ESCOLA DOMINICAL - Contéudo da Liçao 13 - Revista da Editora CPAD - JOVENS


Relacionamento com Deus
27 de Dezembro de 2015

TEXTO DO DIA
“Conheçamos e prossigamos em conhecer ao Senhor: como a alva, será a sua saída; e ele a nós virá como a chuva, como chuva serôdia que rega a terra” (Os 6.3).

SÍNTESE
O mistério que é Deus se descobre ao caminhar com Ele pela fé!

TEXTO BÍBLICO

Salmo 139.1-14.
1 — Senhor, tu me sondaste e me conheces.
2 — Tu conheces o meu assentar e o meu levantar; de longe entendes o meu pensamento.
3 — Cercas o meu andar e o meu deitar; e conheces todos os meus caminhos.
4 — Sem que haja uma palavra na minha língua, eis que, ó Senhor, tudo conheces.
5 — Tu me cercaste em volta e puseste sobre mim a tua mão.
6 — Tal ciência é para mim maravilhosíssima; tão alta, que não a posso atingir.
7 — Para onde me irei do teu Espírito ou para onde fugirei da tua face?
8 — Se subir ao céu, tu aí estás; se fizer no Seol a minha cama, eis que tu ali estás também;
9 — se tomar as asas da alva, se habitar nas extremidades do mar,
10 — até ali a tua mão me guiará e a tua destra me susterá.
11 — Se disser: decerto que as trevas me encobrirão; então, a noite será luz à roda de mim.
12 — Nem ainda as trevas me escondem de ti; mas a noite resplandece como o dia; as trevas e a luz são para ti a mesma coisa.
13 — Pois possuíste o meu interior; entreteceste-me no ventre de minha mãe.
14 — Eu te louvarei, porque de um modo terrível e tão maravilhoso fui formado; maravilhosas são as tuas obras, e a minha alma o sabe muito bem.

INTRODUÇÃO
As Escrituras afirmam que Deus se revelou, deu-se a conhecer e comunicou aos homens sua vontade e propósitos a fim de que estes se relacionem com Ele por meio de Jesus Cristo, seu Filho. É uma iniciativa do próprio Senhor, mas o homem precisa responder a esse apelo. Nesta lição estudaremos os fundamentos do relacionamento entre Deus e os homens.

I. DEUS SE REVELA AO HOMEM

1. O sentido bíblico de revelação.
O hebraico bíblico possui diversas palavras que correspondem ao termo “revelação” na língua portuguesa. Contudo, o vocábulo galâ, “descobrir”, “revelar”, “tirar”, “manifestar”, “aparecer” ou “revelar”, é usado em sentido reflexivo com o significado de “desnudar-se” ou “revelar-se”, como na revelação de Deus a Jacó (Gn 35.7; 28.10-17). O Novo Testamento emprega a palavra apokalypsis com o sentido de “revelar”, “desvendar”, “tirar o véu” ou “dar a conhecer” (Lc 2.32; Is 42.6; Rm 16.25). A doutrina da revelação de Deus nas Escrituras descreve assim a comunicação, revelação e manifestação de Deus ao homem. Ele revela sua mensagem, vontade e propósitos.

2. O conceito doutrinário de revelação.
A revelação é uma ação livre e graciosa de Deus mediante a qual Ele se dá a conhecer às criaturas e lhes transmite um conhecimento de Si e de Sua vontade, que de outra forma o homem jamais saberia (Ef 1.9; 3.3; Dn 2.28,47). É uma iniciativa divina motivada pelo amor (1Tm 6.16). Essa revelação é apresentada por meio da criação (Gn 1.1-25; Sl 19.1; 50.6; Rm 1.19,20), do homem criado “à sua imagem” (Gn 1.27), das Escrituras, que registram em palavras e ensinos os eventos da experiência salvífica do povo de Deus no Antigo e Novo Testamentos (Hb 1.1; Mt 22.29) e que alcança seu clímax na vida, pessoa e ensinos de Jesus Cristo (Mt 1.21-23) com a outorga do bendito dom do Espírito Santo (Jo 14.16,17).

