Lição 11, Adotados por Deus 4º Trimestre de 2017 - Título: A Obra da Salvação - JESUS CRISTO é o Caminho, e a Verdade e a Vida.

Comentarista: Pr. Claiton Ivan Pommerening, Assembleia de DEUS de Joinvile, SC.
Complementos, Ilustrações e Vídeos: Pr. Luiz Henrique de Almeida Silva - 99-99152-0454.
AJUDA -
 
 
TEXTO ÁUREO"Porque não recebestes o espírito de escravidão, para, outra vez, estardes em temor, mas recebestes o espírito de adoção de filhos, pelo qual clamamos: Aba, Pai." (Rm 8.15)
 
 
VERDADE PRÁTICAA obra de salvação de Jesus Cristo nos possibilitou ser adotados como filhos amados de Deus.
 
 
LEITURA DIÁRIA
Segunda - 1 Jo 3.1 Filhos de Deus mediante o seu grande amor
Terça - Jo 1.12,13 Uma relação de pai e filho mediante o amor de Deus
Quarta - Rm 8.16 O testemunho do Espírito Santo quanto à nossa filiação divina
Quinta - Gl 3.26,27 Filhos de Deus revestidos de Cristo
Sexta - Os 1.10 Verdadeiros e autênticos filhos de Deus
Sábado - Mt 5.9 Os que anunciam e vivem a paz serão chamados filhos de Deus
 
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE - Romanos 8.12-1712 - De maneira que, irmãos, somos devedores, não à carne para viver segundo a carne, 13 - porque, se viverdes segundo a carne, morrereis; mas, se pelo espírito mortificardes as obras do corpo, vivereis. 14 - Porque todos os que são guiados pelo Espírito de Deus, esses são filhos de Deus. 15 - Porque não recebestes o espírito de escravidão, para, outra vez, estardes em temor, mas recebestes o espírito de adoção de filhos, pelo qual clamamos: Aba, Pai. 16 - O mesmo Espírito testifica com o nosso espírito que somos filhos de Deus. 17 - E, se nós somos filhos, somos, logo, herdeiros também, herdeiros de Deus e coerdeiros de Cristo; se é certo que com ele padecemos, para que também com ele sejamos glorificados.
 
OBJETIVO GERAL - Explicar que a obra de salvação de Jesus Cristo nos possibilitou sermos adotados como filhos de Deus.
 
OBJETIVOS ESPECÍFICOS
Apresentar o conceito bíblico de adoção;
Explicar a adoção no tempo presente;
Compreender a adoção plena no futuro.
 
INTERAGINDO COM O PROFESSORPrezado(a) professor(a), sabemos que Deus ama todas as criaturas e que o sacrifício de Cristo foi feito em favor de todos, mas somente aqueles que, pela fé, recebem a Jesus como Salvador podem se tornar filhos (Jo 1.12). Outrora éramos escravos do pecado e filhos da ira, mas pela graça hoje somos filhos e herdeiros conforme a promessa. Como filho podemos desfrutar do amor altruísta do Pai e da sua comunhão. Deus é Senhor e Soberano nos céus e na Terra, contudo Ele é o nosso "Paizinho" (Aba). E como Pai amoroso, Ele supre as nossas necessidades, sejam elas físicas, emocionais ou espirituais. Permita que o Pai cuide de você? todos os dias da sua vida, independente das suas limitações e fragilidades..
 
PONTO CENTRAL - A nossa filiação divina é uma bênção proveniente da obra salvífica de Cristo Jesus.
 
Resumo da Lição 11, Adotados por Deus
I - O CONCEITO BÍBLICO DE ADOÇÃO
1. Conceito bíblico e teológico.
2. Benefícios da adoção.
3. Herdeiros da promessa.
II - A ADOÇÃO NO TEMPO PRESENTE
1. Parecidos com o Pai.
2. Ser amado pelo Pai.
3. Os direitos e os deveres na adoção.
III - A ADOÇÃO PLENA NO FUTURO
1. Filhos eternos.
2. Esperando a adoção completa.
3. A casa do pai.
 
SÍNTESE DO TÓPICO I - A fé no sacrifício vicário de Jesus Cristo nos faz filhos de Deus.
SÍNTESE DO TÓPICO II - Mediante a adoção, hoje somos filhos de Deus.
SÍNTESE DO TÓPICO III - Como filhos de Deus desfrutaremos de uma alegria plena na ocasião da gloriosa vinda de Jesus Cristo.
 
SUBSÍDIO TEOLÓGICO "A 'adoção', um termo jurídico, é o ato da graça soberana mediante o qual Deus concede a todos os direitos, privilégios e obrigações da filiação àqueles que aceitam Jesus Cristo. Embora o termo não apareça no Antigo Testamento, a ideia se acha ali (Pv 17.2).
A palavra grega huiothesia, aparece cinco vezes no Novo Testamento, somente nos escritos de Paulo e sempre no sentido religioso. Ressalve-se que, ao sermos feitos filhos de Deus, não nos tornamos divinos. A divindade pertence ao único Deus verdadeiro.
A doutrina da adoção, no Novo Testamento, leva-nos, desde a eternidade passada e através do presente, até a eternidade futura (se for apropriada semelhante expressão). Paulo diz que Deus 'nos elegeu nele [em Cristo] antes da fundação do mundo' e 'nos predestinou para filhos de adoção por Jesus Cristo' (Ef 1.4,5). Diz também, a respeito de nossa experiência presente: ´Porque não recebeste o espírito de escravidão, para, outra vez, estardes em temor, mas recebeste o espírito de adoção de filhos [huiothesia], pelo qual clamamos [em nosso próprio idioma]: Aba [aramaico: Pai], Pai [gr. ho pater]' (Rm 8.15). Somos plenamente filhos, embora ainda não sejamos totalmente maduros. Mas, no futuro, ao deixarmos de lado a mortalidade, receberemos 'a adoção, a saber, a redenção do nosso corpo' (Rm 8.23). A adoção é uma realidade presente, mas será plenamente realizada na ressurreição dentre os mortos. Deus nos concede privilégios de família mediante a obra salvífica do seu Filho incomparável, daquEle que não se envergonha de nos chamar irmãos" (HORTON, Stanley M. Teologia Sistemática: Uma perspectiva pentecostal. 1.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 1996, p. 374).
 
PARA REFLETIR - A respeito de adotados por Deus, responda:
O que é necessário para que o ser humano se torne filho de Deus?
Para se tornar filho de Deus é preciso crer no sacrifício vicário de Cristo para então ser recebido pelo Pai como filho por adoção (Jo 1.12; Gl 4.5).
Quais são os benefícios da adoção?Fazer parte de uma família, e nesse caso da família de Deus (Ef 2.19), traz inúmeros benefícios: segurança, confiança e sentido de pertencimento a uma casa eterna.
Cite alguns deveres que aqueles que são filhos de Deus devem ter.Da mesma forma que temos direitos, também temos deveres espirituais: apartar-se do mundo e do que é imundo (2 Co 6.17,18; Ap 21.7); praticar a justiça e amar o irmão (1 Jo 3.10); buscar a perfeição do Pai (Mt 5.48); amar os inimigos, bendizer os que maldizem, fazer o bem aos que nos odeiam e orar pelos que nos maltratam e perseguem (Mt 5.44); e glorificar a Deus por meio de todos esses deveres espirituais (Mt 5.16)
Segundo a lição, já experimentamos plenamente a condição de ser filhos de Deus?Embora desfrutemos, aqui na Terra, dos benefícios da adoção espiritual, a alegria plena dessa realidade se dará somente quando da manifestação plena e literal de Jesus Cristo, na ocasião da sua gloriosa vinda.
Qual é a principal esperança dos filhos de Deus?Ansiamos pelo momento em que adentraremos à casa do Pai Eterno, e habitaremos com Ele eternamente. Ali, nossa relação com o Pai não se dará provisoriamente, mas num tempo ininterrupto, em que estaremos para sempre diante de sua santa presença (Ap 22.3-5).
 
Revista Ensinador Cristão - CPAD, nº 72, p41.
 
 
Resumo rápido da Lição 11, Adotados por Deus - Pr. Henrique
Além do que, tivemos nossos pais segundo a carne, para nos corrigirem, e nós os reverenciamos; não nos sujeitaremos muito mais ao Pai dos espíritos, para vivermos? Hebreus 12.9
Há um só corpo e um só Espírito, como também fostes chamados em uma só esperança da vossa vocação; Um só Senhor, uma só fé, um só batismo; Um só Deus e Pai de todos, o qual é sobre todos, e por todos e em todos vós. Efésios 4:4-6 Todos são criaturas de DEUS -Todos receberam o espírito (lera minúscula) provindo de DEUS.
DEUS criou a todos e então todos os seres humanos são criaturas de DEUS e em todos há um espírito dado por DEUS, mas para ser filho de DEUS tem que ter o ESPÍRITO (letra maiúscula) de DEUS morando em si. Ser selado com o ESPÍRITO SANTO.
Quando é que passamos a ser filhos de DEUS? No mesmo instante em que aceitamos a JESUS coo Salvador e Senhor.
Em quem também vós estais, depois que ouvistes a palavra da verdade, o evangelho da vossa salvação; e, tendo nele também crido, fostes selados com o Espírito Santo da promessa; O qual é o penhor da nossa herança, para redenção da possessão adquirida, para louvor da sua glória. Efésios 1:13,14
A fé para ser salvo tem que ser ativada no coração do ser humano depois de ouvir a Palavra de DEUS. Se a fé não for ativada pelo ser humano, este não será salvo.
De sorte que a fé é pelo ouvir, e o ouvir pela palavra de Deus. Romanos 10:17 Em quem também vós estais, depois que ouvistes a palavra da verdade, o evangelho da vossa salvação; e, tendo nele também crido, fostes selados com o Espírito Santo da promessa; Efésios 1:13
 
 
I - O CONCEITO BÍBLICO DE ADOÇÃO
1. Conceito bíblico e teológico.
2. Benefícios da adoção.
3. Herdeiros da promessa.
II - A ADOÇÃO NO TEMPO PRESENTE
1. Parecidos com o Pai.
2. Ser amado pelo Pai.
3. Os direitos e os deveres na adoção.
III - A ADOÇÃO PLENA NO FUTURO
1. Filhos eternos.
2. Esperando a adoção completa.
3. A casa do pai.
 
