ESCOLA DOMINICAL CENTRAL GOSPEL - Conteúdo da Lição 11


João, os Sinais do Filho de Deus
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Lições Bíblicas nº 57

TEXTO BÍBLICO BÁSICO

João 11.40-45
40 - Disse-lhe Jesus: Não te hei dito que, se creres, verás a glória de Deus?
41 - Tiraram, pois, a pedra. E Jesus, levantando os olhos para o céu, disse: Pai, graças te dou, por me haveres ouvido.
42 - Eu bem sei que sempre me ouves, mas eu disse isso por causa da multidão que está ao redor, para que creiam que tu me enviaste.
43 - E, tendo dito isso, clamou com grande voz: Lázaro, vem para fora.
44 - E o defunto saiu, tendo as mãos e os pés ligados com faixas, e o seu rosto, envolto num lenço. Disse-lhes Jesus: Desligai-o e deixai-o ir.
45 - Muitos, pois, dentre os judeus que tinham vindo a Maria e que tinham visto o que Jesus fizera creram nele.

João 21.24,25
24 - Este é o discípulo que testifica dessas coisas e as escreveu; e sabemos que o seu testemunho é verdadeiro.
25 - Há, porém, ainda muitas outras coisas que Jesus fez; e, se cada uma das quais fosse escrita, cuido que nem ainda o mundo todo poderia conter os livros que se escrevessem. Amém!

TEXTO ÁUREO
"Este foi ter de noite com Jesus e disse-lhe: Rabi, bem sabemos que és mestre vindo de Deus, porque ninguém pode fazer estes sinais que tu fazes, se Deus não for com ele.", João 3.2
ORIENTAÇÕES PEDAGÓGICAS
Caro professor, o Evangelho de João está organizado em torno de um determinado número de milagres, os quais foram escolhidos pelo autor para revelar os diferentes entretons do poder conferido ao Filho de Deus; tais milagres — chamados de sinais — reforçam a doutrina central desse livro: a divindade de Cristo.
No quarto Evangelho, observamos que Jesus operou milagres em áreas totalmente inacessíveis à intervenção humana.
Com isso, Jesus provou ser poderoso onde o homem é impotente; e as obras que Ele fez testificam, destacam e glorificam Seu poder sobrenatural.
O estudo dos sinais apresentados por João é de grande importância para o fortalecimento dos irmãos, pois possibilita a construção de uma fé firme e sadia, alicerçada nas Escrituras.
Tenha uma excelente e abençoada aula!

Palavra introdutória
João foi testemunha ocular dos milagres [de Jesus] mencionados neste Evangelho. Apenas alguém que estivesse presente nas cenas registradas neste livro poderia descrevê-las tão detalhadamente. João assinala, por exemplo, nas bodas de Caná da Galileia, a quantidade de talhas e a capacidade de líquido que cada uma comportava (Jo 2.6); o peso e o valor do perfume que foi derramado sobre os pés de Jesus em Betânia (Jo 12.3-5); e alguns pontos do julgamento do Messias (18–19). Essas narrativas indicam sua presença em tais eventos, bem como apontam para sua enorme eficiência observativa.
Em destaque, neste Evangelho, está ainda o fato de João usar com frequência o termo sinal, em vez de milagre, para descrever as ações sobrenaturais do Filho de Deus (Jo 2.11). Por algumas vezes, o evangelista também usa a palavra obra, como quando, logo após ter curado um paralítico em um sábado, Jesus disse: as mesmas obras que eu faço testificam de mim, de que o Pai me enviou (Jo 5.36).

