rafael) e a ignomínia e confusão abaixo (a metade inferior). Acima está a luz; abaixo, as sombras. Não obstante, existe também semelhanças: no cume, em palavras expressas, o Pai reafirmou seu amor por seu Filho, seu Escolhido; na planície, um pai agonizantemente intercede por seu único filho, um filho gravemente afligido. Mostra- e- os como o grande e unigênito Filho, em seu infinito amor, revelou seu poder e compaixão para com esse outro filho único e para com seu pai. Lucas apresenta esse acontecimento de forma bem abreviada. O relato de Marcos é bem mais detalhado. Lucas nada diz sobre o diálogo entre JESUS e os discípulos com referência à vinda de Elias (Me 9.11-13), sobre os escribas que estão discutindo cornos discípulos (Me 9.14), ou sobre a incapacidade do menino de falar (9.17); ele também omite completamente a parte do diálogo de JESUS com o pai do menino que ocorreu imediatamente depois que o menino lhe foi trazido (9.21- 24) e que termina com o grito agonizante do pai: “Creio, ajuda minha incredulidade” . Lucas reduz os três versículos (9.25-27) da descrição de Marcos da forma como efetuou a cura a apenas meio versículo (Lc 9.42b). Finalmente, Lucas omite completamente o diálogo subsequente entre JESUS e os discípulos, durante o qual o Senhor lhes disse: “Esta espécie só sai pela oração e pelo jejum” (Me 9.28, 29). Portanto, surge uma pergunta, visto que Mateus também apresenta essa história de forma condensada: é possível que o médico amado estivesse seguindo Mateus em vez de Marcos? Não obstante, uma atenta ponderação sobre esses dois relatos (de Mateus e de Lucas) convencerá o leitor de que, embora não apresentem as assim chamadas “discrepâncias”, os dois são bastante distintos para provar alguma dependência marcante de um sobre o outro. E evidente que, embora aqui, como em outros lugares, Lucas esteja fazendo uso de fontes, provavelmente tanto escritas quanto orais, e embora tais fontes pudessem muito bem ter sido incluídas tanto por Marcos quanto por Mateus, ele está seguindo seu plano pessoal. De forma bem ordenada, ele está relatando quatro fatos nos quais se revelam as falhas dos discípulos, a saber, sua falta de: a. fé (vs. 40, 41) b. entendimento (v. 45) c. humildade (v. 46) d. tolerância (v. 49) Em todos, exceto em (b), Lucas também mostra como o Mestre respondeu a essas falhas. Resultado: mais do que nunca somos levados a ver como, no término de O Ministerio do Retiro, e encarando o caminho para Jerusalém e para a cruz, JESUS sofreu “sozinho”; em certo sentido, “totalmente sozinho” . Isso realça a grandeza de seu sacrifício.
A. Cenário
37. No dia seguinte, quando desceram do monte, uma grande multidão lhe saiu ao encontro.
Esse foi o dia depois da transfiguração. JESUS, acompanhado por Pedro, Tiago e João, tinham terminado a descida do monte. Os quatro deparam com uma grande multidão. Aliás, tão ávido estava o povo quando viu JESUS, que veio correndo para dar-lhe as boas-vindas (Mc 9.15). Segundo Marcos 9.14, também estavam presentes alguns escribas que passaram a discutir com os nove que foram deixados para trás, quando JESUS e os três subiram ao monte. Mas, como já se indicou, Lucas omite essa parte da história.
B. Dupla Tragédia A primeira parte dessa tragédia é descrita nos versículos 38,39.
De repente, um homem da multidão gritou, dizendo: Mestre, rogo-te que atentes para meu filho, porque ele é meu único filho. De repente um ESPÍRITO se apodera dele e de súbito ele grita. Então o agita com convulsões de modo que espuma pela boca, e, enquanto o maltrata, raramente o deixa livre.
Do meio dessa grande multidão, um homem de repente se põe diante de JESUS. Respeitosamente, ele se dirige a JESUS como “Mestre” (assim também em Marcos), e como “Senhor” (de acordo com Mateus). No curso de suas palavras, o homem poderia ter usado os dois títulos; ou, se não, cada evangelista está dando sua própria tradução de uma forma aramaica do vocativo. O homem continua pedindo a JESUS que “atente” para seu filho único. Sua intenção é: “atente com favor e compaixão” ; daí, que o ajude. Com referência a esse filho, Lucas revela os seguintes pontos:
1. Ele era filho único. Naturalmente, Lucas seria o evangelista a enfatizar tal fato. Não foi assim também no caso do jovem de Naim, cujo corpo estava sendo retirado pelo portão [da cidade], filho único da viúva? Cf. 7.12. E a filha de Jairo não era filha unica (8.42)?
2. Provavelmente era epileptico. Os sintomas mencionados por Lucas - especialmente os ataques, as convulsões e a espuma pela boca - são característicos da epilepsia. E verdade que em Mateus 17.15 o original usa uma palavra que, traduzida literalmente, faria desse    endemoninhado um “lunático”, tradução essa que atualmente tem sido adotada por A.V. e Phillips. Mas a tradução favorecida pela maioria dos tradutores é “epiléptico” . “Lunático” é uma pessoa insana, e nada há no presente contexto que indique insanidade.
3. Era um endemoninhado ou cativo de demônioe isso em extensão tal que, quando o ESPÍRITO mau lhe provocava um ataque, e no processo o maltratava, raramente o deixava livre.
4. Era surdo-mudo (Me 9.17, 25). A segunda parte da tragédia se encontra no versículo:
40. Pedi aos teus discípulos que o expulsassem, porém não puderam.
Evidentemente, a intenção original do homem tinha sido levar esse menino gravemente atacado a JESUS. Mas quando notou que JESUS não estava na companhia dos nove discípulos que não tinham subido ao monte, lhes pedira que curassem o enfermo. A expulsão de demônios e a cura de enfermos não era uma das tarefas que foram designadas aos Doze? E não é verdade que tinham tido certo êxito nessa incumbência? Veja Lucas 9.1, 6, 7, 10; cf. Marcos 6.13. Mas, no presente caso, os discípulos tinham fracassado. Lucas não entra nessa parte da história. Veja Mateus 17.20; Marcos 9.29.
