Betel Adultos – 1º Trimestre de 2018 – 18/02/2018 – Lição 7: O altar sempre aceso



Este post é assinado por Cláudio Roberto de Souza
TEXTO ÁUREO
Levítico 6:13
13 O fogo arderá continuamente sobre o altar; não se apagará. (ARC)

TEXTO DE REFERÊNCIA
Levítico 6:9-12
9 Dá ordem a Arão e a seus filhos, dizendo: Esta é a lei do holocausto: o holocausto será queimado sobre o altar toda a noite até pela manhã, e o fogo do altar arderá nele.
10 E o sacerdote vestirá a sua veste de linho, e vestirá as calças de linho sobre a sua carne, e levantará a cinza, quando o fogo houver consumido o holocausto sobre o altar, e a porá junto ao altar.
11 Depois, despirá as suas vestes, e vestirá outras vestes, e levará a cinza fora do arraial para um lugar limpo.
12 O fogo, pois, sobre o altar arderá nele, não se apagará; mas o sacerdote acenderá lenha nele cada manhã, e sobre ele porá em ordem o holocausto, e sobre ele queimará a gordura das ofertas pacíficas. (ARC)
INTRODUÇÃO
Paz do Senhor professores(ras)!
Pela graça e bondade de Deus chegamos a metade deste primeiro trimestre. Até aqui, nos ajudou o Senhor e aprendemos muito sobre diversos sacrifícios que a Deus eram oferecidos pelo povo de Israel.
Nesta lição iremos entender sobre a base, isto é, a estrutura que recebia o sacrifício, seu significado, do que era feito e propósitos – iremos estudar sobre o altar do sacrifício e há muito o que se falar sobre o tema, mas iremos nos restringir àquilo que cada tópico se propõe.
Segundo Wycliffe, no Antigo testamento hebreu, a palavra usual para altar é ‘mizbeah’, “lugar de sacrifício”, que deriva do verbo ‘zabah’, “matar, sacrificar”, no entanto o Dicionário Enciclopédico da Bíblia afirma que altar não é necessariamente ligado ao sacrifício: pode ter também o sentido de monumento, lembrando alguma experiência sobrenatural extraordinária (Js 4.7,20);
O papel que a fundação de altares tem na história dos patriarcas marca as suas peregrinações (Gn 12.8; 13.8; 26.25; 33.20). Sobre o altar e pelo altar Deus entrava em contato com o seu povo; o altar único, considerado como o ideal, devia ser o centro vital e o símbolo da unidade de Israel (2 Cr 32.12; 1 Co 10.18).
Segundo os registros bíblicos, Noé foi a primeira pessoa do Antigo testamento a ter construído um altar. Sobre este, ele fez uma oferta queimando um animal limpo e uma ave limpa de cada tipo que haviam sido preservados na Arca. Aliás, esta é a primeira vez que a palavra ALTAR é mencionada na Bíblia – “E edificou Noé um altar ao SENHOR; e tomou de todo animal limpo e de toda ave limpa e ofereceu holocaustos sobre o altar” (Gn 8.20).
Volto aqui a citar o que diz o Dicionário Enciclopédico da Bíblia: “Embora o altar tivesse praticamente a forma de uma mesa, o AT não usa a palavra mesa para altar (exceções: Ez 39.20; Ml 1.7,12), provavelmente em oposição consciente ao altar pagão, considerado como a mesa em que a divindade comia (Is 65.11). O cristianismo, pelo contrário, usa propositadamente o termo mesa, porque a eucaristia é a celebração da ceia do Senhor (1 Cor 11.20).
Entre a população não israelita de Canaã, era de preferência uma rocha saliente que se usava para altar; os israelitas, porém, só em casos excepcionais serviam-se de rochas (Jz 13.19; 1 Sam 6.14). Conforme Ex 20.24 o altar só podia ser de terra ou de pedra não trabalhada. Conservavam-se assim os costumes dos antepassados, para os quais a natureza não violada devia ser o material do altar, que seria “profanado” por trabalho humano.
