Betel Adultos – 3º Trimestre de 2018 – 29/07/2018 – Lição 5: Páscoa: a Libertação de um povo 26/07/2018



Este post é assinado por Cláudio Roberto de Souza

TEXTO ÁUREO

Êxodo 12:14
14 E este dia vos será por memória, e celebrá-lo-eis por festa ao SENHOR; nas vossas gerações o celebrareis por estatuto perpétuo. (ARC)

TEXTO DE REFERÊNCIA

Êxodo 12:41-43
41 E aconteceu que, passados os quatrocentos e trinta anos, naquele mesmo dia, todos os exércitos do SENHOR saíram da terra do Egito.
42 Esta noite se guardará ao SENHOR, porque nela os tirou da terra do Egito; esta é a noite do SENHOR, que devem guardar todos os filhos de Israel nas suas gerações.
43 Disse mais o SENHOR a Moisés e a Arão: Esta é a ordenança da Páscoa; nenhum filho de estrangeiro comerá dela.
50 E todos os filhos de Israel o fizeram; como o SENHOR ordenara a Moisés e a Arão, assim fizeram. (ARC)

OBJETIVOS DA LIÇÃO

  • Explicar que a Páscoa foi um momento ímpar da história de Israel;
  • Apresentar o grande projeto de Deus em cuidar de cada detalhe da história do Seu povo;
  • Ensinar que Cristo é a nossa Páscoa, marco da nova aliança.

INTRODUÇÃO

Paz seja convosco!
Chegamos ao grande momento em que o Senhor predissera a Abraão que após 4 séculos, o Seu povo sairia do Egito (Gn 15.13-14).
Era a hora de sair da escravidão para a liberdade, da opressão para a libertação, da pobreza para a riqueza, da escuridão para a luz. O Egito se tornaria passado e uma história a ser contada e lembrada para sempre em cada casa de um judeu. O Egito ficaria no retrovisor e a terra que mana leite e mel adiante.
No entanto, Deus iria selar a saída do Seu povo do Egito com uma solenidade que ficaria em memória de cada israelita, uma festa a ser celebrada momentos antes da partida, isto é, a Páscoa!
Sem dúvida, o êxodo do povo de Israel do Egito é o marco fundamental na consciência histórica de Israel!

1 – A INSTITUIÇÃO DA PÁSCOA

Deus julgava o Egito que oprimira a Israel durante séculos com devastadoras pragas. Através delas, o Senhor humilhava cada divindade ali adorada e ao mesmo tempo exaltava o Seu próprio nome e o fazia conhecido a Israel, ao Egito e as nações que ouvirião falar de como tirou aqueles a quem escolheu da terra da escravidão (Êx 12.12; Js 2.9-10).
A última praga ou golpe que o Senhor deu no Egito, foi a morte de todos os primogênitos, ferindo mortalmente os primeiros filhos daqueles que habitavam no palácio; daqueles que estavam no cárcere, e até as primeiras crias dos animais domésticos, do campo e selvagens (Êx 12.29).
Ninguém pôde escapar da sentença divina (Êx 12.30), exceto, os filhos dos israelitas e seus animais que através da celebração de um ritual que fora denominado Páscoa, foram poupados de tamanha tragédia, pois o anjo que saiu a ferir mortalmente a todos os primogênitos preservaria aqueles que habitavam em casas cujas vergas estivessem marcadas com o sangue do cordeiro aspergido no ritual pascal (Êx 13.14).
Esta casa, o anjo PASSARIA POR CIMA! Este é o significado da palavra Páscoa, em hebraico Pesach que traduzido é: “passar por cima” ou “passar sobre”.
O mesmo sinal que para os egípcios seria o clímax do sofrimento e da dor, para Israel seria a libertação de uma escravidão terrível.
Logo, a Páscoa foi instituída pelo Senhor para que os israelitas a celebrassem na mesma noite em que Deus poupou da morte todos os primogênitos hebreus e feriu todos os primogênitos egípcios!

