Lição 11 - Moisés, um Líder Vitorioso



1º Trimestre de 2019
Introdução
I-A Jornada de Moisés
II-Moisés, um Homem à Frente do seu Tempo
III-A Última Batalha de Moisés
Conclusão
Professor(a), a lição deste domingo tem como objetivos:
Mostrar a difícil jornada de Moisés enquanto líder pelo deserto;
Conscientizar de que Moisés era um homem à frente do seu povo;
Refletir a respeito da última batalha de Moisés.

Palavras-chave: Peregrinação no deserto.

Para ajudá-lo(a) na sua reflexão, e na preparação do seu plano de aula, leia o subsídio de autoria do pastor Reynaldo Odilo:
INTRODUÇÃO
Muito já foi escrito na literatura universal acerca de Moisés e, neste capítulo, mais uma vez, será necessário enfrentar esse assunto tão palpitante e cheio de descobertas fascinantes. Desta maneira, aqui, breves traços biográficos serão apresentados, sem entretanto deter a pretensão de chegar, sequer, perto de exaurir o tema, haja vista que a vida e obra desse insigne homem de Deus podem ser consideradas como grandes milagres, em todos os sentidos. Nascido sob condições extremamente desfavoráveis, sem ter sequer o direito de viver, foi escondido por três meses e, para ser salvo, sua família o colocou dentro de um cesto betumado num rio cheio de crocodilos ferozes. Quando tudo concorria para sua morte, foi salvo pela princesa do Egito; tirado das águas (daí provém seu nome), foi criado como filho da filha de faraó e, possivelmente, herdeiro dinástico.
Na vida adulta, aos 40 anos, atentou para a situação vexatória que os hebreus suportavam como escravos no Egito e, agindo com precipitação e arrogância, matou um egípcio que disputava com um israelita. Para não morrer, fugiu do país que nascera. Nos quarenta anos seguintes, ocorre um apagão na história de Moisés. Nenhum feito extraordinário, ou palavra de sabedoria é registrada, nem sequer uma conquista pessoal, a não ser o casamento com Zípora e o nascimento de dois filhos. Esse período de quatro décadas se caracteriza por um total e completo silêncio literário, tão intenso como a calmaria do deserto, no qual nosso ilustre personagem cuidava do rebanho de seu sogro — profissão abominada pelos egípcios (Gn 46.34), certamente pela adoração que faziam ao deus Ápis (Hep, em egípcio), que era representado por um touro (sendo o mais venerado e célebre dos deuses daquele panteão, pois era considerado como a expressão mais completa da divindade — acreditavam que ele encarnava, ao mesmo tempo, os deuses Osíris e Ptah). Moisés, ao assumir a função de pastor, demonstrava cabalmente a libertação de toda educação egípcia recebida.
Realmente, pelo que tudo indica, esse período de quarenta anos no deserto de Midiã foi suficiente para que perdesse todas as características culturais adquiridas ao longo da sua primeira fase da vida. A partir de então, aos 80 anos, humilde, pesado de língua, foi convocado por Deus para tirar o povo do Egito. Relutou com o “Eu Sou o que Sou” a princípio; todavia, quando todas as suas opções ficaram invalidadas, abraçou o projeto divino, tornando-se, depois de atravessar o Mar Vermelho a pé enxuto, um líder vitorioso no deserto.
Orlando Boyer diz acerca de Moisés:
Libertador, estadista, historiador, poeta, moralista e legislador hebreu — o maior vulto do Antigo Testamento. Deus o usou para formar, de uma raça de escravos egípcios e sob as maiores dificuldades, uma nação agressiva e poderosa que completamente alterou o curso da humanidade. A história de Moisés ocupa […] a sétima parte da Bíblia. Ele merece a fama de ter sido um dos maiores homens de todas as épocas. […] Apesar de se criar em um foco de idolatria e cercado em toda a vida de adoração a ídolos, edifica a nação de Israel na rocha firme e a ensina a fazer culto ao único Deus, Jeová. […] Qual outro homem cujas obras foram acompanhadas de tantas e tão estupendas maravilhas? Falava “boca a boca” com Deus, Nm 12.8. “Nunca mais se levantou em Israel profeta algum como Moisés, a quem o Senhor conhecera face a face.1 
A formação desse homem extraordinário, suas lutas, dilemas, conquistas e fracassos serão o foco deste capítulo.
