A perseguição contra a Igreja nos primeiros séculos


A história da Igreja foi marcada por perseguições. O próprio Senhor  Jesus, os apóstolos e todos aqueles que fielmente pregaram e viveram  segundo os princípios do Evangelho foram vítimas das mais cruéis e  sanguinárias ações.
As primeiras perseguições contra a Igreja  estão registradas no livro de Atos (At 4.1-22; 5.17-42; 6.8-15; 7.54-60;  8.1-3; 12.1-19; 14.1-7; 19-20; 16.19-26; 35-40; 17.13; 18.5-11;  19.23-41; 20.1-3; 21.27-36, 22-30; 23.12-35; 24.1-27; 25.1-12 ss.).

Os  primeiros perseguidores da Igreja foram os líderes judaicos da época:

"Falavam eles ainda ao povo quando  sobrevieram os sacerdotes, o capitão  do templo e os saduceus,   ressentidos por ensinarem eles o povo e anunciarem, em Jesus, a   ressurreição dentre os mortos; e os prenderam, recolhendo-os ao cárcere  até ao dia seguinte, pois já  era tarde." (At 4.1-3, ARA)

"Levantando-se, porém, o sumo sacerdote e  todos os que estavam com ele,  isto é, a seita dos saduceus, tomaram-se  de inveja, prenderam os apóstolos e os recolheram à prisão pública."  (At 5.17-18, ARA)

Cairns (1988, p. 46) interpreta as causas  desta perseguição ao crescimento rápido da Igreja, que representou para  os opositores uma ameaça às suas prerrogativas de intérpretes e e  sacerdotes da lei. O Sinédrio, uma organização política e religiosa, sob  a permissão romana agiu contra a Igreja. Foi nesta fase da perseguição  que Estevão e Tiago foram mortos.

Comentando sobre o relato do  martírio de Estevão em Atos 1.8b, Marshall (2008, p. 146) entende que o  sucesso deste ataque foi o sinal para um ataquem em maior escala contra a  igreja em Jerusalém. Pela primeira vez a palavra "perseguição" (gr. diogmos) ocorre em Atos,  significando aqui: "oprimir alguém a  fim de persuadí-lo a rejeitar a sua  religião, ou simplesmente atacar  alguém por motivos religiosos." Kistemaker (2006, p. 383),  destaca que o final - mos,  aplicado ao substantivo grego, indica ação que se encontra em progresso.

Sobre  essa perseguição Williams (1996, p. 174) diz que:

Até agora os saduceus é que haviam sido os  principais antagonistas dos cristãos (cp. 4:1, 5s; 5:17), enquanto os  fariseus, se é que Gamaliel serve de critério, de alguma forma haviam  adotado uma posição mais neutra (5:34 ss). Mas Paulo, um fariseu (23:6;  Fl 3:5), resolve abandonar a posição mais suave preconizada por seu  mestre, e passa a liderar um movimento organizado com o objetivo de  desarraigar a nova doutrina.

Stott (2003, p. 162), percebe  uma tríplice intenção de Lucas na narrativa do martírio de Estevão. São  elas:

- Mostrar como o martírio de Estevão provocou uma grande  perseguição contra a igreja em Jerusalém. "Ela começou naquele dia, o dia da morte de Estevão, e  levantou-se com a ferocidade de uma tempestade repentina";

-  Descrever como o martírio de Estevão provocou uma grande dispersão: "todos, exceto os apóstolos, foram dispersos  pelas regiões da Judéia e Samaria (v. 1c, ARA)";

-  Relatar como o martírio de Estevão provocou a perseguição, a perseguição  a diáspora, e a diáspora uma ampla evangelização: "Entrementes, os que foram dispersos iam por  toda a parte pregando a palavra". (v. 4, ARA).

Ao se  expandir por todo o Império Romano, a igreja passou a sofrer  perseguições em níveis maiores. Para entendermos as causas da  perseguição contra a Igreja no Império, nos reportaremos a abordagem de  Cairns (Idem, p. 70-77):

Causas  Políticas: Após ser distinguida do judaísmo e considerada  sociedade secreta pelas autoridades romanas, a Igreja recebeu a  interdição do estado que não admitia nenhum rival à obediência por parte  dos súditos, tornando-se assim religio illicita, uma religião ilegal  que ameaçava a segurança do estado romano. A tolerância religiosa era  tolerada apenas na medida em que contribuísse para manter a estabilidade  do estado. O cristianismo colocou César em segundo plano e Cristo em  primeiro. A soberania exclusiva de Cristo entrou em confronto com as  reivindicações de César à soberania exclusiva. Os cristãos foram  acusados de deslealdade, pois recusavam-se a oferecer incenso nos  altares devotados ao culto ao imperador. Quem sacrificasse nestes  altares, podia praticar uma segunda religião. As reuniões dos crentes à  noite foi entendida como a preparação para uma conspiração contra o  estado.

