EBD – Pastores e Diáconos lição 4

EBD – Pastores e Diáconos
A presente lição apresenta as seguintes palavras chave: chamado, pastor, diácono e preparo.
O chamado para o ministério possui algumas características fundamentais:
Divina. O dom ministerial ou o chamado corresponde a Deus, pois Deus é quem chama, a igreja é quem reconhece e o ministério é quem ordena. Todavia, o chamado tem como característica primordial ser de origem Divina. Portanto, Deus é quem de fato chama, capacita e envia. O propósito do envio da pessoa chamada é para que dê fruto e estes frutos permaneçam (Jo 15.16).
Pessoal. Charles Spurgeon dizia que nem todos são chamados para trabalhar no ensino da palavra, nem para serem presbíteros e nem bispos. Sendo que na prática, cabe a cada um reconhecer o propósito de Deus em sua vida e desenvolvê-la da melhor maneira possível.
Nos exemplos abaixo fica notável que o chamado é pessoal.
Ø    Moisés teve como missão guiar, proteger e amar.
Ø    Davi teve como missão firmar o reino israelita.
Ø    Elias teve como missão dentre tantas, ungir a Eliseu como sucessor.
Ø    Os doze tiveram como missão pregar o evangelho, primeiramente às ovelhas perdidas da casa de Israel, a curar os enfermos, a limpar os leprosos, a ressuscitar os mortos e a expulsar os demônios (Mt 10. 6-8).
Definitiva. O chamado é definido por Deus. Não cabe ao homem impor condições. Se a pessoa que foi chamada tiver conhecimento dos benefícios do chamado, perceberá que desenvolver atividades no Reino de Deus é um privilégio (Mt 19.29).
I – QUEM DESEJA O EPISCOPADO
O pastor tem como ofício conduzir o rebanho a Deus. Sendo que na condução do rebanho o pastor sofrerá ataques do inimigo para que o mesmo venha a desistir da chamada.
O pastor tem como missão apascentar o rebanho de Deus. Por personagens importantes no cenário bíblico nota-se que Deus é comparado a um pastor (Sl 23.1) que outorga segurança e sustento ao rebanho. Dentre os oficias de Deus no contexto sagrado, percebe-se no Novo Testamento a presença importante do pastor como elemento essencial para a edificação, união e aperfeiçoamento dos santos, porém nestes últimos dias é necessário que a Igreja tenha cuidado com os falsos pastores que são de fato aproveitadores do rebanho e não ministros do evangelho.
O líder do rebanho quando aprovado é definido como pastor competente. Logo, se percebe que o mesmo é bem-sucedido por desenvolver três competências duráveis: o conhecimento, a perspectiva e a atitude.
Conhecimento corresponde a todo acervo de informação que o pastor possui a respeito de sua especialidade, ou seja, o saber.  Já a perspectiva corresponde ao saber fazer, isto é, significa a capacidade de colocar o conhecimento em ação. E a atitude é o saber fazer acontecer.
Deus chama homens para exercerem as mais distintas tarefas em sua obra, sendo que um dos mais nobres dos ofícios ministeriais é o ministério pastoral. No ofício pastoral o ministro de Deus exerce inúmeras funções, como: o ensino da Palavra, a evangelização, o socorro aos necessitados, à liderança e o aconselhamento. Porém, logo abaixo analisaremos as tarefas primordiais ao labor do ministério pastoral.
Aperfeiçoamento dos crentes. Não existe ninguém perfeito. Porém, a missão do pastor é ensinar a Palavra de Deus com finalidade o desenvolvimento do cristão. O ciclo da vida humana passa pelos seguintes estágios: nascimento, crescimento, reprodução, envelhecimento e morte. Entretanto, a vida cristã possui como ciclo: o novo nascimento, o crescimento espiritual e a vida eternal com Cristo. Para vencermos a segunda morte é necessário que sejamos obedientes a Palavra de Deus. O apóstolo Pedro escreveu em sua segunda epístola “cresçamos na graça e no conhecimento” (2 Pe 3.18), logo quando somos instruídos por homens de Deus, somos edificados na Palavra do Senhor para sermos aperfeiçoados em Cristo Jesus.
