Lição 13 - O Destino Final dos Mortos 1º trimestre de 2016 - O Final de Todas as Coisas - Esperança e Glória Para os Salvos

Comentarista da CPAD: Pr. Elinaldo Renovato de Lima
Complementos, ilustrações, questionários e vídeos: Ev. Luiz Henrique de Almeida Silva
NÃO DEIXE DE ASSISTIR AOS VÍDEOS DA LIÇÃO ONDE TEMOS MAPAS, FIGURAS, IMAGENS E EXPLICAÇÕES DETALHADAS DA LIÇÃO
http://www.apazdosenhor.org.br/profhenrique/videosebdnatv.htm
AQUI VOCÊ VÊ PONTOS DIFÍCEIS DA LIÇÃO - POLÊMICOS
 
 
TEXTO ÁUREO"Se esperamos em CRISTO só nesta vida, somos os mais miseráveis de todos os homens." (1 Co 15.19)
 

VERDADE PRÁTICAOs salvos, que morrerram em CRISTO, aguardam a ressurreição no céu e os ímpios a esperam no Hades, em sofrimento indizível.
 

LEITURA DIÁRIA
Segunda - Dn 12.2 - Os que dormem no Senhor ressuscitarão
Terça - Sl 9.17 - Os ímpios serão lançados no lago de fogo
Quarta - Pv 15.24 - Para o tolo o caminho do inferno está "embaixo"
Quinta - Ap 14.13 - Felizes os que desde agora morrem no Senhor
Sexta - Fp 1.21 - O crente não teme a morte, pois para o salvo "o morrer é ganho"
Sábado - Fp 3.21 - O corpo do salvo ressurreto será semelhante ao do Senhor JESUS

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE - Lucas 16.19-2619 - Ora, havia um homem rico, e vestia-se de púrpura e de linho finíssimo, e vivia todos os dias regalada e esplendidamente.
20 - Havia também um certo mendigo, chamado Lázaro, que jazia cheio de chagas à porta daquele.
21 - E desejava alimentar-se com as migalhas que caíam da mesa do rico; e os próprios cães vinham lamber-lhe as chagas.
22 - E aconteceu que o mendigo morreu e foi levado pelos anjos para o seio de Abraão; e morreu também o rico e foi sepultado.
23 - E, no Hades, ergueu os olhos, estando em tormentos, e viu ao longe Abraão e Lázaro, no seu seio.
24 - E, clamando, disse: Abraão, meu pai, tem misericórdia de mim e manda a Lázaro que molhe na água a ponta do seu dedo e me refresque a língua, porque estou atormentado nesta chama.
25 - Disse, porém, Abraão: Filho, lembra-te de que recebeste os teus bens em tua vida, e Lázaro, somente males; e, agora, este é consolado, e tu, atormentado.
26 - E, além disso, está posto um grande abismo entre nós e vós, de sorte que os que quisessem passar daqui para vós não poderiam, nem tampouco os de lá, passar para cá.

OBJETIVO GERALMostrar que os salvos vão aguardar a ressurreição no Paraíso de DEUS e os ímpios a esperam no Hades.

OBJETIVOS ESPECÍFICOSExplicar o estado intermediário dos mortos;
Saber a real situação espiritual dos mortos;
Mostrar o destino final dos mortos.
 
INTERAGINDO COM O PROFESSORCom a graça de DEUS, chegamos ao final de mais um trimestre. Esperamos que as lições tenham implantado nos corações de seus alunos a esperança de que JESUS voltará a qualquer momento. Essa é a nossa real espera. Na lição de hoje, estudaremos a respeito do destino final dos crentes e dos ímpios que já morreram. A Palavra de DEUS nos assegura que os mortos em CRISTO ressuscitarão para a vida eterna ao lado do Salvador. Esse é o destino final dos crentes. Porém, os ímpios, vão ressuscitar para o desprezo eterno. Seu destino final é o inferno, onde haverá dor, vergonha e tristeza. Que possamos anunciar o Evangelho, ganhando pessoas para CRISTO e livrando-as da condenação eterna.

