ESBOÇO DA LIÇÃO
INTRODUÇÃO
I – JESUS PROVEU UMA MENSAGEM SUPERIOR A DE JOSUÉ
II – JESUS PROVEU UM DESCANSO SUPERIOR AO DE JOSUÉI
II – JESUS PROVEU UMA ORIENTAÇÃO SUPERIOR A DE JOSUÉ
CONCLUSÃO

PONTO CENTRALEnquanto Josué proporcionou um descanso terreno, temporário e incompleto para Israel, Jesus Cristo proveu um descanso celestial, eterno e completo para a Igreja.

OBJETIVO GERAL
Demonstrar que Jesus é superior a Josué na mensagem e no provimento de repouso para o povo de Deus.

OBJETIVOS ESPECÍFICOS
I. Mostrar que a mensagem de Jesus é superior a de Josué;
II. Mencionar a provisão de um descanso superior ao de Josué;
III. Apontar a superioridade da orientação de Jesus em relação à de Josué.
1POR MARCELO OLIVEIRA DE OLIVEIRA 
1. INTRODUÇÃO GERAL
Professor, professora, recobrar o conteúdo da lição anterior e recapitular brevemente lições mais remotas é um exercício pedagógico importantíssimo para o aprendizado do aluno da Escola Dominical. Tenha em mente que o seu papel na classe é o de um bom “garçom”, o indivíduo que serve ao próximo despretensiosamente. Essa imagem é importante, pois, infelizmente, muitos professores dão aulas do ponto de vista do próprio “nível de entendimento”, ignorando que o espaço da Escola Dominical, principalmente o da classe de adultos, é formado por pessoas com níveis diversificados de conhecimento e de estudo. Por isso, não faz sentido o(a) professor(a) tecer críticas tais como: “o conteúdo da lição é muito fraco”. Mas “fraco” do ponto de vista de quem? Do dele ou do aluno?