Comentários de alguns Livros com algumas modificações do Pr. Henrique
 
Soteriologia — Teologia Sistemática Pentecostal - A Doutrina da Salvação - Antonio Gilberto - CPAD
A DOUTRINA DA ADOÇÃO DE FILHOS
A adoção de filhos é mencionada em textos como Romanos 8.15Efésios 1.5; e João 1.12.
Porque não recehestes o espírito de escravidão, para, outra vez, estardes em temormas recehestes o espírito de adoção de filhos, pelo qual clamamos: Aba, Pai.
[DEUS PaíJ ... nos predestinou para filhos de adoção por JESUS CRISTO, para si mesmo, segundo o beneplácito de sua vontade.
Mas a todos quantos o receberam deu-lhes o poder de serem feitos filhos de DEUS: aos que crêem no seu nome.
A expressão “adoção de filhos” é uma única palavra no original: huiothesis — de huios, “filho”, e thesis, “posição”. A idéia da adoção de filhos também se encontra no Antigo Testamento (Êx 2.10 com Hb 11.24Êx 4.22 com Os 11.1 e Mt 2.15).
Em Efésios 1.4,5 está escrito que fomos predestinados por DEUS para adoção de filhos, antes da fundação do mundo; portanto, antes da existência do homem. Isso exclui qualquer mérito humano e somente revela a graça infinita de DEUS.
Na antiga Grécia. A adoção de filhos, na antiga Grécia, nada tinha a ver com a filiação da criança, e sim com a sua posição em relação à família (gr. huiothesis). Por meio do ato da adoção, o “filho”, ao atingir a idade necessária, passava à posição de herdeiro da família. Daí a expressão bíblica “adoção de filhos” (Gl 4.4,5).
O ato da “adoção de filhos” passou dos gregos para os romanos, e assim chegou aos tempos do Novo Testamento e da igreja. Biblicamente, então, DEUS “adota” a quem já é seu filho.
No presente. Há bênçãos desfrutadas já nesta vida, decorrentes da adoção, como: o nosso nome de família: “chamados filhos de DEUS” (I Jo 3.1Ef 3.14,15); o testemunho do ESPÍRITO SANTO em nosso interior, de que somos filhos de DEUS (Rm 8.16); o recebimento do ESPÍRITO SANTO (Rm 8.15Lc 11.11-13); a disciplina da parte de DEUS que nos é ministrada, como seus filhos: “Se estais sem disciplina (...) sois então bastardos, e não filhos” (Hb 12.8; cf. vv.6-11); a nossa herança celestial, declarada e garantida por DEUS (Rm 8.17); e a redenção do nosso corpo.
Por meio da adoção, os nossos nomes foram registrados no livro da vida do Cordeiro (Lc 10.20Fp 4.3Ap 17.83.513.820.12,1521.27).
No futuro. Em Romanos 8.23, vemos que os nossos privilégios quanto à adoção de filhos de DEUS têm ainda um lado futuro: “... gememos em nós mesmos, esperando a adoção, a saber, a redenção do nosso corpo”. Isso se dará à vinda de JESUS para levar a sua Igreja.
Vede quão grande caridade nos tem concedido o Pai: que fôssemos chamadosfilhos de DEUS.
Por isso, o mundo não nos conhece, porque não conhece a ele. Amados, agora somos filhos de DEUS, e ainda não é manifesto o que havemos de ser. Mas sabemos que, quando ele se manifestar, seremos semelhantes a ele; porque como é o veremos. E qualquer que nele tem esta esperança purifica-se a si mesmo, como também ele épuro (l Jo 3.1-3).
 
Amados, agora somos flhos de DEUS, e ainda não é manifesto o que havemos de ser. Mas sabemos que, quando ele se manifestarseremos semelhantes a ele; porque assim como é o veremos (1 Jo 3.2). ... nós mesmos, que temos as primícias do ESPÍRITO, também gememos em nós mesmos, esperando a adoção, a sabera redenção do nosso corpo (Rm 8.23).
E isto digo, conhecendo o tempo, que é já hora de despertarmos do sono; porque a nossa salvação está, agora, mais perto de nós do que quando aceitamos a fé (Rm 13.11).
 
A ADOÇÃO
Humanamente falando, adoção é o processo pelo qual uma criança é trazida e aceita numa família, quando por natureza não tinha direito algum de pertencer àquela família. Esta transação legal traz como resultado, a criança tornar-se um filho; um novo membro da família, com plenos direitos sobre o patrimônio da família que a adotou. A adoção espiritual é baseada neste mesmo princípio, se bem que a adoção divina é infinitamente mais abrangente no seu alcance e finalidade. Depois que o homem, que por natureza é filho da ira, (Ef 2.3) crê em CRISTO, é feito filho de DEUS, e passa a ter os direitos e privilégios inerentes àquela posição: o privilégio da filiação, de ser membro da família de DEUS, e o direito de ser herdeiro de DEUS e co-herdeiro com CRISTO (Rm 8.15-17).
1. O Crente Como Filho de DEUS
O relacionamento filial do crente com DEUS independe do tempo. Não é uma esperança futura, mas um usufruto presente. Quanto a isto escreve o apóstolo João: "Amados, agora somos filhos de DEUS, e ainda não se manifestou o que havemos de ser. Sabemos que, quando ele se manifestar, seremos semelhantes a ele, porque havemos de vê-lo como ele é" (1 Jo 3.2). Um dos privilégios que goza o filho de DEUS diz respeito à estreita comunhão que ele goza com o seu Pai celestial. Contrastando o relacionamento amoroso e filial que o crente goza com DEUS, com a atitude de um escravo que treme de medo diante do seu senhor, escreve o apóstolo Paulo: "Porque não recebestes o espírito da escravidão para viverdes outra vez atemorizados, mas recebestes o espírito de adoção, baseados no qual clamamos: Aba, Pai" (Rm 8.15). A Bíblia ensina o crente a temer a DEUS, mas numa atitude de respeito e reverência, e não de angústia e de medo. O ESPÍRITO de CRISTO libertou o crente do medo servil de ser castigado ou rejeitado por causa do menor erro que pudesse desagradar a seu Senhor. O crente deve saber que é filho e não mero empregado de DEUS. Como filho de DEUS o crente deverá obedecer-lhe; (Mt 5.16Fp 2.152 Co 6.17.18), sujeitar-se à orientação e disciplina do seu Pai; (Rm 8.14,16Hb 12.5,6,12,13) ir à presença do Pai livre e desimpedidamente, tantas vezes deseje (Ef 2.18Mt 6.31,32Fp 4.19).
2. O Crente Como Irmão de JESUS CRISTO
Ao adotar o crente como filho, DEUS criou uma posição de honra e dignidade anteriormente inexistente. Este fato modificou toda a hierarquia do Universo. Deste modo, apesar de os anjos terem sido criados superiores ao homem, mediante a provisão divina para a salvação e adoção do crente, este foi exaltado para dominar sobre os anjos (Hb 2.7,51.14). Hebreus 2.11, diz que CRISTO não se envergonha de chamar os crentes de "irmãos". Ser chamado "filho de DEUS" é em si um privilégio difícil de entender, mas ser chamado "irmão de JESUS CRISTO" é quase além da imaginação. É um fato extremamente maravilhoso! Em CRISTO, todos os crentes foram feitos irmãos uns do outros. JESUS disse: "Porque um só é vosso Mestre, e vós todos sois irmãos" (Mt 23.8). Aqueles que fazem parte da família de DEUS participam de um amor e solicitudes especiais uns para com os outros. É exatamente este amor que comprova a realidade da nossa adoção como filhos de DEUS. "Nós sabemos que já passamos da morte para a vida, porque amamos os irmãos; aquele que não ama permanece na morte" (1 Jo 3.14). "Nisto conhecerão todos que sois meus "discípulos, se tiverdes amor uns aos outros" (Jo 13.35).
3. O Crente Como Herdeiro do Céu
Mediante a adoção divina, o crente não somente é elevado à oposição de participante da aristocracia do Céu, como também torna-se herdeiro do maior patrimônio do Universo: “... somos filhos, somos também herdeiros, herdeiros de DEUS e co-herdeiros com CRISTO" (Rm 8.17). Em contraste com as heranças terrestres que são entregues ao herdeiro só quando o pai morre, o crente recebe a sua herança em abundante vida. Além da herança recebida aqui como usufruto e antegozo, dentre outras coisas, DEUS nos assegura: "um reino de glória... uma pátria melhor, uma cidade... uma coroa de glória. uma coroa de vida, uma coroa de justiça... eterno peso de glória... verão a sua face... reinarão para sempre e sempre... para uma herança incorruptível, sem mácula, imarcescível, reservada nos céus para vós outros, que sois guardados pelo poder de DEUS, mediante a fé, para salvação preparada para revelar-se no último tempo" (1 Pd 1.4,5). São as imensuráveis riquezas de CRISTO, o nosso "irmão mais velho", que nos fazem abundantemente ricos também. "Pois conheceis a graça de nosso Senhor JESUS CRISTO, que, sendo rico, se fez pobre por amor de vós, para que pela sua pobreza vos tornásseis ricos" (2 Co 8.9).
4. Bênçãos Decorrentes da Adoção
Dentre as incontáveis bênçãos decorrentes da adoção divina, através da qual somos feitos legítimos filhos de DEUS, se destacam as seguintes:
a) Libertação da Escravidão da Lei
Ismael e Isaque não podiam viver sob o mesmo teto. Ismael era o filho da escrava, enquanto Isaque era filho da esposa legítima (Gl 4.21-30) "E assim, irmãos, somos filhos não da escrava e sim da livre" (Gl 4.31). "DEUS enviou seu Filho... para resgatar os que estavam sob a lei para que recebêssemos a adoção de filhos" (Gl 4.4,3). Esse lugar de adoção tira de nosso pescoço o jugo do qual diz o apóstolo - "nem nossos pais puderam suportar, nem nós" (Act 15.10). A adoção traz-nos à liberdade não de pecar, mas da filiação.
b) Libertação do Medo
Os filhos de DEUS com freqüência sofrem temores – o temor de falhar o medo passado, do presente, do futuro; e o medo de Satanás, ou do homem, ou de si mesmo. Esses temores e medos não provêm de DEUS, uma vez que "DEUS não nos tem dado o espírito de covardia" (2 Tm 1.7). A apropriação dos nossos direitos de adoção nos livrará do temor. "Porque não recebestes o espírito de escravidão para viverdes outra vez atemorizados, mas recebestes o espírito de adoção" (Rm 8.15). Há grande conforto e alívio ao nos lembrarmos que podemos confiar no cuidado do Pai celeste uma vez que somos seus filhos pela fé em JESUS CRISTO. Deste modo o medo é anulado para dar lugar à confiança filial.
c) Segurança e Certeza
“O próprio ESPÍRITO dá testemunho com o nosso espírito, de que somos filhos de DEUS" (Rm 8.16). Uma vez que o testemunho do ESPÍRITO SANTO é um testemunho verdadeiro, então há grande segurança e certeza no seu testemunho. A exclamação Aba, Pai é coisa real, nascida do próprio ESPÍRITO de DEUS. Isso nos liberta da incerteza no que diz respeito ao porvir, e também de arrependimentos do passado, ao mesmo tempo em que nos leva à presente comunhão com o Pai, a quem pertencemos.
 