O discípulo amado utilizou em seu Evangelho os termos sinal e obra para evidenciar a real identidade  de Jesus de Nazaré: o Verbo Eterno estava com Deus no princípio de todas as coisas; Ele é Deus;
Ele fez-se carne e habitou entre nós (Jo 1.1.14).
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Ao registrar o diálogo havido
entre Jesus e Nicodemos
em uma noite palestina,
João explicita a divindade do
Messias, vaticinada por boca
deste príncipe dos judeus.
Disse ele na ocasião: Rabi,
bem sabemos que és mestre
vindo de Deus, porque
ninguém pode fazer estes
“sinais” que tu fazes, se Deus
não for com ele (Jo 3.2; grifo
do comentarista).
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1. TRANSFORMANDO A QUALIDADE E VENCENDO A DISTÂNCIA
1.1. A transformação da água em vinho: o Senhor da CriaçãoO primeiro sinal que Jesus realizou foi em uma festa de casamento, em Caná da Galileia (Jo 2.1-12) — segundo a tradição, celebrações desse tipo costumavam durar sete dias.
Diz o texto bíblico que, em determinado momento da festa, o vinho acabou (Jo 2.3). Nos tempos bíblicos, esta bebida estava associada à alegria (Sl 104.15), sendo, portanto, um elemento extremamente importante na recepção aos convidados — considerava-se vergonhoso seu término, antes do fim da cerimônia. Ao ser avisado por Sua mãe sobre o incidente (Jo 2.3), com uma resposta abrupta, mas não indelicada, Jesus declarou: Ainda não é chegada a minha hora (Jo 2.4). Em outras palavras, o Filho de Deus disse que não havia chegado o tempo de Ele revelar-se publicamente. Em razão disso, este primeiro sinal foi parcialmente público, pois somente Maria, os serventes e os discípulos — que haviam sido convidados para a festa — ficaram sabendo do que acontecera (Jo 2.2,5,9,11).
Maria, não obstante, disse aos serventes: Fazei tudo quanto ele vos disser (Jo 2.5). Jesus, então, ordenou que as talhas usadas para as purificações fossem cheias de água, e, em seguida, que os empregados servissem ao mestre-sala (Jo 2.6-8). Quando a água chegou até o responsável pela festa (NAA), já se havia transformado em vinho (Jo 2.9).
João conclui essa narrativa dizendo: assim [...] Jesus manifestou a sua glória (Jo 2.11a). Com este sinal, o evangelista destaca o poder do Filho de Deus sobre a Criação; fazendo, assim, aumentar a fé de Seus discípulos (Jo 2.11b).

1.2. A cura do filho de um oficial do rei: o Deus onipresente (de perto e de longe)
O segundo sinal operado por Cristo foi realizado a distância: a cura do filho de um oficial do rei (Jo 4.43-54).
Tendo retornado a Caná, Jesus foi abordado por um oficial que morava em Cafarnaum, cujo filho estava doente. Ao encontrar Jesus, o oficial rogou-lhe que fosse até a sua cidade e curasse o seu filho. O Mestre fez-lhe, então, uma repreensão:
Se não virdes sinais e milagres, não crereis (Jo 4.48). Mesmo diante da admoestação, o homem pediu a cura do menino (Jo 4.49). Jesus disse ao oficial que voltasse a casa, assegurando-lhe: Vai, o teu filho vive (Jo 4.50). Ao retornar, seus servos foram ao seu encontro para dar-lhe a alegre notícia: O teu filho vive (Jo 4.51). Ao perguntar a que horas o seu filho havia se sentido melhor, disseram: às sete horas (uma hora da tarde; conf. Jo 4.52 NTLH) — a exata hora de sua conversa com o Filho de Deus. Então o oficial creu, e toda a sua casa (Jo 4.53).
Com este sinal, João revela que o poder de Jesus não se limita a distâncias: Ele é Deus de perto; Ele é Deus de longe (Jr 23.23).

