ESCOLA DOMINICAL BETEL - Lição 12


A Igreja de Filadélfia, um modelo para os nossos dias
23 de junho de 2019


Texto Áureo
"E ao anjo da igreja que está em Filadélfia escreve: Isto diz o que é santo, o que é verdadeiro, o que tem a chave de Davi; o que abre, e ninguém fecha; e fecha, e ninguém abre.", Ap 3.7

Verdade Aplicada
As qualidades da igreja de Filadélfia servem de modelo para nós, membros da Igreja de hoje: compromisso, fidelidade e perseverança.

TEXTOS DE REFERÊNCIA

Ap 3.8; 11-13
8 - Conheço as tuas obras; eis que diante de ti pus uma porta aberta, e ninguém a pode fechar; tendo pouca força, guardaste a minha palavra, e não negaste o meu nome.

11 - Eis que venho sem demora; guarda o que tens, para que ninguém tome a tua coroa.
12- A quem vencer, eu o farei coluna no templo do meu Deus, e dele nunca sairá; e escreverei sobre ele o nome do meu Deus, e o nome da cidade do meu Deus, a nova Jerusalém, que desce do céu, do meu Deus, e também o meu novo nome.
13 - Quem tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz às igrejas.
Introdução
Em meio às tribulações, provações e perseguições, devemos nos manter firmes, fiéis à Palavra e perseverantes, só assim poderemos vencer.

1. Aspectos históricos e geográficos
A igreja de Filadélfia é uma das sete igrejas que receberam cartas, conforme registro no livro de Apocalipse. Somente duas igrejas não receberam alguma reprovação do Senhor Jesus: Filadélfia e Esmirna.

1.1. A cidade de Filadélfia
Nos tempos do Novo Testamento, a cidade de Filadélfia era uma província romana da Ásia e a segunda cidade mais importante da Lídia. A população da cidade era pequena em razão de terremotos frequentes. Conforme se dava com a maioria das daquela área. Filadélfia estava imersa na idolatria e, mais tarde, mergulhou no "culto ao imperador". Era famosa pelo número e grandiosidade de seus templos e de suas festividades religiosas. Por isso mesmo, a igreja cristã dali era relativamente pequena ("tendo pouca força" - Ap 3.8). Na qualidade de quem a autoridade de admitir ou negar entrada no Reino de Deus ("o que tem a chave de Davi - Ap 3.7), o Senhor promete admissão para os cristãos de Filadélfia, contra os quais não dirige nenhuma crítica.

1.2. Uma igreja perseguida
Havia na cidade uma comunidade de judeus que perseguiam os cristãos. No final do século 1 e início do século II, houve uma grande perseguição aos cristãos. Todavia, devido à sua fidelidade, a igreja teve a permissão de escapar à horrenda perseguição que se levantou na províncias do Império Romano, por motivo do "culto ao imperador", em que os homens eram forçados a adorar ao imperador de Roma. Os discípulos de Cristo não devem ficar surpresos ou espantados quanto às inúmeras adversidades e provações, pois o próprio Cristo afirmou acerca das aflições e perseguições (Jo 15.19-20; 16.13). Contudo, é certo que Ele está com Sua Igreja tanto para livra "na" tribulação, como para livrar "da" (Jo 17.15; 1Ts 1.10; Hb 2.18; 1Pe 5.10; Ap 3.10).

1.3. Uma igreja que ama
A palavra Filadélfia significa "amor fraternal". Deus é aquele que se dirige à humanidade em amor, por meio do sacrifício de Jesus. Como Igreja de Cristo, devemos viver esse amor, amando-se uns aos outros (Jo 13.34-35). A Igreja é um refúgio que nos abriga de todo mal. Nela há calmaria para águas agitadas, oásis no grande deserto da aflição e desespero que há na vida sem Jesus. Com isso, lembramos da parábola do bom samaritano (Lc 10.25-37), na qual o amor de Deus e ao próximo (fraternal) são reafirmados no Novo Testamento como resumo de toda a Lei. A ética do Reino se resume no amor como base de toda ação da Igreja.

2. A apresentação de Jesus
A todas as sete igrejas da Ásia, Jesus se apresenta de uma forma específica, com características especiais. Para a igreja de Filadélfia, ele se apresenta como o Santo, o Verdadeiro e o que tem a chave de Davi.


2.1. O Santo
A palavra "o Santo" em Apocalipse 6.10 designa o próprio Deus Pai. No entanto, em Apocalipse 3.7 se refere a Jesus. Sendo assim, aqui Ele é identificado com Deus, entretanto, Ele não é o Pai. Os nomes de Cristo, ou seja, as descrições a Seu respeito, expressam, em cada uma das sete cartas, algo algo da igreja que está sendo endereçada. O Santo é uma das afirmações da missão messiânica de Jesus (Jo 6.69). O Filho é Santo na qualidade de Verbo Eterno de Deus (Jo 1.1). Tal como se dá com o próprio Deus Pai, Cristo possui santidade absoluta em si mesmo. "Sede vós também santos" (1Pe 1.15-16).