Causas Religiosas:  A religião cristã, que se fundamentava num culto espiritual e interno,  contrastava com a religião romana, que valorizava os altares, ídolos e  práticas externas. As reuniões sigilosas dos cristãos fez com que  ataques morais fossem feitos contra eles, acusando-os incesto, de  canibalismo e práticas desumanas, distorções do "comer e beber" os  elementos representativos da ceia (corpo e sangue de Cristo), e dos  ósculos santos ou beijo da paz.

Causas Sociais: A influência dos cristãos sobre as  classes pobres e escravas produziu uma aversão por parte dos líderes  aristocráticos e influentes da sociedade, que desprezava os crentes. A  ideia e o discurso de igualdade entre os homens não soava bem para o  modelo e estrutura aristocrática. A Aristocracia (do grego αριστοκρατία, de άριστος  (aristos), melhores; e κράτος  (kratos), poder, Estado),  literalmente poder dos melhores,  é uma forma de governo na qual o  poder político é dominado por um  grupo elitista. Normalmente, as  pessoas desse grupo são da classe  dominante, como grandes proprietários  de terra (latifundiários),  militares, sacerdotes, etc. (wikipédia). Os  cristãos também se separavam dos ajuntamentos pagãos dos templos,  teatros e lugares de recreação, promovendo assim uma antipatia sem  precedentes em qualquer grupo inconformista da história.

Causas Econômicas: Como exemplo de  causas econômicas, pode-se citar a oposição sofrida por Paulo dos  fabricantes de ídolos em Éfeso (At 19.27). Havia, o que poderia se  chamado hoje de um "mercado religioso", onde sacerdotes, fabricantes de  ídolos, videntes, pintores, arquitetos e escultores lucravam com a  religião.

Em sua carta ao Imperador Trajano, Plínio escreve sobre  as condições na Bitínia durante a sua perseguição aos cristãos  (BETTENSON, 2001, p. 30):

Sem  dúvida, os templos que estavam quase desertos são novamente  frequentados; os ritos sagrados há muito negligenciados, celebram-se de  novo; vítimas para sacrifícios estão sendo vendidas por toda parte, ao  passo que, até recentemente, raramente um comprador era encontrado.

Quando  em anos posteriores o Império sofreu uma crise econômica, a opinião  pública atribuiu o problema à presença do cristianismo no Império, e  como consequência o afastamento da proteção e provisão dos seus deuses.

Conforme  Latourette (2006, p. 111), as perseguições são em geral distribuídas em  dois principais grupos cronológicos, o primeiro de Nero, até o ano 250,  que foram locais e  provavelmente sem muitas perdas de vidas, e o  segundo grupo, abrangendo a totalidade do império, com tentativas claras  de extirpar o cristianismo como uma grande ameaça ao bem-estar comum.  Observaremos abaixo algumas das principais perseguições sofridas pelos   cristãos nos primeiro séculos.

A  Perseguição Sob Nero (54-68 d.C.)

Nero foi o primeiro  imperador romano a perseguir os cristãos.  Segundo Tácito  (BETTENSON, idem, p. 27), por ocasião do grande incêndio na cidade,  Nero acusou os cristãos e partiu para a destruição dos mesmos:

Para livrar-se de suspeitas, Nero culpou e  castigou, com supremos refinamentos de crueldade, uma casta de homens  detestados por suas abominações e vulgarmente chamados de cristãos.  [...] Acrescente-se que uma vez condenados á morte, eles se tornavam  objetos de diversão. Alguns, costurados em peles de animais, expiravam  despedaçados por cachorros. Outros morriam crucificados. Outros ainda  eram transformados em tochas vivas para iluminar a noite. (Tácito,  Annales, XV.44)

A atitude de Nero causou repugnância e um  sentimento de comiseração geral "pois  se pressentia que eram sacrificados não para o bem público, mas para a  satisfação da crueldade de um indivíduo" (Ibid).