O altar não podia ter degraus, “para não descobrir a nudez” (Ex 20.25). O principal eram os quatro chifres, encontrados também em altares de outros povos. Esses chifres, que para os israelitas simbolizavam o poder e a força de Deus, deviam formar uma peça só com o altar (Ex 27.2; 37.25; 1 Rs 1.50; SI 118.27), e eram o sinal, propriamente dito, de que o altar fora consagrado a Deus. Tirar os chifres significava profanar o altar (Am 3.14). No Dia da Expiação eram aspergidos com sangue (Lev 8.15; 16.18); serviam de asilo aos criminosos (Ex 21.14; 1 Rs 1.50; 2.28) e eram o lugar mais apropriado para proferir juramentos solenes (1 Re 8.31; 2 Crôn 6.22)”.
Moisés recebeu a instrução do Senhor de que o Tabernáculo deveria ter dois altares, o altar de cobre para queimar as ofertas, que estava situado no pátio, e o altar do incenso no lugar santo. Falaremos sobre estes mais adiante.
O ponto de importância da lição que fala sobre o altar de sacrifícios ao Senhor é o fogo, que sobre ele deveria estar aceso constantemente (Lv 6.13).
Se a oferta posta sobre o fogo era o que eles poderiam oferecer de melhor para Deus e tinha o propósito de perdoar o pecado, logo o fogo também exercia o papel de consumir esta oferta melhor, simbolizando assim a consumação da transgressão.
O profeta Isaías foi tocado nos lábios pela brasa viva de fogo retirada do ALTAR do próprio Deus, e desta forma teve a sua iniquidade removida e o pecado purificado! (Is 6.6-7).
O altar cujo fogo não se apaga nos fala de uma providência perene, contínua de Deus em favor do homem, onde a Sua misericórdia e graça sempre estarão à disposição para que por ele (sacrifício) o homem tenha os seus pecados perdoados e as iniquidades removidas de diante do Senhor.
1 – O ALTAR É LUGAR DE ENTREGA
O fogo sobre o altar ainda é símbolo da cruz e do sofrimento experimentado por Jesus quando foi oferecido como sacrifício a Deus para o perdão dos pecados de toda a humanidade.
Assim como os primeiros altares aceitos por Deus deveriam ser de pedras não lavradas e de terra (Ex 20.24-25), Jesus no monte Caveira, monte este, constituído de pedras não lavradas e terra, foi o altar escolhido por Deus para oferecer o Seu sacrifício em favor do homem. O maior altar natural do mundo foi preparado para receber o maior sacrifício e o maior personagem que este mundo já conheceu – o filho de Deus! Neste altar, Cristo foi cravado em uma cruz e o seu sangue vertido nos purificou de todo o pecado (1 Jo 1.7).
Assim como tudo que era posto no altar do AT era oferecido a Deus e consumido pelo fogo, Jesus, foi a oferta apresentada ao Pai. Através da sua oblação, nossos pecados foram consumidos pelo “fogo” da Sua aflição, do tormento, do suplicio e pôr fim do Seu martírio.
O Pai aceitou o sacrifício e por isso estamos hoje a dar-lhe glórias e render-lhe louvores – Aleluia!
1.1 – Entregar no altar o que tem valor
A Lei do sacrifício exigia que aquilo que seria oferecido a Deus, deveria ser o melhor do que o povo possuía. Nunca o que sobrou ou mesmo o que não faria falta.
1 Crônicas 21:24
24 E disse o rei Davi a Ornã: Não! Antes, pelo seu valor a quero comprar; porque não tomarei o que é teu, para o SENHOR, para que não ofereça holocausto sem custo. (ARC)
O animal deveria ser perfeito, isto é, sem defeitos, sem manchas (Lv 2.3,10; 3.1,6; 4.3,23,28,32; 5.18; 6.6), evidenciando que Deus aceitaria somente o melhor a ser entregue.
A Deus sempre oferecemos algo que tenha significado, serventia, utilidade ao ofertante, algo que tenha importância, validade, custo de verdade, aquilo que temos consideração genuína.
Acredite, Deus conhece cada oferta que colocamos diante do Seu altar.
O exemplo clássico de se oferecer a Deus aquilo que temos de mais valioso é a ocasião em que Deus pediu a Abraão o seu filho (Gn 22).
Abraão possuía dois filhos – Ismael e Isaque. Ismael era filho gerado pela concubina e escrava Agar e era o filho da incredulidade, da descrença, mas o outro filho, Isaque, era o da fé.
Em Isaque residia a continuação e o desenrolar da maior promessa feita a um homem (Gn 12.3).
