ESCOLA DOMINICAL CENTRAL GOSPEL - Lição 9



O Respeito pela Propriedade Alheia
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Lições Bíblicas nº 62

TEXTO BÍBLICO BÁSICO

Êxodo 22.1-4, 6-9
1 - Se alguém furtar boi ou ovelha, e o degolar ou vender, por um boi pagará cinco bois, e pela ovelha quatro ovelhas.
2 - Se o ladrão for achado roubando, e for ferido, e morrer, o que o feriu não será culpado do sangue.
3 - Se o sol houver saído sobre ele, o agressor será culpado do sangue; o ladrão fará restituição total; e se não tiver com que pagar, será vendido por seu furto.
4 - Se o furto for achado vivo na sua mão, seja boi, ou jumento, ou ovelha, pagará o dobro.
6 - Se irromper um fogo, e pegar nos espinhos, e queimar a meda de trigo, ou a seara, ou o campo, aquele que acendeu o fogo totalmente pagará o queimado.
7 - Se alguém der ao seu próximo dinheiro, ou bens, a guardar, e isso for furtado da casa daquele homem, o ladrão, se for achado, pagará o dobro.
8 - Se o ladrão não for achado, então o dono da casa será levado diante dos juízes, a ver se não pôs a sua mão nos bens do seu próximo.
9 - Sobre todo o negócio fraudulento, sobre boi, sobre jumento, sobre gado miúdo, sobre roupa, sobre toda a coisa perdida, de que alguém disser que é sua, a causa de ambos será levada perante os juízes; aquele a quem condenarem os juízes pagará em dobro ao seu próximo.

TEXTO ÁUREO
"Não furtarás.", Êxodo 20.15

COMENTÁRIO

Palavra introdutória
As leis de Deus relativas à propriedade são minuciosas, e envolvem terras, animais, roupas, utilitários domésticos, filhos e esposas.
Os pecados contra a propriedade preveem restituições com multas e até castigos severos.

1. DIREITOS DE PROPRIEDADE NO ANTIGO TESTAMENTO
1.1. A dignidade em possuir
Parte-se sempre do pressuposto de que os bens adquiridos são frutos de trabalho, resultado de heranças ou presentes de alguém. O homem tem direito de desfrutar daquilo que lhe pertence e, quando é roubado, sua dignidade é ferida, sobretudo quando a propriedade é fruto de anos de trabalho árduo. A Bíblia garante que gozar do resultado do trabalho é uma dádiva divina (Ec 5.19).

1.2. O direito à propriedade
A lei que assegura o direito à propriedade é bem explícita em Êxodo 22.1-5. Ela fala do animal (v. 1-5), da plantação (v. 6), do roubo sobre objetos de valor, penhorados (v. 7,8) e de objetos emprestados que foram danificados (v. 14,15). Na propriedade, é assegurado o direito absoluto de posse, sendo estabelecido que cada indivíduo trabalhe para conseguir sua possessão de maneira honesta.

1.3. O rebanho dos amalequitas fica com Saul
Saul perdeu a oportunidade única na história de exterminar completamente os amalequitas, antes, preservou o seu rei, Agague, e o seu rebanho (1 Sm 15.9) os amalequitas, foram, talvez, os piores inimigos dos hebreus em toda a história, e eram um povo muito cruel. Amaleque foi um obstáculo no caminho para Canaã (Êx 17.8).
Tanto o rei Saul como o povo de Deus tiraram proveito dos bens dos Amalequitas. O povo se justificou dizendo que aquele gado era para ser ofertado ao Senhor em Gilgal (v. 21). Por conta desse ato, o Senhor se mostrou arrependido de haver posto Saul como rei sobre a nação (v. 10,11).

1.4. O roubo de Raquel, de Mica e de Acã
Raquel roubou os ídolos do seu pai (Gn 31.19). Mica roubou mil e cem moedas de prata de sua mãe (Jz 17.1,2). Quando os hebreus atacavam a cidade de Ai, Acã roubou uma capa babilônica. Como resultado ele e sua família foram mortos (Js 7.19-26).

1.5. O roubo dos comerciantes
Os comerciantes são advertidos por Deus porque não usavam medida correta em suas balanças (Dt 25.12-16; Lv 19.35-37). Balança enganosa é abominação para o Senhor, mas o peso justo é o seu prazer, como está registrado em Provérbios 11.1.

1.6. O sequestro
Pessoas eram roubadas para servirem de escravas: E quem furtar algum homem e o vender, ou for achado na suja mão, certamente morrerá (Êx 21.16). Os irmãos de José o sequestraram, vendendo-o, em seguida (Gn 37.26-28).

1.7. O roubo dos poderosos
Para alargar a área do seu palácio, o rei Acabe se propôs a comprar o terreno vizinho, por preço vantajoso. Era a vinha de Nabote, mas este se recusou a vender porque era uma propriedade de família, de onde ele tirava o seu sustento (1 Rs 21.4). Vendo que não conseguia obter as terras de Nabote , Jesabel, esposa do rei, achou um jeito mais fácil de resolver o problema: mandou matar Nabote, sob a acusação de  blasfêmia contra Deus e contra o rei, e se apoderou da vinha (1 Rs 21.1-29). Sabendo disso, o profeta Elias vaticinou a morte de Acabe (1 Rs 21.17-20).