ADOÇÃO (Tesouro de Conhecimentos Bíblicos)
ADOÇÃO
- Do grego “huiothê-sia” (de “huios”, filho, e de “tithêmi”, pôr, colocar, considerar como). É a ação de estabelecer como filho; era um termo técnico de linguagem jurídica usado na Grécia e em Roma. É o gesto através do qual uma pessoa acolhe e aceita um estranho como membro de sua própria família, reconhecendo-o como filho e constituindo-o herdeiro de seus bens.
O apóstolo Paulo usou esse termo diversas vezes nas epístolas, que enviou às igrejas, para esclarecer a nova posição que os cristãos alcançavam ao se converterem a Cristo. Será que no Antigo Testamento encontramos essa palavra? O leitor se lembra de alguma adoção registrada na Bíblia senão a espiritual, mencionada por Paulo? Dentro desse assunto aparecem perguntas que surpreendem. Enquanto no Novo Testamento a palavra adoção aparece cinco ou seis vezes, no Antigo não é' mencionada; mas, em compensação, atos de adoção são registrados com destaque pela história, nas páginas que contêm o antigo pacto.
A adoção não era um costume propriamente israelita. Na Mesopotâmia, sim, era conhecido desde a antiguidade, tendo como objetivo dar filhos ao homem cuja esposa fosse estéril, e os adotados, como filhos, o ajudariam no trabalho e na velhice. Essa influência pode ser sentida na vida de Abraão que desejou dar sua herança ao servo Eliézer (Gn 15.2,3). É possível que a poligamia, permitida entre os israelitas, impedisse a prática da adoção jurídica. Contudo, alguns casos são citados.
O primeiro ato de adoção registrado nas Escrituras pode ser lido em Gênesis 48.5,6. Foi o velho Jacó, pai de José, quem o praticou. Tratando-se de um fato que a Bíblia registra, convém conhecê-lo detalhadamente. Jacó, já no fim da vida, foi visitado por José, seu filho, o qual levou em sua companhia seus próprios filhos, Manasses e Efraim. Quando o patriarca soube que seus netos estavam ali para visitá-lo, chamou José e disse-lhe: “Agora, pois, os teus dois filhos, que te nasceram na terra do Egito, antes que eu viesse a ti no Egito, são meus: Efraim e Manas-sés serão meus, como Rúben e Simeão” (Gn 48.5). A partir de então, os netos tomaram-se filhos adotivos de Jacó e receberam, à semelhança dos demais filhos legítimos, a sua parte na herança; passaram a ser chefes de tribo como os outros. Na partilha da Palestina, os descendentes de Efraim e Manassés figuram em igualdade de condições, completando, assim, as doze tribos de Israel.
Outros casos que também se assemelham à adoção são os de Moisés, Genubate e Ester, ocorridos em terra estrangeira, fora da Palestina.
Moisés, o Legislador de Israel, quando menino foi encontrado pela filha de Faraó às margens do rio Nilo, e foi por ela adotado: “E sendo o menino já grande, ela o trouxe á filha de Faraó, a qual o adotou ” (Êx 2.10). Moisés passou a ter todos os direitos de filho legítimo.
Ester, por sua vez, foi adotada por seu primo Mardoqueu e chegou a ser rainha da Pérsia. Foi ela uma heroína para o povo hebreu, e a Bíblia apresenta-a ao mundo como um exemplo de dedicação.
Genubate, nome quase desconhecido, foi adotado por sua tia, Tafnes, rainha do Egito; por isso, foi criado no palácio junto com os filhos de Faraó. Seu pai Hadade, idumeu, tornara-se inimigo de Salomão e, por isso, fugiu para o Egito. Aí, achou graça aos olhos de Faraó que o recebeu, dando-lhe sustento, casa para morar, terra para cultivar, e uma esposa, irmã da rainha.
Era costume em Israel a mulher estéril considerar como seus filhos aqueles que o marido tinha com a escrava dela (Gn 16.230.3,4). O ritual comum nesses casos era o de colocar o filho adotivo no colo, sobre os joelhos ou no regaço de quem o estava adotando (Gn 50.23Rt 4.16,17).
Até aqui focalizamos a palavra adoção sob o ponto de vista material, dando-lhe o significado literal. Desejamos enfocar também o seu sentido espiritual que o mundo não pode entender.
A apresentação do ato de adoção feita pelo apóstolo Paulo aparece como uma atitude voluntária da graça de Deus, através da qual aqueles que foram adotados são recebidos na família divina e feitos herdeiros das riquezas celestiais.
Deus também pode adotar. Seu filho legítimo é Jesus Cristo, mas Ele quis ainda ter os adotivos. Deus reconheceu o povo judeu como seu filho (Êx 4.2223Os 11.1Rm 9.4). Em quatro passagens o apóstolo Paulo menciona o que Deus faz em relação aos cristãos, quando os adota como filhos (Rm 8.15,23Gl 4.5Ef 1.5). Ele enfatiza ainda o privilégio daqueles que são admitidos nesse novo estado de vida. Paulo foi bem explícito ao focalizar as prerrogativas daqueles que recebem a adoção divina.
Baseados no direito de adoção, de acordo com o que está escrito, tanto nas cartas de Paulo como em outros textos no Novo Testamento, temos o direito de usar a expressão de confiança: “Aba, Pai”. É expressão peculiar de ternura; de confiança no amor que liga os filhos aos pais. O reformador Lutero, comentando a expressão “Aba, Pai”, declarou que significa querido Pai. O ato de adoção concede ao adotado o direito de dirigir-se a Deus com esta expressão que somente os filhos podem usá-la em relação aos pais. Somos considerados filhos de Deus (Rm 8.14-171 Jo 3.1,2); participamos de sua natureza (2 Pe 1.4); entramos em sua família (Rm 8.29), e tornamo-nos herdeiros de Deus e co-herdeiros de Jesus Cristo (Rm 8.17Gl 3.291 Pe 3.4).
No direito romano, a adoção era uma espécie de compra que se efetuava na presença de testemunhas. Parece ter Paulo se referido a essa modalidade quando escreveu aos gálatas sobre a adoção divina.
A palavra adoção sublinha, realça, um dos aspectos da imensa graça de Deus, que é o amor manifestado em Jesus Cristo, através da qual Deus, em Cristo, nos predestinou para Ele (Ef 1.5).
 
A Adoção - TEOLOGIA SISTEMÁTICA STANLEY M. HORTON
Deus, no entanto, vai além de nos colocar em situação correta diante dEle. Conduz-nos também a um novo relacionamento, pois nos adota em sua família. A "adoção", um termo jurídico, é o ato da graça soberana mediante o qual Deus concede todos os direitos, privilégios e obrigações da afiliação àqueles que aceitam Jesus Cristo. Embora o termo não apareça no Antigo Testamento, a idéia se acha ali (Pv 17.2). A palavra grega huiothesia, "adoção", aparece cinco vezes no Novo Testamento, somente nos escritos de Paulo e sempre no sentido religioso. Ressalve-se que, ao sermos feitos filhos de Deus, não nos tornamos divinos. A divindade pertence ao único Deus verdadeiro.92
A doutrina da adoção, no Novo Testamento, leva-nos, desde a eternidade passada e através do presente, até a eternidade futura (se for apropriada semelhante expressão). Paulo diz que Deus "nos elegeu nele [em Cristo] antes da fundação do mundo" e "nos predestinou para filhos de adoção por Jesus Cristo" (Ef 1.4,5). Diz também, a respeito de nossa experiência presente: "Porque não recebestes o espírito de escravidão, para, outra vez, estardes em temor, mas recebestes o espírito93 de adoção de filhos [huiothesia],94 pelo qual clamamos [em nosso próprio idioma]: Aba [aramaico: Pai], Pai [gr. ho patêr]" (Rm 8.15). Somos plenamente filhos, embora ainda não sejamos totalmente maduros. Mas, no futuro, ao deixarmos de lado a mortalidade, receberemos "a adoção, a saber, a redenção do nosso corpo" (Rm 8.23). A adoção é uma realidade presente, mas será plenamente realizada na ressurreição dentre os mortos.95 Deus nos concede privilégios de família mediante a obra salvífica do seu Filho incomparável, daquEle que não se envergonha de nos chamar irmãos (Hb 2.11).
 