1.1 – O ritual de celebração

A palavra ritual tem significado importante para compreendermos porque havia tantos detalhes no rito da celebração da Páscoa e porque deveriam ser seguidos à risca:
Ritual é o conjunto de práticas consagradas por tradições, costumes ou normas, que devem ser observadas de forma invariável em determinadas cerimônias.
Ritual ainda é uma cerimônia através da qual se atribuem virtudes ou poderes inerentes à maneira de agir, aos gestos, às fórmulas e aos símbolos usados, suscetíveis de produzirem determinados efeitos ou resultados.
A Páscoa dos judeus estava repleta de detalhes que deveriam ser observados minuciosamente.
Para comemorar o Êxodo, os israelitas começavam o seu ano com o mês da Páscoa (Êx 12.2; 13.4). Os cananeus chamavam esse mês de “Abibe”, e os babilônicos de “Nisã”.
Portanto, no primeiro mês do ano judaico (Abibe, posteriormente Nisã), tem início a Páscoa.
Nos tempos de Moisés, ela durou 24 horas e posteriormente a festa de pães asmos foi incorporada a festa da Páscoa tornando uma única festividade (Jo 2.13; 23; 6.4), fazendo-a prorrogar por pelo menos 8 dias (1 dia da Páscoa – Êx 12.6,8-10 e 7 dias dos Pães Asmos – Êx 15,18).
Deus ordenou que cada família sacrificasse um cordeiro, cujo sangue lhe seria por sinal de salvação.
Cada cordeiro sacrificado o faria substituto do primogênito israelita.
Logo depois do pôr do sol, um cordeiro era morto pelo pai ou chefe da casa. O seu sangue era borrifado na verga e umbrais da porta de cada casa israelita. O cordeiro era assado e comido juntamente com pães asmos e ervas amargas, simbolizando a amargura da escravidão do Egito.
A família deveria comer depressa, já que os israelitas naquela noite, deixariam o Egito.
Segundo V. Gilbert Beers, posteriormente, para fortalecer o significado do ritual, o filho mais jovem perguntava ao pai sobre a Páscoa e este então lhe contava a história dos israelitas no Egito e como o Senhor os tirou de lá com mão forte (Êx 13.14; Dt 6.20-24.
Da noite para o dia, os egípcios perderam os serviços de cerca de seiscentos mil homens e provavelmente um milhão de mulheres e crianças (Êx 12.37). Todos escravos e responsáveis pelo funcionamento do Egito!
Segundo o pastor Antônio Gilberto a páscoa tem importantes significados para os Egípcios, para os judeus e para os cristãos:
1 – Para os egípcios. Para os egípcios a Páscoa significou o juízo divino final sobre o Egito, Faraó e todos os deuses cultuados ali. O Senhor havia enviado várias pragas e concedido tempo suficiente para que Faraó se rendesse, deixando o povo partir.
Deus é misericordioso, longânimo e deseja que todos se salvem (2 Pe 3.9b). Porém, Ele é também um juiz justo que se ira contra o pecado: “Deus é um juiz justo, um Deus que se ira todos os dias” (Sl 7.11).
O pecado, a idolatria e as injustiças sociais suscitam a ira do Pai. O povo hebreu estava sendo massacrado pelos egípcios e o Senhor queria libertá-lo. Restava uma última praga. Então o Senhor falou a Moisés: “À meia-noite eu sairei pelo meio do Egito; e todo primogênito na terra do Egito morrerá” (Êx 11.4,5).
Foi uma noite pavorosa para os egípcios e inesquecível para os israelitas.
2 – Para Israel. Era a saída, a passagem para a liberdade, para uma vida vitoriosa e abundante. Foi para isto que Cristo veio ao mundo, morreu e ressuscitou ao terceiro dia, para nos libertar do jugo do pecado e nos dar uma vida cristã abundante (Jo 10.10).
Enquanto havia choro nas casas egípcias, nas casas dos judeus havia alegria e esperança.
O Egito, a escravidão e Faraó ficariam para trás. Os israelitas teriam sua própria terra e não seriam escravos de ninguém.
3 – Para nós. Como pecadores também estávamos destinados a experimentar a ira de Deus, mas Cristo, o nosso Cordeiro Pascal, morreu em nosso lugar e com o seu sangue nos redimiu dos nossos pecados (1 Co 5.7).
Para nós, cristãos, a Páscoa é a passagem da morte dos nossos pecados para a vida de santidade em Cristo.
No Egito um cordeiro foi imolado para cada família. Na cruz morreu o Filho de Deus pelo mundo inteiro (Jo 3.16).

