A Igreja Perseguida no Sri Lanka


49ª posição na Classificação de países por perseguição
 
A IgrejaA perseguiçãoMotivos de oração
 
O Sri Lanka, antigo Ceilão, é uma ilha localizada a cerca de 30 quilômetros da costa da Índia. Montanhas dominam a região centro-sul, e algumas delas fazem parte de roteiros de romarias e peregrinações cumpridas por adeptos de várias religiões. Planícies se estendem da região montanhosa até a faixa costeira ao norte do país. Grande parte da ilha é coberta por florestas tropicais.

População 

O povo cingalês está bastante dividido em etnias. A maioria da população (74%) é da etnia cingalesa, que chegou à região no século VI a.C.. Os demais grupos são etnias minoritárias: 18% de tâmis; 7% de "mouriscos do Ceilão" (descendentes de mercadores árabes); 1% de burgher (descendentes de colonos holandeses e portugueses); maleses (originários da Malásia) e veddas (aborígines).

Cada uma dessas etnias tem uma língua própria.

Mais de 90% da população é alfabetizada, e o desemprego é pequeno. Cerca de 800 mil cingaleses trabalham no exterior, 90% deles no Oriente Médio.

Pode-se dizer que o Sri Lanka é uma nação predominantemente budista. O budismo não é a religião oficial, mas é bastante estimado pelo governo.

História

Após quase 500 anos sob domínio de portugueses, holandeses e ingleses, o Sri Lanka ganhou sua independência e tornou-se uma democracia parlamentarista em 1948.

Na década de 1950, tentativas de impor a cultura da etnia cingalesa às demais resultaram em conflitos étnicos. Um deles, existente até hoje, é de rebeldes da etnia tâmil que querem criar um Estado independente no nordeste do país. Esses rebeldes estão organizados no grupo Tigres de Libertação do Tâmil Eelam, considerado uma organização terrorista.

Depois de duas décadas de luta, em fevereiro de 2002, o governo e o movimento Tigres Tâmil formalizaram um cessar-fogo. Mas a violência ressurgiu em 2006. Até os dias de hoje, a população do Sri Lanka sofre com ataques terroristas dos Tigres e com os contra-ataques do governo.

Tsunami

No final de dezembro de 2004, o tsunami matou 31 mil pessoas, deixando mais de 6.300 desaparecidos e 443 mil desabrigados. O desastre afetou também a pequena economia do país. Os gastos do governo com a reconstrução do país diminuíram o crescimento econômico da nação.


A Igrejavoltar ao topo

Diz a tradição que Tomé, o apóstolo, foi o primeiro a evangelizar a ilha. Relatos de visitantes, feitos anteriormente ao século VI, reportam a existência de inúmeras igrejas e convertidos.

Com a chegada dos portugueses, em 1505, houve a introdução do catolicismo no país. Já no século XVII, os holandeses introduziram o cristianismo reformado e, no século XIX, os britânicos trouxeram o anglicanismo.

Atualmente, os católicos são o maior bloco cristão, correspondendo a 90%. As novas igrejas independentes do Sri Lanka (não associadas às denominações existentes) são frequentadas por 1,3% dos habitantes do país. Essas novas igrejas são formadas principalmente por ex-budistas e ex-hindus.


A perseguiçãovoltar ao topo

O crescimento da Igreja tem suscitado reações das comunidades budistas e hindus. Para conter sua expansão, foram introduzidas leis que fazem das conversões um crime punido por lei.

Em consequência, a propaganda anticristã tem aumentado substancialmente na mídia, acompanhada de acusações contra igrejas, exigências de restrições mais severas e, em casos mais extremos, do incêndio criminoso de templos cristãos. Eles são realizados por extremistas budistas, inspirados por relatos de conversões forçadas de budistas ao cristianismo.

Desde 2004 circula uma proposta de lei "anticonversão" criada pelo partido Jathika Hela Urumaya (JHU). Tal lei tornaria crime conversões realizadas de maneira antiética. A lei já foi revisada duas vezes e foi enviada ao Parlamento para nova aprovação.

Em fevereiro de 2008, o pastor protestante Neil Samson, 37 anos, foi assassinado em Ampara. Ele foi baleado por dois homens que estavam em uma motocicleta. Sua esposa, Shiromi, de 31 anos, estava presente e ficou seriamente ferida. O pastor recebeu um tiro no tórax, e sua esposa, no estômago. Seu filho, que também presenciou a situação, entrou em estado de choque.

Para o prelado anglicano, é provável que a morte esteja relacionada com as tensões sectárias que aumentaram em Ampara, assim como pelo trabalho missionário do casal. O pastor Neil trabalhava há anos na Fundação de Igrejas Domésticas e sofria acusações de estar "converter pessoas". Ele já havia sido vítima de um atentado em sua própria casa, em novembro de 2007.

De acordo com uma circular de notícias da Christian Solidarity Worldwide, mais de mil líderes de igrejas no Sri Lanka estiveram no funeral do pastor Neil. A polícia prendeu quatro pessoas suspeitas de envolvimento com o assassinato. Dois desses presos são membros do grupo Guardas de Casa, estabelecido pelo governo para ajudar a polícia e o Exército em questões de segurança e outros deveres.


Motivos de oraçãovoltar ao topo

1. O crescimento da Igreja causa reações e testa os limites das oportunidades que o cristianismo possui no país. Ore para que a Igreja no Sri Lanka trabalhe de forma eficaz e eficiente, compartilhando o evangelho com ousadia.

2. A Igreja sofre com o nominalismo. Quando foi inicialmente implantada, ela, de maneira geral, adotou os moldes ocidentais e falhou completamente em se contextualizar na cultura do Sri Lanka. Como resultado, a evangelização foi ineficaz e a Igreja sofreu perdas para o budismo. Ore para que as igrejas contextualizem o Evangelho e voltem a valorizar a santidade e a teologia bíblica.

3. Algumas vezes, os conflitos étnicos são levados para dentro da Igreja. Os cristãos tratam-se como inimigos e não como irmãos. Ore para que o Corpo de Cristo no Sri Lanka tenha uma só mente e coração. Peça a Deus para reconciliar e unir os pastores e líderes de diferentes etnias.

4. A bula anticonversão, se aprovada, aumentará a pressão sobre a Igreja. Ore contra a aprovação dessa lei. Que os líderes da nação tenham o temor do Senhor e procurem o bem da Igreja.


Fontes

2008 Report on International Religious Freedom