JOÃO 1:18 -  Manual de Duvidas, Enigmas e Contradiçoes da Biblia - Norman Geisler - Thomas Howe - Somente Jesus é o Filho de Deus?
PROBLEMA: Jesus é chamado de "o Filho unigênito" (SBTB) nesse versículo. Contudo, num dos versículos anteriores João nos informa de que pela fé podemos ser feitos "filhos de Deus" (1:12). Se somos filhos de Deus, como Jesus pode ser o unigênito (o único Filho) de Deus?
SOLUÇÃO: Há uma gigantesca diferença entre os sentidos das expressões "Jesus é o Filho de Deus" e "nós somos filhos de Deus". Primeiro, ele é o único Filho de Deus; eu sou apenas um filho de Deus. Ele é o Filho de Deus com "F" maiúsculo; os seres humanos podem tornar-se filhos de Deus somente com "f" minúsculo.
Jesus é o Filho de Deus pelo direito eterno de herança (Cl 1:15); nós somos filhos de Deus apenas por adoção (Rm 8:15). Ele é o Filho de Deus porque é Deus por sua própria natureza (Jo 1:1), ao passo que nós tão-somente fomos feitos à imagem de Deus (Gn 1:27) e refeitos "segundo a imagem daquele" que nos criou, por meio da redenção (Cl 3:10).
Jesus é de Deus por sua própria natureza; nós apenas procedemos de Deus. Ele é divino pela sua própria natureza, mas nós apenas participamos dela por meio da salvação (2 Pe 1:4). Podemos ser co-participantes da natureza divina apenas no que diz respeito aos seus atributos morais (como santidade e amor), não no tocante aos seus atributos não-morais (como infinidade e eternidade). Em resumo, as diferenças são:
 
JESUS COMO
O FILHO DE DEUS
HOMENS COMO
FILHOS DE DEUS
Filho natural
Filhos adotivos
Sem começo
Com começo
Criador
Criatura
Deus por natureza
Não divinos por natureza
 
 
ADOÇÃO (Dicionário Wycliffe)
Essa palavra é usada na Bíblia somente em um sentido teológico. No sentido civil ou legal a prática da adoção está exemplificada fora do meio cultural de Israel na adoção de Moisés (Êx 2.10Act 7.21) e de Ester (Et 2.6,15).
No período patriarcal, o antigo Oriente Próximo praticava algo semelhante à adoção. A descoberta das inscrições nas barras de Nuzu revelou esse costume pelo qual um casal sem filhos adotava um filho adulto para servi-los enquanto vivessem e enterrá-los quando morressem. Em troca, esse filho adotivo teria direito de receber a herança, a não ser que, posteriormente, o casal viesse a ter um filho. Nesse caso, o filho natural se tomaria o principal herdeiro (veja ANET, pp. 219s.). Embora nenhuma lei sobre adoção tenha sido formulada no AT, esse costume pode muito bem estar refletido no relacionamento entre Abraão e Eliézer (Gn 15.2-4). Algo muito próximo a uma adoção legal também pode ser visto no caso dos netos de Jacó, Manassés e Efraim (Gn 48.5) com uma fórmula reconhecida de adoção, “seja chamado neles o meu nome” que aparece no verso 16 (cf. código de Hamurabi #185,ANET, p. 174). Provavelmente Labão tenha elevado Jacó à posição de filho adotivo, pela qual Jacó deveria executar serviços (Gn 29.15) e que dava a Labão direitos legais sobre os filhos de Jacó (Gn 31.28,43,55). Outros casos de adoção podem ser mencionados em 1 Reis 11.20 e 1 Crônicas 2.34,35.
Os detalhes dessas práticas do AT não parecem ter influído no uso desse termo pelo NT Paulo é o único que emprega a palavra grega huiothesia e somente cinco vezes (Rm 8.15,239.4Gl 4.5Ef 1.5). EmRomanos 9.4 ele faz referência à privilegiada posição dos judeus como povo eleito de Deus, aludindo a Êxodo 4.22 onde o Senhor chama Israel de seu filho, seu primogênito (cf. Dt 7.6-8Is 43.6Jr 3.1931.9Os 11.1).
Em outras passagens, entretanto, o uso do apóstolo reflete não o mundo hebraico, mas o mundo helenístico e enfatiza a liberdade de um filho no lar em contraste com a servidão de um escravo.
A adoção era um aspecto muito comum da maneira de viver dos gregos e romanos. Se não houvesse filhos em uma família, o marido podia adotar um filho ao qual seria concedida a herança. A pessoa a ser adotada não podia ter pais vivos, mas isso não impedia os procedimentos da adoção porque as famílias muitas vezes estavam dispostas a ceder seus filhos que, dessa maneira, teriam melhores oportunidades na vida. Quando uma criança era adotada, o pai natural perdia toda a autoridade sobre ela, enquanto o pai adotivo adquiria controle total sobre o seu novo filho. Na história romana, um exemplo notável dessa prática encontra-se na administração do imperador Augusto. Entendendo que não possuía nenhum herdeiro responsável por seu trono, resolveu adotar um.
Quando esse herdeiro faleceu, ele adotou outro e, finalmente, decidiu-se por Tibério que o sucedeu no ano 14 d.C,
Refletindo o entendimento da adoção no mundo helenístico, Paulo empregou esse termo para mostrar o ato legal da graça de Deus através do qual os crentes se tomam seus filhos. Esse relacionamento com Deus é resultado do seu novo nascimento (“deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus”, Jo 1.12), portanto sua adoção significa que, como seus filhos, eles foram colocados na posição de filhos adultos (Gl 4.1-7) em contraste com a unigênita filiação de Jesus Cristo, que foi e é, eternamente, o Filho de Deus (Jo 1.14).
Na adoção civil, assim como em um sentido espiritual, podemos observar as seguintes características; (1) Adoção é tomar alguém como filho que não o é por natureza e nascimento. (2) E ser adotado para uma herança - no sentido espiritual, para uma herança que é incorruptível e imaculada (Rm 8.15- 17Gl 4.5-7). (3) É um ato voluntário de quem adota - espiritual mente o Pai Celestial exerce Sua soberana vontade nessa questão (Ef 1.5) - mediado por Cristo através da interferência do Espírito Santo (Gl 4.4-6). (4) Significa que o adotado leva o nome de quem o adotou e pode chamá-lo de “Pai״ (Is 56.562.265.15Ap 2.17Rm 8.15;1 Jo 3.1). (5) Significa que o adotado torna- se o recebedor da compaixão e do cuidado de seu Pai Celestial (Ef 1.3-6; cf. Lc 11.11- 13), e é recebido com todos os direitos e privilégios da família, recebido de volta como um filho e não como servo, no caso do filho pródigo (Lc 15.19-24). (6) No aspecto escatológico, toda a criação se beneficia do fato do adotado receber a libertação de seu corpo da decadência e da morte (Rm 8.23). Veja Família; Herança.
Bibliografia. Sherman E. Johnson, “Adop- tion”, HDBrev., p.ll. C. F. D. Moule, “Adop- tion, ” IDB, I, 48s. CornPBE, p. 319.  C. M. H.
 