Deus não pede um dos filhos a Abraão, pois se assim fosse, ele certamente levaria Ismael ao monte Moriá, mas Deus pede a Isaque, o filho que Abraão mais estimava, o que possuía maior valor sentimental àquele pai.
Oferecer a Ismael, seria oferecer algo com defeito, já que ele era filho de uma escrava, mas oferecer Isaque era oferecer algo perfeito e sem manchas, fruto de um relacionamento matrimonial e concebido pelos enlaces do amor entre Abraão e Sara!
Pedir Isaque em sacrifício era o mesmo que matar a promessa.
Deus pedir aquilo que mais estimamos e que não oferece empecilho em nosso serviço ao Senhor, pode soar como algo sem sentido e até mesmo como um mero capricho do Criador, mas na verdade não é. Deus prova o nosso amor para com Ele quando nos solicita alguma coisa que nela depositamos grande importância em nossa vida. Ele quer provas de que o amamos acima de tudo!
Para Abraão era Isaque, mas ele não lhe negou o seu filho a Deus, antes caminhou por três dias com a ideia de oferecer um sacrifício diferente de todos os outros já então apresentado ao Senhor (Gn 22.4). Ao invés de um cordeiro, Abraão ofereceria o seu filho, aquele e aquilo que mais amava.
Deus sempre irá requerer de nós o amor maior, a dedicação maior, a importância maior (Dt 11.13; Mc 12.30). Se perdemos algo que tínhamos por estima e praguejamos a Deus ou nos chateamos com Ele, o nosso amor a Deus é imperfeito e nos acharemos como indignos- “Quem ama o pai ou a mãe mais do que a mim não é digno de mim; e quem ama o filho ou a filha mais do que a mim não é digno de mim” (Mt 10.37). Se apenas aquilo que não damos muito valor é posto no altar e nos sentimos bem, do altar será retirado, o fogo não o aceitará e a fumaça não subirá a presença de Deus!
Quando Abraão sobe o cutelo e com os olhos acompanha o movimento do instrumento que está apontado para o céu, o seu amor por Deus é aprovado como sendo maior do que aquele que sentia pelo filho Isaque, apesar deste representar tanto para aquele pai.
Deus sempre deverá ser mais significativo para nós – “Então, disse: Não estendas a tua mão sobre o moço e não lhe faças nada; porquanto agora sei que temes a Deus e não me negaste o teu filho, o teu único” (Gn 22.12).
Gênesis 22:16-18
16 e disse: Por mim mesmo, jurei, diz o SENHOR, porquanto fizeste esta ação e não me negaste o teu filho, o teu único,
17 que deveras te abençoarei e grandissimamente multiplicarei a tua semente como as estrelas dos céus e como a areia que está na praia do mar; e a tua semente possuirá a porta dos seus inimigos.
18 E em tua semente serão benditas todas as nações da terra, porquanto obedeceste à minha voz. (ARC)
Somente o amor que sentimos por Deus nos levará a obedecer a Sua voz e o fazemos não somente por amor, mas também por temor.
O pastor Fernando L. V. Alves nos apresenta outro excelente exemplo de oferecer algo de grande valor para Deus.
No tempo que a terra estava sob a sentença da estiagem da chuva e isso já durava 3 anos e meio (Tg 5.17), a água se tornou um bem extremamente precioso, mas o profeta Elias, no Monte Carmelo deposita sobre o altar erigido, ÁGUA!
Muitos poderiam reclamar o desperdício, mas a água sobre o altar representou aquilo que era mais valioso naquele tempo e desta forma Deus consumiu com o fogo vindo do céu e trouxe vitória ao seu servo diante daquele desafio!
Todos temos um “Isaque” que deverá ser levado ao altar do sacrifício, isto é, aquilo que de certa forma assume um lugar de primazia em nosso coração em substituição a Deus. Ore, vasculhe e entregue ao Senhor e então passe a experimentar de maiores bênçãos do Eterno!
1.2 – Altar aceso é a lei do holocausto
Levítico 6:9,12-13
9 Dá ordem a Arão e a seus filhos, dizendo: Esta é a lei do holocausto: o holocausto será queimado sobre o altar toda a noite até pela manhã, e o fogo do altar arderá nele.
12 O fogo, pois, sobre o altar arderá nele, não se apagará; mas o sacerdote acenderá lenha nele cada manhã, e sobre ele porá em ordem o holocausto, e sobre ele queimará a gordura das ofertas pacíficas.