I – DEUS ANUNCIA O FIM DA JORNADA DE MOISÉS 
1) Um Homem com um Ideal
Moisés, aos 80 anos de idade, descobriu qual seria o ideal de sua vida, a missão mais importante: libertar o povo de Israel do Egito e introduzi-lo na Terra Prometida. Isso é incrível, pois o próprio Moisés afirmou que, para os indivíduos que chegam a essa idade (tanto naquela época, como nos dias atuais), o melhor deles é “canseira e enfado” (Sl 90.10). Assim, na fase crepuscular da existência, já cansado e enfadado, Moisés conseguiu encontrar dentro de si motivação para, sem recursos financeiros, cacife político ou poder militar, travar uma grande batalha político-administrativa contra o Egito, o mais poderoso país do mundo, exigindo do Faraó a destruição de seu injusto modelo econômico — que era baseado na exploração da mão de obra escravagista.
A motivação de Moisés era tão grande, que ele, aos 40 anos, preferiu sofrer com o povo do que desfrutar das regalias do Egito. Agora, quatro décadas após, senil, ele decidiu partir para o maior embate de sua vida, pois tinha ouvido: “Certamente eu serei contigo” (Êx 3.12). A partir de então, ele batalhou, usando toda a sua energia — por quarenta anos — para que seu objetivo fosse alcançado.
Assim, como o anelo pela igualdade dos direitos civis nos Estados Unidos movia todo o ser de Martin Luther King Jr.; a liberdade política da Índia era a aspiração, e também o combustível, de Mahatma Gandhi; a certeza que o mundo estaria livre da ameaça nazista, o grande anelo de Winston Churchill; para Moisés, de nada adiantaria ganhar o mundo inteiro se o povo de Israel não pudesse ser introduzido na Terra Prometida. Esse ideal de vida fê-lo largar tudo em Midiã e se lançar, sem garantias humanas, ao projeto mais aguardado pelo povo hebreu há, pelo menos, 430 anos!
E você, desiste facilmente de seus projetos de vida? Talvez devesse ser mais tenaz, resoluto, seguindo até o ponto em que Deus eventualmente diga: “Basta!”. Até isso acontecer, porém, é dever de todo combatente da fé continuar lutando! Ah, mas você quer saber se sua missão, nesta vida, já terminou? É muito fácil: você está vivo? Então, não chegou ao fim! Enquanto estivermos vivos, para o Pai, nunca seremos inúteis, pois sempre haverá algum talento a desenvolver, alguma montanha a conquistar, algum sonho a sonhar. O adágio popular diz: “Enquanto há vida, há esperança”. 
2) Um Homem que Errou quando não Podia
Com um alvo muito claro na mente e coração, Moisés desafia a dinastia faraônica, liberta o povo, atravessa o Mar Vermelho, caminha e sofre com o povo, pelo deserto, por quarenta anos; todavia, no final da jornada, quando a Terra Prometida estava bem próxima, Moisés cometeu um desatino: Deus o mandou falar à rocha, mas ele preferiu feri-la duas vezes (quiçá representando ele e Arão). Certamente esse foi o maior erro de sua vida: usurpou a glória de Deus, dando a entender que o milagre (sair água da rocha — Nm 20.12,24) operou-se por ele e Arão. Errou quando não podia. Suas palavras, naquele momento, indignaram o Senhor. O salmista, séculos depois, assinalou (Sl 106.33): “Porque irritaram o seu espírito, de modo que falou imprudentemente com seus lábios”.
Assim, de acordo com Números 20.12 e Deuteronômio 32.51,52, Moisés foi avisado por Deus de que não lhe seria permitido levar os israelitas através do rio Jordão, por causa da sua transgressão nas águas de Meribá, e que morreria no Monte Nebo, de onde contemplaria toda a terra de Canaã.
Em determinadas ocasiões, os erros cometidos podem não trazer consequências tão graves (observe-se, por exemplo, quando Arão fez o bezerro de ouro: seu arrependimento posterior resolveu o problema); noutros momentos, porém, os equívocos, embora perdoáveis, suas consequências aparecerão inexoravelmente (Dt 3.26)! É necessário ter sempre vigilância, pois a expectativa de Deus para nós é que sejamos santos (Lv 20.7; 1 Pe 1.15,16).