3. Revelação e experiência de Deus.
As Escrituras apresentam a ação e revelação de Deus no âmago da história e experiência do povo de Deus (Gn 12.1; Êx 3.14 ver Sl 105). A comunidade judaica reunida no Templo era exortada a lembrar-se “das maravilhas” e do “concerto” que o Senhor havia “feito, dos seus prodígios e dos juízos” no meio da congregação (Sl 105.5-7). Ela confiava nas experiências de Deus entre os patriarcas da nação, no passado, como promessa da ação divina no presente, e a certeza da presença do Senhor no futuro (Êx 3.15-18; Sl 118.6). Confiavam na intervenção divina tanto nas questões individuais (Dn 6.26,27; At 5.17-23), quanto nos problemas nacionais (Êx 15; Sl 23; 47). Essas experiências de Deus com o seu povo serviram de fonte e base de sabedoria para todo o Israel e a igreja primitiva (Sl 25.4,5; Ec 12.14).

II. RELACIONAMENTO COM DEUS

1. Relacionamento que se realiza no mistério.
Deus é mistério (Is 45.15). Isto significa que o Senhor não pode ser plenamente conhecido (1Tm 6.16). Ele transcende a qualquer definição obtida pela mais profunda experiência (Êx 33.11,20; Dt 34.10). Ele é um indizível mistério (Êx 33.18-23; Jo 6.46). Tanto a Abraão quanto a Moisés, o Senhor não apontou o caminho a seguir ou descortinou seus projetos para que eles soubessem para onde ir ou o que fazer, porém, disse-lhes que estaria caminhando com eles (Gn 12.1, “te mostrarei”; Êx 33.14, “irei contigo”, ver 2Sm 7.6,7). O mistério que é Deus se descobre ao caminhar com Ele pela fé! (Hb 11.6,8-10, 24-28).

2. Relacionamento que se concretiza em Cristo.
Jesus é a revelação absoluta de Deus e a base de toda comunhão e relacionamento corretos com Ele (Jo 14.6). O rosto de Deus oculto a Moisés (Êx 33.20) foi revelado ao mundo em Jesus de Nazaré, o Cristo (Jo 1.14,18; 6.46; 14.7-11; Hb 1.1-3). “Ninguém conhece o Filho, senão o Pai; e ninguém conhece o Pai, senão o Filho e aquele a quem o Filho quiser revelar”! (Mt 11.27; Lc 10.22). O que Jesus afirmou não é misterioso embora envolva o mistério de Deus no Antigo Testamento: o véu que envolve o mistério de Deus é removido por Jesus. Ele é quem revelou o Pai (Jo 1.18). Assim todo e qualquer conhecimento de Deus só pode ser obtido por meio de um relacionamento concreto com Cristo (Jo 17.20-26; 16.24-28).

3. Relacionamento que se vive no Espírito.
O relacionamento com Deus por meio de Cristo se vive na vida do Espírito (Jo 3.5-8). É preciso notar que a vida no Espírito, assim como a experiência de Deus no Antigo Testamento, realiza-se também no mistério (Jo 3.8). O Espírito procede do Pai, mas é enviado por Jesus (Jo 16.7) para dar testemunho dele (Jo 15.26,27). Ele realiza uma profunda transformação no discípulo de Cristo para viver a experiência de Deus em Cristo (Jo 7.37-39; At 1.8).

III. A VIDA NO ESPÍRITO

1. Do Sinai ao Pentecostes. 
Três grandes e importantes eventos que marcaram a experiência do povo de Deus na Escritura foram a revelação de Yahweh no Sinai (Êx 19; 20), a Encarnação do Filho de Deus (Mt 1.18-25; Lc 1.35; Jo 1.14,18; Fp 2.6-11) e a descida do Espírito Santo no dia de Pentecostes (At 2). Esta última evoca os sinais que concluíram a Aliança no monte Sinai (At 2.2 ver Êx 19.16-18), dando a entender que o Espírito dará início a Nova Aliança realizada por Jesus (Mt 26.26-29). O Pai revela, o Filho redime e o Espírito nos insere na unidade trinitária (Jo 17.21-24; 1Ts 4.8).

2. Experiência do Espírito e discernimento.
A experiência de Deus em Cristo, por meio do Espírito Santo é antes de tudo transformadora (Jo 7.38-39). Toda e qualquer experiência do Espírito sempre remeterá o crente ou a comunidade a Cristo (2 Co 3.17,18). Ele é o Espírito de Jesus (Gl 4.6; Fp 1.19). Assim, Jesus é o critério para discernir as experiências autênticas do Espírito, pois elas levam a Cristo (1Co 12.3; 1Jo 2.22,23; 4.1-6; 5.5-9).

CONCLUSÃO
É a vontade de Deus que o crente viva a vida no Espírito com liberdade e discernimento, sem extinguir sua presença na comunidade. O Espírito de Cristo é o agente divino que nos insere na comunhão trinitária: Pai, Filho e Espírito Santo.