ESCOLA DOMINICAL CPAD ADULTOS - Conteúdo da Lição 6


Quem domina a sua mente
10 de Fevereiro de 2019



TEXTO ÁUREO 
“De sorte que haja em vós o mesmo sentimento que houve também em Cristo Jesus” (Fp 2.5). 

VERDADE PRÁTICA 
Os substantivos “mente”, “sentimento” e “entendimento” pertencem à esfera do intelecto, que permite à pessoa aprender, desejar, pensar e agir.

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE 

Filipenses 4.4-9. 
4 — Regozijai-vos, sempre, no Senhor; outra vez digo: regozijai-vos.
5 — Seja a vossa equidade notória a todos os homens. Perto está o Senhor.
6 — Não estejais inquietos por coisa alguma; antes, as vossas petições sejam em tudo conhecidas diante de Deus, pela oração e súplicas, com ação de graças.
7 — E a paz de Deus, que excede todo o entendimento, guardará os vossos corações e os vossos sentimentos em Cristo Jesus.
8 — Quanto ao mais, irmãos, tudo o que é verdadeiro, tudo o que é honesto, tudo o que é justo, tudo o que é puro, tudo o que é amável, tudo o que é de boa fama, se há alguma virtude, e se há algum louvor, nisso pensai.
9 — O que também aprendestes, e recebestes, e ouvistes, e vistes em mim, isso fazei; e o Deus de paz será convosco.

HINOS SUGERIDOS 
185, 187 e 599 da Harpa Cristã.

INTERAGINDO COM O PROFESSOR 
Quem viveu o milagre do novo nascimento recebeu o processo de metanoia, isto é, transformação plena da mente e do pensamento. Algo que só o Espírito Santo pode fazer.

A lição desta semana tem como propósito a reflexão introspectiva acerca das atitudes, das decisões e da maneira de viver dos que se acham discípulos do Mestre. A pergunta cabível ao final da presente lição é: “Jesus realmente é o Senhor do seu pensamento?”.

Como o nosso tema está fundamento na epístola aos Filipenses, estude-a disciplinadamente para expor o conteúdo desta semana. Boa aula!

COMENTÁRIO 

INTRODUÇÃO 
Quem nasceu de novo é nova criatura, e assim a vida cristã é norteada pelo Espírito Santo. Isso significa que nós, como cristãos, não andamos segundo a carne, mas segundo o Espírito. A presente lição é uma reflexão introspectiva sobre a nossa maneira de viver, as nossas atitudes e as nossas decisões, e se realmente Jesus é o Senhor de nosso pensamento.

I. SOBRE A EPÍSTOLA AOS FILIPENSES 
Filipos era uma colônia romana e uma das principais cidades da Macedônia. Paulo esteve na cidade por ocasião de sua segunda viagem missionária e ali fundou a primeira igreja europeia. Isso aconteceu na casa de uma empresária chamada Lídia, vendedora de púrpura. O apóstolo deixou a cidade por causa das pressões locais, mas o relacionamento entre ele e os filipenses continuou. Cerca de dez anos depois, Paulo escreveu de Roma a esses irmãos, por volta do ano 62 ou 63 d.C.

1. A doutrina.
O objetivo da carta não era solucionar problemas doutrinários nem de relacionamentos entre os filipenses, pois eles haviam amadurecido rapidamente. Um dos propósitos estava vinculado à amizade e ao amor recíproco do apóstolo (Fp 1.7-9; 4.1). Os problemas referentes às heresias eram periféricos. O apóstolo trata desse assunto mais como precaução. Paulo menciona os legalistas no capítulo 3, mas não era algo agudo na Igreja, visto que em Filipos nem sequer havia sinagoga (At 16.13). Isso mostra que a população judaica não era significativa na cidade. Note que seus habitantes consideravam-se romanos (At 16.21). Não havia nada de muito grave na igreja que o apóstolo precisasse corrigir.

2. O relacionamento.
Havia entre os filipenses alguns problemas que são próprios da natureza humana e comuns nas igrejas ainda hoje (Fp 1.27; 2.3,14). É possível que o pedido do apóstolo para ajudar as irmãs Evódia e Síntique indique algum problema de desentendimento entre elas (Fp 4.2). O apóstolo pede que haja unidade e harmonia entre os crentes, tendo por base a humildade e o exemplo de Cristo. O apelo paulino é para que haja entre os filipenses “o mesmo sentimento que houve também em Cristo Jesus” (Fp 2.5).