2. CURANDO E MULTIPLICANDO

2.1. A cura do paralítico no tanque de Betesda: o Deus do tempo
O terceiro sinal de Jesus, descrito por João, aconteceu em um sábado, marcando o início da perseguição contra Ele (Jo 5.1-16).
Jesus subiu a Jerusalém em um período de festa entre os judeus — não se sabe ao certo qual festividade seria; estudiosos sugerem a Festa das Cabanas, ou a Festa das Trombetas, ou a Festa de Purim.
Fato é que havia um tanque chamado Betesda, com cinco entradas, perto da Porta das Ovelhas (Jo 5.2); nessas entradas ficava uma grande multidão de enfermos (Jo 5.3).
Havia uma tradição de cura associada àquele local: quem fosse colocado nas águas quando estas fossem agitadas, seria sarado de seu mal (Jo 5.7). Um homem incapacitado havia 38 anos tornou-se alvo da atenção de Jesus, que lhe perguntou: Queres ficar são (Jo 5.6)? A resposta do enfermo foi: Não tenho homem algum que [...] me coloque no tanque (Jo 5.7). Jesus, ignorando as águas do tanque, disse-lhe: Levanta-te, toma tua cama e anda (Jo 5.8). Instantaneamente, o homem foi curado.
Com este sinal, João ressalta que não importa o tempo de sofrimento; o Filho de Deus transcende o Cronos.
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A Porta das Ovelhas no muro
de Jerusalém ficava próximo
ao Templo e era por onde
as ovelhas passavam para
o sacrifício. O tanque de
Betesda era uma piscina dupla
cercada por uma galeria de
quatro colunas, construídas
por Herodes, e por uma
quinta galeria que dividia as
piscinas do norte e do sul
(RADMACHER; ALLEN; HOUSE.
Central Gospel, 2010b, p. 238).
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2.2. A multiplicação de peixes e pães: o Deus provedor
Este é o único milagre que aparece em todos os Evangelhos (Mt 14.13-21; Mc 6.30-44; Lc 9.10-17; Jo 6.1-15). Jesus, neste episódio, está do outro lado do mar da Galileia, também chamado de Tiberíades. As curas que Ele havia realizado, até então, fizeram com que multidões o seguissem (Jo 6.2). O Mestre, ao ver a multidão, tomou a iniciativa de perguntar a Filipe: Onde compraremos pão, para estes comerem (Jo 6.5)?
Filipe sabia que duzentos denários de pão não seriam suficientes para alimentar toda aquela gente (Jo 6.7; Mc 6.37 ARA). Havia cinco mil homens presentes (Jo 6.10), além de mulheres e crianças (Mt 14.21), ou seja, cerca de vinte mil pessoas, se mulheres e crianças fossem contadas.
Entrementes, André apareceu com magras provisões de cinco pães de cevada (o pão dos pobres) e dois peixinhos, que vieram de um dos jovens presentes (Jo 6.8,9). João fez questão de registrar que a pergunta de Jesus a Filipe teve por objetivo testá-lo, pois Ele bem sabia o que havia de fazer (Jo 6.6).
O Filho de Deus, então, mandou a multidão assentar-se (Jo 6.10), tomou os pães, deu graças e, em seguida, repartiu-os pelos discípulos, e os discípulos, pelos que estavam assentados (Jo 6.11). João faz-nos saber que, naquele dia, todos comeram

até se fartar. Ao término da refeição, Jesus ordenou que Seus discípulos recolhessem as sobras, para que nada se perdesse.
As sobras de pão encheram doze cestos cheios (Jo 6.12,13).
Com este sinal, João sublinha a habilidade sobrenatural do Filho de Deus em multiplicar o pouco e prover alimento e sustento para a vida.

3. SOBREPUJANDO AS LEIS NATURAIS

3.1. O caminhar sobre as águas: o Senhor da Natureza
Além de João, Mateus e Marcos registraram esse milagre, destacando a autoridade de Jesus sobre as forças da Natureza (Mt 14.22-32; Mc 6.45-52; Jo 6.16-21). Eis o cenário: os discípulos estão retornando para Cafarnaum, quando uma violenta tempestade se levanta, dificultando o progresso da embarcação. João destaca que eles já haviam navegado vinte e cinco ou trinta estádios (aproximadamente cinco ou seis quilômetros; conf. Jo 6.19 NTLH).
Sendo já escuro (Jo 6.17), os discípulos ficaram assombrados com o que viram: Jesus andava sobre o mar, e aproximava-se do barco (Jo 6.19). O Mestre, então, disse-lhes: Sou eu; não temais (Jo 6.20). João informa-nos que todos receberam Jesus no barco de boa mente e chegaram, em segurança, ao destino proposto (Jo 6.21).
Com este sinal, João assegura a autoridade do Filho de Deus sobre as leis da Natureza: Ele andou por sobre as águas e acalmou a tempestade.