Ora, se o(a) professor(a) da Escola Dominical tem em sua classe alunos “bacharéis” em teologia, cabe a ele(a) adaptar sua aula ao nível de bacharel: linguagem acadêmica, exercícios das línguas originais na leitura bíblica e etc. Mas se a realidade da classe do(a) professor(a) não for essa, o caráter virtuoso revelado nas Sagradas Escrituras exige desse(a) professor(a), a exemplo de Jesus, que usou as parábolas como meio de comunicação popular, um compromisso espiritual em ensinar “as virtudes do céu” ao aluno com a linguagem sã e compreensível, de modo que o “douto” e o “não-douto” entendam e sejam edificados em Cristo. Portanto, o(a) professor(a) não deve perder tempo tentando transformar a classe de Escola Dominical em “faculdade teológica”. Esse senso de realidade é imprescindível para o bom ensino bíblico e, assim, evita-se uma decepção desnecessária. Vamos recapitular a lição anterior? 
2. RECAPITULANDO A LIÇÃO ANTERIOR
No tópico um da aula passada, vimos que o objetivo do comentarista foi o demostrar a tarefa de Cristo (em relação a vocação, missão e mediação) como ação superior a de Moisés. No tópico dois, destacou-se a autoridade de Cristo, que diferente a de Moisés, estava fundamentada em seu papel de Construtor, não só administrador; de Filho, não apenas servo; e estabeleceu uma igreja viva, não um tabernáculo. Por fim, vimos a singularidade da mensagem de Jesus no tópico três e o perigo de que os crentes correm quando a ouvem, mas não atende; veem, mas não creem; começam, mas não terminam. Portanto, a superioridade de Cristo em relação ao ministério de Moisés, o respeitado legislador da Lei dos judeus, foi exposta para a igreja hebréia com o objetivo de mostrá-la a seriedade com que devemos reverenciar a bendita pessoa de Jesus. Se no capítulo três do livro, o escritor falou de Moisés, no capítulo quatro é a hora de mostrar que Jesus também é superior a Josué, o líder herdeiro de Moisés responsável de levar ao povo a herdar uma terra.
3. INTRODUÇÃO À LIÇÃO
Professor, professora, sempre é bom dar as boas vindas aos alunos, perguntar como foi a semana, se há algum pedido de oração, pois é possível que haja alguém passando por alguma dificuldade pessoa, o que, por natureza, tem a potencialidade de tirá-lo do foco da aula. Por isso, acolher o pedido de oração dessa pessoa e apresentá-lo a Deus, juntamente com a classe, fará dois bens imediatos ao aluno(a): espiritual, pois a demanda dele(a) será apresentada ao Deus Altíssimo; psicológico, pois o(a) aluno(a) se sentirá acolhido.  Para o início da aula, sugerimos que reproduza o esquema que consta na página 28 da revista Lições Bíblicas Adulto Professore que reproduzimos abaixo:
JOSUÉ → Terreno → Temporário → Incompleto
JESUS → Celestial → Eterno → Completo
Mostre desde o início que da aula, conforme o esquema, que a intenção do escritor aos Hebreus é a de fazer o contraste entre o ministério de Cristo com o de Josué, um líder muito importante no assentamento do povo na Terra de Canaã, o que fez com que o povo judeu o obedecesse. Entretanto, Jesus é maior do que Josué. O seu ministério é mais completo que o do líder guerreiro israelita. Qual deve ser o nosso comportamento em relação a Jesus? 
4. TÓPICO I: JESUS PROVEU UMA MENSAGEM SUPERIOR A DE JOSUÉ
Neste primeiro tópico, três coisas devem ser destacadas em relação à mensagem de salvação anunciada por Jesus, ouvida e proclamada pelos apóstolos e confirmada com a operação do Espírito Santo (conforme os capítulos um e quatro de Hebreus): Essa mensagem deve ser recebida por fé (item um); essa mensagem deve ser obedecida; essa mensagem deve ser recebida em contrição. Note como o tópico tem um desenvolvimento doutrinário-soteriológico (dinâmica da salvação): (1) mensagem de salvação recebida por fé; (2) perseverança em obediência; (3) vida contrita e experiencial em Deus. É impossível não relacionar esse tópico com uma fé bem experimentada que ocorreu em milhares de vidas no Movimento Pentecostal, onde pessoas ao longo da história acolheram a tão grande salvação por fé, perseveraram obedientemente nela e viveram estimuladas à contrição espiritual. Nesse aspecto, a espiritualidade pentecostal é muito rica.
Assim, recomendo a leitura da coleção editada pela CPAD, “Coleção Pioneiros Pentecostais” – obra de Gunnar Vingren, Daniel Berga e a história da Assembleia de Deus contada por Emílio Conde –, bem como outras: Nels Nelson, o Apóstolo Pentecostal Brasileiro; Gustavo Bergston; Frida Vingren; Lewi Pethrus. Há outra coleção muito edificante, também editada pela CPAD: “Clássicos do Movimento Pentecostal”. Grandes expressões do Movimento Pentecostal no mundo. É importantíssimo ter contato e conhecer a envergadura espiritual de nossos primeiros pais!  
5. TÓPICO II: JESUS PROVEU UM DESCANSO SUPERIOR AO DE JOSUÉ
Neste segundo tópico, há destaque para a campanha militar da conquista de Canaã (item um). Essa campanha não deu um descanso completo para a nação de Israel. Aqui, vale rememorar o exemplo do Israel Moderno que se encontra na Antiga Canaã, mas tal qual aquela época, não possui o controle pleno da terra hoje. Tal acontecimento aguarda o comprimento fiel e literal das profecias de Isaías, Jeremias, Ezequiel e Zacarias, por exemplo. Essa promessa está fundamentada em pelo menos quatro alianças incondicionais de Deus com esse povo que aparecem claramente nas Sagradas Escrituras: (1) Aliança abraâmica (Gn 12.1-3); (2) Aliança palestina (Dt 30.1-10); (3) Aliança davídica (2 Sm 7.10-16); (4) Nova Aliança (Jr 31.31-40).2  Porém, Josué não foi o agente cumpridor dessas alianças. Diferentemente de Israel, a Igreja não tem promessa de conquista de uma região geográfica, mas a celestial (cf. 1 Co 3.11-15). Nesse sentido, a herança da Igreja é total, garantida plenamente mediante a suficiência do sacrifício vicário de Jesus Cristo e confirmada pela sua vinda iminente, literal e gloriosa.