Há claros  indícios de que Pedro e Paulo sofreram a morte em Roma sob Nero  (LATOURETTE, idem, p. 111; GONZÁLES, 1995, p. 57; CAIRNS, ibid, p. 74;  DEBARROS, 2006, p. 451). Eusébio de Cesaréia (1999, P. 76), assim  escreveu:

Dessa maneira,  aclamando-se publicamente como o principal inimigo de Deus, Nero foi  conduzido em sua fúria a assassinar os apóstolos. Relata-se, portanto,  que Paulo foi decapitado em Roma e que Pedro foi crucificado sob seu  governo. E esse relato é confirmado pelo fato de que os nomes de Pedro e  Paulo ainda hoje permanecem nos cemitérios daquela cidade. 
Após  o suicídio de Nero em 68, cessou por algum tempo a perseguição aos  cristãos (GONZÁLES, idem), sendo retomada em 95, durante o governo  despótico de Domiciano (CAIRNS, ibid.)

A Perseguição Sob Domiciano (81-96 d. C.)

Domiciano,  movido por sua vaidade e arrogância, "ordenou que fosse chamado de  'Senhor e Deus', exigiu como saudação o beija-mão ou beija-pé" (DREHER,  2004, p. 52). Por esta ocasião os judeus se recusaram a pagar um imposto  público criado para o sustento de Capitolinus Jupiter. A  identificação com os judeus fez com que os cristãos fossem também  perseguidos. Sob o governo deDomiciano o apóstolo  João foi exilado na ilha de Patmos, onde escreveu o apocalipse.

A Perseguição Sob Trajano (98-117 d.C.)

Surge aqui, sob Trajano, a primeira  perseguição organizada, como parte de uma política governamental  definida, começando na Bitínia durante a administração de Plínio,  o Moço, por volta de 112. O que de diferente houve nesse período, foi  que os cristãos não eram buscados, sendo castigados apenas quando eram  acusados por alguém. Plínio enviou uma carta à Trajano, pedindo-lhe  orientação sobre a forma de coibir as suas práticas, pois pensava: "o  mal ainda pode ser contido e vencido". Em resposta à Plínio, Trajano  escreveu (BETTENSON, ibid., p. 31):

No exame das denúncias contra os cristãos, querido Plínio,  tomaste o caminho acertado. Não cabe formular regra dura e inflexível,  de aplicação universal. Eles não devem ser perseguidos. Mas, se surgirem  denúncias procedentes, aplique-se o castigo, com a ressalva de que, se  alguém nega ser cristão e, mediante a adoração dos deuses, demonstra não  o ser atualmente, deve ser perdoado em recompensa de sua emenda, por  mais que o acusem suspeitas relativas ao passado. Panfletos anônimos não  merecem confiança em nenhum caso. Eles constituem um mal precedente e  não condizem com os nossos tempos". (Trajano a Plínio, Plin. Epp.  X.XCVII)

Durante o governo de Trajano, por volta do ano  107, escreve Gonzáles (Idem, p. 66) que:

[...] o ancião bispo de Antioquia, Inácio, foi acusado ante as  autoridades e condenado a morrer por ter negado a adorar os deuses do  Império. Uma vez que nesse tempo celebravam grandes festas em Roma, em  comemoração à vitória sobre os dácios, Inácio foi enviado à capital para  que sua morte contribuísse com os espetáculos projetados. A caminho do  martírio, Inácio escreveu sete cartas que constituem um dos mais  valiosos documentos do cristianismo antigo [...].

Prestes a  ser comido pelos leões afirmou em carta: "Sou trigo de Deus, e os dentes das feras hão de me moer, para  que possa ser oferecido como pão limpo de Cristo".

A Perseguição Sob Antonino Pio (138-161 d.C.)  

Foi durante o governo de Antonino Pio, que  em Esmirna, aconteceu o martírio de Policarpo. Detentor de uma "retórica própria cortante, afiada por uma violenta  cartase, que endereçava aos duros de coração e insensíveis ao pecado,  conclamando todos ao arrependimento de suas transgressões, [...]  Policarpo entrou em rota de colisão com o governador Estácio Quadrato,  que tentou convencer o santo ancião a negar o nome de Cristo e a adorar a  deidade Nêmese, além de outros deuses protetores de Esmirna e do Monte  Pago" (MENDES, 2006, p. 131). Quando instado a renunciar e a  insultar a Cristo, Policarpo respondeu: "Oitenta e seis anos tenho-lhe servido, e ele nunca me fez  nenhum mal; e como posso agora blasfemar meu Rei que me salvou?"  (CESARÉIA, 1999, p. 137). Já amarrado e após uma oração, Policarpo foi  queimado na fogueira.

A  Perseguição Sob Marco Aurélio (161-180 d.C)

Marco Aurélio  atribuiu todas as calamidades de seu reino ao crescimento do  cristianismo, ordenando assim uma perseguição aos cristãos. Latourette  (Ibid., p. 112) escreve que provavelmente a aversão de Marco Aurélio  pelos cristãos era pelo fato de pensar que eles minavam a estrutura da  civilização que ele lutava para manter contra as ameaças domésticas e  estrangeiras.  Justino  Mártir, sofreu o martírio em Roma durante esta perseguição.