13 O fogo arderá continuamente sobre o altar; não se apagará. (ARC)
Todas as noites, um cordeiro foi sacrificado (Ex 29.38-39), e essas indicações referem-se ao ritual; a queima era para ser“toda a noite até pela manhã”E o fogo do altar era para ser incessantemente mantido.
Simbolicamente significava:
(1) a expiação perpétua, necessária pelos homens;
(2) a aceitação contínua de adoração por Deus;
(3) a relação ininterrupta de Jeová com Israel.
Russell Shedd afirma que o primeiro fogo que acendeu a lenha do sacrifício depois da consagração formal de Arão como sacerdote, foi ateado por Deus. “Porque o fogo saiu de diante do SENHOR e consumiu o holocausto e a gordura sobre o altar; o que vendo todo o povo, jubilou e caiu sobre as suas faces” (Lv 9.24).
Esta origem sobrenatural do fogo no altar serve para nos ensinar que se um sacrifício pode ser feito pelo homem, é só a graça de Deus que o consome, que o torna aceitável, que faz dele um meio de expiação. Nenhum fogo feito pelo homem poderia ser usado no altar do Senhor, e por isso mesmo é que era tão importante que os sacerdotes conservassem sempre acessa a chama que veio a existir de maneira tão notável. O pecado de oferecer sacrifícios com “fogo estranho”, fogo ateado pelos homens e não por Deus, foi justamente o que provocou a morte de Nadabe e Abiú (Lv 10.1-2).
O fogo é o que mantém o fervor, a comunhão com Deus aquecida e a falta dele trará o resfriamento desta relação.
Em qualquer cenário, a falta da luz ocasiona escuridão e o resfriamento.
Curioso saber que se o sol “apagasse”, os efeitos da escuridão repentina seriam catastróficos. “A espécie humana estaria condenada, embora pudesse até resistir por alguns anos, dependendo da quantidade de energia que fosse capaz de produzir artificialmente”, estima o biólogo José Mariano Amabis, da Universidade de São Paulo (USP).
E um dos problemas mais graves se isso acontecesse seria a escuridão e o resfriamento do planeta.
Jesus Cristo vaticinou como um sinal dos últimos tempos, o esfriamento do amor (Mt 24.12). Tal arrefecimento ocorre por falta do fogo no altar do coração de cada crente.
É perceptível que o fogo parece estar se apagando em nosso meio e com isso a temperatura espiritual está a diminuir.
A noite espiritual será a condição da vinda de Jesus (Ex 11.4, 12.31, 14.21; Dt 16.1; Mt 25.6; Lc 12.35; At 16.25; 1 Ts 5.2; 2 Pe 2.10).
A igreja necessariamente precisa se aperceber do fato e combater contra a frieza provocada pela ausência do fogo divino, pois essa triste constatação é uma realidade em nosso meio.
Por faltar o fogo de Deus no altar da vida, por faltar a Sua presença (Ex 13.21), alguns homens religiosos a substituiu por programas divertidos para entreter os irmãos.
A terceira onda do pentecostalismo, chamada de Neo Pentecostalismo traz consigo sujeiras teológicas como a teologia da prosperidade, o triunfalismo, o positivismo ou determinismo tendo por finalidade manter o fogo no altar, porém acenderam uma “fogueira santa” que tem aparência de fogo, mas não aquece, não gera calor algum. É como aquelas falsas lareiras que são bonitas e cujas chamas simulam até o estalar do graveto que queima, mas se colocar a mão não sente queimar e sequer abrasar.
Este é o fogo simulado, falsificado, adulterado e que condena a morte!
Levítico 10:1-2
1 E os filhos de Arão, Nadabe e Abiú, tomaram cada um o seu incensário, e puseram neles fogo, e puseram incenso sobre ele, e trouxeram fogo estranho perante a face do SENHOR, o que lhes não ordenara.
2 Então, saiu fogo de diante do SENHOR e os consumiu; e morreram perante o SENHOR. (ARC)
A despeito da escuridade que há no mundo que propicia a frieza, assim como a Lei previu que este fogo deveria ser mantido aceso, o nosso fervor espiritual do mesmo modo, deve permanecer também cintilante!
Eia, observemos a atmosfera, o clima espiritual da nossa alma!
Por Cláudio Roberto
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