3) Um Homem que Aceita Parar 
Aquele que assume posição de destaque no Reino de Deus deve saber a hora de “sair de cena”. Está escrito que Jesus, em certa ocasião, sabendo que estava encerrando seu ministério terreno, disse: “É chegada a hora […]. Pai, glorifica o teu nome [...]” (Jo 12.23,27,28). Em vez de pedir para postergar por um pouco o tempo da sua paixão, Ele prefere, como um Cordeiro, pedir que o Nome do Pai seja glorificado por meio de seu sofrimento e morte. Paulo, também, conhecia o tempo de sua partida. Ele disse: “Porque eu já estou sendo oferecido por aspersão de sacrifício, e o tempo da minha partida está próximo” (2 Tm 4.6), mas, em seguida, não há qualquer expressão de desespero, angústia… Ele simplesmente arremata (com o verbo no tempo pretérito): “Combati o bom combate, acabei a carreira, guardei a fé” (2 Tm 4.7). Diferentemente, porém, aconteceu com o rei Ezequias, o qual, após ouvir a profecia sobre sua morte, orou com instância e chorou abundantemente (Is 38.1-3), havendo Deus atendido ao seu pleito. Importante recordar, todavia, que no período dos quinze anos acrescidos a Ezequias, nasceria-lhe um menino que se tornaria um dos piores e mais cruéis reis de Israel — Manassés. Sair do tempo de Deus, sem dúvida, evita sofrimento para todos.
Moisés, igualmente, foi comunicado sobre sua morte pelo próprio Senhor, o qual, com uma palavra, destruiu instantaneamente todo o “castelo de sonhos” dele. Deus disse: “Pelo que verás a terra diante de ti, porém não entrarás nela, na terra que darei aos filhos de Israel” (Dt 32.52). Moisés ainda tentou argumentar com o Altíssimo, como fizera outras vezes, mas o Altíssimo foi taxativo: “Basta; não me fales mais neste negócio” (Dt 3.26).
Observa-se, entretanto, que após o não definitivo de Deus, Moisés continuou o mesmo. Ele sabia que chegara o seu momento de parar. Conhecer o tempo de começar e de parar apresenta-se como sendo uma virtude somente dos mais nobres e espirituais entre os homens. A questão que ressai com força, portanto, é a necessidade de cada cristão ser destro “na ciência dos tempos”, como acontecia com os filhos de Issacar (1 Cr 12.32), para não se ver lutando contra a vontade de Deus quando chegar o tempo de deixar o ministério e “voltar para a sua casa” (Lc 1.23)! Sem dúvida, andar com Deus é, em certo sentido, viver numa “corda bamba”. Às vezes, nossos erros produzem consequências implacáveis, mas nem sempre é assim. “E as coisas que vos digo digo-as a todos: Vigiai” (Mc 13.37).
II – MOISÉS, UM HOMEM À FRENTE DO SEU TEMPO
1) Um Homem de Sucesso 
Moisés conquistou, na vida, muito mais do que ele poderia imaginar. Ele, que nasceu sob uma forte legislação egípcia, a qual lhe outorgava uma sentença de morte simplesmente pelo fato de ser menino hebreu, terminou por libertar o povo da escravidão, estabelecendo em um dos maiores projetos de imigração de todos os tempos. Inequivocamente, do ponto de vista sociológico e político, a história de Israel divide-se entre antes e depois de Moisés. Ele conseguiu a façanha de fazer as pessoas, sob sua liderança, moverem-se juntas!
Uma pessoa de sucesso é aquela que, apesar de seus pequenos recursos, obtém êxito em realizações pessoais e coletivas elevadas, que a maioria dos indivíduos não conseguiria nas mesmas condições. Sucesso, então, é algo relativo, mas que sempre envolve amor e a conquista de desafios. Nesse sentido, Moisés pode ser considerado um homem de sucesso. Ele viveu perto de pessoas que o amavam (como Arão, Miriã, Josué, Calebe), embora outros não o suportassem, e, também, apesar de suas sérias limitações, a partir da sua fala (Êx 4.10) deixou uma marca indelével na história. Conquistou o que era impossível aos olhos humanos. Moisés foi um sucesso como legislador, poeta, libertador, profeta e estadista.
2) Um Homem que não Alcançou seu Objetivo Pessoal
Moisés é um referencial na história do direito, pela produção de um código legal muito avançado para sua época; também se apresenta como um dos maiores expoentes das três maiores religiões monoteístas: Judaísmo, Cristianismo e Islamismo. As realizações desse homem extraordinário, considerado o mais manso da Terra, fazem dele o mais importante do Antigo Testamento; porém, ele, que conduziu milhões de pessoas por quarenta anos para “adquirir” um imóvel, quando chegou a hora da vitória, não pôde entrar na posse! Que grande frustração!