A Perseguição Sob Décio (249-251 d.C.)

Numa época de  grande instabilidade no império, que vivenciava ataques externos e  internos, e vendo na manutenção da cultura clássica um forte aliado à  subsistência, o imperador Décio, percebeu nos  cristãos uma ameaça e promulgou um edito em 250 que exigia uma oferta  anual de sacrifícios nos altares romanos aos deuses e à figura do  imperador, fornecendo um certificado aos que obedecessem e perseguindo  os que não se submetessem a esta prática. Latourette (ibid., p. 115)  relata:

Sacrificar seria  apostasia e na presente crença cristã a apostasia era um dos pecados  pelo qual não havia nenhuma espécie de perdão. Muitos cristãos  preferiram sua vida física à morte espiritual e aquiesceram  completamente. Outros evitaram manifestamente um abandono de sua fé  comprando os certificados venais, ou libelli, de aquiescência, sem  realmente sacrificarem. Outros, tantos que nunca saberemos, enfrentaram  corajosamente o pleno desprazer do Estado por não obedecer. Alguns deles  foram aprisionados, entre eles, Orígenes, o bispo de Roma, e o velho  bispo de Jerusalém. Esses dois últimos pereceram em prisão. Outros foram  mortos imediatamente. Alguns fugiram para lugares de relativa  segurança. Entre esses estava Cipriano, o famoso bispo de Cartago [...].

A Perseguição Sob Valeriano (253-260 d.C.)

Nos  diz Latourette (ibid,. p. 116), que a princípio Valeriano se mostrou  amigável com os cristãos, tendo o seu humor mudado, possivelmente pela  influência de um de seus conselheiros. Nesta ocasião os bispos, como  líderes da Igreja, foram selecionados e obrigados a reverenciar os  deuses sob punição de exílio. Os crentes foram ameaçados com pena de  morte se frequentassem as reuniões e cultos da Igreja, ou cemitérios  cristãos. Um novo edito em 258 tornou a perseguição mais dura:

[...] presumivelmente ordenava a morte para  os bispos, sacerdotes e diáconos; primeiramente o confisco das  propriedades e então, se isto não fosse bastante para induzir à  apostasia, a morte para os cristãos de alta posição no Estado, o  confisco de bens e o banimento para as cristãs matronas, e a escravidão  para os membros cristãos dos relacionados à família imperial. Por  atingir as pessoas de proeminência na Igreja, esta seria destituída de  sua liderança. (LATOURETTE, ibid.)

A Perseguição Sob Diocleciano (284-305 d.C.)

Sob Diocleciano , em  303, aconteceu a mais terrível perseguição contra os cristãos. Foram  ordenadas o fim das reuniões cristãs, a destruição das igrejas, a  deposição dos oficiais da Igreja, a prisão dos que persistissem em seu  testemunho de Cristo e a destruição da Escrituras pelo fogo. Os cristão  foram também obrigados a sacrificar aos deuses pagãos sob pena de morte  caso não aceitassem. os cristãos foram punidos através do confisco de  bens, trabalhos forçados, exílio, prisões e execuções à espada ou por  animais ferozes.

As perseguições só acabaram por ocasião do  governo de Constatino,  que através da promulgação do edito de  Milão garantiu a liberdade de culto a todas as religiões dentro do  império:

"Nós, Constantino e  Licínio, Imperadores, encontrando-nos em Milão para  conferenciar a  respeito do bem e da segurança do império, decidimos que,  entre tantas  coisas benéficas à comunidade, o culto divino deve ser a  nossa primeira  e principal preocupação. Pareceu-nos justo que todos, os  cristãos  inclusive, gozem da liberdade de seguir o culto e a religião de  sua  preferência. Assim qualquer divindade que no céu mora ser-nos-á   propícia a nós e a todos nossos súditos. Decretamos, portanto, que não,   obstante a existência de anteriores instruções relativas aos cristãos,   os que optarem pela religião de Cristo sejam autorizados a abraçá-las   sem estorvo ou empecilho, e que ninguém absolutamente os impeça ou   moleste... . Observai outrossim, que também todos os demais terão   garantia a livre e irrestrita prática de suas respectivas religiões,   pois está de acordo com a estrutura estatal e com a paz vigente que   asseguremos a cada cidadão a liberdade de culto segundo sua consciência e   eleição; não pretendemos negar a consideração que merecem as religiões  e  seus adeptos. Outrossim, com referência aos cristãos, ampliando  normas  estabelecidas já sobre os lugares de seus cultos, é-nos grato  ordenar,  pela presente, que todos que compraram esses locais os  restituam aos  cristãos sem qualquer pretensão a pagamento... [as  igrejas recebidas  como donativo e os demais que antigamente pertenciam  aos cristãos deviam  ser devolvidos. Os proprietários, porém, podiam  requerer compensação.] Use-se da  máxima diligência no cumprimento das ordenanças a favor dos  cristãos e  obedeça-se a esta lei com presteza, para se possibilitar a  realização  de nosso propósito de instaurar a tranquilidade pública.  Assim continue  o favor divino, já experimentado em empreendimentos  momentosíssimos,  outorgando-nos o sucesso, garantia do bem comum." (Edito de  Milão, março de 313. Fonte: wikipédia)