C. Luz em Meio às Trevas
1. Repreendidas as trevas da incredulidade
41a. JESUS respondeu: Oh, geração incrédula e pervertida, até quando estarei com vocês? Até quando os suportarei?
Cf. Deuteronômio 32.5; Mateus 17.17. JESUS estava profundamente comovido, como o indica a exclamação Oh. Por meio dessa exclamação, JESUS expressou sua dor e indignação. O fato de dirigir ele sua queixa à “geração” mostra que não poderia estar pensando apenas nos nove discípulos que tinham fracassado nessa emergência. Evidentemente, ele se sentia profundamente insatisfeito com seus contemporâneos: com o pai, que carecia de suficiente fé no poder curador de CRISTO (cf. Me 9.22-24);com os escribas, que em vez de mostrar alguma piedade, provavelmente se gloriavam na impotência dos discípulos (Me 9.14); com o povo em geral, que nos Evangelhos é normalmente descrito como muito mais preocupado consigo mesmo do que com os demais (Jó 6.26); e, finalmente, porém não com menos razão, com os nove discípulos por seu fracasso em exercer sua fé, não pondo todo o coração na oração perseverante (Me 9.29). Em maior ou menor grau, todos eram incrédulos, falhos no exercício de uma fé verdadeira, ardente, duradoura, fé essa eficazmente operosa. Ao acrescentar JESUS: “Até quando estarei com vocês? Até quando os suportarei?”, ele mostra que, em vista de sua própria confiança no Pai celestial, confiança sem mácula, e em vista de seu próprio amor que era infinito e temo, era-lhe doloroso “suportar” (sentido exato do original) os que eram carentes dessas qualidades ou que falhavam no exercício dessas virtudes em grau suficiente. Seu ministério tinha durado, até então, quase três anos. Ele estava desejoso de ver o fim. Não foi só a condenação e a crucificação que trouxeram sofrimento ao Senhor, mas também a incredulidade e a maldade do povo em cujo meio vivia. Não obstante, a misericórdia sempre triunfa. Assim também ocorreu aqui. JESUS não rejeita a oração do pai que sofre agonias, nem ignora a dor do filho gravemente afligido:
2. A luz de uma promessa implicita.
41b. Traga aqui seu filho.
Ao dizer isso, JESUS não quis dizer: “Verei se posso curá-lo” , mas: “Eu o curarei” .
D. Livramento
1. Ataque final do demônio
42a. Enquanto ele [o menino] ia se aproximando, o demônio o lançou por terra e o agitou em convulsão.
Esse não era um caso comum de epilepsia, mas um provocado e agravado por um demônio, o que se faz evidente à luz dos seguintes fatos: (a) a convulsão ocorreu no exato momento em que o menino se aproximava e o demônio viu JESUS (Me 9.20); e (b) não era uma desordem cerebral que por si só produzia convulsão; não, era o demônio que derrubava o menino por terra e o fazia convulsivo. Nesse ponto, Marcos 9.21-24 relata um breve diálogo, porém significativo, entre JESUS e o pai do menino, que termina com as palavras recém-citadas do último: “Creio, ajuda minha incredulidade” . Tanto Mateus quanto Lucas omitem este diálogo e concentram a atenção do leitor sobre a cura.
2. A cura
42b. JESUS, porém, repreendeu o ESPÍRITO imundo, curou o menino e o devolveu a seu pai.
Como anteriormente JESUS havia “repreendido” os demônios (4.35, 41), uma febre (4.39), os ventos e as ondas (8.24), assim também aqui, de um modo muito eficaz, fez prevalecer sua autoridade sobre esse ESPÍRITO imundo. Veja também sobre este verbo repreender no comentário sobre 8.24. Tendo sido assim repreendido, somente uma coisa o ESPÍRITO poderia fazer: ir embora. E assim o Mestre curou o menino.
Significativas são as palavras: e o devolveu a seu pai. Em conexão com tantos casos de curas efetuadas por JESUS, faz-se evidente que ele era muito mais que um mero operador de milagres. Ele punha seu coração em suas curas. Estas eram manifestações não só de seu maravilhoso poder, mas também de seu temo amor. Assim, por exemplo, ele não só cura o paralítico, mas também lhe perdoa os pecados (5.17-24); não só cura o servo do centurião, mas também elogia o próprio centurião (7.2-10); não só restaura a saúde do endemoninhado geraseno, mas também faz dele um missionário (8.26-39); não só cura, mas também consola a mulher que tocou sua túnica (8.43-48); não só ressuscita dentre os mortos a filha de Jairo, mas também toma iniciativa para que lhe seja dado algo para comer (8.40-42, 49-56). Em harmonia com isso, o que nos impressiona no presente caso é que, assim como o filho da viúva de Naim não só foi ressuscitado dentre os mortos, mas também foi ternamente devolvido à sua mae (7.11-17), assim esse endemoninhado epiléptico e surdo-mudo é agora restaurado à sua saúde, com igual compaixão e preocupação é devolvido ao seu pai. Cf. Isaías 53.4; Mateus 8.16, 17. JESUS aqui se revela não só como umCurador, mas como Curador, o Curador que tem compaixão!
E. Assombro
43a. todos foram tomados de assombro ante a majestade de DEUS.
Essa afirmação tem seu lado positivo e seu lado negativo. É maravilho que, quando o povo notou que JESUS podia fazer o que seus discípulos não puderam, e triunfou até mesmo sobre esse demônio totalmente corrompido, porém poderoso, expressou seu assombro e reconheceu nesse ato de cura a majestade de DEUS. Não obstante, em contrapartida é claro que não reconheceram JESUS como o Messias enviado de DEUS. Não lhe consagraram o coração. Assombrar-se é bom, mas não é suficiente! Para Licoes Praticas Palavras em Grego, ver pp. 694 e segs. 43b Ora, enquanto todos se maravilhavam ante todas as coisas que JESUS estava fazendo, ele disse a seus discípulos: 44 Deixem que estas palavras penetrem em seus ouvidos: o Filho do homem está para ser traído342 e entregue nas mãos dos homens. 45 Eles, porém, não sabiam o que pensar dessa afirmação. Ela fora oculta deles para que não a entendessem. E temiam perguntar-lhe a respeito dessa afirmação.
