Os pobres e os teólogos

Julio Severo
Os pobres, de periferia, buscam nas igrejas pentecostais e neopentecostais meios divinos para sair dos vícios, doenças e pobreza total. Quem não tem emprego, quer emprego. Quem está nas drogas e álcool, quer libertação.
Enquanto isso, os teólogos calvinistas, que se tornaram críticos implacáveis do pentecostalismo e neopentecostalismo, são geralmente da classe média e alta. Têm uma vida muitíssimo confortável em comparação com os pobres que buscam “riquezas” nas igrejas neopentecostais. E essas “riquezas” muitas vezes são uma casinha, um emprego e um carrinho.
Se o pobre vai a uma igreja pentecostal e neopentecostal, ele é incentivado a buscar a Deus por melhor vida.
Se ele vai a uma igreja calvinista — cheia da elite da classe média e alta da sociedade local, com seus casarões, carrões, viagens turísticas pelo exterior, mega-salários, conectados por uma rede maçônica que lhes garante a permanência em seu status quo de opulência —, ele é incentivado a abraçar a Teologia da Missão Integral.
Essa elite invejosa de hoje, que parece desconhecer que no passado muitas vezes teólogos calvinistas viam a prosperidade como sinal da eleição, condenam as igrejas que abraçam os dons do Espírito Santo e desafiam os pobres que em Deus eles podem obter cura, libertação e “prosperidade” (um emprego, uma casa, um carro).
Antes desses teólogos condenarem quem busca sair da total pobreza, deveriam repartir seus gordos salários, cujas cifras (símbolos de uma classe média e alta) eles não ousam revelar ao público.
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