ESCOLA DOMINICAL - Conteúdo da Lição 11 - Revista da CPAD - JOVENS



A Superexposição Midiática da Igreja
13 de Setembro de 2015

TEXTO DO DIA
“E, perseverando unânimes todos os dias no templo e partindo o pão em casa, comiam juntos com alegria e singeleza de coração, louvando a Deus e caindo na graça de todo o povo"” (At 2.46,47a).

SÍNTESE
A ordem de Jesus Cristo de pregar o evangelho a todas as pessoas pode ser obedecida com a utilização, sábia e prudente, dos meios de comunicação.

TEXTO BÍBLICO

1 Tessalonicenses 1.6-10.
6 — E vós fostes feitos nossos imitadores e do Senhor, recebendo a palavra em muita tribulação, com gozo do Espírito Santo,
7 — de maneira que fostes exemplo para todos os fiéis na Macedônia e Acaia.
8 — Porque por vós soou a palavra do Senhor, não somente na Macedônia e Acaia, mas também em todos os lugares a vossa fé para com Deus se espalhou, de tal maneira que já dela não temos necessidade de falar coisa alguma;
9 — porque eles mesmos anunciam de nós qual a entrada que tivemos para convosco, e como dos ídolos vos convertestes a Deus, para servir ao Deus vivo e verdadeiro,
10 — e esperar dos céus a seu Filho, a quem ressuscitou dos mortos, a saber, Jesus, que nos livra da ira futura.

INTRODUÇÃO
Neste domingo estudaremos acerca da exposição midiática da Igreja. Desde os tempos de Constantino, em nenhum outro tempo a Igreja foi tão amplamente exposta. Milagres, ou algo parecido, dividem o horário nobre da TV aberta com novelas e outras programações. Até quando a “espetacularização da fé” auxilia o verdadeiro Evangelho?
Como buscar formas alternativas de evangelização sem parecer que estamos envolvidos na mesma competição religiosa por “almas”? Eis o nosso desafio.

I. A REPUTAÇÃO DE CRISTO E DA IGREJA DO PRIMEIRO SÉCULO

1. João Batista e Jesus Cristo.
A postura de João Batista em relação a Jesus, e a do último a respeito do primeiro, demonstram nitidamente o que significa saber conviver com a “fama” e com o “declínio” desta (Jo 1.26,27,29-34; 3.22-30; Lc 7.28).
Na realidade, a fama de ambos não era algo que eles buscassem, pois ela veio em função do ministério de cada um (Mt 3.4-6; Lc 4.14; 7,17). Quanto ao que vulgarmente poderíamos classificar como declínio, na verdade é o cumprimento da vocação soberana de Deus para ambos (Mt 16.21-23; Jo 3.28,30). Acabando-se o tempo de trabalho de cada um, inicia-se um novo ciclo e, com ele, vem a saída de um sendo a oportunidade estendida a outro.

2. Os pilares da notoriedade da igreja que nasceu no Cenáculo.
A Palavra de Deus revela-nos que a igreja nascida no cenáculo, após ter sido revestida de poder (At 1.8; 2.1-13), e ter um crescimento inicial que saltou dos “quase 120” para os quase três mil, perseverava “na doutrina dos apóstolos, e na comunhão, e no partir do pão, e nas orações” (At 2.42). Esses quatro pilares — doutrina, comunhão, partilha e espiritualidade — proporcionaram segurança à igreja, resultando na confiança e na adesão popular que ela passou a desfrutar na sociedade daquela época (At 2.47).

3. Uma igreja formada por pessoas comuns.
É muito perigoso idealizar o passado ou pessoas. Tiago falou acerca desse assunto ao dizer que o profeta Elias era um homem comum, ou seja, como qualquer um de nós (Tg 5.17,18). Uma vez que a igreja do primeiro século era formada por pessoas, ela não era perfeita, pois também possuia os seus problemas e dificuldades (At 15.1-39; Gl 2.9-14). Não obstante, é preciso destacar que na perseguição, nas lutas e até nas desavenças essa igreja jamais deixou de cumprir a sua missão (At 8.4; 15.36-39).

Pense!
Como se deu a influência da Igreja do primeiro século se ela não era numericamente volumosa?

Ponto Importante
Saber respeitar o período de atuação de cada ministério, ou de cada pessoa ou grupo, que serve a Deus em uma determinada sociedade e tempo, também é uma forma de adoração.