Frustração, porém, não foi “privilégio” somente de Moisés. Samuel, por exemplo, depois de se doar uma vida inteira por Israel, lutando (e orando — 1 Sm 12.23) para Israel ser uma teocracia pulsante, foi “gentilmente” convidado a se retirar do cenário político, ele e sua casa, ante a exigência do povo de mudança do sistema de governo. Davi, cujo grande projeto era construir um templo para Deus, também foi impedido pelo Senhor. Paulo, que queria ver a salvação de Israel, vivenciou, após sua conversão, uma constante e ferrenha perseguição dos seus compatriotas. A vida é assim mesmo!Interessante como os grandes vultos da Bíblia são pessoas de “carne e osso”. Indivíduos que entram em conflito, sofrem, erram, caem e deixam de realizar sonhos. Nas Escrituras, não há lendas, histórias de super-heróis imbatíveis, nem “contos mágicos”. Todos os personagens são profundamente humanos. Construir, portanto, um evangelho que só promete prosperidade para as pessoas é algo profundamente antibíblico, não obstante o Senhor sempre abençoe com ricas bênçãos seus filhos. Isso, entretanto, não quer dizer que sempre os homens e mulheres de Deus realizarão tudo aquilo que um dia anelaram, pois, nalgumas vezes, o Soberano Senhor diz às nossas projeções um sonoro “não”! Ou, simplesmente: “a minha graça te basta”!
3) Um Homem que Cumpriu sua Missão
Em que pese Moisés, como tantos outros exemplos, não atingirem alguns de seus ideais mais altos, eles “combateram o bom combate, acabaram a carreira e guardaram a fé”. Isso é o que importa! Dessa forma, vislumbra-se que eles não foram homens fracassados, mas vitoriosos, pois cumpriram integralmente os propósitos estabelecidos pelo Senhor. Cumpriram o projeto que Deus tinha para eles. No caso de Moisés, ele alcançou um patamar excelente diante do céu, sendo reconhecido pelo Senhor como um homem de fé (Hb 11.23-29), alguém que, mesmo em meio às dificuldades, manteve-se com os olhos fitos no céu. A esse respeito, Spurgeon opina:
Moisés era um homem idoso e muito vivido, mas a idade e a experiência lhe tinham ensinado que, entre as mudanças perpétuas que estão acontecendo no universo, uma coisa, pelo menos, permanece imutável, a fidelidade Daquele que, “de eternidade a eternidade”, é Deus.2 
O denominado “príncipe dos pregadores” observou corretamente que, mesmo as frustrações mais dramáticas, não foram capazes de abalar a confiança de Moisés na excelência do caráter de Deus. O Eterno, sendo o Sumo Bem, não faria algo que não contribuísse, juntamente com as demais coisas, para o bem daqueles que o amassem (Rm 8.28). O golpe emocional em Moisés foi duro, mas permaneceu cônscio de toda a benignidade e bondade do Criador em relação à sua vida e ao seu povo.
Mister mencionar, porém, que cumprir a missão não exprime correr atrás de resultados, mas colocar-se voluntária e alegremente à disposição do Altíssimo para realizar algo significativo, como aconteceu com Isaías, que disse: “Eis-me aqui” (Is 6.8). Esse “estar disponível” é tudo que o Senhor precisa, tal como um maestro de uma orquestra necessita que todos os músicos achem-se aptos e desejosos de serem úteis à apresentação. Quando, porém, a música começa a ser tocada, o maestro, com um propósito artístico bem definido, escolhe os instrumentos que serão mais exigidos. A cada número, entretanto, aquele que rege vai variando a intensidade e o tempo dos sons produzidos e também dos silêncios. Com um simples gesto das mãos do líder, na posse da batuta, os músicos compreendem os acionamentos e cumprem seus papéis. Se, porém, o maestro entender que determinado instrumento não deve ser utilizado, não há que existir frustração de quem quer que seja, pois o propósito não é que um ou outro instrumento se sobressaia aos demais, mas que a música soe harmoniosamente, produzindo uma sensação agradável e prazerosa. Cumprir a missão designada pelo Pai, a cada instante, ao seu modo, constitui-se na realidade mais importante da vida.
III – A ÚLTIMA BATALHA DE MOISÉS 
1) A Última Missão
A humildade é uma bênção. Não por acaso, ela foi a primeira bem-aventurança anunciada por Jesus (Mt 5.3), porque aniquila os caprichos pessoais, desfaz as intrigas, destrói a raiz de amargura, e outorga gratidão aos corações. A humildade ensina que não temos direitos sobre nada, nem ninguém; tudo que recebemos, portanto, foi um presente imerecido. Assim, ela extirpa os nossos méritos, tira a nossa empáfia e nos coloca no lugar de servo de todos; com ela, perdemos qualquer primazia. Devido a possuir esse “fruto do Espírito”, Moisés não desistiu de fazer a vontade de Deus, após ter sido comunicado, ainda que de maneira eufêmica, que iria morrer em breve (Nm 27.13).