PONTO CENTRALOs crentes que dormem no Senhor vão ressuscitar para a vida eterna e os ímpios para o castigo eterno.

Resumo da Lição 13 - O Destino Final dos Mortos
I - O ESTADO INTERMEDIÁRIO
1. O que é?
2. O Sheol e o Paraíso.
3. O lugar dos mortos.
II - A SITUAÇÃO DOS MORTOS
1. O estado intermediário dos salvos.
2. Os justos são recebidos pelo Senhor.
3. O estado intermediário dos ímpios.
III - O DESTINO FINAL DOS MORTOS
1. O estado final dos salvos.
2. O estado final dos ímpios.
 
SÍNTESE DO TÓPICO I - Os salvos em JESUS CRISTO e os ímpios terão um destino final diferente
SÍNTESE DO TÓPICO II - O salvo em JESUS CRISTO ao morrer é conduzido ao céu e os ímpios, ao inferno. 
SÍNTESE DO TÓPICO III - Os salvos em JESUS e os ímpios terão futuros distintos.
 
 
Comentários de vários autores com alguma modificações do Ev. Luiz Henrique
Pontos difíceis e polêmicos discutidos durante a semana em nossos grupos de discussão no WhatsApp (minhas conclusões)
 
NATURAL, CARNAL, ESPIRITUAL
Ora, o homem natural não compreende as coisas do ESPÍRITO de DEUS, porque lhe parecem loucura; e não pode entendê-las, porque elas se discernem espiritualmente. 1 Coríntios 2:14
Mas não é primeiro o espiritual, senão o natural; depois o espiritual. 1 Coríntios 15:46
Atos dos Apóstolos 2 - 31. prevendo isto, Davi falou da ressurreição de CRISTO, que a sua alma não foi deixada no hades, nem a sua carne viu a corrupção. Falando de JESUS que morreu, foi sepultado, mas ressuscitou, não apodreceu seu corpo.
JESUS, como homem, tinha que acontecer com Ele o mesmo que conosco acontece quando morremos - Seu espírito foi para DEUS porque JESUS era homem sem pecado e ainda, por pouco tempo não havia paraíso, sua alma foi ao inferno levando nossos pecados e seu corpo foi para a sepultura.
E, sem dúvida alguma, grande é o mistério da piedade: DEUS se manifestou em carne, foi justificado no ESPÍRITO, visto dos anjos, pregado aos gentios, crido no mundo, recebido acima na glória. 1 Timóteo 3:16
No inferno foi declarado justo e portanto ali não podia ficar, nunca pecou. Então ressuscita porque o salário do pecado é a morte, mas Ele nunca pecou, Seu corpo não pode apodrecer porque a morte não tinha poder sobre quem nunca pecou.
Resultado: Alma sai do inferno, espírito volta para o corpo e os três estão juntos de novo, a tricotomia está viva. Agora seu corpo deve subir para o PAI, sua obra de salvação tinha sido realizada. Como havia sido morto e sua obra já tinha sido realizada foi transformado em corpo glorioso como o primeiro arrebatamento, foi a primícia. 
 
Porque ainda sois carnais; pois, havendo entre vós inveja, contendas e dissensões, não sois porventura carnais, e não andais segundo os homens? 1 Coríntios 3:3
O que é nascido da carne é carne, e o que é nascido do ESPÍRITO é espírito. João 3:6
Carnal é aquele que foi crente e se desviou e voltou a obedecer aos desejos da carne
Espiritual é aquele que é nascido de novo e cheio do ESPÍRITO SANTO.
Natural é aquele que não é salvo ainda e está destinado ao inferno e lago de fogo se não se converter antes de morrer.
 