3.2. A cura de um cego de nascença: o Restaurador da visão (física e espiritual)
Neste sexto milagre registrado por João, é um cego de nascença quem recebe o favor do Filho de Deus (Jo 9.1-12) — vale destacar que não há qualquer relato de cura de cegos no Antigo Testamento; todavia, Jesus o fez repetidas vezes, reafirmando, assim, Sua divindade.
Os discípulos viram o cego e perguntaram a Jesus se seria o homem ou se seriam seus pais os responsáveis por aquela situação (Jo 9.2). A resposta do Mestre foi concisa: Nem ele pecou, nem seus pais; mas foi assim para que se manifestem nele as obras de Deus (Jo 9.3). Então, de maneira inusitada, o Filho de Deus operou o milagre: Ele cuspiu na terra, e, com a saliva, fez lodo, e untou com o lodo os olhos do cego (Jo 9.6).
O simbolismo contido neste sinal remete à obra da Criação: o Eterno tomou do pó da terra para formar o homem (Gn 2.7).
Tendo feito isto, Jesus ordenou que o homem se lavasse no tanque de Siloé (Jo 9.7).
Este sinal remete-nos à realidade de que somente o Filho de Deus pode levar alguém das trevas para a luz.

4. EXERCENDO PODER SOBRE A VIDA

4.1. A ressurreição de Lázaro: o Senhor da vida
Este sinal começa com Lázaro de Betânia enfermo (Jo 11.1). Maria e Marta enviam uma mensagem a Jesus, notificando a enfermidade de seu irmão (Jo 11.3). Jesus não vai de imediato e manda avisar que a doença não seria para morte, mas para glória de Deus, e para que o Filho fosse glorificado por ela (Jo 11.4).
Quando Jesus chegou ao local, Lázaro já estava morto havia quatro dias (Jo 11.17,39) — no judaísmo, acreditava-se não haver chance de ressurreição depois do quarto dia; os rabis afirmavam que a alma pairava por sobre o corpo por três dias, havendo assim alguma esperança.
Ao perguntar onde o morto havia sido sepultado, o Mestre foi conduzido até lá. João diz que, naquele dia, Jesus chorou (Jo 11.35). Diante da comoção de alguns e do ceticismo de outros, Ele ordenou: Tirai a pedra (Jo 11.36-39). A pedra foi removida, Jesus levantou os olhos para os céus e orou (Jo 11.41,42). Logo em seguida, clamou com grande voz: Lázaro, vem para fora (Jo 11.43). O homem morto, agora vivo, despontou do sepulcro envolto em faixas funerárias. Jesus, por fim, ordenou que ele fosse desenfaixado (Jo 11.44).
Neste sétimo sinal descrito por João, vemos Deus manifestando Sua glória e revelando aos presentes o poder que Seu único Filho tem sobre a vida.

CONCLUSÃO
A chave para entendermos os sinais do Filho de Deus no Evangelho de João está na afirmação de seu próprio autor: Jesus, pois, operou também, em presença de seus discípulos, muitos outros sinais, que não estão escritos neste livro. Estes, porém, foram escritos para que creiais que Jesus é o Cristo, o Filho de Deus, e para que, crendo, tenhais vida em seu nome (Jo 20.30,31).
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Três palavras destacam-se
em João 20.30,31: sinais, crer
e vida. Os sinais descritos
nesse texto fazem-nos crer
no Filho de Deus; e, em
crendo Nele, temos vida.
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ATIVIDADE PARA FIXAÇÃO
1. De acordo com o que foi exposto nesta lição, responda: Qual foi o primeiro milagre realizado por Jesus?
R.: A transformação da água em vinho, em Caná da Galileia (Jo 2.1-12).

Fonte: Revista Lições da Palavra de Deus n° 57

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