 
Gl 4:1-31 - A Epístola aos Gálatas - Germano Soares
Gálatas 4.1-20: Cristo Converteu os Herdeiros em Filhos de Deus
O apóstolo, depois de apresentar aos gálatas a questão da herança em Abraão, da qual a lei era apenas um caminho, passa agora a mostrar a situação deles antes de conhecerem a Deus. Nesse período eram escravos de outros deuses, agora Cristo os libertou dessa escravidão tornando-os herdeiros e filhos de Deus, por isso se torna impossível qualquer recaída.
Gálatas 4.1-3: A situação dos herdeiros antes de Cristo Neste texto, Paulo explica outra vez o que foi dito em Gálatas 3.23-29, mostrando novamente as características gerais da vida humana antes e depois da vinda de Cristo. Entretanto, a sua ênfase já não está no fato de ser herdeiro, mas no seu significado. Está justificado, pois, utilizar esta seção para aclarar aquela.
- Digo, porém que, enquanto o herdeiro é menor de idade, em nada difere de um escravo, embora seja dono de tudo. Paulo inicia expressando sua idéia com uma nova comparação tomada outra vez da vida jurídica dos cidadãos, desta vez, ao que parece, servindo-se de situações do direito helenístico. 0 termo herdeiro era usado em inscrições na Ásia Menor para indicar “um filho, após receber a sua herança” como representante de seu pai, subscrevendo todos os direitos e obrigações de seu pai. A expressão “menor de idade” é mais bem traduzida por “alguém sem entendimento”. Aqui descreve um “menor”, em qualquer estágio de sua menoridade (legal). Ainda que o herdeiro, cujo pai está morto, é um menino menor de idade, a sua situação não se distingue da de um escravo. Embora o termo para “menor de idade” não seja um termo jurídico, no conceito rabínico, cujo correspondente é qatan, tem um significado jurídico-religioso de que aqui carece. Não tem direito para dispor dos bens que lhe pertence, ainda que é senhor ou, melhor, possuidor de tudo (v. 12).
# V. 2 - No entanto, ele está sujeito a guardiães e administadores até o tempo determinado por seu pai. Não se sabe por que Paulo menciona duas categorias de inspetores. Guardião é um termo genérico, e se refere à pessoa que é encarregada da educação e dos cuidados da criança, ao passo que administrador é um escravo que agia como mordomo para seu mestre, ou um empregado encarregado das finanças de seu patrão, A submissão mencionada dura até um certo tempo. Era costume no mundo antigo que o pai determinasse um dia certo para o seu filho assumir a idade adulta legalmente. Essa sujeição não significa uma submissão por ausência transitória do pai, mas durante toda a meninice depois da morte dele. Neste caso é, sem dúvida, o direito helenístico o que aqui se supõe que conhece, segundo os papiros, tal limite da tutelaria fixada pelo pai.60 Essas situações concordam bem com o tema utilizado por Paulo, posto que o término da menor idade dos gálatas chegou também por fixação e não pelo natural passar do tempo.
# V. 3 - Assim também nós, quando éramos menores, estávamos escravizados aos princípios elementares do mundo. “Nós” éramos parecidos com tais “menores” e isto em dois aspectos. Também “nós” estávamos submetidos a determinados “guardiães” e “administradores” (ou escravos) e, ademais, esta submissão durou até um tempo assinalado. Paulo tem ambos os aspectos ante os olhos, se bem que ressalte só o primeiro. A palavra “menores” como tal não tem relevância alguma. E tomada simplesmente como comparação.
É de grande importância a frase: “estávamos escravizados aos princípios elementares do mundo”. Esse tempo até a vinda da fé foi um tempo de escravidão. Embora a expressão “princípios elementares do mundo” tenha um grande número de interpretações, é mais provável que Paulo pense em primeiro lugar, nas forças elementares dos astros. Esse modo de pensar de Paulo pode ser ilustrado com idéias que aparecem, sobretudo, na literatura apócrifa judaica. Eles falam, por um lado, de uma relação especial e estreita entre os astros e os elementos,61 e por outra parte os astros e “anjos” ou “espíritos”.62 Ali se fala finalmente da exigência de tais seres siderais. Não é certamente uma causalidade que nesta literatura se reprove aos gentios que têm por deuses os astros.63
A tais “princípios elementares”, disse Paulo, que os gálatas estavam submetidos como escravos. Paulo interpreta a situação pré-cristã dos gálatas e dos judeus da mesma forma. Como escravos das forças elementares do cosmo. Ele entende o servir aos elementos, pelos gálatas, analogicamente ao servir à lei por parte dos judeus. Essa equiparação é facilitada pelo fato de que os adversários de Paulo mostravam na sua maneira de pensar, formas religiosas que têm seus paralelos mais próximos às idéias “apócrifas”, podendo relacioná-las com teorias “gnósticas” Por outro lado, os gentios gálatas passaram a observar um tipo de serviço rigoroso de astros, anjos e elementos que não se diferenciava do serviço de habitantes gentios da Ásia Menor. Nesse serviço pode ter existido uma matriz judaico-pré-cristã.
Gálatas 4.4-7: Cristo resgatou os herdeiros
Após mostrar a situação dos herdeiros antes de Cristo, Paulo passa agora para outro assunto, que na verdade é uma seqüência do anterior: o resgate dos herdeiros. Para o apóstolo, Cristo veio para resgatar os herdeiros do poder da lei, e isto, no tempo determinado pelo próprio Deus.
# V. 4 - Mas, quando chegou a plenitude do tempo. A situação de escravidão em que o mundo mantinha os homens, por meio da lei e de seus seres elementares, chegou ao hm.64 O conceito “plenitude do tempo” refere-se ao tempo determinado pelo Pai.65 Deus preparou o mundo para a vinda de seu Filho em uma época determinada na história. O momento como discurso temporal chegou à sua plenitude, ou seja, à sua meta. Significa o encerramento. Pressupõe-se que Deus tem sob seu domínio o tempo e todos os seus “aions”,66 como tudo no mundo, determina a medida de todas as coisas,67 e que leva esta medida à sua realização,68 para que traga o hm deste “aion” ou o começo do futuro.
Deus enviou seu Filho. Segundo Paulo, tal plenitude do tempo trouxe a vinda de Jesus Cristo. Paulo, em nenhum lugar, deixa claro a condição histórica dessa decisão de Deus, de modo que não se pode mostrar por que ocorreu, mas que Deus permitiu que se realizasse.69 O final do tempo se realizou com a aparição do filho de Deus no cosmos.70 Há, pois, que julgar esta aparição como irrupção do “aion” futuro no presente (Hb 9.26), que experimentou assim a privação do poder da sua essência. A aparição de Cristo se apóia no ato do envio divino. Neste contexto revela a denominação “seu filho”, a “pré-existência” do envio divino, ou seja, revela o ser divino que desde sempre lhe é próprio (cf. Rm 1.3,48.3,29,321 Co 8.62 Co 8.9Fp 2.6,7Cl 1.13,14). O começo do final do mundo, a conclusão do tempo se revela no envio do Filho de Deus, enquanto eterno fundamento divino, meio e meta do ser.
Nascido de mulher, nascido debaixo da lei. O tempo final é o tempo no qual o “princípio” divino de nosso ser, Jesus Cristo, irrompeu nesta existência. A aparição de Jesus Cristo neste “aion” se fundamenta no ato do envio e consiste na encarnação. O Filho de Deus enviado foi introduzido na natureza do homem determinada pela mulher, como o “nascido de mulher”, que ressalta a verdadeira humanidade do Filho. A sua humanidade pertence não só à natureza, mas também à história. A historicidade de sua aparição ressalta como sendo “nascido debaixo da lei” (submetido à lei). Para Paulo, submeter-se à lei não significa que ele foi obrigado a tal coisa. Aqui, pensa-se na igualdade da sorte do enviado com aqueles em cujo favor havia acontecido o envio.
% V 5 - A fim de redimir os que estavam sob a lei, para que recebéssemos a adoção de filhos. Essa total entrega do Filho no cosmos, tinha por finalidade libertar aqueles que estavam debaixo da lei. Trata-se, sem dúvida de todos os homens, gentios e judeus. A redenção a respeito da lei é, sem dúvida o pressuposto para receber a filiação, e isto para todos, tanto judeu quanto gentio. Estes foram recebidos como filhos por meio da adoção. A palavra traduzida como adoção é um termo técnico jurídico. Receber a filiação é pois como ocupar o posto de um filho adotivo. Deveria mencionar como meta do envio do filho em realidade o fazer maior de idade. Contudo, a nova posição do homem, a de não ser mais escravo da lei do mundo, acontece a partir do momento em que aceita a Cristo como filho. O homem é livre enquanto está unido juridicamente ao pai por uma arte de direito. O conceito de filiação ressalta a livre ação de Deus não apoiada em existência alguma e ao mesmo tempo, a mediatização da nossa categoria de filhos.
# V 6 - E, porque vocês são filhas, Deus enviou o Espírito de seu Filho aos seus corações, o qual clama: ‘Aba, Pai’. A filiação que se fez realidade por meio do envio do filho de Deus, moveu-o para que enviasse aos nossos corações o Espírito dé seu Filho. Deus nos presenteia, pois, não só pelo fatQ de sermos filhos, mas também a maneira e o saber dos filhos. E nos dá de graça o Espírito. Sua segunda obra de amor não só está fundamentada na primeira, como a complementa. Deus não se conforma com uma ação apenas. Ele enviou seu Filho para que nós chegássemos a ser seus filhos. E porque somos seus filhos Deus enviou também o Espírito de seu Filho. Por meio de Cristo nos tomamos filhos de Deus. Isso agora se manifesta interiormente pelo movimento dos nossos corações.
O “Espírito do Filho” é o Filho mesmo na força de sua presença que conquista o coração do homem (cf. Rm 8.9,102 Co 3.17Ef 3.16,17). 0 ato de possuir o Espírito do Filho se exterioriza no clamor do próprio Espírito. A palavra krázo designa o grito do orador. Aqui tem o sentido de uma oração pública que proclama no sentido concreto. Esse clamor é: “Aba, Pai” Aqui existe uma justaposição de ambas as formas lingüísticas, com as quais a cristandade de então estava acostumada a invocar a Deus como pai. “Aba” é um termo aramaico usado pelas crianças em casa, com uma conotação bastante íntima e carinhosa.710 dom da oração filial faz manifestar-se experimentalmente a condição de filhos em plenitude.