 
TRICOTOMIA
Eu, particularmente entendo que ou vão as 3 partes do ser humano para a Nova Jerusalém (para DEUS) ou vão as 3 partes para o inferno.
Na teologia do Antigo Testamento nem existia o conceito de tricotomia e nem o de tri unidade de DEUS, por isso escreveu Salomão -
### Primeiro - porque quem deu o corpo foi DEUS, quem deu a alma foi DEUS e quem deu o espírito foi DEUS. Se fosse para o espírito voltar para DEUS porque DEUS o deu, voltariam também a alma e o corpo, pois foi DEUS quem deu.
### Segundo - porque Satanás e os demônios são espíritos e foram lançados no lago de fogo e enxofre.
### Terceiro - O anticristo e o falso profeta foram lançados no lago de fogo vivos, ou seja com corpo, alma e espírito.
Se morre ímpio vai espírito e alma para o inferno e corpo para a sepultura - No dia do juízo final corpo ressuscita e nele é incorporado a alma e o espírito que estavam no inferno e vai este homem ser lançado no lago de fogo.
Se morre salvo vai espírito e alma para o paraíso e corpo para a sepultura - No dia do arrebatamento corpo ressuscita e nele é incorporado a alma e o espírito que estavam no paraíso e vai este homem para a Nova Jerusalém e na eternidade estará na Nova terrra e Novos céus, morando eternamente com DEUS.
Quem morrer durante a grande tribulação sendo salvo vai ser ressuscitado e participará com JESUS do milênio.
Quem estiver vivo ou morto no final do milênio e for salvo ressuscitará e irá para o Trono Branco e depois para a Nova Terrra e Novos Céus.
 
SALVAÇÃO APÓS A MORTE?
Nunca existe salvação após a morte. JESUS não pregou no sentido de procurar convencer, mas pregou no sentido de comunicar sua vitória sobre o pecado a uma geração perversa.
E, como aos homens está ordenado morrerem uma vez, vindo depois disso o juízo, Hebreus 9:27
 
LUGAR DO CÉU E DO INFERNOCéu é para cima mesmo e inferno para mim é no centro da terra.
SÓ ESTES VERSÍCULOS CHEGAM PARA PROVAR QUE O CÉU É PARA CIMA E O INFERNO É NAS PARTES BAIXAS DA TERRA (NO CENTRO DA TERRA, ACREDITO EU)
### Ora, isto-ele subiu-que é, senão que também desceu às partes mais baixas da terra? (Efésios, 4.9)
### prevendo isto, Davi falou da ressurreição de Cristo, que a sua alma não foi deixada no inferno, nem a sua carne viu a corrupção. (Atos, 2.31)
### pois, como Jonas esteve três dias e três noites no ventre do grande peixe, assim estará o Filho do homem três dias e três noites no seio da terra. (Mateus, 12.40)
### Conheço um homem em Cristo que há catorze anos (se no corpo não sei, se fora do corpo não sei; Deus o sabe) foi arrebatado até o terceiro céu. (2 Coríntios, 12.2)
### Lc 16.23 E no inferno, ergueu os olhos, estando em tormentos, e viu ao longe Abraão, e Lázaro no seu seio.
### Para o entendido, o caminho da vida leva para cima, para que se desvie do inferno em baixo. Provérbios 15:24
 
 
 
ESTUDOS DO Dicionário Bíblico Wycliffe - Charles F. Pfeiffer, Howard F. Vos, John Rea - CPAD
ABISMO - Uma tradução do termo gr. chasma, em Lucas 16.26; uma fenda profunda que separa dois lugares. O Senhor JESUS CRISTO afirma com a sua autoridade que um vasto abismo havia sido fixado por decreto de DEUS entre o paraíso ("o seio de Abraão", q. v.) e o hades, a fim de que as pessoas, na próxima vida, não pudessem atravessá-lo (cf. Hb 9.27).
 