 
9.43b-45 A Segunda Predicao da Paixao (e da Ressurreicao) Cf. Mateus 17.22, 23; Marcos 9.30-32
43b,343 44. Ora, enquanto todos se maravilhavam ante todas as coisas que JESUS estavam fazendo, ele disse a seus discípulos: Deixem que estas palavras penetrem em seus ouvidos: o Filho do homem está para ser traído e entregue nas mãos dos homens.
JESUS não permitiu que fosse afastado de seu objetivo, a saber, concretizar seu “êxodo” em Jerusalém. Nem mesmo a aclamação universal e o assombro em decorrência do grande milagre que estava para realizar podiam fazê-lo desviar-se do curso que decidira seguir. Portanto, da multidão ele agora se volta para seus discípulos. Uma vez mais, como uma vez antes (vs. 21, 22)   ele fala de sua morte que se aproximava. No primeiro anúncio, contudo, ele pusera ênfase especial na necessidade dos acontecimentos futuros; agora está para enfatizar sua certeza. Portanto ele diz: “Deixem que estas palavras penetrem em seus ouvidos” , ou seja, prestem muita atenção no que estou para dizer-lhes; ouçam com muito cuidado; depositem-no em sua memória; revolvam-no em sua mente; levem-no a sério. O que JESUS lhes diz é que ele, o Filho do homem - como no versículo 22; veja sobre 5 .2 4 -, o gloriosíssimo de Daniel 7.13, 14, está para ser entregue nas mãos dos homens, os mesmos homens supramencionados na primeira predição, a saber, os anciãos e os principais sacerdotes e os escribas. Sabemos que eles, por sua vez, o iam entregar aos gentios - pense especialmente em Pilatos - que o entregarão aos soldados parra açoitá-lo e crucificá-lo. Mas tudo isso ainda não é descrito com detalhe; não especialmente no relato tão abreviado de Lucas. A passagem paralela de Marcos e também a de Mateus mencionam a morte e a ressurreicao ao terceiro dia. Mas essa passagem só fala do fato de que o Filho do homem estava para ser atraiçoado, ou entregue nas mãos dos homens.
45. Eles, porém, não sabiam o que pensar dessa afirmação. Ela tinha sido oculta deles para que não a entendessem. Em decorrência de seus próprios preconceitos e das expectativas mundanas em referência ao Messias e seu reino, eles não puderam captar o sentido da predição. O Messias ... entregue nas mãos dos homens! Como era possível tal coisa? Até esse ponto, há concordância geral. Agora, porém, introduz-se outro elemento. Tudo indica que tem havido uma razão adicional por que os Doze não compreenderam o que JESUS dissera. “Isso fora oculto deles” etc. Parece, pois, que sua incapacidade de entender não foi tão somente devido à sua própria obtusidade - cf. Lucas 24.25; Atos 13.27 - , mas também a alguém ou a algo mais. “Havia sido escondido deles” . Os comentaristas diferem amplamente sobre a identidade de “quem ocultou” . Que pessoa ou coisa era essa? Entre as muitas respostas dadas a essa pergunta, as quatro seguintes se destacam:
a. as próprias idéias preconcebidas dos apóstolos
b. o diabo ou “as forças do mal”
c. JESUS
d. DEUS
Quanto a (a). As palavras Isso lhes fo ra oculto claramente mostram que Lucas estava pensando em um princípio, força ou pessoa do lado de fora do coração e da mente dos apóstolos. Quanto a (b). Tem-se dito: “Quando você não sabe a quem culpar, lance a culpa no diabo”. Esse é um caminho simplório para se escapar da dificuldade. Entretanto, essa resposta é completamente alheia ao presente contexto. Quanto a (c). Isso contradiz o versículo 45c; veja abaixo sobre essa linha. Quanto a (d). Essa resposta, adotada por muitos intérpretes, provavelmente seja a melhor. De modo algum exclui o elemento de responsabilidade, erro e torpeza humanas. Como em várias outras passagens bíblicas, assim também aqui, se reconhece o controle dominante da providência de DEUS. Uma ilustração baseada no Antigo Testamento mostra como é possível combinar o erro humano e a boa e soberana providência de DEUS.
É como segue:
“A resposta absurda de Roboão foi ‘o sopro que acendeu as brasas apagadas da guerra’. Os representantes das tribos dissidentes não compreendiam que há força na união? ... que ruptura deplorável! Já não havia unidade política, governo fortemente centralizado, união religiosa ... O trono tinha perdido seu lustre. A glória se fora!” “Essa é uma maneira de visualizar a questão. Ao manter o elemento de verdade nesta apreciação, não devemos ignorar o ponto de vista divino, como afirmado em 1 Reis 11.12,13; 12.15, 24b, e especialmente em 11.36. Lemos: "da mao de teu filho o tirarei... pois esta mudanca nos acontecimentos vinha da parte do Senhor ... conforme o Senhor tinha ordenado ... para que Davi, meu servo, tenha sempre uma lâmpada diante de mim em Jerusalém’” .
Quando se pergunta: “Por que DEUS ocultou dos Doze o significado completo da predição do versículo 44?” , é preciso admitir que a resposta não foi revelada. Teria sido porque, não só antes da morte, mas também da ressurreição, ascensão e coroação do Senhor, bem como do derramamento do ESPÍRITO SANTO, os discípulos não estavam psicologicamente preparados para “suportar” o conteúdo das palavras: “O Filho do homem está para ser traído e entregue nas mãos dos homens” ? Em outros termos, é possível que João 16.12,13 nos conduza à resposta?