♦ V. 7 - Assim, você já não é mais escravo, mas filho; e, por ser h-Iho, Deus também o tornou herdeiro. O pensamento volta ao versículo 1. Os cristãos adquiriram uma nova posição. Assim como a escravidão e a filiação obviamente se excluem uma à outra, os filhos de Deus não podem ser tampouco considerados escravos de coisa alguma. De acordo com Paulo, pelo fato de sermos filhos de Deus, somos também herdeiros da promessa de Abraão. Deus é o autor de toda riqueza que está à nossa disposição por realmente termos sido adotados como filhos. O apóstolo chama a atenção para o fato de que qualquer herança é exclusivamente em razão da ação graciosa de Deus.
Gálatas 4.8-11: E impossível uma recaída
O ato de se aceitar as pretensões e as imposições dos propagandistas do judaísmo equivale a uma recaída no serviço aos deuses, que era igualmente um serviço à lei. Continuamente estava a pergunta por trás do que dizia, que imprimia seu sentido prático às idéias até agora expostas. Por isso, o apóstolo lamenta o fato de os gálatas estarem cedendo aos “esforços” missionários de seus adversários. Levando o apóstolo a ficar temeroso se por acaso não havia trabalhado em vão.
# V. 8 - Antes, quando não conheciam a Deus, vocês eram escravos daqueles que, por natureza, não são deuses. A adoção dos gálatas por parte de Deus estava em uma oposição tão profunda com a “anterior” situação, quando ainda não conheciam a Deus, que, se caso atentassem para esse fato veriam que se tornava impossível uma volta à lei. A situação dos gálatas se caracteriza por não conhecerem a Deus e tributar aos deuses uma veneração própria de escravos como todo gentio. Os gálatas tinham um conhecimento de Deus somente através dos deuses (Rm 1.19,20). Desta forma, eles serviam não ao verdadeiro Deus, mas a deuses que pretendiam ser deuses, e aos quais concediam e confessavam ser Deus, pelo fato de desconhecerem o verdadeiro Deus. O cosmos em suas forças elementares, pedia com ordens e promessas à veneração que pertence a Deus. Os gálatas lhe concederam tal veneração, que não lhe pertencia, porque esperavam a segurança e o amparo de sua existência pela observação da lei do mundo, a qual se submetiam por desconhecer o Deus criador.
V. 9 - Mas agora, conhecendo a Deus, ou melhor, sendo por ele conhecidos, como é que estão voltando àqueles mesmos princípios elementares, fracos e sem poder? Querem ser escravizados por eles outra vez. O “agora” deste versículo está frente ao “antes” do versículo anterior. Entre ambos está a vinda da fé, que chegou até eles através da pregação ministrada por Paulo. A mensagem da fé trouxe o conhecimento de Deus, que é conhecido através da prática. O conhecimento de Deus não se deu pelo simples fato de terem um conhecimento, mas pela experiência de fé na vida de cada pessoa. Aquele que conhece a Deus pelo evangelho só pode fazê-lo enquanto precedentemente conhecido por Deus no evangelho e desvelado em sua vida.72 E precisamente esse ser conhecido por Deus por meio da mensagem do evangelho, faz com que Paulo tente impedir que os gálatas voltem aos mesmos princípios elementares fracos e sem poder,75 voltando a servi-los como escravos. Eles são impotentes e ilusórios frente ao poder e à vida de Deus e de seu hlho, e se vê a veneração desta força e o serviço mais escravizante e mais terrível a deuses superados e caducos.74
Se os gálatas voltassem a ceder à pressão dos adversários, retornariam à escravidão, e desta vez a uma escravidão muito mais dolorosa e subjetivamente muito mais dura, visto que os adversários estipularam inúmeras atividades e práticas que eram maiores e mais pesadas do que aquelas que eles praticavam antes de conhecerem a Cristo.
V. 10 - Vocês estão observando dias especiais, meses, tempos de-hnidos e anos. As práticas que os levariam a uma recaída na nova veneração do mundo, ou seja, um novo serviço da lei, deveríam fazer com que analisassem a possibilidade de uma reincidência. E pelo que Paulo em forma de pergunta lhes faz ver, um tanto irônico, seus novos deveres. Trata-se de uma escrupulosa observância acerca do começo de certos tempos importantes. Talvez essa observância esteja relacionada a algo pessoalmente religioso. Esse trecho é um eco de Gênesis 1.14 ss, que aparece continuamente no ambiente judaico. Paulo pretende chamar a sua atenção para que percebam que estão cedendo aos caprichos dos seus adversários. Essas exigências denotam por sua tendência e seu conteúdo, uma espécie de judaísmo, cuja forma encontramos principalmente no livro de Hen Et, que se caracteriza como “o livro do curso dos astros”, em que o autor diz ter recebido do anjo Uriel, ensinando sobre o que “ocorre com todas suas leis, todos os anos do mundo até a eternidade, até que venha a nova criação que dura para sempre” (Hen Et 72.1).75
Com o livro de Hen Et está relacionado como se sabe o livro dos Jub, que se interessa muito pelo calendário exato, o do sol. Aqui também aparece lugares que recordam este versículo.76 Com o livro dos Jub se relaciona também as idéias da comunidade de Qumrã, para a qual o calendário solar pertence igualmente aos segredos da lei, por cujo conhecimento e observância se distinguem o verdadeiro e falso Israel (1QS 1.13,14; 10.1,2; 1QM 2.4; 10.15; 14.12,13; Dam 3.12,13; 10.14,1516.1,2).
Os adversários de Paulo deveriam estar impregnados por essas idéias as quais exigiam dos gálatas o que Paulo denomina de “dias especiais, meses, tempos definidos e anos”, cumprimento de certos rituais, fruto de reincidência de um passado gentio e, ao mesmo tempo, com submissão à lei criada pelos homens. Em Colossenses 2.16-23, encontramos a prova de que também em outras comunidades se introduziam as mesmas idéias.
Os “dias especiais” podem ser sábados, dias de jejum, dias de festa, os dias que intercalavam no calendário, dias supersticiosos etc. “Meses” são os meses com divisões temporais, lua nova etc. “Tempos definidos” podem ser as festas: Páscoa, Festa das semanas e a dos Tabernáculos, ainda que, também se trate das quatro estações ou, mais exatamente, como é o caso para os meses, dos começos das estações. Quanto a “anos” dificilmente são os anos santos prescritos na lei, o ano sabático e jubilar. Não se sabe se sua observância haja tido papel prático algum e ainda mais fora da Palestina. A menção na lista indica que Paulo descreve de forma geral e quase formalisticamente as realidades em que se centrava a observância legal dos gaiatas. Precisamente a forma irônica de mostrar aos gaiatas — sem que exclua a seriedade — de modo geral a variedade das coisas que são exigidas deles, dando a entender a impossibilidade de uma recaída na lei e o fato de passar a depender dela.
# V 11 - Temo que os meus esforços por vocês tenham sido em vão. A palavra traduzida por “esforços”, traz a idéia de um trabalhar até ficar exausto. A situação de Paulo é como se ele tivesse levado inutilmente o evangelho aos gálatas. O tempo verbal usado pelo apóstolo é o indicativo, que indica que a ansiedade é dirigida a algo que já aconteceu.77 O texto ressalta a preocupação de Paulo pela sua causa e pelo fato de haver se esforçado em vão pelos gálatas. O esforço do apóstolo teria sido inútil se eles se submetessem novamente à lei.
Gálatas 4.12-20: A perplexidade do apóstolo
Paulo se mostra perplexo com a atitude dos gálatas que se deixam levar facilmente pelas exigências dos mestres judaizantes, os quais querem que todos pratiquem as obras da lei, deixando de lado o principio fundamental da mensagem paulina, que é a fé em Cristo. Por isso, Paulo formula um novo argumento, relembrando aos gálatas da antiga relação que ele tinha com todos. O apóstolo apela para o coração, utilizando a força do sentimento, como indica o raciocínio entrecortado.
V 12 - Eu lhes suplico, irmãos, que se tomem como eu, pois eu me tomei como vocês. Em nada vocês me ofenderam. Paulo introduz o texto exortando-os para que se tornem igual a ele.78 O apóstolo apela aos gálatas para se tomarem como ele no que diz respeito à liberdade da lei e à liberdade que eles têm como filhos de Deus. Aqui, Paulo espera que eles se interessem especialmente pela liberdade frente à lei, ou seja, na liberdade dos filhos de Abraão. Essa exigência, que é mais uma súplica, está no fato de que o próprio Paulo, quando da sua missão entre eles, tornou-se igual a eles. Paulo certamente está pensando no acontecimento registrado em 1 Coríntios 9.21, quando diz que se fez sem lei para os que estavam sem lei, para ganhar os que não tinham lei. Isso não fez só por acomodação prática, mas por uma decisão de princípio, posto que renunciou à lei enquanto caminho salvífico. Isso permitiu que se abrissem caminhos aos povos aos quais Paulo pregava a mensagem do evangelho.
♦ V. 13 - Como sabem, foi por causa de uma doença que lhes preguei o evangelho pela primeira vez. De todo o passado, ressalta, remetendo ao próprio saber dos gálatas, o tempo de sua primeira pregação entre eles.79 A expressão “pela primeira vez” refere-se ao primeiro encontro com os gálatas, registrado em Atos 16.6. “Por causa de uma doença” indica a ocasião em que Paulo pregou aos gálatas. Foi uma enfermidade que fez com que o apóstolo lhes pregasse a mensagem do evangelho.80 Quanto ao tipo de enfermidade, pode se pensar em ataques epiléticos ou histéricos, que nem sempre eram bem distinguidos na antiguidade, confundindo-os quase sempre com possessões demoníacas.
