O uso correto dos dons espirituais


Pr. Douglas Baptista 



PR. DOUGLAS BAPTISTA
A Igreja Assembleia de Deus pauta sua liturgia nos textos paulinos. O apóstolo orienta os crentes a procurar “com zelo os melhores dons” (1Coríntios 12.31), e na concepção paulina os melhores dons são aqueles que mais edificam a Igreja (1Coríntios 14.5).

Assim, na liturgia assembleiana, aquele que tem o dom de “variedades de línguas” é exortado a orar para que possa interpretar (1Coríntios 14.13). Se não houver intérprete,deve ficar calado (1Coríntios 14.28), pois o que fala língua estranha sem interpretação não edifica a Igreja (1Coríntios 14.3) [1].
Ainda seguindo a orientação de Paulo, é preciso manter a ordem no falar línguas em voz alta durante o culto. Isso deve ser feito por dois ou no máximo três fiéis (1Coríntios 14.27-28). As orientacões também fazem referência ao uso do dom de profecia. O apóstolo considera como profecia a “fala aos homens para edificação, exortação e consolação” (1Coríntios 14.3). Por isso a preocupação com o uso desse dom: falem dois ou três profetas, e os outros julguem” (1Coríntios14.29).
A orientação é ouvir com atenção e atentar para ver se a profecia procede ou não de Deus. Em 1 Coríntios (1Coríntios 14.30) , o apóstolo permite que um profeta interrompa o outro, porquanto todos podem profetizar uns depois dos outros, pois os espíritos dos profetas estão sujeitos aos profetas  (1Coríntios 14.32). Aqueles que não possuem esse autocontrole são considerados meninos de entendimento (1Coríntios 14.20).
Assim, de acordo com os escritos da Nova Aliança, a Assembleia de Deus considera que os dons espirituais estão disponíveis à Igreja e que o dom da profecia também é contemporânero, mas deve estar sujeito ao ensino autorizado das Escrituras, pois na Igreja primitiva não eram as profecias que mostravam a direção à Igreja, e sim o ensino contínuo da Palavra de Deus (1Timóteo 4.11; 6.2; 1Coríntios 4.17; 2Tessalonicenses 2.15).
Pense Nisso!
Douglas Roberto de Almeida Baptista

Fonte: BAPTISTA, Douglas Roberto de Almeida. História das Assembleias de Deus: o grande movimento pentecostal do Brasil. Curitiba: Intersaberes, 2017. p. 254, 255.
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[1] A Assembleia de Deus no Brasil tem uma interpretação que difere o “falar línguas estranhas” como evidência inicial do batismo no Espírito Santo do dom espiritual “variedades de línguas”. Este último dom obedece à orientação paulina e requer interpretação para a edificação da Igreja, porém o “falar línguas estranhas” como batismo ou renovação no Espírito Santo é compreendido como o agir de Deus que visa à edificação pessoal do crente, e nesse caso não se requer interpretação nem mesmo repreensão (HORTON, Stanley. Teologia Sistemática Pentecostal. Rio de Janeiro: CPAD, 1996, p. 476).b  www.revistaebd.com