E temiam perguntar-lhe sobre essa afirmação. Tivessem apenas lhe perguntado, pelo menos ele poderia ter expresso alguma palavra para o conforto deles. Nem mesmo se sugere que era ele mesmo quem o ocultava. Por que temiam pedir-lhe mais luzes acerca do tema de sua agonia que se aproximava tão depressa? Não sabemos. Não obstante, tem-se sugerido que a sua repreensão que tinham recebido em resposta a uma pergunta prévia - veja Mateus 17.19, 20 - poderia tê-los inibido de formular outra pergunta. Isso é possível, porém não o sabemos.
46 Ora, suscitou-se uma disputa entre eles sobre qual deles seria o maior. 47 JESUS, porém, consciente do que estavam pensando em seu coração,345 tomou uma criancinha e a pôs ao seu lado. 48 Então lhes disse: Quem quer que em meu nome recebe esta criancinha, a mim me recebe; e quem quer que me recebe, recebe quem me enviou. Porque aquele que é o menor entre todos vocês, esse é que é [realmente] grande!
9.46-48 Quem E o Maior? Cf. Mateus 18.1-5; Marcos 9.33-37
JESUS dissera - e bem recentemente - “Deixem que estas palavras penetrem bem em seus ouvidos: O Filho do homem está para ser traído e entregue nas mãos dos homens” (9.44). A / continuação é chocante:
46. Ora, suscitou-se uma disputa entre eles sobre qual deles seria o maior.
De um lado, maravilhoso auto-sacrifício; do outro, vil egocentrismo. O antecedente histórico era o seguinte: JESUS e os Doze haviam chegado a Cafamaum (Mt 17.24). De caminho para “a casa”, desenvolveu-se entre os discípulos uma disputa sobre posição. Já em casa, JESUS lhes pergunta: “O que vocês estavam discutindo no caminho?” Eles, porém, se calaram (Me 9.33,34). Estavam envergonhados do fato de que estiveram discutindo a pergunta: “Quem entre nós seria o maior?”
47. JESUS, porém, consciente do que estiveram pensando em seu coração - expressão tipicamente semítica, onde provavelmente diríamos: “JESUS, porém, conhecendo seus pensamentos” - , tomou uma criancinha e a pôs ao seu lado. Como JESUS soube o que esses homens estiveram discutindo e o que agora estavam pensando? É perda de tempo tentar compreender o meio exato em que JESUS obtinha o conhecimento. Nessa ocasião em particular, sua natureza divina poderia ter comunicado a informação à sua natureza humana. Teria sido, quem sabe, quando esses homens se convenceram do fato de que JESUS já sabia o que eles estiveram discutindo que finalmente decidiram confessar tudo? Eles admitiram que sua pergunta fora e continuava sendo: “Quem entre nós seria o maior”? (cf. Mt 18.1). A fim de imprimir nesses homens a lição que tão desesperadamente necessitavam, JESUS então toma uma criancinha e a põe ao seu lado. É agradável notar a freqüência com que se menciona nos Evangelhos a presença de crianças ao redor de JESUS e o amor deste por elas.
Veja Mateus 9.18, 19, 23-26 (cf. Me 5.21-24, 35-43; Lc 8.40-42, 49-56); 14.21; 15.38; 18.1-6 (cf. Me 9.33-37; Lc 9.46-48); 19.13-15 (cf. Me 10.13-16; Lc 18.15-17); 21.15 e em certo sentido inclusive 23.37 (cf. Lc 13.34).
Quanto a isso, não deve escapar-nos que quando JESUS fala de “crianças” ele está pensando nelas como caracterizadas por traços como ausência de pretensão e a confiança humilde. Assim considerados, “os pequenos do Senhor” não são necessariamente só os que são jovens em idade e pequenos em estatura física, mas todos quantos revelam as características espirituais supramencionados. Daí, às passagens supramencionadas, que ilustram a atitude de CRISTO para com as “crianças”, deve-se acrescentar também Mateus 11.25, 26 (cf. Lc 10.21).
48. Então ele lhes disse: Quem quer que em meu nome recebe esta criancinha, a mim me recebe; e quem quer que me recebe, recebe aquele que me enviou.
Esse dito do Senhor se harmoniza com o presente contexto como igualmente ocorre com o de Mateus 10.40. Aqui em Lucas 9.48 (cf. Me 9.37), a lógica é mais ou menos esta: JESUS está dizendo aos seus discípulos que esqueçam tudo quanto lhes diz respeito, sua posição e importância; e que, em vez disso, concentrem sua atenção na criança que se acha ao lado do Mestre. Devem não só “tomar-se como” essa criança (cf. Mt 18.1-4), mas devem “recebêla” (cf. Mt 18.5) e a outras como ela. Além do mais, essa recepção deve ser no nome de CRISTO. O nome de CRISTO é o próprio CRISTO visto em sua gloriosa auto-revelação. Portanto, receber verdadeiramente essa criança significa tratá-la com todo amor e consideração segundo JESUS disse que seus seguidores fizessem. Visto ser muito estreita a relação entre JESUS e essa criança - ou qualquer outra criança - , portanto qualquer pessoa que em nome de CRISTO ou “por sua causa” a recebe, recebe CRISTO. Finalmente, visto que a relação entre JESUS e aquele que o enviou, o Pai, é infinitamente estreita (Jó 17.10, 21, 24-26), segue-se que, quem receber JESUS também recebe aquele que o enviou. Ora, tal atitude de olhar para fora de si a fim de ver o que se pode fazer pelos pequeninos de CRISTO pressupõe humildade. E tal humildade, revelada em humilde servico aos pequeninos do Senhor, e grandeza ; ou, como o próprio Mestre o expressa:
Porque aquele que é o menor entre todos vocês, esse é que é [realmente] grande. Compare com isso Mateus 20.24-28; Marcos 10.41-45; Filipenses 2.5-11; 1 Pedro 5.5. E não se esqueça de Isaías 57.15. 9.49, 50 Aquele que Não E Contra Voces E por Voces Cf. Marcos 9.38-40.
