'NÃO AMEIS O MUNDO'



'Não ameis o mundo nem as coisas que há no mundo. Se alguém amar o mundo, o amor do Pai não está nele (I João 2:15)'.

A finalidade deste estudo é o combate ao mundanismo. 
Ou a Igreja acaba com o mundanismo, ou o mundanismo acabará com a Igreja. 
O título, tomado da exortação do Apóstolo João, sugere a  essência do mundanismo, que é o amor ao mundo.

- O problema do mundanismo:


1 João 2:12-17

12   Filhinhos, eu vos escrevo, porque os vossos pecados são perdoados, por causa do seu nome.

13   Pais, eu vos escrevo, porque conheceis aquele que existe desde o princípio. Jovens, eu vos escrevo, porque tendes vencido o Maligno.

14   Filhinhos, eu vos escrevi, porque conheceis o Pai. Pais, eu vos escrevi, porque conheceis aquele que existe desde o princípio. Jovens, eu vos escrevi, porque sois fortes, e a palavra de Deus permanece em vós, e tendes vencido o Maligno.
15   Não ameis o mundo nem as coisas que há no mundo. Se alguém amar o mundo, o amor do Pai não está nele;
16   porque tudo que há no mundo, a concupiscência da carne, a concupiscência dos olhos e a soberba da vida, não procede do Pai, mas procede do mundo.
17   Ora, o mundo passa, bem como a sua concupiscência; aquele, porém, que faz a vontade de Deus permanece eternamente.

A essência do mundanismo é o amor ao mundo, daí a exortação do Apóstolo João. Mundo tem o sentido de 'a sociedade humana separada de Cristo e oposta a Deus, porquanto tem em vista aquelas paixões subalternas, terrenas, que são incompatíveis com o amor do Pai' (O Novo Comentário da Bíblia, vol. 3 pag. 1432 b). Todo o conjunto de concupiscências, de vícios, de imoralidades, de paixões, dessa sociedade sem o temor de Deus, está incluído no sentido de mundo.

As manifestações principais do amor que alguns cristãos estavam demonstrando para com o mundo, eram duas:
1) A soberba da vida (orgulho);
2) a concupiscência da carne (desejo pecaminoso).

- Manifestações do mundanismo: 

1. Provérbios 23
29   Para quem são os ais? Para quem, os pesares? Para quem, as rixas? Para quem, as queixas? Para quem, as feridas sem causa? E para quem, os olhos vermelhos?
30   Para os que se demoram em beber vinho, para os que andam buscando bebida misturada.
31   Não olhes para o vinho, quando se mostra vermelho, quando resplandece no copo e se escoa suavemente.
32   Pois ao cabo morderá como a cobra e picará como o basilisco.
33   Os teus olhos verão coisas esquisitas, e o teu coração falará perversidades.
34   Serás como o que se deita no meio do mar e como o que se deita no alto do mastro
35   e dirás: Espancaram-me, e não me doeu; bateram-me, e não o senti; quando despertarei? Então, tornarei a beber.

Aqui se focaliza, especialmente, o problema do alcool. É de estarrecer que haja tantos cristãos e até lideres religiosos, eclesiásticos, denominacionais (obreiros, pastores, padres, bispos, apóstolos, etc.) que ainda procuram fazer malabarismo mental para justificar o uso da cerveja, da champanhe, do vinho, do uisque, do conhaque e sabe-se lá o que mais. Esse é o amor ao mundo.

A Bíblia combate frontalmente o alcoolismo, como demonstra o texto. O versículo 19 de Provérbios 23, pinta a triste figura do que demora junto do vinho, isto é, do que se habituou a beber. Vai sofrer sem necessidade, e vai fazer outros sofrerem. E qual o meio do cristão manifestar seu repúdio a esse demônio da bebida, que vem infelicitando a humanidade? É beber pouco? Nunca! É odiá-lo de tal modo que nem olhe para ele (Pv 23:31).

2) Romanos 13
12   Vai alta a noite, e vem chegando o dia. Deixemos, pois, as obras das trevas e revistamo-nos das armas da luz.
13   Andemos dignamente, como em pleno dia, não em orgias e bebedices, não em impudicícias e dissoluções, não em contendas e ciúmes;
14   mas revesti-vos do Senhor Jesus Cristo e nada disponhais para a carne no tocante às suas concupiscência

Nessa passagem o Apóstolo Paulo exorta os cristãos a andar como filhos da luz, e aponta alguns costumes que precisam ser abolidos:
1) O da gulodice (comer além do necessário, por mero prazer);
2) O da bebida (Rm 13:9);
3) As desonestidades;
4) As dissoluções (o sensualismo) são outro grande espectro para os servos de Cristo. Só quem está revestido das armas da luz (Rm 13:12) e do Senhor Jesus Cristo (Rm 13:14), poderá vencê-lo;
5) Contendas; e
6) Inveja.