O SEIO DE ABRAÃO,
Essa frase figurativa reproduzia a bem-aventurança do crente no paraíso após a morte. Embora seja usada no judaísmo rabínico, a única ocorrência escrita dessa expressão encontra-se na parábola proferida por CRISTO sobre o homem rico e Lázaro (Lc 16.19ss.). Ao morrer, o mendigo Lázaro é carregado pelos anjos até o seio de Abraão, enquanto o homem rico, depois de seu enterro, é atormentado no Hades. De acordo com o AT, ao morrer as pessoas vão ao encontro de seus pais (Gn 15.15; 47.30; Dt 31.16; Jz 2.10). Como Abraão era o pai dos judeus (Lc 3.8; Jo 8.39s.), a forma mais concreta dessa expressão era ir ao pai Abraão (IV Mac 13.17). Uma simples variação disto era falar da vida após a morte em termos de "seio de Abraão". No judaísmo rabínico a frase tinha dois sentidos distintos, e os intérpretes estão divididos quanto ao significado preciso da frase nessa parábola. Deitar-se ou sentar-se no seio de Abraão pode exprimir, figurativamente, a carinhosa comunhão que existe entre Abraão e seus descendentes crentes no céu, em uma analogia à ternura paternal de um pai para com o seu filho (Jo 1.18). Outros acreditam que a figura está enfocando, principalmente, o banquete celestial onde, de acordo com a maneira romana de festejar, também usada pelos judeus, Lázaro está reclinado sobre uma mesa com a cabeça no seio de Abraão, seu anfitrião (Jo 13.23; 21.20).
Talvez ambos elementos possam ser aplicados à parábola. Como as Escrituras geralmente representam a alegria do céu em termos de um banquete (Mt 8.11; Lc 13.28,29; 14.16ss.), seria natural que isto estivesse implícito na figura do pobre mendigo que antes se alimentava das migalhas da mesa do rico e que agora está gozando da abundância do banquete celestial. Mas a intimidade e a comunhão não estão ausentes desse quadro. O mendigo, solitário e proscrito, está agora gozando das venturas do céu na íntima companhia do pai dos crentes. E como Lázaro está no seio de Abraão, também parece que ele recebeu um lugar de honra nesse banquete.
Os intérpretes também diferem se o seio de Abraão representa um lugar que pode ser uma divisão ou compartimento do Hades. Nos escritos judaicos, Seol-Hades é, muitas vezes, o lugar dos mortos em geral, incluindo tanto os justos quanto os pecadores. No capítulo 22 da psd. de Enoque existem até quatro divisões para Hades onde os mortos ficam à espera do dia do julgamento. Mas aqui o seio de Abraão e o Hades são lugares distintos. JESUS fala do homem rico somente no Hades e lá ele vê Abraão "ao longe", informado que existia um "grande abismo" entre eles de modo que qualquer transferência seria impossível. Abraão e Lázaro estão em uma posição abençoada, enquanto no Hades o homem rico sofre tormentos e pede água para refrescar a sua língua. Essas terríveis condições aparecem como as consequências inerentes de estar no Hades. Suas implicações escatológicas são claras, pois a fé de Lázaro o leva à alegria da vida eterna (o seio de Abraão) enquanto a fortuna do descrente homem rico não pôde protegê-lo dos tormentos do inferno (Hades). Esse contexto não oferece apoio à opinião de alguns católicos romanos segundo a qual o seio de Abraão está se referindo ao Umbus patrum, um lugar onde os crentes do AT gozam de paz enquanto esperam pela perfeita redenção de CRISTO. No Egito, outros temas levam a uma interpretação do seio de Abraão na qual estão enfatizados os elementos água fresca e refrigério.

ESPÍRITOS EM PRISÃO
A interpretação dos "espíritos em prisão" (1 Pe 3.19) tem sido discutida ao longo da história da igreja. Uma opinião é a de que os espíritos referem-se aos indivíduos não regenerados mortos, confinados na prisão do Hades, esperando seu destino final (cf. Lc 16.19-31). Para eles o Senhor JESUS anunciou a vitória sobre o pecado e a morte durante os três dias em que esteve no sepulcro (cf. 1 Pe 4.6; Ef 4.9,10). A objeção básica a essa opinião está centrada no objetivo da pregação de CRISTO. A sua pregação assegurou a esses espíritos uma segunda oportunidade de salvação? (em Hebreus 9.27 esta possibilidade está excluída). Se não, que valor têm as notícias da sua vitória para eles?
Uma interpretação melhor nasce do contexto. O texto em 1 Pedro 3.20 dá mais explicações sobre esses espíritos. Eles eram pessoas que viviam na época de Noé, que tiveram a pregação do ESPÍRITO de DEUS e de CRISTO, que trabalhava na vida de Noé (cf. 2 Pe 2.5). Noé foi uma testemunha do fato de que existe um DEUS que exige que os seres humanos tenham uma vida justa. As Escrituras, no entanto, relatam que esses indivíduos rejeitaram o testemunho de Noé e consequentemente morreram no dilúvio que DEUS enviou. Por causa da sua rejeição, eles morreram e agora são espíritos confinados à prisão.
 
