ESCOLA DOMINICAL PALAVRA E VIDA - Conteúdo da Lição 1


Lição 1
Data: ___/___/_____ 



FÉ: IMPORTANTE OU SECUNDÁRIA? 
Texto Básico: Efésios 4.14-16

Certa vez, um jovem muito preocupado e desejoso em saber sobre as questões da vida foi a um renomado sábio, pois queria ouvir sua opinião para ajudá-lo em algumas questões. O sábio disse que queria saber do moço uma coisa e então lhe propôs uma situação imaginária. Disse: Imagine que você nunca seria pego, ninguém seria machucado e ninguém perderia nada. Essas circunstâncias seriam garantidas. Você mentiria, negociaria por cinquenta mil reais?
O jovem pensou, pensou e disse: se ninguém saberia, ninguém seria machucado, eu negociaria com a mentira. O sábio balançou a cabeça, e disse: Eu tenho outra pergunta. Você negociaria a verdade, mentindo por dez reais? O moço ficou furioso e indagou: Que tipo de pessoa você acha que sou para mentir por dez reais? O sábio respondeu: Eu já sei que tipo de pessoa você é. Estou apenas tentando estabelecer e descobrir seu preço!
Que tipo de pessoa você tem sido diante dos ensinos da Palavra de Deus? Que tipo de crente somos? Dependendo do preço, da vantagem, das conveniências e das circunstâncias, trocamos a verdade pela mentira? Vamos nesta lição enfatizar sobre a importância da doutrina, do ensino e de nossa fé.

1 – FÉ E CARÁTER

Vivemos tempos trabalhosos quanto à sã doutrina. Já existe comichão nos ouvidos de muita gente (2Tm 4.3). O que podemos observar é que os alicerces de nossa fé estão sendo grandemente abalados pelo descuido pastoral e ensinos diversos que hoje ecoam pelas Igrejas eletrônicas em todos os lugares e em todas as horas. Não basta alguém dizer e anunciar o nome de Jesus. É preciso que haja o entendimento e a verificação do que se tem dito sobre Jesus. Tem havido por parte de alguns, certa resistência à doutrina. Parece-me que esta palavra, por conveniência, tem sido riscada do vocabulário de pastores e irmãos que possuem a responsabilidade de ensinar a Palavra de Deus. Para alguns, doutrina é retrógada, é coisa do passado. Não faz parte da atualização eclesiástica de nossos dias. A conveniência “política” é maior e mais interessante do que a convicção.
Não basta alguém falar que tem fé, é preciso conhecer o conteúdo dessa fé. É pelo conteúdo que podemos avaliar e conhecer a fé. Não basta dizer em alto e bom som: Eu estou com Jesus, e isso é o que interessa. Engano! Ainda que o enunciado possa parecer razoável, por si só é falho. Não podemos separar Jesus de suas palavras.
Portanto, não posso separar a fé da doutrina (conteúdo da fé). Separar a fé da doutrina é o mesmo que
jogar fora as palavras de Jesus.
Pedro diz que precisamos estar preparados para explicar a nossa fé: “... estai sempre preparados para responder com mansidão e temor a qualquer que vos pedir a razão da esperança que há em vós,” (1Pe 3.15).
Quando nos deparamos com o assunto doutrina, geralmente a encontramos sendo submetida a vários métodos de apreciação e aprovação dos postulados teológicos.
São alguns: 1. O especulativo. É o método que diante da revelação não se preocupa em saber o que Deus disse, mas procura entender o que Deus teria dito, portanto torna frágil a revelação do Senhor. 2. O deístico: Como crê que Deus criou, mas abandonou o universo, é o método que vê as Escrituras como histórias elaboradas pelos homens com menor importância como expressão da revelação de Deus. 3. O racionalista: busca resposta e aceita o que pode ser provado, excluindo o elemento fé, que é essencial para quem se aproxima de Deus.
4. O místico: desenvolve o conceito de interpretar as Escrituras com ênfase nas emoções e intuições humanas.
5. O dogmático: acrescenta sobre a revelação conceitos que se tornam como verdades, com peso de revelaçao. Geralmente cada um com suas nuances ficam à margem das Escrituras e seu bom senso em ser examinada..
A palavra fé tem várias conotações no Novo Testamento. Aqui ela será usada no sentido de conteúdo
do que cremos, a fé no sentido doutrinário. Os enunciados básicos, fundamentais em nossa crença; o
que fundamenta nossa vida espiritual e religiosa. É a doutrina no seu sentido de ensino. Não podemos ser meninos inconstantes, levados pelo vento, sem firmeza, seguindo a conveniências.