3. O ensino.
Filipenses é uma epístola prática, e os pensamentos teológicos aparecem casualmente, como no parágrafo teológico por excelência, no capítulo 2.5-11, e no lar celestial prometido aos cristãos, no final do capítulo 3. O sentimento de gozo e regozijo dominava os crentes de Filipos, e este é um dos temas da carta: a alegria. A Igreja de Filipos é um exemplo a ser seguido por todos; isso porque havia nela o mesmo sentimento que houve também em Cristo Jesus.

SUBSÍDIO DIDÁTICO-PEDAGÓGICO 
Para introduzir a lição desta semana, sugerimos reproduzir para a classe o esquema proposto conforme a sua possibilidade e fazer uma exposição geral sobre a epístola.

II. SOBRE A “MENTE” NO CONTEXTO BÍBLICO 
Há diversos termos nas línguas originais da Bíblia para “mente” e seus derivados. Vamos estudar alguns deles aqui. Cada termo apresenta diferenças sutis, mas significativas.

1. A mente como faculdade psicológica.
O Novo Testamento grego emprega o termo nous, de amplo significado, como “mente, entendimento, intelecto, pensamento, sentido” (Rm 11.34; 1Co 2.16; 14.14; 2Co 11.3). Na presente lição, o sentido dessas palavras é de uma faculdade psicológica que envolve compreensão, raciocínio, pensamento e decisão: “De maneira que eu, de mim mesmo, com a mente, sou escravo da lei de Deus, mas, segundo a carne, sou escravo da lei do pecado” (Rm 7.25 — Nova Almeida Atualizada). O apóstolo Paulo está se referindo ao “eu” regenerado em contraste com a carne, sem o controle do Espírito Santo. É com essa mente cristã que desejamos a lei de Deus, ou seja, “a lei do Espírito de vida, em Cristo Jesus” (Rm 8.2).

2. A mente como forma de pensar.
A mente aparece também no Novo Testamento como uma maneira ou forma especial de pensar. A ideia nesse caso é de disposição e de atitude, tanto no sentido negativo: “estando cheio de orgulho, sem motivo algum, na sua mente carnal” (Cl 2.18 — Nova Almeida Atualizada); como positivo; “armai-vos também vós com este pensamento” (1Pe 4.1). Assim, ter “a mente de Cristo” (1Co 2.16) significa pensar como Ele.

3. Espírito.
O substantivo grego pneuma, traduzido geralmente por “espírito”, é usado ainda de forma metafórica como modo de ser, atitude, forma de pensar: “se algum homem chegar a ser surpreendido nalguma ofensa, vós, que sois espirituais, encaminhai o tal com espírito de mansidão” (Gl 6.1). É uma atitude ou modo de ser que reflete a forma como uma pessoa encara ou pensa sobre um assunto. Essa expressão é usada em contraste entre o divino e o meramente humano (Mc 2.8; At 17.16; 1Co 2.11; 5.5; Cl 2.5).

4. Coração.
O coração aparece em toda a Bíblia como o centro da vida física, espiritual e mental; emotiva e volitiva. É a fonte de vários sentimentos e afeições, como alegria e tristeza (Pv 25.20; Is 65.14). O coração é a sede do pensamento e da compreensão (Dt 29.4; Pv 14.10). Seu uso metafórico aparece como a fonte causativa da vida psicológica de uma pessoa em seus vários aspectos, mas a ênfase especial nos pensamentos significa o “homem interior” (Mt 22.37; 2Co 9.7; Rm 2.5). Esse sentido aparece também no Antigo Testamento: “guarda o teu coração, porque dele procedem as saídas da vida” (Pv 4.23).

SUBSÍDIO DOUTRINÁRIO 
“A palavra grega metanoia sugere, fortemente, que o pecador mergulhe para além da mera consciência intelectual quanto à pecaminosidade. Mas que o faça com tal ímpeto e repulsa, que o leve a rejeitar o mal e a seguir a Cristo, desejando aprender cada vez mais do Salvador (Mt 3.8; At 5.31; 20.21; Rm 2.4; 2Co 7.9,10; 2Pe 3.9).