- A questão da consciência no problema do mundanismo: Romanos 14
13   Não nos julguemos mais uns aos outros; pelo contrário, tomai o propósito de não pordes tropeço ou escândalo ao vosso irmão.
14   Eu sei e estou persuadido, no Senhor Jesus, de que nenhuma coisa é de si mesma impura, salvo para aquele que assim a considera; para esse é impura.
15   Se, por causa de comida, o teu irmão se entristece, já não andas segundo o amor fraternal. Por causa da tua comida, não faças perecer aquele a favor de quem Cristo morreu.
16   Não seja, pois, vituperado o vosso bem.
17   Porque o reino de Deus não é comida nem bebida, mas justiça, e paz, e alegria no Espírito Santo.
18   Aquele que deste modo serve a Cristo é agradável a Deus e aprovado pelos homens.
19   Assim, pois, seguimos as coisas da paz e também as da edificação de uns para com os outros.
20   Não destruas a obra de Deus por causa da comida. Todas as coisas, na verdade, são limpas, mas é mau para o homem o comer com escândalo.
21   É bom não comer carne, nem beber vinho, nem fazer qualquer outra coisa com que teu irmão venha a tropeçar [ou se ofender ou se enfraquecer].

Muitos, que ainda amam o mundo, tentam justificar suas atitudes mundanas alegando a liberdade de consciência. 
Outros, com tendências farisáicas, comprazem-se em julgar as intenções dos irmãos. 
São dois extremos que serão evitados se seguirmos a orientação do Apóstolo Paulo:
1) Evitemos o julgamento. Não podemos nos classificar, como os cristãos romanos faziam, em fracos e fortes, esclarecidos e ignorantes, carnais e espirituais (Rm 14:13).
2) Não escandalizemos os irmãos (Rm 14:13). Ainda que para alguém determinada prática pareça inocente, não tem ele direito de conduzir-se como se vivesse sozinho no mundo. Deve lembrar-se de que, se para seus iguais sua prática é julgada um mal, e causa-lhe aflição, e pode escandalizá-los, seu dever é deixar essa prática, levado pelo amor (Rm 14:21). É  bom observarmos que o Apóstolo Paulo não declarou que todas as coisas são moralmente puras, mas sim, cerimonialmente puras. Ensinou que tinha desaparecido toda a distinção ritual entre o puro e o imundo. O texto não autoriza, portanto, a participação das coisas duvidosas, pelo cristão.

- O grande apelo contra o mundanismo: I Co 6
19   Acaso, não sabeis que o vosso corpo é santuário do Espírito Santo, que está em vós, o qual tendes da parte de Deus, e que não sois de vós mesmos?
20   Porque fostes comprados por preço. Agora, pois, glorificai a Deus no vosso corpo.

O apelo é para glorificarmos a Deus no nosso corpo, porque este é o templo do Espírito Santo.
Glorificarmos a Deus em nossos membros, bebendo, jogando, fazendo parte da tresloucada multidão a gritar num show? Participando de uma balada? Vendo filmes de tolo humorismo e de enredos imorais, no cinema ou na televisão? Unindo-nos às meretrizes? Praticando a dissolução?

Finalização:

-O mundanismo não está na natureza das coisas do mundo físico, mas no uso que delas as pessoas fazem. Por exemplo, a energia atômica e nuclear, o álcool, o éter, o fumo, a música, o sexo, etc., não são em si nem mal nem bem. A pessoa, ao escolher o uso, é quem determina o bem ou o mal. Quanto ao cristão, pratica o mal, quando escolher sem ser conforme a Vontade de Deus.

-Os cristãos devem, afastar-se do mundo: da desonestidade, maledicência, inveja, mentira, ira, orgulho, namoros íntimos, trajes provocantes, ajuntamento suspeitos, frequência a lugares duvidosos, uso de literatura e música de fundo erótico. Tudo isso precisa ser evitado pelos cristãos, se é que realmente querem vencer por Cristo.

-É de se esperar que a consciência do cristão, purificada por Cristo, decida abandonar tudo quanto é duvidoso, tudo quanto é enganoso, tudo quanto é suspeito,  tudo quanto escandaliza, tudo quanto não contribui, claramente, para a edificação da Igreja, ao invés de usar a sua liberdade para dar lugar à carne.

'Não ameis o mundo nem as coisas que há no mundo. Se alguém amar o mundo, o amor do Pai não está nele; porque tudo que há no mundo, a concupiscência da carne, a concupiscência dos olhos e a soberba da vida, não procede do Pai, mas procede do mundo (I João 2:15,16)' Esses versículos lembram-nos outro: 'Quem está em Cristo nova criatura é. As coisas velhas já passaram, eis que tudo se fêz novo (II Co 5:17)'. A prova de que a pessoa é nova criatura, de que o amor do Pai está nele, é a sua não participação das coisas do mundo.



Que Deus continue nos ajudando e nos abençoando!

Gratidão, Honra, Glória, Louvor e Adoração. somente ao Nosso Único, Verdadeiro e Eterno Deus, pelos séculos dos séculos, sem fim! Aleluia!

Que a Graça e a Paz do Senhor e Salvador Jesus Cristo; que o Grande, Eterno, Infinito e Sublime Amor de Deus; e que as Consolações, o Conforto, a Comunhão e o Poder do Espírito Santo, sejam com todo o povo de Deus, hoje, sempre, eternamente! Amém!

'Graça, Paz, Misericórdia e o Amor de Deus'  fonte