ESTADO INTERMEDIÁRIO
A doutrina do estado intermediário diz respeito à condição dos homens imediatamente após a morte física, e antes da ressurreição. Uma vez que todos os cristãos que crêem na Bíblia crêem na ressurreição do corpo e no juízo futuro, segue-se que todos crêem em um estado intermediário entre a morte e a ressurreição. Nem todos os cristãos, porém, concordam quanto à condição dos mortos durante este intervalo. Todos reconhecem que ele é diferente da condição daqueles que vivem na terra, e alguns crêem que ele é, pelo menos em certos detalhes, bem diferente do que será após a ressurreição. O problema na doutrina do estado intermediário, então, é a natureza da existência dos justos e dos ímpios antes da ressurreição. Assim como as Escrituras ensinam sobre a futura ressurreição tanto dos justos como dos ímpios, elas também ensinam sobre a contínua existência pessoal e consciente de ambos naquele período imediatamente após a morte e a dissolução do corpo físico. Nem os justos nem os ímpios recebem corpos antes da ressurreição. Os justos devem receber os seus corpos "ao ressoar da última trombeta" ou "ante a última trombeta" (1 Co 15.52), o que é identificado com o ARREBATAMENTO (1 Co 15.52). Também haverá uma ressurreição para os ímpios mortos (At 24.15; Jo 5.28-30).A Natureza da Existência no Estado Intermediário
Os justos mortos.
Embora suas almas estejam sem corpos, o estado intermediário para os justos é um estado de alegria e exaltação consciente porque foram feitos perfeitos em santidade, estão livres do pecado e do sofrimento, e passaram para a presença do Senhor em glória. Seus corpos, que são do Senhor, jazem, ou dormem, em suas sepulturas até o dia da ressurreição. O apóstolo Paulo ensinou que os crentes tinham plena confiança e desejavam "deixar este corpo, para habitar com o Senhor" (2 Co 5.8). O marginal que estava morrendo na cruz ouviu dos lábios santos do Senhor JESUS CRISTO. "Hoje estarás comigo no Paraíso" (Lc 23.43). Estar presente com o Senhor certamente sugere uma alegria consciente, uma vez que CRISTO obviamente não dormiu de uma forma inconsciente. Embora seu corpo tenha sido tirado da cruz e colocado na tumba de José de Arimatéia, Ele entregara seu ESPÍRITO nas mãos de DEUS (Lc 23.46). De acordo com as Escrituras, o destino eterno do homem foi estabelecido em sua morte. Não existe uma passagem de um estado de existência para um outro, depois da morte. A parábola do rico e Lázaro deixa isto muito claro (Lc 16.25,26; cf. Hb 9.27). É, portanto, coerente com as Escrituras crer que os justos, cuja salvação foi realizada por CRISTO através da oferta de si mesmo de uma vez por todas, sejam, na morte, imediatamente transformados da imperfeição à santidade perfeita. Era este estado que Paulo tinha em mente quando disse que desejava "partir e estar com CRISTO, porque isto é ainda muito melhor" (Fp 1.23). Com este zelo fervoroso pela proclamação do Evangelho por toda a terra, Paulo certamente teria preferido viver e continuar seu trabalho na terra, se a morte tivesse lhe dado a perspectiva de inconsciência ou inatividade. Certamente, na presença de CRISTO há "abundância de alegrias" (SI 16.11) e livramento de "toda má obra" (2 Tm 4.18). À luz de 2 Coríntios 12.3,4 e Hebreus 12.23 o "Paraíso" em que CRISTO e os justos que já morreram estão juntos só pode ser no próprio céu.
Porém, a certeza de que para o crente o estado intermediário não inclui a plenitude da bênção da ressurreição, é revelado no fato de que Paulo esperava evitar o período de "nudez" para a alma e viver até o arrebatamento na vinda do Senhor (2 Co 5.2-8). A suprema e gloriosa antecipação do cristão é a ressurreição.
Os ímpios mortos.