# V. 14 - Embora minha doença lhes tenha sido uma provação, vocês não me trataram com desprezo ou desdém; pelo contrário, receberam-me como se eu fosse um anjo de Deus, como o próprio Cristo Jesus. Essa enfermidade não fora para os gálatas obstáculo algum para aceitar o evangelho, antes uma oportunidade de demonstrar seu amor. Eles reconheceram no enfermo o mensageiro da salvação, por isso não o depreciaram, nem o afastaram. Ainda mais: venceram inclusive seu temor ante o enfermo possuído pelo demônio, segundo suas idéias. A palavra ekptuo (desdém) é o gesto que expulsa os males e que usavam contra os influxos demoníacos de enfermos, sobretudo de epilético e de outros pacientes. Pode também referir-se a desprezo ou zombaria, ou pode ser uma referência à tentativa de se proteger dos maus espíritos. Refere-se também ao fato de que eles não trataram com desdém (cuspiram) a mensagem pregada por Paulo. Livraram-se do espanto ou do preconceito e reconheceram no atacado do demônio: “um anjo de Deus”. A expressão “anjo de Deus”81 salienta que não se trata de um “anjo de satanás”, mas um anjo do próprio Deus. O apóstolo foi recebido como o próprio Cristo. Assim reconheceram o Senhor que veio a eles em seu apóstolo.
# V. 15 - Que aconteceu com a alegria de vocês? Tenho certeza que, se fosse possível, vocês teríam arrancado os próprios olhos para dá-los a mim. E não só isso. Felicitavam-se de que veio a eles. Assim deve ser entendido o versículo 15. A conduta dos gálatas corresponde à felicidade por ter o anjo de Deus no meio deles, por ter Jesus Cristo entre eles. Paulo pode dar testemunho deles de que lhe deram o melhor que tinham, que por ele, fizeram tudo. Assim se entende comumente a expressão: “se fosse possível, vocês teriam arrancado os próprios olhos para dá-los a mim”. Isso é correto pelo fato de que, na antigüidade, os olhos quase sempre eram colocados como exemplo de uma das coisa mais valiosas que o homem podia ter.82 E mais provável que a expressão deva ser tomada literalmente e não de forma figurada, pelo fato de Paulo tê-la elegido em relação à sua enfermidade que talvez tratava-se de dificuldades visuais devido ao histerismo ou a epilepsia.
# V 16 - Tomei-me inimigo de vocês por lhes dizer a verdadef Se os gálatas foram então bem cordiais com o apóstolo, que o receberam como Cristo, apesar de sua enfermidade, e se lhe foram tão afetivos, que lhe ajudaram em todos os sentidos, felicitando a sua vinda, não há, agora, outra explicação para a mudança de sua postura para com ele. A não ser que se fez seu inimigo pela pregação anterior da verdade. Paulo pregou-lhes o evangelho livre da lei. A substância do evangelho manifestada contra a observância da lei, precisamente este desenvolvimento da verdade parece fazê-lo, de fato, inimigo dos gálatas,85 a ponto de alimentarem um certo ódio pelo apóstolo.84
# V. 17 - Os que fazem tanto esforço para agradá-los, não agem bem, mas querem isolá-los a hm de que vocês também mostrem zelo por eles. Paulo não espera contestação à pergunta que propôs, por isso passa a falar imediatamente daqueles que procuram agradar a comunidade. O apóstolo conhece os culpados, assim como os gálatas, por isso não necessita nomeá-los e caracterizá-los com mais detalhes. A própria conduta dos falsos mestres já qualifica um mau zelo pelos gálatas, cujo fim era “isolá-los”. Isso significa que os adversários de Paulo reforçam sua exigência da circuncisão com ameaças de exclusão da comunidade. Tal atitude significa que os judaizantes querem ser buscados como conhecedores e conselheiros em assuntos da lei. Assim, se a lei ocupa o lugar da graça, eles ocupam o lugar não só do apóstolo, mas de Cristo.
# V 18 - É bom sempre ser zeloso pelo bem, e não apenas quando estou presente. Isso quer dizer que o apóstolo ao rechaçar o zelo com que seus adversários desejam ser buscados, não pretende condenar todo zelo nem o zelo como tal. Paulo procura lembrar-lhes que é importante ter zelo pelas coisas de Cristo, mas que isso não deve acontecer somente quando ele está presente, mas em todas circunstâncias. O fato de eles serem zelosos é para que não se deixem ser enganados pelos falsos mestres.
# V. 19 - Meus filhos, novamente estou sofrendo dores de parto por sua causa até que Cristo seja formado em vocês. Paulo estava em perigo de falar com sarcasmo e amargura. Porém, domina seu ímpeto e volta insinuante às comunidades gálatas com uma frase cordial e triste ao mesmo tempo. Ao começar o parágrafo Paulo chamou os gálatas de “irmãos” e agora os chama de filhos, um nome que seus adversários certamente não lhes podem dar. As dores de parto continuarão até que Cristo se forme neles pela segunda vez, até que nasça neles o corpo de Cristo.85 Tal atitude dos gálatas seria o mesmo que ter sido em vão a primeira obra missionária de Paulo entre eles, por isso faz-se necessário uma nova. Paulo pensa nos membros da comunidade em geral e não em alguns somente, em cujos corações Cristo habita, ainda que naturalmente, o conhecimento do evangelho paulino.
# V. 20 - Eu gostaria de estar com vocês agora e mudar o meu tom de voz, pois estou perplexo quanto a vocês. A insistência de Paulo se torna ainda mais nítida. Se ele estivesse presente, poderia intervir melhor. Porém, se também pudesse mudar o seu tom de voz, poderia também conseguir uma mudança. A expressão “mudar o tom de voz” dificilmente se refere à cordialidade de seu discurso. Embora quisesse estar com eles e falar de forma mais branda e mansa, adotar um tom totalmente distinto da palavra escrita. Paulo desejaria convencer os gálatas usando palavra viva, mantendo uma relação mais cordial. O apóstolo já não sabe o que fazer, sente o encantamento que paira sobre as comunidades, o qual não pode romper completamente com suas palavras.
Gálatas 4.21-31: O Cristão não É Filho da Escrava, mas da Livre
Paulo tenta outra vez convencê-los com um argumento objetivo. Faz um esforço para aclarar a questão existente entre os cristãos gaiatas, mediante uma exegese detalhada. Segundo a redação, a impressão é que este argumento só ocorreu a Paulo posteriormente. Ele se utiliza de uma alegoria86 para mostrar que os gálatas são agora filhos da livre, e, portanto, herdeiros da cidade celestial, enquanto que aqueles que ainda exigem práticas da lei, como necessidade para justificação, são filhos da escrava.
Gálatas 4.21-23: Os filhos de Abraão
Depois de vários argumentos na tentativa de entender a atitude dos gálatas, o apóstolo parte para algo mais radical. Ele se utiliza do exemplo dos filhos de Abraão para mostrar a realidade da escravidão e da liberdade, mostrando que se realmente quisessem se submeter à lei deviam também conhecê-la com mais profundidade.
V. 21 - Digam-me vocês, os que querem estar debaixo da lei: Acaso vocês não ouvem a lei? Com toda energia e com uma insistência que faz lembrar 3.1,2, Paulo pede a seus leitores que lhe dêem conta de sua postura partindo da lei. Os gálatas querem viver segundo os preceitos da lei. Contudo, se estão a ponto de submeter-se a ela, então, devem lhe dar ouvidos. Do contrário, só seriam inconseqüentes em seu projeto ou demonstrariam ter uma vontade indecisa. Para se submeter verdadeiramente à lei é preciso conhecer suas prerrogativas e suas conseqüências.87 Ao chamar a Escritura de lei, tem sua razão de ser na intenção com que se refere a ela. Precisamente a parte da Escritura que toma seu nome da lei, debaixo da qual querem estar, ensina que os homens da lei e os cristãos estão separados em último termo por vontade e ordem de Deus. A expressão “não ouvem a lei?” pode ser entendida no sentido de não somente ouvir como também obedecer. E como se Paulo lhes dissesse: “Vocês se alegram por estar debaixo da lei, mas, por acaso, estão escutando o que ela diz sobre a presente situação?”
♦ V. 22 - Pois está escrito que Abraão teve dois filhos, um da escrava e outro da livre. Há uma razão especial para o uso da fórmula autoritária: “está escrito”, depois do apóstolo ter apelado a eles no sentido de não somente ouvir a lei, mas lhe obedecer. A lei fala de dois filhos que Abraão teve. Paulo fixa sua atenção somente em Ismael e Isaque.88 Os filhos de Abraão se distinguem essencialmente um do outro: um nasceu da livre e outro da escrava. E importante notar que Paulo não cita inicialmente Sara e Hagar pelo nome, porque deseja chamar atenção para as categorias às quais pertenciam. O que interessa por enquanto é ressaltar a categoria de escravo de Ismael, e a de livre, de Isaque.
♦ V. 23 - O filho da escrava nasceu de modo natural, mas o filho da livre nasceu mediante uma promessa. Aqui aparece outra diferença. Não só são distintos as mães dos filhos, como também o modo do nascimento. O filho nascido da serva foi gerado segundo a carne. Isso significa o oposto da promessa, que se realizou no marco natural e em força da vontade natural (Rm 1.39.5), posto que o nascimento é de um efeito permanente. O filho nascido da livre foi gerado “mediante a promessa”, promessa divina que está narrada em Gênesis 15.417.16,1918.10, a qual foi a causa primária da existência de Isaque, de modo que se fundamenta essa existência na promessa de Deus e não na posição natural.
A promessa foi o poder criador, pelo qual Abraão, já velho, chegou a ser pai de Isaque. É tudo o que pode dizer, posto que Paulo não pára para meditar sobre a relação de uma intervenção de Deus na ação do pai ao gerar Isaque. Em conjunto é seguro o seguinte: visto de fora, ou seja, no referente à manifestação humana, ambos os filhos eram iguais; porém, considerando a origem de suas existências, se distinguiam qualitativamente um do outro.
Gálatas 4.24,25: A escravidão em Hagar
Paulo inicia uma nova seção, onde procura apelar aos filhos de Abraão utilizando-se de uma alegoria, como sendo mais do que uma ilustração útil de uma verdade espiritual. O apóstolo está usando um evento histórico como exemplo.89 A principal intenção do apóstolo é mostrar aos gálatas que aqueles que vivem pela lei são na realidade filhos da escrava.