49 Mestre, disse João, vimos um homem expulsando demônios em teu nome...
Aparentemente poderia parecer que entre o parágrafo precedente (vs.46-48) e este (vs. 49, 50) não há nenhuma conexão lógica. Tem-se sugerido que o apóstolo João, envergonhado pela repreensão implícita que ele e os Doze receberam, introduziu esse fato acerca de um exorcista simplesmente para mudar o tema. Outros são de opinião que a inserção desse parágrafo que não se encontra em Mateus, mas somente em Marcos e aqui (abreviado) em Lucas, foi sugerida pela frase “em meu [ou em teu] nome” , que aparece tanto no versículo 48 quanto no 49. Não obstante, não se deve descartar outra possibilidade. A consciência de João poderia ter sido despertada pela observação de desaprovação implícita de CRISTO (v. 48), de modo que agora se indaga se ele, João, e os outros tinham se comportado corretamente em relação a certo exorcista. Não se pode dizer com certeza se há algo de verdade em qualquer uma dessas suposições em relação à natureza da conexão ou falta de conexão. O título Mestre ou Senhor (como aqui em Lc 9.49), sendo um bom equivalente do termo aramaico que João usou ao dirigir-se a JESUS, foi sempre muito apropriado (Jó 13.13) e poderia parecer ainda mais apropriado se o ensino de CRISTO sobre a humildade fosse completado justamente agora. O que molestava João era que ele e os outros - note “nós” - tinham visto alguém expulsando demônios no nome de CRISTO, embora esse exorcista não pertencesse aos Doze e talvez nem sequer ao círculo mais amplo de seus seguidores constantes (Lc 6.13; 10.1). De que classe de homem João estava falando? Não de um pretenso exorcista, como os sete filhos de Ceva (At 19.13- 6), porque esses eram falsos. Tampouco era um exorcista do tipo condenado em Mateus 7.22. Não, esse homem, com toda probabilidade, era um genuíno crente em JESUS. Poderia ser alguém que, tendo ouvido o Mestre e tendo-lhe rendido o coração, não estabelecera ainda uma estreita conexão com os demais seguidores do Mestre. Tudo o que sabemos de forma segura é que estivera expulsando demônios no nome de CRISTO e que João e os outros - talvez outros apóstolos - haviam reprovado suas ações com veemência: e procuramos impedi-lo, porque não está seguindo juntamente conosco. Aparentemente, a tentativa de impedir o homem não teve bom êxito. Ele teria se convencido plenamente de que o que estava fazendo era justo e correto. G que fazia era no “nome de CRISTO” , ou seja, como se explicou previamente, em completa conformidade, como ele o via, com a mente e palavras de JESUS. Para esse homem, a expressão no nome de CRISTO não era uma fórmula mágica: era uma realidade. A razão dada por João para a tentativa de impedi-lo era “porque ele não está seguindo juntamente conosco” . É plenamente possível que João tivesse tomado parte vital na tentativa de impedir esse homem de fazer o que estava fazendo. Se isso parece estranho, a razão não poderia ser o fato de que passou algum tempo antes que esse “filho do trovão” (Me 3.17; cf. Lc 9.54) se convertesse em “o discípulo a quem JESUS amava”? Veja João 13.23; 19.26; 20.2; 21.7, 20. Não émais provável, porém, que fosse exatamente o amor por seu Mestre - amor mal orientado - o que fez com que João e os demais tentassem impedir esse exorcista que não se unira a CRISTO e aos seus seguidores constantes?
50. JESUS, porém, lhe disse: Não o impeçam, porque aquele que não é contra vocês é por vocês.
Visto ser um fato que, uma vez que uma pessoa tenha sido confrontada com CRISTO, a neutralidade é para sempre impossível, é razoável que, qualquer pessoa que não é contra ele é p o r a fa vo r de - ele; deigual modo, aquele que não e contra os seguidores mais íntimos de JESUS - daí o “vocês” - e por eles. Que gênero de atitude é essa contra o qual JESUS adverte nesse pequeno parágrafo? Resposta: atitude de intolerância, exclusivismo tacanho. É o tipo de estado mental que já estava presente durante a antiga dispensação. Eldade e Medade, que bem definidamente são filhos de DEUS e genuínas testemunhas, por uma razão ou outra, permaneceram no acampamento em vez de irem à tenda ou tabernáculo onde poderiam estar sendo esperado. Talvez não tivessem ouvido a convocação. No acampamento, porém, no meio do povo, estão profetizando. Muito excitado, um jovem mexeriqueiro corre a levar a notícia às autoridades. “Eldade e Medade profetizam no arraial” . Mesmo Josué considera que isso é algo terrível. Ele diz: “Moisés, meu Senhor, proíbe-lho” . Moisés, porém, responde: “Tens tu ciúmes por mim? Tomara todo o povo do Senhor fosse profeta, que o Senhor lhes desse o seu ESPÍRITO!” (Nrn 11.26-29). Ainda hoje esse ESPÍRITO de exclusivismo tacanho é às vezes confundido com lealdade à igreja ou à denominação de alguém. Ouvimos pessoas dizerem: “Nossa denominação é a mais pura manifestação do corpo de CRISTO na terra” . Enquanto estivermos nesta terra pecaminosa, um terreno em que a hipocrisia nos altos escalões freqüentemente corrompe não só a vida política, mas até mesmo a eclesiástica, não seria melhor deixar esses juízos para DEUS? Não sejamos mais restritivos que Moisés. Não sejamos menos compreensivos que Paulo (Fp 1.14-18). Sigamos o ensino de JESUS e, ao mesmo tempo que mantenhamos o que consideramos a pureza doutrinai, estendamos a destra de fraternidade a todos os que amam o Senhor JESUS CRISTO e edifiquemos sobre o firme fundamento de sua Palavra infalível. Fazendo isso, oremos para que sejamos instrumentos na condução de outros no caminho da salvação, para a glória de DEUS (I Co 9.19, 22; 10.31, 33).