No item 2 é importante ser cuidadoso com o “tipo”. É bom ter uma boa definição dessa expressão, como esta: “Na ciência teológica significa estritamente a relação representativa preordenada que certas pessoas, acontecimentos e instituições do Antigo Testamento têm com pessoas, acontecimentos e instituições correspondentes do Novo”.3  Veja que expressão remonta um aspecto técnico usado pelos escritores bíblicos, e confirmado pelos hermeneutas, o que não significa por outro lado, que o escritor aos Hebreus esteja dizendo, por exemplo, que a Canaã Terrena é uma “profecia da Canaã Celestial” futura. O tipo é um exemplo de ilustração muito usado nos tempos bíblicos para realçar uma doutrina do Novo Testamento com histórias do Antigo. Em Gálatas, o apóstolo Paulo usou as imagens de Agar e Sara como tipos da relação da Lei e da Graça. Ora, por acaso, Agar significa literalmente a Lei? E Sara significa literalmente Graça? Compreendeu a diferença? 
6. TÓPICO III: JESUS PROVEU UMA ORIENTAÇÃO SUPERIOR A DE JOSUÉ
A orientação de Jesus para a Igreja é viva, pois sua Palavra Viva está (item 1)!

As Escrituras atestam que as palavras de Jesus “são espírito e vida” (Jo 6.63). Quem conhece a verdade é liberto para sempre (Jo 8.32). Nesse sentido, a orientação de Jesus é eficaz (item dois). Eficaz porque tem um objetivo central de atingir o coração do ser humano e, por isso, essa orientação acontece por meio de uma Palavra Penetrante (item três) – este aspecto só a Palavra de Deus apresenta. Não há nada que pode adentrar ao lugar mais escondido no interior do ser humano que a Palavra de Deus (v.12). Diferentemente de Josué, a orientação de Jesus faz uma revolução interior sem igual, em que a melhor expressão para descrever esse fenômeno sobrenatural é a promessa feita por Jesus para quem crê no Evangelho: “rios de água viva correrão do seu ventre” (Jo 7.38).   
7. CONCLUSÃO
Nesta lição, vimos que nosso Senhor proveu uma mensagem superior, um descanso superior e uma orientação superior a de Josué. Nesse aspecto, propomos as seguintes aplicações:
1. Recebamos a mensagem de Cristo com fé.
2. Obedeçamos com toda a nossa vida a mensagem que acolhemos com fé.
3. Tenhamos um coração contrito, ansioso e desejoso pela presença de Deus.
4. Tenhamos a consciência de que um dia desfrutaremos do descanso completo, mas hoje já posso desfrutar parcialmente dessa bênção hoje.
5. O descanso de Jesus é real, verdadeiro, inteiro.
6. O descanso de Jesus não é passageiro, como fumaça; mas atemporal e eterno.
7. A Palavra de Jesus vivifica a nossa vida.
8. A Palavra de Jesus é eficaz, segundo o propósito decretado por Deus.
9. A Palavra de Jesus alcança onde ninguém mais pode alcançar.

1 Marcelo Oliveira de Oliveira é redator do Setor de Educação Cristã da CPAD; Bacharel em Teologia e Licenciado em Letras.  Marcelo Oliveira de Oliveira é redator do Setor de Educação Cristã da CPAD; Bacharel em Teologia e Licenciado em Letras.
2 Cf. PENTECOST, J. Dwight. Manual de Escatologia: Uma análise detalhada dos eventos futuros. Trad. Carlos Osvaldo Pinto. São Paulo: Editora Vida, 2006, pp.95-153.
3 TERRY apud PENTECOST, 2006, p.76. 

Prezado professor, aqui você pode contar com mais um recurso no preparo de suas Lições Bíblicas de Adultos. Nossos subsídios estarão disponíveis toda semana. Porém, é importante ressaltar que os subsídios são mais um recurso para ajudá-lo na sua tarefa de ensinar a Palavra de Deus. Eles não vão esgotar todo o assunto e não se trata de uma nova lição (uma lição extra). Você não pode substituir o seu estudo pessoal e o seu plano de aula, pois o nosso objetivo é fazer um resumo das lições. Sabemos que ensinar não é uma tarefa fácil, pois exige dedicação, estudo, planejamento e reflexão, por isso, estamos preparando esse material com o objetivo de ajudá-lo.

Videoaula - Pr. José Gonçalves.

http://www.escoladominical.com.br/