2 – A FÉ E A SUA NATUREZA

Qual é a natureza de nossa crença? O que é fé? – foi a pergunta de um professor da Escola Bíblica Dominical na classe de juniores.
Um menino muito esperto e falante não titubeou, respondeu logo: Fé é a gente acreditar numa coisa que sabe que não é verdadeira. Tem muita gente assim, achando que fé é um salto no escuro. Que ter fé é se filiar a uma mentira, a um engano.
Algo que não é verdadeiro. Hoje, não basta crer é preciso saber por que se crê. Não é o crer que faz algo ser verdadeiro, e também o verdadeiro nem sempre é crido. Algo pode ser verdadeiro independente se lança fé sobre ele ou não. Isso se aplica a tudo e não apenas ao aspecto religioso. É preciso que entendamos que não substituímos a fé pela razão, mas também não desprezamos a razão.
A razão pode ser usada para o fundamento de nossa fé. Por exemplo, eu preciso entender (razão) o que é pecado para poder confessá-lo. Eu preciso entender o porquê do sacrifício de Jesus na cruz, para que eu possa me encaixar nesse propósito salvífico. Eu não posso provar em laboratório a existência de Deus, mas eu posso averiguar que este Deus que eu creio veio e entrou na minha vida através da pessoa de Jesus Cristo, real, tangível e comprovado.
Jesus disse: “Eu e o Pai somos um” (Jo 10.30). Disse mais:
“Quem vê a mim, vê o Pai” (Jo 14.9).
Porém, é mais do que compreensível que a revelação, a Palavra, só poderá ser compreendida por ação e obra do Espírito Santo:
“Ora, o homem natural não compreende as coisas do Espírito de Deus, porque lhe parecem loucura; e não pode entendê-las, porque elas se discernem espiritualmente.” (1Co 2.14).
O que é fé? Existem diferentes tipos de fé nas Escrituras:
Fé natural – aquilo que nos faz acreditar em algo que entendemos ser uma verdade; é a fé que todas as pessoas carregam desde o nascimento até a morte. Alguém nos conta algo e admitimos como sendo verdade. É um assentimento intelectual. Eu acredito em fatos da história, mesmo não tendo vivido esses fatos.
Fé temporal – nome derivado de Mateus 13.20-21. Quando eu coloco a minha confiança em Deus para as coisas deste mundo: minha saúde, meu emprego, minha família, minha casa, etc. Eu creio no cuidado de Deus, mas isso não significa que seja uma fé com raízes num coração regenerado. É a chamada fé temporária porque não se mantém diante da provação e perseguição.
Fé salvadora – quando transfiro para Jesus minha confiança de vida eterna. Deixo de acreditar em mim mesmo, minhas obras ou qualquer outra coisa para a salvação e passo a crer em Jesus.
Por fim existe a fé que é a expressão de nossa crença. Fé como conteúdo. Fé como ensino. Fé como corpo doutrinário. É preciso seguir a verdade, não a mentira, o engodo, o engano ou qualquer tipo
de fraudulência.

3 – A FÉ E O SEU VALOR

Qual o valor de nossa crença? O conhecimento teológico doutriná rio tem valor porque ajuda na sistematização sobre a verdade que declaramos crer e proclamar. Existe hoje, por motivos diversos, uma grande tendência em esvaziar a importância do ensino. O sentimento tem estado acima do conhecimento e convicção. Para muitos, hoje, o mais importante é sentir e não crer.
Ouve-se muito: O importante não é o que se crer e sim o que a pessoa sente. Colocam a experiência e o sentimento acima da fé.
Quando buscamos conhecer mais a verdade, isso de alguma forma serve de referencial para avaliarmos e desenvolvermos nosso caráter cristão. Esse fato ocorre à medida que desenvolvemos nossa fé e buscamos este conhecimento.
Nossas crenças precisam estar bem definidas para que nosso caráter cristão também esteja. Crença firme, nos princípios das Sagradas Escrituras, revela caráter cristão firme.
É claro que o conhecimento, a verdade, a doutrina será sempre um gigante vencedor diante do erro, do equívoco: “Jesus, porém, respondendo, disse-lhes: Errais, não conhecendo as Escrituras, nem o poder de Deus.” (Mt 22.29). A falta de conhecimento das Escrituras leva ao erro. “Mas, ainda que nós mesmos ou um anjo do céu vos anuncie outro evangelho além do que já vos tenho anunciado, seja anátema.” (Gl 1.8). Paulo adverte de forma veemente! As Igrejas da Galácia estavam trocando o Evangelho que tinham recebido, introduzindo na fé aspectos que tinham ficado no passado com práticas judaicas. Tremendo erro! Paulo chama a atenção para que nenhum outro evangelho seja recebido e crido.
O que Paulo está deixando claro aqui é que o erro doutrinário, de ensino e de fé deve ser considerado
de pouca ou nenhuma importância.
O conhecimento teológico doutrinário é importante para quem deseja viver e ensinar a Palavra de Deus. Estudar a verdade e saber que ela é inegociável é colocar em nosso entendimento o que nos foi dado por Deus para conhecer e viver. O valor do ensino da fé está exatamente no fato de que ela proporciona o crescimento sadio e ajustado no corpo de Cristo, que é a Igreja.

PARA PENSAR E AGIR

A Igreja de Jesus precisa ser reconhecida não pela beleza de sua liturgia, ou de seu majestoso templo ou pela intensidade de suas emoções, mas por sua inconfundível firmeza doutrinária na defesa da fé.
Precisamos fincar bem forte e firme as bases de nossa fé nesses tempos trabalhosos que já temos vivido.
Não negocie sua fé!

Fonte: Revista Palavra e Vida

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