 
Sumário do Capítulo 9.18-50 (O Ministério do Retiro)
Por meio da alimentação dos cinco mil (Lc 9.10-17) JESUS revelara sua grandeza de uma forma tão impressionante que as multidões queriam coroá-lo rei (Jó 6.15). Portanto, era tempo de JESUS revelar aos Doze:
(a) que ele era o Messias há muito esperado, e
(b) em que sentido isso era verdade. A fim de lograr o primeiro objetivo, estando sozinho com os homens que escolhera para que fossem seus seguidores permanentes, JESUS lhes perguntou: “Quem diz o povo que eu sou?” Eles responderam: “João Batista ... Elias ... um dos profetas da antiguidade” . Então lhes pergunta: “Mas, voces, quem dizem que eu sou?” Falando por todos, Pedro responde: “O CRISTO de DEUS” (vs. 18.20). JESUS adverte seus discípulos a não divulgarem esse fato. Então, a esses mesmos homens faz a primeira predição franca de sua paixão, que velozmente se aproxima, e de sua ressurreição. Isso cumpre o propósito (b) já indicado. A um auditório que consistia dos Doze mais muitos outros, ele agora esclarece que seus verdadeiros seguidores são participantes de seu sofrimento. “Se alguém deseja vir após mim, que negue a si mesmo, tome diariamente sua cruz e me siga” etc. Também foi nessa ocasião que JESUS disse as misteriosas palavras: “Além do mais, na verdade lhes digo que há alguns dos que estão aqui que não provarão a morte até que vejam o reino de DEUS” (vs. 21-27). Cerca de oito dias depois, JESUS tomou consigo Pedro, Tiago e João e subiu ao monte para orar. Enquanto JESUS estava assim ocupado, o Pai lhe comunicou glória e honra (2Pe 1.16, 17)
(a) envolvendo seu corpo, inclusive suas roupas, com resplendor celestial,
(b) enviando mensageiros celestiais (Moisés e Elias) para conversar com ele sobre seu “êxodo” em Jerusalém, e
(c) fazendo com que ele e os outros que estavam ali ouvissem a voz celestial: “Este é o meu Filho, o meu Escolhido; ouçam-no!” A sugestão de Pedro de prolongar a gloriosa cena nem sequer recebeu resposta. Uma nuvem veio e envolveu Moisés e Elias (provavelmente também JESUS). Quando os dois emissários desapareceram e já não se ouvia a voz (supramencionada), JESUS foi achado sozinho. Em obediência a uma ordem dada pelo Mestre (Me 9.9), os discípulos que estiveram com JESUS no monte da transfiguração guardaram silêncio, e naqueles dias nada disseram a ninguém do que viram (vs. 28-36). Que imenso contraste entre a glória no cume do monte e a miséria, ignomínia e confusão embaixo; particularmente, a miséria experimentada por um filho único endemoninhado e por seu pai. A tragédia era dupla. Citando as palavras do pai do menino:
(a) “De repente um ESPÍRITO se apodera dele e repentinamente ele grita. Em seguida o lança em convulsões de modo que espuma pela boca, e enquanto o maltrata, raramente o deixa livre” ; e (b) “Roguei aos teus discípulos que o expulsassem, porém não puderam”. Ao ver JESUS:
(a) esse pai que admitiu sua falta de fé (Me 9.22, 24),
(b) os discípulos que, por causa de uma debilidade semelhante, não puderam curar esse menino,
(c) a multidão dos que buscavam curiosidades e
(d) os escribas se regozijando ante o fracasso dos discípulos (Me 9.14), ele exclamou: “Oh, geração incrédula e pervertida, até quando estarei com vocês? Até quando os suportarei?” Não obstante, voltando- se para o pai do menino, o Mestre acrescentou cheio de compaixão: “Traga aqui seu filho” . Essa mesma ordem significou a derrota do demônio. Embora lançasse o menino por terra e lhe provocasse convulsões, ante a palavra de JESUS o ESPÍRITO imundo foi expulso. “E eles [a multidão de espectadores) estavam assombrados ante a majestade de DEUS” (vs. 37-43a). Os discípulos tinham fracassado. Voltaram novamente a fracassar em relação à segunda predição de CRISTO acerca da paixão: “O Filho do homem está para ser traído e entregue nas mãos dos homens”. Embora à luz de Lucas 24.25, esse fracasso fosse também inescusável, não se deve exagerá-lo, como o indicam as palavras “isso lhes foi ocultado” (vs. 43b-45). Agora se notifica uma falta muito grave da parte desses homens. Enquanto JESUS estava pensando em seu grande sacrifício por eles, como o demonstra a predição da paixão (e ressurreição), eles estavam se perguntando: “Qual de nós é o maior?” Então JESUS tomou uma criancinha e disse aos seus discípulos: “Todo aquele que receber em meu nome esta criancinha, a mim me recebe; e todo aquele que me receber, recebe aquele que me enviou”. Ele queria dizer que realmente grande é aquele, e tão-somente aquele, cuja humildade se expressa em atos de amor em favor dos que são débeis e pequenos, isto é, em favor dos pequeninos do Senhor (vs. 46-48). Esta seção é encerrada pelo relato de uma falha muito grave por parte dos discípulos - especialmente de João e dos que estavam com ele. O incidente é narrado com estas palavras: “Mestre, vimos um homem expulsando demônios em teu nome e procuramos impedi-lo, porque ele não está seguindo junto conosco”. JESUS respondeu: “Não o impeçam, porque quem não é contra vocês é por vocês”. Com essa resposta é evidente que, embora JESUS enalteça a lealdade, tomava firme posição contra o fanatismo (vs. 49, 50). Os fracassos dos discípulos de JESUS põem em relevo as vitórias de JESUS! A pequenez deles concentra nossa atenção na grandeza dele.