Posteriormente, o Senhor fez um segundo anúncio: “Vinga os filhos de Israel dos midianitas; depois recolhido serás ao teu povo” (Nm 31.2). Ou seja, o Altíssimo estava explicitando: “tenho um último trabalho para você fazer, depois disso você está fora. Estou marcando a data de seu enterro”.
Como deve ter sido difícil para Moisés ouvir aquela sentença divina! Ele conhecia os caminhos de Deus e sabia que Ele é perdoador (Sl 103.3), mas as consequências pelos equívocos são inexoráveis. O líder vitorioso reconhece a justiça de Deus.
2) Um Erro Fatal
Os midianitas sempre foram pessoas complicadas, que se opunham ao povo de Deus. Pouco tempos antes, eles haviam sido instrumentos de Satanás para fazerem Israel pecar. Assim, Deus determinou a guerra contra os midianitas, a qual, do ponto de vista militar, não era tão preocupante e, de fato, Israel conseguiu sem dificuldade a vitória. O pecado, porém, que sempre está acessível (à porta), mas que cabe a nós dominá-lo (Gn 4.7), mostrou suas garras mais uma vez: belas mulheres midianitas foram poupadas pelos guerreiros, em contradição à ordem do Senhor. Eles, certamente, vislumbravam a possibilidade de se relacionarem com elas.
Com isso, Moisés se indignou fortemente e disse: “Deixastes viver todas as mulheres? Eis que estas foram as que, por conselho de Balaão, deram ocasião aos filhos de Israel de prevaricar contra o Senhor, no negócio de Peor, pelo que houve aquela praga entre a congregação do Senhor” (Nm 31.15,16). Moisés sabia que o único caminho que garantiria uma vitória ampla e duradoura era o da santidade!
3) A Purificação 
O Senhor, por intermédio de Moisés, determinou, então, o cumprimento integral da vingança e que após houvesse um detalhado processo de purificação do exército. Os rituais durariam dias para que todos os envolvidos na guerra estivessem, novamente, prontos para serem abençoados pelo Senhor.
O pecado sempre traz destruição. Atual ou futura. Pequena ou grande. Não se trata de incutir culpa nas pessoas. Entretanto, tudo que se planta, colhe-se. É uma lei imutável da natureza. A Bíblia está repleta de pessoas que cederam à voz do Inimigo e foram mortos na presença do Senhor. Moisés, portanto, estava os protegendo da ruína. 
Aparentemente, alguém poderia dizer, foi um pequeno erro. Um pecado de ínfimas proporções, que não teria grandes repercussões, porém Deus não achou que aquela conduta fosse irrelevante. O Senhor estava estabelecendo um padrão moral de santidade para aquela comunidade. Está escrito: “Tu, ó Deus, nos deste as tuas leis e mandaste que as cumpríssemos fielmente” (Sl 119.4, NTLH).
CONCLUSÃO
Moisés, servo fiel do Senhor, tornou-se um líder vitorioso no deserto, não obstante as suas lutas e dilemas, bem como a dificuldade apresentada em compreender perfeitamente a vontade de Deus. Na vida, nem tudo ocorre como se planeja, mas é certo que Deus nunca perde o controle dos fatos da história. Moisés concluiu sua trajetória de vida como um homem feliz, não plenamente realizado, mas completamente satisfeito em ter sido instrumento do Senhor na Terra.

*Adquira o livro do trimestre. ODILO, Reynaldo. Rumo à Terra Prometida: A Peregrinação do Povo de Deus no Deserto no Livro de Números. 1 ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2018.
Que Deus o(a) abençoe.
Telma Bueno
Editora Responsável pela Revista Lições Bíblicas Jovens


1 BOYER, Orlando. Pequena enciclopédia bíblica. 36. impr. Rio de Janeiro: CPAD, 2016, p. 364, 365. 
2 SPURGEON, Charles. Os tesouros de Davi. vol. 2. Rio de Janeiro: CPAD, 2017, p. 690. 

Prezado professor, aqui você pode contar com mais um recurso no preparo de suas Lições Bíblicas de Jovens. Nossos subsídios estarão à disposição toda semana. Porém, é importante ressaltar que os subsídios são mais um recurso para ajudá-lo na sua tarefa de ensinar a Palavra de Deus. Eles não vão esgotar todo o assunto e não é uma nova lição (uma lição extra). Você não pode substituir o seu estudo pessoal e o seu plano de aula, pois o nosso objetivo é fazer um resumo das lições. Sabemos que ensinar não é uma tarefa fácil, pois exige dedicação, estudo, planejamento e reflexão, por isso, estamos preparando esse material com o objetivo de ajudá-lo.

Videoaula - Pr. Reynaldo Odilo


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