II. A SUPEREXPOSIÇÃO MIDIÁTICA DA IGREJA EVANGÉLICA

1. A mídia como meio de divulgação.
É impossível ignorar o valor da mídia no que díz respeito à comunicação. Contudo, é fato que há diferentes públicos, e estes reclamam programações específicas. Quem apresenta um programa e quer manter a audiência sabe que precisa garantir a satisfação do público-alvo. Assim, se o objetivo de quem comunica é alcançar um grupo e cativá-lo, certamente deverá criar uma identidade de forma que as pessoas possam ter certeza de que sempre haverá, no mesmo programa, algo novo. De acordo com esse raciocínio, como é que a igreja deve portar-se ao utilizar os meios de comunicação? (Mt 5.13-16).

2. E a igreja descobriu a mídia.
Sem falar da mídia impressa, que é utilizada desde o surgimento da igreja evangélica brasileira, há mais de sessenta anos as igrejas começaram a utilizar o rádio. Vinte anos depois, foi a vez da televisão. A partir de então, muitas igrejas passaram a utilizar os meios de comunicação como forma de alcançar as pessoas com a Palavra de Deus.

3. Qualidade da programação evangélica.
Com o crescimento exponencial das denominações evangélicas, há uma diversidade de mídias utilizadas. Estas são definidas segundo a filosofia de trabalho e as condições financeiras de cada denominação. É inevitável também reconhecer que as prioridades inverteram-se. A programação não é mais totalmente voltada para os não crentes. Para garantir audiência e, principalmente, cooptar novos contribuintes, é possível perceber algumas apelações sensacionalistas que, em vez de glorificarem o nome de Cristo, acabam por envergonhá-lo (Rm 2.24).

Pense!
É legítimo utilizar os meios de comunicação, e nestes, apelar para o sensacionalismo como forma de propagar a mensagem evangélica?

Ponto Importante
No afã de conquistar adeptos, muitas denominações se excedem na mídia, e isso tem trazido escândalo ao Evangelho de Cristo.

III. USANDO A MÍDIA DE FORMA SÁBIA E PRUDENTE

1. Uma igreja famosa pelas suas boas ações.
Estarmos expostos é uma consequência inevitável, mas a questão é: Como estamos sendo vistos? Por qual razão, ou motivo, estamos sendo conhecidos? A igreja em Tessalônica tornou-se notória pelas suas ações positivas e benéficas (1Ts 1.6-9).

2. O cuidado na utilização da mídia.
Na edição de novembro de 2004, o jornal Mensageiro da Paz, publicou um artigo do pastor José Wellington Costa Júnior sobre o “papel da mídia evangélica”, do qual destacamos o seguinte: “Sob o aspecto do ‘Ide’ de Jesus, é interessante que procuremos o maior número possível de caminhos para a divulgação de sua mensagem salvadora, mas sem precisar ‘inventar’ milagres ou usar o Evangelho para fazer sensacionalismo. Sabemos que Jesus Cristo cura enfermos, transforma vidas, expulsa demônios, mas a sua principal mensagem é que Ele salva e perdoa pecados. O próprio Jesus, quando operava algum milagre, orientava para que não houvesse divulgação. Isso quer dizer que as pessoas devem se sentir atraídas não pelo sensacionalismo evangélico, que às vezes temos visto em programas de televisão, mas pelo poder da mensagem da Palavra de Deus”.

3. O Evangelho deve ser pregado através da midia?
Não há dúvida de que devemos utilizar os meios de comunicação para anunciar o Evangelho. Contudo, que o façamos de maneira sábia e relevante, pois não podemos lidar com vidas como se estivéssemos negociando, atitude esta que, inclusive, é condenada na Bíblia (1Tm 6.1-21; 2Pe 2.3). Além disso, temos de ter cuidado para não envergonharmos o nome de Cristo pela forma de nos apresentarmos.

Pense!
Como os evangélicos têm se tornado conhecidos no país?

Ponto Importante
Em termos de Evangelho e na perspectiva de Cristo, é preciso entender que a relação entre relevância e número, nem sempre será tão evidente.

CONCLUSÃO
Utilizar a mídia para pregar o Evangelho não é uma questão de sobrevivência, pois quem sustenta a Igreja é o Senhor Jesus Cristo (Mt 16.18). Pregar utilizando a mídia é algo estratégico, mas só devemos fazê-lo se isso glorificar o nome do Senhor.