Com relação àqueles que morrem no pecado e na incredulidade, as Escrituras ensinam que eles estão em um estado definitivamente fixo e consciente de sofrimento e castigo, embora o grau deste castigo não seja identificado especificamente como o mesmo do estado eterno que virá após a ressurreição dos ímpios. O castigo eterno está ligado àqueles que estão em seus corpos (cf. Mt 10.28). Este castigo eterno é citado no NT em relação a um lugar específico, o Geena (q.v.), que é uma designação metafórica do lago de fogo; e os sofrimentos do estado intermediário nunca são mencionados como ocorrendo ali. Isto não significa, porém, que qualquer distinção fundamental deva ser feita entre os sofrimentos do inferno como um lugar de tormento eterno, e o sofrimento que os ímpios experimentam no mundo invisível antes da ressurreição.
Onde quer que a esfera de castigo no estado intermediário esteja localizada, ele é mencionado no vocabulário grego do NT como Hades (q.v.). Este é o equivalente ao Seol do AT (q.v.), na parte dos ímpios (não a parte dos justos). Parece claro que as palavras Seol e Hades nem sempre indiquem um local nas Escrituras, mas frequentemente denotam simplesmente o estado da morte, ou a separação entre a alma e o corpo (1 Sm 2.6; SI 89.48; At 2.27,31). Existem também algumas passagens nas quais Seol parece simplesmente designar a sepultura em um sentido geral (Gn 37.35; 44.29; Jó 14.13; SI 6.5). A principal passagem na qual o Hades tem uma concepção de local é Lucas 16.23. Pelo fato desta palavra estar em uma parábola, pode ser argumentado que o Senhor, ao usar o termo, não pretendesse revelar qualquer verdade com respeito a uma localidade específica como diferente de Geena, por exemplo, mas simplesmente tenha usado uma ilustração que era bem conhecida em seus dias. Quer isto seja ou não verdadeiro, esta parábola prova que, para os ímpios, o estado intermediário não é um lugar permanente de caráter neutro onde eles aguardam o juízo final, mas, antes, um lugar de sofrimento e castigo consciente de onde não há retorno. O fato de que os que partem sejam citados como se possuíssem órgãos corpóreos, não significa que eles realmente tenham corpos antes da ressurreição, pois DEUS e os anjos são citados da mesma maneira.
Quatro Erros ComunsAo considerar a doutrina do estado intermediário é necessário mostrar o fato de que as Escrituras nos permitem refutar quatro erros cometidos de forma comum, com respeito à habitação da alma depois da morte.
1. A doutrina de que as almas tanto dos justos como dos ímpios dormem entre a morte e a ressurreição. Esta opinião tem sido defendida por pequenas seitas desde os primeiros dias da história da igreja. Embora seja verdade que as Escrituras frequentemente falam da morte como um sono (Mt 9.24; At 7.60; 1 Co 15.51; 1 Ts 4.13), e que há certas passagens que podem parecer ensinar que aqueles que partiram estão inconscientes (SI 6.5; 30.9; Is 38.18,19), as Escrituras nunca falam da alma ou da pessoa entrando em um estado de sono, mas apenas do corpo. O termo sono é usado porque há uma grande semelhança entre um corpo dormindo e um corpo morto; e, além disso, o sono na morte do corpo deve ser interrompido pelo reavivamento na ressurreição.
As passagens das quais se pensa indicarem que os mortos estão inconscientes, na verdade não fazem nada além de enfatizar o fato de que os mortos não são mais capazes de participar das atividades do mundo dos homens. Nenhuma passagem nas Escrituras encoraja os vivos a buscar ou esperar qualquer tipo de diálogo com os mortos (Dt 18.9-12 (proibição de consultar mortos); 1 Sm 28.7-10; Is 8.19,20). Nunca deve ser esquecido que as Escrituras claramente retratam os justos desfrutando uma comunhão consciente com DEUS e com o Senhor JESUS CRISTO imediatamente após a morte.