1.2 – Os elementos da Páscoa

Êxodo 12:3
3 Falai a toda a congregação de Israel, dizendo: Aos dez deste mês, tome cada um para si um cordeiro, segundo as casas dos pais, um cordeiro para cada casa. (ARC) 
Obviamente que tais cordeiros fazem alusão a Jesus Cristo, vejamos algumas semelhanças:
1 – O cordeiro seria sem mancha alguma e do sexo masculino (Êx 12.5) – Jesus, o cordeiro de Deus (Jo 1.29) também não possuía mancha, isto é, não possuía pecado. O Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo, só pôde ressuscitar dentre os mortos porque nEle não se achou transgressão alguma (Hb 4.15).
Sexo masculino, elimina a hipótese de medianeira, mas expressa a existência de um mediador (sexo masculino).“Porque há um só Deus e um só mediador entre Deus e os homens, Jesus Cristo, homem (1 Tm 2.5).
2 – Apesar de toda família oferecer um cordeiro, a palavra “Cordeiro” sempre aparece no singular (Êx 12.4-10) – Certamente foram sacrificados numa só noite, cerca de 250 mil cordeiros, mas a Bíblia só fala no cordeiro e nunca em cordeiros, pois este é a figura maravilhosa de Jesus que é o unigênito do Pai e nosso cordeiro pascal (Jo 1.14,18; 3.16,18; 1Co 5.7).
3 – O cordeiro seria morto (Êx 12.6) – Apesar da presença de Jesus ser agradável e desejável para muitos do seu tempo; não o vivo, mas o cordeiro morto daria vida ao povo de Israel e ao mundo! Não é o Jesus de Belém, nem o de Nazaré, quem nos salva, mas o Jesus do Calvário; aquele que Isaías disse que seria “ferido pelas nossas transgressões e moído pelas nossas iniquidades” (Is 53.6).
Ele tinha que morrer! Lembremos sempre do Gólgota; recordemos sempre as dores, os sofrimentos que foram necessários para consumar a nossa salvação! (1Co 11.23-24)
4 – O sangue do cordeiro imolado seria aspergido nos umbrais e na verga das portas (Êx 12.7) – Aqui temos a presença da fé na instituição da Páscoa. Esta redenção seria operada pela fé.
  • Pela fé aspergiriam o sangue nos umbrais e vergas das portas;
  • Pela fé comeriam a Páscoa vestidos e prontos para viagem;
  • Pela fé esperavam sair a qualquer hora, pois as dúvidas da saída deveriam ser afastadas – agora verdadeiramente sairiam do Egito, o êxodo era para valer!
Isto importava num testemunho de que Israel criam no poder do sangue e se dispunham a obedecer a Palavra de Deus.
O sangue do cordeiro nas portas seria o sinal dessa fé e o anjo da morte respeitaria esse sinal de fé (Hb 11.28) – Aleluia!
5 – Após a aspersão do sangue, a família se alimentaria do cordeiro com pães asmos e com ervas amargas (Êx 12.8) – Este é um símbolo de nossa união com Cristo. Vemos, porém que a aspersão do sangue nas portas precedeu a refeição, ou seja, primeiro a alma tem que ser limpa no sangue, e depois pode alimentar-se com o Pão Celestial (Jo 6.48,57,58).
A Palavra para o servo de Deus é alimento (Ap 19.13) e pela santa ceia participamos do seu corpo e do seu sangue (1Co 10.16).
Os pães asmos ou pão sem fermento, segundo os pastores Isaías Silva Freitas e Raimundo Ferreira de Oliveira, relembrava que os israelitas, ao saírem apressadamente do Egito, sentiram que não haveria tempo para que o pão fosse levedado; levaram consigo o fermento e as amassadeiras (Êx 12.34), só cozendo o pão quando já estavam em peregrinação. Por outro lado, estariam considerando que a fermentação produz corrupção (estado de decomposição) o que os hebreus sugeriam imundícia. Onde Deus está não pode estar a corrupção!
Ervas Amargas, também conhecida por alface agreste, além de dar o melhor sabor à carne adocicada do cordeiro, lembravam a opressão do Egito. Não fosse a opressão, Israel não compreenderia todas as doçuras e glórias da redenção, reveladas por Deus.
6 – Todos deveriam comer do cordeiro (Êx 12.4) – O cordeiro era o alimento de todos, isto é, o alimento era único e ninguém poderia ingerir algo diferente do prato apresentado pelo “Chef” da Criação naquela noite memorável.
Isto aponta para Cristo que é “o caminho, a verdade e a vida” (Jo 14.6). O artigo utilizado para indicar a Jesus como o caminho, a verdade e a vida é definido (“o”). Indica declaração determinante e fixa de que não há outro caminho.
Esta exatidão da expressão do texto, elimina qualquer outro mediador ou medianeira (como vimos acima). O caminho que dá acesso a Deus é exclusivamente Cristo (Pv 14.12; 16.25)!

1.3 – Jesus Cristo, a nossa Páscoa

Por Cláudio Roberto de Souza
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