1.8. O protesto dos profetas
O profeta Jeremias condena aquele que se vale do serviço alheio sem pagar as pessoas o valor que lhes é devido (Jr 22.13).
Os profetas de Israel protestaram contra os ricos que oprimiam os pobres, e contra toda forma de cobiça e aquisição injusta (Am 5.12; Mq 2.1,2).
O profeta Malaquias admite a possibilidade de o homem roubar o próprio Deus (Ml 3.8).

2. FURTOS NO NOVO TESTAMENTO
Não há muitos casos de furtos relatado no Novo Testamento, mas as poucas amostras que temos demonstram o mesmo tom de reprovação divina aos que o praticam.

2.1. A figura do ladrão nos discursos de Jesus
Jesus foi crucificado entre dois ladrões, embora não merecesse estar ali (Mt 27.38). Durante o Seu ministério o Mestre fez várias referências aos ladrões e salteadores, como, por exemplo, ao falar dos que não entram pela porta do aprisco (Jo 10.1). Ele ressaltou o perigo de uma casa ser roubada caso o pai de família não se previna, trancando a casa para que não seja assaltada (Lc 12.39).
Em outro contexto, Pedro diz que o dia do Senhor virá  como ladrão (2 Pe 3.10). Jesus usou o termo ladrão para mostrar que Ele era o seu oposto (Jo 10.10). Em Apocalipse (16.15), referindo-se novamente à Sua vinda, o Senhor diz: Eis que venho como ladrão. A propensão para o furto é algo que nasce dentro do coração do homem, do mesmo modo que nascem outros pecados, como a prostituição, o homicídio, a blasfêmia e outros (Mc 7.21,22).

2.2. A figura do ladrão nas histórias do Novo Testamento
Em um jantar em Betânia, enquanto o Senhor é adorado por uma mulher que quebra um vaso de alabastro, e derrama unguento de nardo puro sobre os Seus pés - um produto caro -, Judas, hipocritamente, reclama dizendo que aquele valor poderia ser revertido em favor dos pobres. Judas era o tesoureiro do colégio apostólico e, enquanto fazia sua reivindicação de solidariedade aos pobres, roubava o dinheiro que era colocado na bolsa (Jo 12.6). Judas afundou-se na sua ganância, a ponto de vender Jesus por 30 moedas de prata. O seu fim foi o suicídio (Mt 27.5).

3. QUESTÕES RELACIONADAS AO NOSSO TEMPO

3.1. A sonegação de impostos
A sociedade brasileira vem sofrendo a anos com a corrupção praticada por autoridades políticas, o que é, sem dúvida, uma vergonha nacional. Pena que falte a uma grande parte do povo a integridade moral suficiente para protestar à altura, uma vez que há uma imensidão de brasileiros que sonegam impostos devidos ao governo. Muitos argumentam que o governo exige muito e oferece pouco. Por mais verdadeiro que seja esse argumento, como crentes em Jesus, temos o dever de cumprir com a orientação dada por Ele (Lc 20.25). Sonegar é roubar o governo.

3.2. A avareza
Avareza é o apego excessivo ao dinheiro, que por tudo responde (Ec 10.19). De fato, precisamos de dinheiro para quase tudo nesta vida. Nada é de graça. No entanto, há formas honestas e desonestas de se adquirir dinheiro. Comida, bebida e alegria acompanham o homem que trabalha (Ec 8.15).
De acordo com os ensinos de Jesus, mais do que evitar o roubo, é preciso ter um coração doador (Mt 5.42). Ele ainda disse: Porque onde estiver o vosso tesouro, ali estará também o vosso coração (Lc 12.34). João Batista, por sua vez, orientou seus discípulos a que não fossem gananciosos (Lc 14.14). Já o apóstolo Paulo disse que o amor ao dinheiro é a raiz de toda espécie de males (1 Tm 6.10). Em resumo, a avareza é idolatria (Cl 3.5); logo, fere o segundo mandamento.

CONCLUSÃO
A quebra do oitavo mandamento - não furtarás - é uma possibilidade que está muito próxima de qualquer um de nós.
Trata-se de um pecado que de perto nos rodeia (Hb 12.1).
Jesus disse que quem é fiel no mínimo também o é no muito (Lc 16.10). Do roubo a mão armada a um troco a mais não devolvido, a ganância pelo acúmulo de dinheiro desonesto a um pequeno empréstimo não devolvido, do trabalho excessivo pela ganância de querer sempre mais à preguiça do  que quer comer sem trabalhar, tudo se enquadra na transgressão inibida pelo oitavo mandamento.
ATIVIDADE PARA FIXAÇÃO

 R.: Preservou o seu rei, Agague, e o seu rebanho, com a desculpa de que este serviria de oferta.

Fonte: Revista Lições da Palavra de Deus n° 62

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