2. A doutrina que diz que o estado intermediário é um estado de provação adicional. Esta teoria ensina que a salvação através de CRISTO ainda é possível no estado intermediário para certas classes de pessoas, e talvez para todas. Alguns ensinam que este é o período em que a salvação será oferecida a todas as crianças que morreram na infância e aos pagãos que nunca ouviram o Evangelho. As Escrituras frequentemente usadas para apoiar esta teoria são 1 Pedro 3.19 e 4.6. Embora elas sejam entendidas como ensinando que JESUS foi até o mundo dos mortos para pregar (cuja interpretação não é necessária), certamente elas não provam que qualquer oferta de salvação tenha sido estendida às almas que estavam ali.
A Palavra de DEUS representa uniformemente o estado de todos os homens, sejam crentes ou descrentes, como completamente fixo e decidido quando morrem. A passagem mais importante é Lucas 16.19-31, mas deve-se sempre considerar João 8.21,24; 2 Pedro 2.4,9; Judas 7-13. Além disso, as Escrituras nunca representam o destino eterno da alma como determinado por aquilo que é feito no estado intermediário (veja Mt 7.22,23; Lc 12.47,48; Gl 6.7,8; 2 Ts 1.8; Hb 9.27).
3. A doutrina ensinada pela igreja de Roma, de que as almas em paz com a igreja, mas não perfeitamente puras na morte (e quase nenhuma é considerada pura), devem passar por um período de purificação antes de ser permitido que entrem na perfeita e ilimitada alegria do céu. Esta purificação é realizada em um lugar chamado purgatório, onde todas as almas passam por sofrimentos com o propósito de expiação e purificação. A doutrina romanista não coloca limites no tempo que as almas podem continuar no purgatório (porém este período não ultrapassa o juízo final), uma vez que a extensão de seu sofrimento é determinada por sua culpa e impureza. Elas podem ser ajudadas pelas orações de santos que estejam vivos, e especialmente pelo sacrifício da missa oferecida em favor delas. A autoridade católica romana para a doutrina do purgatório é quase que exclusivamente o ensino da própria igreja de Roma. O Papa deve ter jurisdição sobre o purgatório. Nenhum apelo em suporte a esta doutrina pode ser feito às Escrituras, pois como foi mostrado acima, as Escrituras ensinam que a alma do crente é imediatamente transportada para a presença de CRISTO ao morrer, da mesma forma que os ímpios entram em tormento eterno. Mais do que isto, porém, a doutrina do purgatório destruiria os ensinos mais claros e vitais do Evangelho, expressos no NT. A salvação do pecador não reside em suas próprias obras e méritos, mas inteiramente no sacrifício infinitamente meritório de CRISTO, ao qual os pecadores nada podem acrescentar ao fazerem alguma penitência pelo pecado (Ef 2.8,9).
Existem outras doutrinas não bíblicas que surgiram na igreja de Roma em relação à doutrina do purgatório. Por exemplo, a doutrina da super-rogação, a ideia de que um homem pode ser mais que perfeito e com seus méritos excedentes ajudar aqueles que estão sofrendo no purgatório. De uma forma estranha, os romanistas acreditam que o mérito de uma pessoa possa ser imputado a uma outra, contudo eles não conseguem crer que a justiça perfeita de CRISTO seja imputada aos pecadores. A doutrina romana do purgatório pressupõe duas impossibilidades: Primeiro, que qualquer homem possa ser melhor do que deveria ser. E segundo, que o homem possa acrescentar algo à perfeita obra de salvação que CRISTO realizou através de sua morte e ressurreição.
4. Finalmente, existe o erro da doutrina do aniquilacionismo. De acordo com este ensino, não há nenhuma existência consciente para os ímpios após a morte. Uma distinção pode ser feita entre aqueles que ensinam que a alma do descrente é privada da imortalidade por um ato de DEUS, e assim é privada de ter consciência após a morte, e aqueles que ensinam que a imortalidade é um dom de DEUS apenas para aqueles que crêem; então a alma que não crê simplesmente deixa de existir.
As Escrituras são claras sobre o fato de que tanto os ímpios como os justos viverão para sempre, e que no caso dos ímpios sua existência será de sofrimento e castigo consciente (Ec 12.7; Mt 25.46; Rm 2.8-10; Ap 14.11; 20.10,12-15).