Vejamos, agora, o lado positivo da conversão. O pecador deve não somente ‘voltar-se de’ mas ‘voltar-se para’. Assim, voltamo-nos do pecado para voltarmo-nos para Deus. O voltar-se para Deus é um ato de fé. Consiste em se entrar numa relação positiva com Deus. É algo central na experiência cristã; enfatiza a importância da fé. ‘Ora, sem fé é impossível agradar-lhe; porque é necessário que aquele que se aproxima de Deus creia que ele existe, e que é galardoador dos que o buscam’ (Hb 11.6). Todas a nossas relações com Deus acham-se ancoradas na fé” (MENZIES, William W.; HORTON, Stanley M. Doutrinas Bíblicas: Os Fundamentos da Nossa Fé. Série: Clássicos do Movimento Pentecostal. RJ: CPAD, 2003, p.86).

III. SOBRE A MENTE DE CRISTO 
O sentimento que norteava a vida dos irmãos filipenses era de alegria e de comunhão. É isso que deve prevalecer na vida cristã em todos os lugares e em todas as épocas.

1. O sentimento de alegria.
“Regozijai-vos” é uma saudação grega, mas aqui Paulo exorta os filipenses e todos os cristãos à alegria. O apóstolo acrescenta: “sempre, no Senhor”. O Senhor Jesus é a fonte inesgotável de gozo e alegria, e isso dá à saudação um sentido complemente novo. Como resultado desse estado de graça está o bom relacionamento do cristão com as demais pessoas. O termo “equidade” (v.5) é a tradução do adjetivo grego epieikés, “compreensivo, bondoso, benigno”. A Almeida Revista e Atualizada traduz por “moderação”. Essa deve ser a atitude de quem tem a mente de Cristo em relação às pessoas que nos rodeiam. É o que Deus espera de todos nós. A expressão “perto está o Senhor” (v.5) diz respeito à vinda de Jesus que se aproxima (Ap 1.3; 22.10) e nos inspira a essa moderação.

2. Nossa gratidão a Deus.
Os filipenses viviam num clima de perseguição religiosa. Paulo estava na prisão. Mas nada disso era problema suficiente para roubar a alegria dos crentes: “a alegria do SENHOR é a vossa força” (Ne 8.10). Mesmo nas dificuldades, quem tem uma mente guiada por Cristo não se desespera; antes, as suas petições são levadas à presença de Deus “pela oração e súplicas, com ação de graças” (v.6).

3. A paz de Deus.
O termo noema, “pensamento, mente”, diz respeito à faculdade geral de julgamento para tomar decisões, no sentido de bem ou mal, certo ou errado. A ideia dessa palavra é de entendimento da vontade divina concernente à salvação (2Co 10.5). Esse noema pode se corromper (2Co 11.3) e se tornar endurecido (2Co 3.14), a ponto de impedir a iluminação do evangelho de Cristo (2Co 4.4). Mas a paz de Deus na vida cristã está acima de todos os bens que uma pessoa pode adquirir e sobrepuja a todo entendimento, pois vai além da razão humana. Ela excede “os vossos corações e os vossos sentimentos em Cristo Jesus” (v.7).

SUBSÍDIO VIDA CRISTà
“Rios de Água Viva

[…] No Evangelho de João, lemos as palavras: ‘Jesus respondeu e disse-lhe: Se tu conheceras o dom de Deus e quem é o que te diz: Dá-me de beber, tu lhe pedirias, e ele te daria água viva’ (Jo 4.10). Louvado seja Deus pelas águas vivas que hoje fluem livremente, pois elas vêm de Deus a todo coração faminto e sedento.

No poderoso nome de Jesus, podemos ir aos confins da terra e aos lugares secos e ermos, pois até os corações ressequidos, tristes e solitários foram feitos para se alegrar no Deus da sua salvação. Clamemos hoje pelos rios.

Em Jesus Cristo, recebemos o perdão dos pecados e a santificação de nosso espírito, alma e corpo e, em santificação, recebemos o dom do Espírito Santo prometido por Jesus aos discípulos — a promessa do Pai. Recebemos tudo isso pela reconciliação. Aleluia!

