ESCOLA DOMINICAL - Conteúdo da Lição 1 - Revista da Editora Betel


Os milagres do Novo Testamento

5 de julho de 2015

Texto Áureo
“E, se Cristo não ressuscitou, logo é vã a nossa pregação, e também é vã a vossa fé.” 1Co 15.14

Verdade Aplicada
A obra redentora de Cristo repousa sobre Sua ressurreição, pois se Cristo não ressuscitasse, o cristianismo seria como qualquer outra religião.

Textos de Referência.


Efésios 2.1-3, 6
1 E vos vivificou, estando vós mortos em ofensas e pecados,
2 Em que, noutro tempo, andastes segundo o curso deste mundo, segundo o príncipe das potestades do ar, do espírito que agora opera nos filhos da desobediência;
3 Entre os quais todos nós também antes andávamos nos desejos da nossa carne, fazendo a vontade da carne e dos pensamentos; e éramos por natureza filhos da ira, como os outros também.
6 E nos ressuscitou juntamente com ele e nos fez assentar nos lugares celestiais, em Cristo Jesus;

INTRODUÇÃO
Uma nova dispensação para a humanidade é inaugurada em Jesus. Sem Ele nada do que foi feito se fez (Jo 1.3). Sua ressurreição redime o pecador, traz esperança e cura toda sorte de males através de Sua graça infinita.

1. O significado dos milagres de Jesus.
Deus é a fonte de todos os milagres. No Novo Testamento, essa fonte encarna na pessoa de Jesus Cristo e, a partir de sua chegada a este mundo, todas as coisas passam a ter um novo sentido, inclusive, a experiência sobrenatural, onde milagres são acontecimentos cotidianos na vida daqueles que o servem.

1.1. O poder milagroso da pregação de Jesus.
Embora a pessoa de Jesus Cristo seja muito maior que Seus feitos, Seu milagroso agir jamais poderá ser desvinculado de Seus ministério porque Seus milagres são a confirmação e a definição de Sua pregação (Mt 9.32; 12.22). Os milagres realizados por Jesus inauguram o tempo escatológico que os profetas anunciaram (Lc 12.20). Eles são a manifestação do Reino de Deus que está chegando, revelando o “novo” dentro do mundo antigo. Se desconsiderarmos os milagres onde predominam as curas e a libertação, mutilaremos a proclamação de Sua Palavra.

1.2. Os milagres anunciam a chegada do reino de Deus.
Os milagres realizados por Jesus trazem o Reino futuro de Deus para o presente (Mc 1.14, 15). Pouco a pouco, Jesus vai inserindo no contexto humano a manifestação do reino que veio nos anunciar (Lc 19.10). Duas coisas se tornam muito evidentes através de Seus feitos milagrosos: a destruição do reino de Satanás (Mt 8.29; Lc 4.41; 12.20); e a implantação do poder salvador de Deus (Jo 1.12; 3.16; Ef 2.8, 9; 1Tm 1.15). Os evangelhos sinóticos (Mateus, Marcos, e Lucas) usam o termo “dynamis” para a designação dos milagres operados por Jesus. Esse termo não ressalta o caráter milagroso das obras realizadas, mas o poder que nelas se manifesta. O poder de um Deus cujo nome Jesus está falando e agindo, não para despertar a atenção ou promover-se, mas para ser compreendido como veículo pelo qual Deus traz salvação à humanidade.

1.3. Os milagres de Jesus ilustram a realidade do Reino.
Na pessoa de Jesus Cristo, o próprio Reino de Deus exerce uma função criteriosa que distingue um milagre divino de outros acontecimentos, dos quais podemos negar a existência. Todavia, estes acontecimentos jamais poderão recuperar o homem para Deus. A presença do reino é real em nosso mundo, não é algo indescritível nem uma vaga esperança utópica (Lc 17.20, 21). O Reino de Deus é uma realidade documentada onde a doença é superada, o sofrimento amenizado, o pecado e a morte são vencidos e o homem é liberto dos poderes maléficos que aprisionam sua alma.

2. A multiforme sabedoria de Deus.
Deus nunca teve a intenção de impressionar os homens com Seu poder. Sua vontade será sempre conquistar o homem através do amor, por esta razão estendeu Sua graça sobre toda a humanidade para que através dela, o homem possa se voltar para Ele em gratidão (Rm 11.32; Ef 2.8,9).