Capacitar os crentes. Na missão pastoral de capacitar os cristãos o ministro do evangelho se apresenta como: instrutor e motivador.
a) Como Instrutor. O pastor ensina a Palavra de Deus para que o cristão seja bem-sucedido em todas as áreas da vida. Na área espiritual, o objetivo é que o cristão cresça na presença de Deus. Já na área física, que haja saúde (3 Jo 2). E na área financeira para que haja prosperidade em tudo quanto fizer (Sl 1.3).
b) Como Motivador. De fato o pastor estimula os crentes a alcançar alvos e manter os valores cristãos em harmonia com as atividades sociais. O pastor como motivador reconhece em suas ovelhas o chamado de Deus para cada uma. Sendo conhecedor do chamado de Deus para com as ovelhas o pastor como líder espiritual motivará as suas ovelhas a servirem a Deus da melhor maneira possível. Em suma, o pastor como motivador desperta o chamado de Deus na vida dos membros da igreja.
Preservar a unidade do corpo de Cristo. A unidade da igreja deverá ser preservada. A igreja é a união de pessoas diferentes que possuem hábitos diversos e são imperfeitas em si mesmas. Por tal realidade entendemos que haverá discórdias, invejas, ciúmes e outras tantas obras da carne. Quando isto ocorre notamos que a unidade está sofrendo um colapso. Sem unidade do reino não haverá crescimento do reino (Mt 12.25). E para que a unidade do corpo de Cristo seja preservada cabe ao ministro do evangelho exercer com eficácia o ensino autêntico e poderoso da Palavra de Deus.
A administração eclesiástica. Administrar é planejar, organizar, dirigir e controlar. O pastor como administrador estabelece objetivos para a igreja (planeja), direciona os recursos (organiza), motiva ao delegar funções (dirigir) e controla os resultados.
Porém, como administrador o pastor não poderá ser um líder exclusivista e nem mesmo centralizador. Um bom exemplo de líder que reconheceu a importância do auxilio de outros na liderança foi Moisés, isto só ocorreu após o conselho de Jetro que percebeu desordem e ineficiência de Moisés no atendimento aos israelitas (Êx 18.13,14).
Características dos maus pastores. Os maus pastores são apegados ao dinheiro e tem como principio no desenrolar das atividades pastorais o lucro e não o bem estar espiritual dos membros da igreja (1 Tm 6.10-11). Há outros que são violentos, porém tal manifestação só se percebe no convívio familiar, sendo que na igreja são homens tranquilos, porém nos seus lares são briguentos. E uma terceira característica de tais líderes é o descompromisso com o rebanho de Deus, pois os mesmos são destruidores da unidade das ovelhas e por suas atitudes não cuidam dos membros do corpo de Cristo (Jr 23.2).
II – QUALIFICAÇÕES E ATRIBUIÇÕES DOS PASTORES E DIÁCONOS
Diante do ministério eclesiástico o pastor, assim como o diácono possui três obrigações básicas: honrar o bom nome da igreja de Jesus, crer e ser fiel a Cristo.
Qualificações morais. Paulo em sua Carta pastoral a Timóteo cita algumas qualificações morais correspondentes ao ministério (1 Tm 3.2-7).
a) Homem irrepreensível (v.2): que ninguém o reprenda por falhas ou erros cometidos.
b) Marido de uma só mulher (v. 2): tal qualificação não corresponde à afirmação da monogamia, mas se trata da importância do obreiro ser fiel em seu relacionamento conjugal. Marido de uma só mulher indica que o ministro deverá ser sempre fiel a sua esposa.
c) Não dado a muito vinho (v.3): não poderá ser inclinado ao vinho.
d) Ser bom chefe de família (v.4): dirigir bem a família.
III – O DIACONOATO
O diácono é um ministro auxiliar do pastor. E na prática o diácono desenvolve atividades altamente espirituais. A palavra diácono no grego tem como significado servo. A missão do diácono conforme o texto de Atos 6.1-6 é servir às mesas e também cuidar das viúvas. Há exemplo de excelentes diáconos na Bíblia e dentre eles o destaque para Estevão e Filipe.
O termo diácono aparece 30 vezes no Novo Testamento, sendo que em 20 casos a palavra é traduzida por ministro, que de fato tem como significado e representação o servo (1 Tm 3.10,13).