2.2. O Verdadeiro
Ele é verdadeiro no sentido de que é veraz naquilo que assevera. Sua mensagem é verídica, precisando der notada e obedecida. Ele é a própria Verdade, conforme João 14.6. Ele é a verdade personificada, portanto, Ele é fiel, sem mácula, totalmente digno de confiança. Ele é a origem do verdadeiro Evangelho, em contraste com a mensagem da sinagoga de Satanás, que expunha a falsa doutrina. Quem serve a Jesus, assim como Ele, tem compromisso com a verdade.
 
2.3. O que tem a chave de Davi
Aqui é uma referência a Isaías 22.22, que ressalta a soberania que Cristo exerce sobre a esfera "da morte e do Hades/inferno". O texto de Isaías 22 descreve o controle absoluto de Eliaquim, que recebe autoridade para agir em nome do rei Ezequias sobre o reino de Judá. Essa formulação estabelece um paralelo com a profecia de Isaías 9.6-7 acerca do rei prometido. Jesus tem total autoridade para agir em nome do Pai. Ele não permite que outros usurpem essa autoridade, porém compartilha de forma voluntária "as chaves do Reino do Céu" com aqueles que se comprometem com Ele. No texto bíblico de Isaías 45.1, o profeta compara Israel aos seus adversários, mostrando que era uma nação fraca em relação a eles, mas que se tornaria forte pela obra restauradora de Deus. Da mesma forma
Cristo também tornaria eficaz o testemunho da pequena igreja de Filadélfia entre os seus adversários.

3. Qualidades da igreja de Filadélfia
Tendo em vista que a igreja não foi advertida, ela possuía um testemunho exemplar para os nossos dias, uma igreja que fez a diferença em seu tempo.

3.1. Compromisso com a Palavra
Quando o cristão vive uma vida de obediência aos mandamentos de Cristo, isto o leva a uma vida de santidade: "...guardaste a minha palavra..." (Ap 3.8). Eles viviam o mandamento de evangelizar e propagar a mensagem cristã. Entraram pela porta aberta, a fim de cumprirem a vontade de Cristo, propagando o Seu Evangelho. Preservaram a própria fé cristã, em face da apostasia, mesmo diante das dificuldades. Ainda que fracos, se tornaram fortes pois confiaram em Deus e em Suas promessas.

3.2. Fidelidade
Fidelidade (do grego "pistis") era uma característica da igreja de Filadélfia: "não negaste o meu nome" (Ap 3.8). Seu significado é confiabilidade e fidedignidade, o que torna a pessoa confiável e cuja palavra podemos aceitar completamente. Tito 2.10, Paulo exorta que os servos nunca devem furtar, mas demonstrar boa fidelidade. Em Romanos 3.3, Paulo compara a inconstância dos homens com a fidelidade de Deus. As promessas de Deus permanecem fiéis a despeito de toda infidelidade dos homens. O livro de Apocalipse foi escrito num pano de fundo de perseguição, numa situação em que as virtudes do mártir são as virtudes supremas do cristão, uma situação em que a maior virtude é a lealdade inflexível a Jesus Cristo. Portanto, fidelidade descreve o servo bom do Evangelho, da Igreja e de Jesus.

3.3. Perseverança
A terceira qualidade é a perseverança "Como guardaste a palavra da minha paciência..." (Ap 3.10), do grego "hupomone", normalmente traduzida por "paciência" ou "perseverança". É uma palavra comumente usada em conexão com "tribulação". A tribulação produz perseverança (Rm 5 3), é usada cm conexão com a ‘esperança’ (Rm 15.4), e está vinculada com “alegria” (Cl 1.11). Com isso, ser perseverante como os cristãos de Filadélfia é ter um espirito que suporta as coisas, não somente com resignação, mas com a esperança fulgurante, é ter o espirito que suporta as coisas porque sabe que estas coisas lhe estão levando para um alvo de glória, É a perseverança que espera radiantemente a aurora.

CONCLUSÃO
Assim como a igreja de Filadélfia era irrepreensível, fiel e perseverante, que possamos ter estas qualidades diante das aflições e perseguições, guardando aquilo que temos de mais precioso, a nossa salvação.

Questionário 

1. Em qual parábola o amor de Deus e ao próximo (fraternal) é reafirmado no Novo Testamento como resumo de toda Lei?

2. Quem é a própria verdade?

3. O que o texto de Isaías 22.22 ressalta?

4. O que Paulo nos exorta em Tito 2.10?

5. O que produz perseverança?

Fonte: Revista Betel    https://marcosandreclubdateologia.blogspot.com/