 
34,35. Agora veio uma nuvem e os envolveu. No Antigo Testamento, uma nuvem as vezes e associada com a presença de DEUS (e.g. Ex 4034-35) e não há motivo de duvidar que este e o caso aqui, especialmente tendo em vista a voz celestial. Não fica bem claro quem entrou na nuvem. O texto que temos (ARA) da a impressão de que os discípulos foram incluídos. Mas e mais provável, segundo parece, que a nuvem envolvesse JESUS e os visitantes celestes;32 cf. Knox: “viram aqueles outros desaparecerem dentro da nuvem, e ficaram aterrorizados.” Que os discípulos estavam fora da nuvem parece ser indicado pelo fato de que a voz veio a eles de dentro (ek) dela. A voz disse: Este e o meu Filho, o meu eleito: a ele ouvi! Os outros Evangelhos tem “meu Filho amado,” como também tem alguns MSS de Lucas. Eleito enfatiza outro aspecto da Pessoa de JESUS, um pouco como o messiado. DEUS escolheu e nomeou JESUS para Seu ministério. Isto O diferencia clara e enfaticamente de Moises e de Elias (contra as opiniões mencionadas em 8, 19). A Ele, os homens devem prestar atenção.
36. Nisto acabou a visão. Lucas deixa de mencionar que JESUS veio aos discípulos e os tocou enquanto jaziam prostrados. Simplesmente diz que depois daquela voz, achou-se JESUS sozinho. Acrescenta que naqueles dias os discípulos não contaram a visão a ninguém. Tinha sido uma experiência maravilhosa, mas não era o tipo de coisa que encorajaria a tagarelice ociosa.
JESUS e os discípulos (9:37-50)
Lucas agora ajunta quatro incidentes curtos em que demonstra a falta de fé dos discípulos, sua lentidão em aprender, seu orgulho, e sua intolerância. E uma sequencia impressionante, e faz uma conclusão triste a sua seção galileia. Os discípulos tem muita coisa para aprender.
O jovem possesso (9:37-43a).
A experiência no cume da montanha e seguida em todos os três Sinotistas pela incapacidade angustiante dos discípulos de tratar de um caso de possessão demoníaca. O contraste e marcante. De um lado, temos aqueles que se regozijavam na luz de DEUS no cume da montanha, e, do outro lado, aqueles que estavam sendo derrotados pelos poderes das trevas na planície. Mas a supremacia de JESUS esta evidente nos dois casos.
37. Lucas diz que este incidente ocorreu no dia seguinte. Omite a discussão acerca da vinda de Elias, e passa diretamente ao caso do menino endemoninhado. Uma grande multidão estava com o menino, e agora veio ao encontro de JESUS.
38-40. Um homem na multidão clamou a JESUS em alta voz, explicando sua necessidade.
Tinha um filho único (cf. 7:12; 8:42), que de tempos em tempos era possesso por um demônio. Os sintomas parecem semelhantes aos da epilepsia, e muitos classificam a doença como tal sem mais aquela. Como, porem, a doença e atribuída a possessão demoníaca, este diagnostico talvez seja um pouco confiante demais. O homem completa sua historia de sofrimentos dizendo que rogara aos discípulos que lidas sem com o demônio mas que, infelizmente, eles não puderam. Não fica claro se estes discípulos incluíam alguns dos apóstolos ou não. Visto que somente três dos doze estiveram com JESUS, presume-se que havia alguns deles com a multidão. Neste caso, ha um problema, pois tinham tido sucesso em lidar com demônios na sua viagem de pregação (9:1-6). Agora o poder os tinha deixado. Deve ter havido algum fracasso na sua vida espiritual (Mc 9:29 refere-se a necessidade da oração).
41. Não e fácil perceber a quem JESUS dirige as palavras "ó geração incrédula e perversa", (cf. Dt. 32:5). Não parece haver razão para pensar no pai, porque em primeiro lugar, não era uma “geração” e em segundo lugar, foi ele quem trouxera seu filho, pela fé, para ser curado, ainda que essa fé fosse imperfeita (Mc 9:24). Mas alguns bem podem ter vindo no espírito de “Vamos ver o que estes discípulos podem fazer” e talvez, ate, “o que não podem fazer”! Este parece ser o ponto crucial do argumento entre os escribas e os discípulos (Mc 9:14). Devemos, pois, entender que as pessoas endereçadas eram “todas as pessoas presentes que não tinham demonstrado fé suficiente para a cura do menino” (THB). As palavras são importantes, porque Lucas as tornou centrais ao abreviar grandemente a narrativa. Omitiu varias declarações interessantíssimas, inclusive a de JESUS: “Tudo e possível ao que crê” e a do pai: “Eu creio, ajuda-me na minha falta de fé” (Mc 9:23, 24). A pergunta ate quando (cf. Nm 14:27), demonstra que JESUS estava preocupado com a falta de fé e propósito do qual falava. As pessoas estavam vendo os milagres como maravilhas, mas não como sinais da presença de DEUS e da Sua exigência do arrependimento. Mas imediatamente JESUS volta-Se ao homem e a necessidade dele, e pediu-lhe que trouxesse o menino a Ele.
42,43a. Enquanto o menino vinha para a frente, o demônio deu seu ímpeto final.
O atirou no chão e o convulsionou. Marcos relata uma breve conversação que se seguiu, mas Lucas, como Mateus, concentra- se na cura. JESUS repreendeu o espírito imundo (cf. 4:35, 39, 41; 8:24) e curou o menino. Sua solicitude para com as pessoas ressalta-se outra vez quando Ele o entregou a seu pai. O milagre deixou as pessoas maravilhadas ante a majestade de DEUS. JESUS não atraia a atenção a Ele mesmo, mas, sim, trazia gloria ao Pai.
Outra profecia da paixão (9:43b-45).
JESUS desviou a atenção dos discípulos de maravilhar-se de quanto JESUS fazia para a paixão. Fixai nos vossos ouvidos as seguintes palavras e uma chamada para prestar atenção com muita exatidão. E endereçada especialmente aos discípulos, conforme indica um “vos” enfático no Grego (“Por vossa parte,” JB). Os discípulos estão colocados em contraste com o publico geral que nada mais fazia senão maravilhar-se dos milagres. Depois desta introdução solene JESUS conta aos Seus seguidores que Ele será entregue nas mãos dos homens. Isto não e muito especifico, o que pode ser parte da razão porque não entendiam isto. Mas, mais importante, foi-lhes encoberto, que pode significar que havia oposição das forcas do mal. Lucas faz um esforço especial para enfatizar a falta deles de captar a declaração, porque suas palavras são muito mais fortes do que as nos demais Evangelhos. Temiam interroga-lo a este respeito. Esta atitude e tanto mais inexplicável visto que JESUS tinha falado das mesmas coisas não havia muito tempo antes (22). Mas não O entenderam naquela ocasião tampouco, e este dito e mais curto e talvez mais misterioso. Do outro lado da cruz, deve ter sido terrivelmente difícil captar a verdade que o messiado de JESUS importava em Sua morte.