# V. 24 - Estes eventos são usados aqui como ilustrações; estas mulheres representam duas alianças. Uma aliança procede do Monte Sinai e gera filhos para a escravidão: esta é Hagar. Naturalmente que Paulo, ao se utilizar de uma interpretação alegórica, negue que tanto as mulheres como os filhos de Abraão sejam pessoas fictícias, pelo contrário, eles a consideram pessoas concretas. Isso pode significar “falar alegoricamen-te”, e também “interpretar alegoricamente”. Como tais podem ter também significado histórico-salvífico (cf. Rm 4.9).90 Aqui o que importa a Paulo é que as pessoas mencionadas são manifestações pré-anunciantes, cuja essência se revela só ao aparecer aquilo a que elas encaminham. As duas mulheres são duas “alianças”. A linha de pensamento de Paulo transfere-se dos filhos para as mães, embora ainda não tenham sido mencionados pelos respectivos nomes, uma das mulheres é a aliança que procede do monte Sinai, a qual dá à luz conduzindo à servidão. Os que estão incluídos nela adquirem o estado de escravos submetendo-se à lei. Para os judeus, a lei do Sinai foi concedida aos descendentes de Abraão através de Isaque e nada tinha a ver com os descendentes de Hagar. Para Paulo, tal pacto é Hagar.91
♦ V. 25 - Hagar representa o Monte Sinai, na Arábia, e corresponde à atual cidade de Jerusalém, que está escravizada com os seus filhos. Ao que parece, Paulo se utiliza de todas as formas para fazer a conexão de Hagar com o monte Sinai.92 Entretanto, o sentido já não é claro e a exegese é muito difícil, pois existe uma grande variedade textual. Embora se tentou dar uma interpretação coerente, o sentido do versículo 25a tem de ficar na obscuridade, e com ele o fundamento e a razão que fizera Paulo identificar Hagar com o pacto do Sinai.
Para Paulo o mais importante não é a identidade alegórica, mas o fato de que Hagar (= monte Sinai) representa para ele a escravidão experimentada por aqueles que vivem debaixo da lei. O sujeito do versículo 25b é Hagar, e também do final do 24. Ela coincide com atual cidade de Jerusalém,93 que embora esteja no país da promessa, não é o lugar para a realização da promessa feita a Abraão, pois vive na escravidão, da mesma forma que seus filhos.94
Gálatas 4.26-31: Somos filhos da livre
Após fazer uma exposição sobre a escravidão em Hagar, o apóstolo volta agora para a questão que acha mais importante: a liberdade em Isaque. Os versículos 26-31 são uma apologia de Paulo na tentativa de mostrar que os cristãos são filhos da livre, e por isso, pertencem a Jerusalém do alto. A liberdade daqueles que pertencem a esta Jerusalém está em contraste marcante com a escravidão por causa da lei e se constitui numa antítese que é integrante ao tema da carta.
V. 26 - Mas a Jerusalém do alto é livre, e esta é a nossa mãe. Paulo não continua com o raciocínio feito até agora. Salta ao enunciado seguinte, o que ele considera mais essencial no contexto, tanto para ele quanto para os leitores: a “Jerusalém do alto”, que é livre, portanto, não está submetida à lei. Os gaiatas são seus filhos, como se vê pela Escritura. Paulo toma da tradição judaica o conceito “Jerusalém do alto”,95 que se baseia nas promessas do Antigo Testamento referentes a uma reedificação escatológica da Jerusalém terrena.96 Mais próximo está a idéia da “Jerusalém do alto” com ditos segundo os quais a Jerusalém antiga, a terrena, é substituída por uma nova, descida do céu.97 Tratava-se evidentemente de uma figura de linguagem que teria significado até mesmo para os leitores gentios.
A imagem apresentada por Paulo é de uma Jerusalém existente no céu, preexistente, cujo exemplo mais claro encontramos em 4 Esd: “pois para vós está aberto o paraíso e plantado a árvore da vida, preparado o aion futuro, destinada a felicidade, edificada a cidade, elegida a pátria, feitas as boas obras, aparelhada a sabedoria” (4 Esd 8.52). Essa idéia é a mais parecida com a de Paulo. Sua terminologia é sumamente parecida com a dos rabinos. Para o apóstolo, Jerusalém do alto é também o novo “aion”. Ele afirma que o novo povo de Deus, que são os cristãos, que receberam sua vida desta Jerusalém celeste, são representados como os filhos. A Jerusalém celeste, portanto, já está presente na igreja cristã. Ao crescer o povo de Deus sobre a terra, multiplica-se o número dos filhos da mãe celeste e, conseqüentemente, o número de habitantes da Jerusalém celeste. A comunidade cristã é agora a cidade celeste em parte presente, que se consumará no futuro.
E importante ressaltar que Paulo contrapõe radicalmente esta “Jerusalém do alto” com a “Jerusalém terrena”.98 A Jerusalém de agora é terrena, imperfeita e já está destruída, ao passo que a Jerusalém do alto, a que vive a igreja, é, pelo contrário, o reino que domina em liberdade sobre o fundamento da mesma promessa divina.
V 27 - Pois está escrito: Regozije-se, o estéril, você que não tem Alhos; grite de alegria, você que não tem dores de parto;porque são mais numerosos os Alhos da abandonada do que os daquela que tem marido.Para mostrar que a Jerusalém de cima é a mãe dos cristãos, o apóstolo cita a profecia de Isaías 54.1, onde o profeta antevê a maior prosperidade da Jerusalém restaurada em comparação com a antiga. Paulo considera esse cântico como sendo uma ilustração da fertilidade de Sara em comparação com a de Hagar. Sara mesmo tendo sido estéril e depreciada, logo chegou a ser a mãe do grande povo de Deus. E possível que Paulo tenha chegado a tais conclusões partindo do acervo da tradição judaica, que interpretava tal palavra como promessa referente à nova edificação deslumbrante da Jerusalém destruída.99 Uma vez que emIsaías 54.1 é prometido a renovação escatológica de Jerusalém ou de Sião, Paulo interpreta com mais exatidão do que os rabinos.
# V. 28 - Vocês, irmãos, são Alhos da promessa, como Isaque. Aqui termina as provas aduzidas. Paulo, dirigindo-se novamente aos gálatas, chamando-lhes a atenção para o fato de que agora são “filhos da promessa”, da mesma forma que Isaque. No texto grego a palavra traduzida como “promessa” é epangelia, e é enfática por causa da sua posição e deve ser um retrospecto das referências às promessas feitas anteriormente na carta.
V. 29 - Naquele tempo, o Alho nascido de modo natural perseguia o Alho nascido segundo o Espírito. O mesmo acontece agora. Na comparação que Paulo faz, refere-se a um incidente que não ocorre na narrativa do Antigo Testamento. O fato de a Igreja sofrer perseguições anula a promessa da qual ela é portadora. A perseguição é a melhor prova de sua identidade como filhos de Sara. Paulo pensa na perseguição dos cristãos pela sinagoga, como ele mesmo fizera, que supõe uma tentação perigosa para os gaiatas. Na perseguição pelos judeus incrédulos se cumpre o que então aconteceu em protótipo: Ismael nascido segundo a carne, perseguia a Isaque, nascido segundo o Espírito, como surpreendentemente está acontecendo agora. “Nascido segundo o Espírito” difere de modo relevante da declaração semelhante no v. 23, onde o filho nascido segundo a carne é contrastado com o Filho nascido segundo a promessa. A mudança de “promessa” para “Tispírito” demonstra que Paulo transfere a expressão apropriada do passado para o presente, da promessa para o cumprimento. O ato de ser filho de Deus e da Jerusalém do alto foi possível graças ao Espírito de Deus e de Cristo que lhes foi dado.
# V. 30 - Mas o que diz a Escritura? A perseguição sofrida pelos gaiatas não irá prejudicá-los, pois na Escritura encontramos um protótipo em Ismael e Isaque, filhos de Hagar e Sara. 0 apóstolo lança mão de uma alegoria para dar fundamentação à sua argumentação. Ele decide responder por meio da Escritura, que os judeus reconheciam plenamente às alegações de seus adversários. Por isso Paulo coloca a frase em forma de pergunta para ressaltar o dito.
Mande embora a escrava e o seu ídho, pois o filho da escrava não será herdeiro com o hlho da livre. A citação feita por Paulo é de Gênesis 21.10, segundo a LXX com insignificantes variações.100 A relação com o conjunto de sua exposição é o que unicamente ressalta. Paulo mudou a expressão “com meu filho Isaque”, para “o filho da livre”. A ação exigida por Sara, que foi levada a efeito, está no fato de se acabar com a hostilidade de Ismael em relação a Isaque, e Paulo a vê como símbolo da situação vivida pelos gálatas. 0 que era necessário entre os gálatas era uma ação igualmente firme para impedir que a liberdade cedesse lugar à escravidão. Cumpre-se agora o que a Escritura anunciara. E, precisamente agora, quando a escrava e o seu filho abandonam a casa e a herança de Abraão, que a livre e seus filhos recebem a herança — a herança do Espírito.
♦ V 31 - Portanto, irmãos, não somos fiihos da escrava, mas da livre. O apóstolo apresenta neste versículo a segunda e última conclusão, que se refere ao conjunto do argumento da Escritura, encontradas nos versículos 24,25,29. Ao empregar a palavra “irmãos” inclui todos os cristãos verdadeiros e exclui todos os filhos de Hagar. Paulo procura deixar claro que os cristãos, e aqui estão incluídos os gaiatas, não são filhos de uma escrava, mas da livre. A firme convicção do apóstolo é que os cristãos nasceram para a liberdade, porque Cristo é o libertador.
 
 
AJUDA BIBLIOGRÁFICA
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A TENTAÇÃO E A QUEDA - Comentário Neves de Mesquita
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TERMOS BÍBLICOS PARA SALVAÇÃO - BEP - SALVAÇÃO
Teologia Sistemática - Conhecendo as Doutrinas da Bíblia - A Salvação - Myer Pearman - Editora Vida
CRISTOLOGIA - A doutrina de JESUS CRISTO - Esequias Soares - CPAD
Conhecendo as Doutrinas da Bíblia - Myer Pearman - Editora Vida
Dicionário Bíblico Wycliffe - CPAD
Contra o Calvinismo - Roger Olson - Editora Reflexão

Teologia Sistemática de Charles Finney
fonte http://www.apazdosenhor.org.br/