Requisitos para o diaconato. Três são as características básicas na vida de um obreiro eficaz (At 6.3). São elas; boa reputação, cheio do Espírito Santo e cheio de sabedoria. Boa reputação relaciona se ao posicionamento ético e moral do obreiro, isto de fato corresponde à pessoa de quem se fala somente coisas boas, pois é um individuo que dá testemunho por meio de conduta que engrandece a Deus (Tt 1.6,7). Ou seja, que este tenha boa fama na sociedade. Cheios do Espírito Santo, atitude que se relaciona com o recebimento do batismo e também indica um ministério profético sob a inspiração do Espírito Santo e que leva a presença do Espírito Santo em sua vida diária; espírito, alma e corpo santificados ao Senhor (1 Ts 5.23). Em suma o obreiro deve ser sábio. A sabedoria indica a capacidade de julgar corretamente e agir prudentemente. Sendo que tal ação seja em compadecer pelas almas perdidas sem salvação em Cristo Jesus (Tg 1.5).
Nobres funções do diaconato. Em Atos 6.5, estão registrados os nomes dos primeiros diáconos que foram escolhidos por terem requisitos fundamentais para o exercício do ministério. A escolha dos sete diáconos foi baseada na necessidade de auxílio aos apóstolos. Sendo assim, coube aos diáconos à função de cuidar das viúvas e dos pobres da igreja (At 6.1).
A expressão servir às mesas corresponde à administração de fundos para o serviço social. Entretanto, a função dos diáconos não está limitada a atividades materiais, pois, assim também cabe ao diácono atividades espirituais, como: servir a ceia.
Qualificações do diácono. Paulo em sua Carta pastoral a Timóteo cita algumas qualificações morais correspondentes ao ministério do diácono (1 Tm 3.8-13).
a) Honestos (v.8): palavra que indica respeito adquirido por conduta.
b) Não de língua dobre (v.8): isto é, de uma só palavra. Pessoa sincera e honesta para com os outros.
c) Não dado a muito vinho (v.8): o diácono não poderá ser inclinado ao vinho.
d) Não cobiçoso de torpe ganância (v.8): o diácono não poderá ser escravo do dinheiro e nem das riquezas. Assim como todo cristão o diácono deverá buscar primeiro o Reino de Deus e a sua Justiça (Mt 6.33).
e) Marido de uma só mulher (v. 12): tal qualificação não corresponde apenas com a afirmação da monogamia, mas também se trata da importância do diácono ser fiel em seu relacionamento conjugal. Marido de uma só mulher indica que o diácono deverá ser sempre fiel a sua esposa.
Passos fundamentais para o exercício do diaconato. Para que o diácono seja bem sucedido na prática ministerial o mesmo deverá ser primeiramente testado (1 Tm 3.10). O teste relacionado ao diácono passa a ser uma analise direcionada ao estilo de vida e conduta que o mesmo desenvolve em seus relacionamentos. No relacionamento com a família o diácono deverá ser marido de uma mulher e que governe bem seus filhos, isto relaciona à conduta pedagógica, e que governe bem a sua própria casa, isto corresponde ao suprimento do que é necessário para a sobrevivência da família (1 Tm 3.12).
Portanto, o diácono deverá ser altamente espiritual, cheio do Espírito Santo e de boa conduta.
IV – SERVIÇO – RAZÃO DE DO MINISTÉRIO
Despenseiros são mordomos ou administradores de uma casa. Como despenseiros de Deus o cristão é o administrador da igreja que tem como missão edificar os outros, e como dever desenvolver um ministério sóbrio, vigilante, hospitaleiro e fiel.
A ética cristã possui duas dimensões: vertical e horizontal. A primeira dimensão se resume no amor ágape, isto é, no amor de Deus para com o homem e assim vice versa, pois “nós o amamos, por que Ele nos amou primeiro” (1 Jo 4.19). Já a segunda dimensão corresponde com o amor ao próximo.
É de responsabilidade do líder cristão, amar a todos os que estão a sua volta e todos os que estão ao alcance da sua administração.
A parábola do bom samaritano apresenta ações do verdadeiro despenseiro: primeira ação, entender o necessitado; segunda ação, cuidar do necessitado; terceira ação, hospedar o necessitado; e por como quarta ação, suprir a necessidade do necessitado. Em suma ação do bom samaritano se resume no serviço do cristão em abençoar a todos que necessitam da multiforme graça de Deus (Lc 10.25-37).http://andresoncorte.blogspot.com.br/2015/07/ebd-pastores-e-diaconos.html