2.1. Os efeitos milagrosos da graça.
Milagres não são unicamente os que rompem com as leis da natureza. Eles podem ser vistos de várias formas como, por exemplo: o perdão dos pecados (Mc 2.5; Lc 7.48); a pregação do evangelho aos necessitados (Mt 11.5; Lc 4.18; 7.22); a transformação de uma vida (Lc 19.1-5); a libertação do poder das riquezas e da ansiosa solicitude pela vida (Mt 6.24; Lc 12.22). Os milagres realizados por Jesus jamais ocorreram dissociados de Sua Palavra. Através dela, Jesus perdoa os pecados e cura o paralítico (Mc 2.1); os demônios são expelidos (Mc 5.8; 9.25); Ele convoca Seus seguidores (Mc 1.16). Assim, podemos concluir que seus atos poderosos são efeitos da exousia de Sua Palavra (Mc 1.21-27), da Sua flagrante autoridade doutrinária (Mt 7.28) e do anúncio da chegada do Reino de Deus (Lc 11.20).

2.2 A relação entre a fé e o milagre.
Existe uma relação muito estreita entre a fé e o milagre. Na verdade, a fé jamais foi premissa para que Jesus operasse um milagre. Todavia, mesmo não sendo premissa, a fé tanto pode gerar o milagre quanto o milagre gerar a fé. Quando o homem entende o agir milagroso de Jesus, o resultado é a valorização das coisas da vida e uma gratidão que se constituirá em um chamado para a fé (Ef 2.8, 9; Tt 2.11; 3.3-7).

2.3. O alcance dos atos milagrosos.
Os milagres realizados por Jesus Cristo não se restringem apenas a esfera espiritual. A “dynamis” divina opera com efeitos transformadores tanto na esfera do corpo quanto na sociedade. Temos o claro exemplo dos leprosos que, após a cura, voltam a ser reintegrados à sociedade da qual foram afastados (Lc 17.17-19). Na ressurreição do filho da viúva de Naim não é citada a compaixão de Jesus para com o morto, mas sim para com a viúva (Lc 7.11-15). Do mesmo modo que o pecado prejudica e destrói a comunhão entre os seres humanos, a doença, a possessão e a morte completam este ciclo de destruição. Em Seus atos milagrosos. Jesus sempre expressa os propósitos da salvação tanto em relação ao indivíduo quanto em relação à sociedade e ao mundo (Mc 2.9-12; Lc 19.10).

3. Ressurreição, o pilar da fé cristã.
A realidade e historicidade da ressurreição são os pilares mais importantes do Cristianismo. Tudo o que somos e cremos está firmado nela (1Co 15.14).

3.1. A realidade da ressurreição.
O pecado exigia um alto preço: a morte. No entanto, qual seria o homem que cumpriria a exigência divina, visto que o mesmo possui natureza pecaminosa? A missão de Cristo só foi completada após Sua ressurreição. Morrer resolveria apenas a questão da justiça. Todavia, continuaríamos subjugados pelo poder do pecado e da morte (1Co 15.22). Era necessário que Ele vencesse a morte e nos desse a possibilidade de vencer juntamente com Ele (Fp 2.8; Cl 2.13-15).

3.2. O grande milagre da cruz.
O grande milagre da cruz fez recair sobre nós a graça, que nos permite resistir e vencer esses poderes, dando-nos capacidade para viver em obediência a Deus e em liberdade num mundo da morte. Somente sob a cruz de Jesus Cristo pode ser experimentado também o poder de Sua ressurreição (2Co 4.6-12; Fp 3.9, 10). É por esse motivo que a graça, favor imerecido, nos basta (2Co 12.7). Milagre é o poder da graça que, embora não satisfaça sempre os desejos subjetivos, fornece a energia para resistir à morte, à lei e ao pecado.

3.3. O poderoso efeito da ressurreição.
A mensagem dos apóstolos estava alicerçada única e exclusivamente na ressurreição de Cristo (1Co 15.13; Fp 3.9, 10). Mesmo sofrendo perseguição, eles afirmavam que jesus era a esperança da humanidade. Propagando a fé, tudo o que esses homens esperavam era o desprezo, as prisões, os tormentos e a morte. No entanto, com uma fé heroica, esses homens suportaram firmes todas estas misérias. É magnífico perceber que eles viram coisas espetaculares porque jamais retrocederam. Eles foram expostos a mortes miseráveis, contudo, os sobreviventes prosseguiram com maior vigor e determinação.

CONCLUSÃO
O poder de Deus está a disposição de todos nós (Jo 14.12). Milagres não são coisas do passado. Eles são e sempre serão uma realidade na vida de todo aquele que crê. Um dos propósitos mais importantes pelo qual Deus nos ungiu foi para nos tornar testemunhas do seu poder (At 1.8; Mc 16.17).
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