O orgulho dos discípulos (9:4648).
Ryle nos relembra que o orgulho sempre volta a ocorrer no homem, embora “De todas as criaturas nenhuma tem tão pouco direito de ser orgulhosa quanto o homem.” Acrescenta: “de todos os homens, nenhum deve ser tão humilde quanto o cristão.”
46. A distância entre os discípulos e o espírito de JESUS ressalta-se na sua discussão (a palavra pode significar “pensamento” ou “arrazoar”) sobre qual deles seria o maior. JESUS acabara de falar da Sua morte sacrificial pelos homens. Eles estavam falando da primazia de lugar. Esta pode ser parte da razão pela sua incapacidade para entender. Estavam pensando em si mesmos. JESUS estava pensando nos outros.
47,48. JESUS sabia o que se lhes passava no coração (o pensamento, oculto aqui e representado em Grego pela palavra traduzida “discussão” no versículo anterior). Repreendeu-os, portanto, ao colocar uma criança (para a atitude de JESUS para com as crianças, cf. 10:21; 17:2; 18:6) junto a Si, e disse-lhes: Quem receber esta criança em meu nome, a mim me recebe. A criança representa os indefesos e as pessoas sem importância. O teste do serviço amoroso e que recebemos os tais em nome de CRISTO. Receber a criança e receber a CRISTO, e receber a CRISTO e receber o Pai (note a referencia a missão nas palavras aquele que me enviou). A verdadeira grandeza não e a grandeza terrestre: e sua antítese. O homem verdadeiramente grande e o homem humilde. JESUS não esta dizendo que o grande homem e aquele que esta disposto a participar do serviço num lugar humilde. Mas o que for o menor será grande. Não diz “o maior.” No reino, os homens não se comparam uns com os outros. A verdadeira grandeza consiste em serviço humilde.
O exorcista estranho (9:49, 50).
O ministério de JESUS tinha atraído interesse generalizado, e alguns que nunca se ligaram ao circulo dos discípulos estavam disposto a servirem a DEUS no nome dEle. Um dos tais atraiu a atenção dos apóstolos ao expulsar demônios.
49. Falou João (lit. “respondeu”), que significa que estava respondendo as palavras faladas por JESUS. Talvez queira dizer: “Mas decerto ha limites. Isto não seria aplicável a um caso como este.” Ou talvez vira que suas ações estavam incluídas na condenação, e sua consciência estava perturbada. Seja qual for o motivo, agora contou a JESUS acerca de um homem que viram expelindo demônios em nome de JESUS. Alguns comentaristas rejeitam isto, dizendo que o exorcismo em nome de JESUS dificilmente teria sido feito durante a vida terrestre de JESUS. Pensam que Lucas esta incluindo a experiência da igreja no relato dos tempos de JESUS. Mas isto parece superficial. Quando JESUS tinha tido tanto sucesso em expulsar demônios quanto demonstram os capítulos anteriores, nada e mais natural do que outra pessoa fizesse o mesmo em nome dEle. Mas Joio, e quem mais estava incluído no plural de vimos, mandaram-no parar (o imperfeito pode significar “procuramos para-lo” ou “continuamos a para-lo”) porque não segue conosco. Lucas não diz que o homem alegava ser um discípulo. Apenas expelia demônios em nome de JESUS. Mas para os discípulos não bastava que ele pudesse fazer em nome de JESUS aquilo que eles tio recentemente e de modo tio destacado não conseguiram fazer (40). Devia seguir juntamente com eles. Este tem sido o erro de cristãos em todas as eras, e é interessante vê-lo na primeiríssima geração dos seguidores de JESUS.
50. O Mestre, não aceitou tal atitude de modo nenhum.
Não proibais, disse Ele. Acrescentou a regra importante: quem não e contra vos outros, e por vos. Não pode haver neutralidade na guerra contra o mal. O homem que se opõe aos demônios em nome de JESUS, deve ser bem recebido, e não alvo de oposição. Está no lado certo. Plummer indica apropriadamente que este e o teste que o homem pode aplicar aos outros, ao passo que o dito: “Quem não e por mim, e contra mim” (11: 23) deve ser aplicado por ele a si mesmo.
Leon L. Morris, M.Sc., M.Th., Ph.D. - O EVANGELHO DE LUCAS - INTRODUÇÃO E COMENTÁRIO - Sociedade Religiosa Edições Vida Nova
 
 
Questionário da Lição 9 - As Limitações dos Discípulos
2º trimestre de 2015 - JESUS, o Homem Perfeito: O Evangelho de Lucas, o Médico Amado.
Comentarista: Pastor: José Gonçalves
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Referências Bibliográficas (outras estão acima)
Bíblia de estudo - Aplicação Pessoal.
Bíblia de Estudo Almeida. Revista e Atualizada. Barueri, SP: Sociedade Bíblica do Brasil, 2006.
Bíblia de Estudo Palavras-Chave Hebraico e Grego. Texto bíblico Almeida Revista e Corrigida.
Bíblia de Estudo Pentecostal. Traduzida em português por João Ferreira de Almeida, com referências e algumas variantes. Revista e Corrigida, Edição de 1995, Flórida- EUA: CPAD, 1999.
BÍBLIA ILUMINA EM CD - BÍBLIA de Estudo NVI EM CD - BÍBLIA Thompson EM CD.
CPAD - http://www.cpad.com.br/ - Bíblias, CD'S, DVD'S, Livros e Revistas. BEP - Bíblia de Estudos Pentecostal.
VÍDEOS da EBD na TV, DE LIÇÃO INCLUSIVE - http://www.apazdosenhor.org.br/profhenrique/videosebdnatv.htm
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