A Bíblia e a história nos  revelam que oração, coragem, intrepidez, fé, sabedoria, prudência e  inteligência foram algumas das características e posturas adotadas por  muitos na Igreja perseguida dos primeiros séculos,  conduta esta que  deve ser por nós imitida nos dias atuais.

As perseguições contra a  Igreja se seguiram ao longo da história. Atualmente se manifestam em  todo o mundo, e das mais diversas formas. Aberta ou discreta, barulhenta  ou silenciosa, violenta ou sutil, legal ou ilegal, institucional ou  pessoal, externa ou interna, a perseguição existe e  se ergue sobre  aqueles que amam a Deus,  que estão comprometidos integralmente com a  sua Palavra.

Diante desta realidade, precisamos nos manter  firmes, fundamentados nas palavras de Jesus:

"Então, sereis atribulados, e vos matarão.  Sereis odiados de todas as  nações, por causa do meu nome. Nesse tempo,  muitos hão de se escandalizar, trair e odiar uns aos  outros;  levantar-se-ão muitos falsos profetas e enganarão a muitos. E, por se  multiplicar a iniquidade, o amor se esfriará de quase todos. Aquele,  porém, que perseverar até o fim, esse será salvo. E será pregado este  evangelho do reino por todo o mundo, para testemunho  a todas as nações.  Então, virá o fim." (Mt 24.9-14, ARA)

"Lembrai-vos da palavra que eu vos disse: não  é o servo maior do que seu  senhor. Se me perseguiram a mim, também  perseguirão a vós outros; se  guardaram a minha palavra, também  guardarão a vossa". (Jo 15.20, ARA)

Glória a Deus!

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BETTENSON,  Henry. Documentos da Igreja  Cristã. São Paulo: Aste, 2001.
Bíblia  de Estudo Almeida
. Barueri, SP. Sociedade Bíblica do Brasil,  2006.
CAIRNS, Earle E. O  cristinismo através dos séculos: uma história da igreja cristã.  2. ed. São Paulo: Vida Nova, 1988.
CESARÉIA, Eusébio de. História  eclesiástica: os primeiros quatro séculos da igreja cristã. Rio de  Janeiro: CPAD, 1999.
DEBARROS, Aramis C. Doze homens, uma missão:  um perfil bíblico-histórico dos doze discípulos de Cristo. São Paulo:  Hagnos, 2006.
DREHER, Martin N. Coleção  História da Igreja: a Igreja no Império Romano. São Leopoldo-RS:  Sinodal, 1993. v. 1
GONZÁLEZ, Justo L. E até os confins da terra: uma história ilustrada do  Cristianismo. São Paulo: Vida Nova, 1995. v. 1
KISTEMAKER, Simon.  Atos. São  Paulo: Cultura Cristã, 2006. v.1
LATOURETTE,  Kenneth Scott. Uma história do  cristianismo: até 1500 a.D. São Paulo: Hagnos, 2006. v. 1
MARSHALL,  I. Howard. Atos:  Introdução e comentário. São Paulo: Vida  Nova, 1982.
MENDES, Jeovah. Os  grandes mártires do cristianismo: de Estevão a Luther King.  Fortaleza: Imprece, 2006.
Novo  Testamento interlinear grego-português. Barueri, SP: Sociedade  Bíblica do Brasil, 2004.
STOTT, John  R. W. A mensagem de  Atos: Até os confins da terra. São Paulo:  ABU, 2003.
WILLIAMS,  David J. Novo  Comentário Bíblico  Contemporâneo: Atos. São Paulo: Vida, 1996.
http://www.ubeblogs.net/2011/02/perseguicao-contra-igreja-nos-primeiros.html