O profeta declarou que Jesus tomou sobre si as nossas aflições e carregou as nossas tristezas. ‘Mas ele foi ferido pelas nossas transgressões e moído pelas nossas iniquidades; o castigo que nos traz a paz estava sobre ele, e, pelas suas pisaduras, fomos sarados’ (Is 53.5). Cura, saúde, salvação, alegria, vida: temos tudo isso em Jesus. Glória a Deus!” (SEYMOUR. Devocional: O Avivamento da Rua Azusa. Série: Clássicos do Movimento Pentecostal. RJ: CPAD, 2003, pp.148-49).

CONCLUSÃO 
O nosso comportamento na vida diária, no lar, na Igreja, no trabalho e na sociedade reflete o que há em nosso coração, e isso mostra por si só quem domina a nossa mente. Há pontos na fé cristã que são inegociáveis, e quem é dominado pelo Espírito não abre mão de sua fé nem cede um milímetro sequer de sua fidelidade a Deus. É esse espírito que domina a mente dos crentes fiéis em Cristo Jesus.

PARA REFLETIR 
A respeito de “Quem domina a sua mente” responda:

Qual o apelo paulino aos filipenses? 
O apelo paulino é para que haja entre os filipenses “o mesmo sentimento que houve também em Cristo Jesus” (Fp 2.5).

O que significa ter a “mente de Cristo”? 
Ter “a mente de Cristo” (1Co 2.16) significa pensar como Ele.

O que dá um sentido novo à saudação grega usada por Paulo (Fp 4.4)? 
O Senhor Jesus é a fonte inesgotável de gozo e alegria, e isso dá à saudação um sentido complemente novo.

Qual deve ser a atitude de quem tem a mente de Cristo em relação às pessoas à sua volta? 
Moderação.

O que excede o nosso coração e os nossos sentimentos em Cristo Jesus? 
A paz de Deus.

SUBSÍDIOS ENSINADOR CRISTÃO 
Quem domina a sua mente

Quem controla a sua mente? Quem a domina? Caro professor, prezada professora, essas perguntas podem introduzir a aula desta semana. A nossa batalha espiritual passa pela maneira de viver, tomar atitudes e decisões como fruto do que domina o nosso pensamento. Se a nossa mente for permeada do Evangelho, Cristo sempre prevalecerá. Mas do contrário, o Diabo governará a vida da pessoa que se encontra longe de Deus.

A importância da epístola aos Filipenses

O primeiro tópico aborda o contexto em que a carta foi escrita a fim de preparar o caminho para se entender a doutrina, o relacionamento existente na igreja e o ensino predominante da carta. Trata- se de uma carta com apelo prático para vida. Era possível ver que a igreja de Filipos vivesse uma vida de alegria e paz diante de Deus. Neste aspecto, o apóstolo Paulo tinha um sentimento recíproco aos Filipenses. O contexto nos mostra que Paulo e a igreja de Filipos tinham uma comunhão profunda de vida.

Sobre a palavra “mente”
A igreja vivia assim porque havia um estado de espírito que dominava sua mente. Para compreender esse processo, o comentarista da lição destaca os variados significados que a palavra mente dispõe nas Escrituras. Em primeiro lugar, “mente como faculdade psicológica”; depois, “mente como forma de pensar”; em seguida, “mente como espírito”; enfim, “mente como coração”. Essas perspectivas semânticas em torno da palavra “mente” abrange todo arcabouço psíquico presente nos textos do Novo Testamento.

Sobre ter a mente de Cristo
O nosso estado de atitude ou saúde psicológica deve ter como fundamento a “mente de Cristo”. A partir daí, o sentimento que norteava os Filipenses era de alegria e comunhão. Isso é algo poderoso que ninguém pode tirar da experiência do cristão. Uma vida com paz, gratidão e comunhão com Deus é o que todos devemos viver.

Nossas guerras espirituais não podem ser desassociadas de nossa vida cotidiana. Não por acaso, antes de iniciar seu ministério, nosso Senhor foi tentado espiritualmente na carne: pedras transformadas em pães; riquezas e poder. Se por um lado não podemos ignorar os embates espirituais que transcendem a vida material, pois essa é uma experiência bíblica real; por outro, afirmamos que enquanto estivermos no mundo nossas provações ocorrerão aqui.
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