GEENA
Forma grega da palavra hebraica ge-hinnom, ou "vale de Hinom" (Js 15.8; 18.161: também chamada de Tofete (2 Rs 23. IO'1. A forma Gaienna ocorre na LXX em Josué 18.160. Essa palavra é usada como nome metafórico do lugar de tormento dos pecadores depois do Juízo Final. Esse vale era o lugar do culto idólatra a Moloque, o deus do fogo (Acaz... "queimou incenso no vale do filho de Hinom e queimou a seus próprios filhos" - 2 Cr 28.3; cf. 2 Cr 33.6; Jr 7.31; 32.35; Lv 18.21). Por essa razão, o Geena foi condenado por Josias (2 Rs 23.10) a se tornar um lugar de rejeição e de abominação.
O conceito de um lugar de eterno castigo espiritual é muito frequente no AT (cf. Dt 32.22, "Porque um fogo se acendeu na minha ira, e arderá até ao mais profundo do inferno". Veja também Levítico 10.2; Isaías 30.27,30,33; 33.14; 66.24; Daniel 7.10; Salmos 18.8; 50.3; 97.3). Esse conceito, combinado com a profecia de Jeremias sobre o mal contra o vale (Jr 19.2-10), desenvolveu a crença sobre um lugar de castigo espiritual ao qual foi dado o temível nome de Geena. Gaster (IDB) sugere que a aplicação desse nome a um lugar segue a analogia de usar lugares da Palestina - como, por exemplo, o Armagedom (Ap 16.16; Zc 12.11), Jerusalém (Gl 4.26; Ap 21.2) ou Sodoma (Ap 11.8) - para representar conceitos espirituais. A partir da literatura judaica podemos ver que a ideia era prevalecente (Enoque 10.12-14: "[Pecadores] serão levados ao abismo de fogo sofrendo torturas, e serão trancados por toda a eternidade na prisão". Também há referências neste sentido em Enoque 18.11-16; 27.1-3; Judite 16.17; 2 Esdras 7.36; Sir 7.17; Sibylline Oracles 1, 10.3; IQM 2.8; Talmude, Aboth 1.6; Assunção de Moisés 10.10). Alguns escritores judeus acreditavam que o povo escolhido deveria estar isento, e que a duração do castigo deveria ser limitada. Entretanto, Filo ensinou que judeus pecadores também deveriam ser punidos eternamente (De Praem. Et Poen. 921). A natureza espiritual do Geena ainda é indicada pelo fato de ter sido colocado no terceiro céu em livros apócrifos (Ascensão de Isaías 4.14; 2 Enoque 40.12; 41.2). Mas a doutrina fica mais explicitamente afirmada nos ensinos de JESUS. O Senhor fala sobre o Geena (como um termo feminino) como um lugar de futuro castigo (Mt 5.29; 18.8,9; Mc 9.45,47; Lc 12;5); "Geena de fogo" (Mt 5.22); pode fazer perecer na Geena (Mt 10.28); a "condenação da Geena" (Mt 23.33); "o tornais em dobro mais filho da Geena", isto é, alguém merecedor de sua punição (Mt 23.15). Esse nome também é usado em outra passagem do NT, em Tiago 3.6, "a língua... é incendiada pelo fogo da Geena". O NT ensina claramente que o castigo da geena é eterno (Mc 9.47,48; Mt 25.46; Ap 14.11).
O livro de Apocalipse dá ao Geena o nome de "lago de fogo" (19.20; 20.10,14,15; 21.8). Além disso, como Apocalipse assemelha o lago de fogo a uma "segunda morte" (20.14), ele também é, aparentemente, um sinónimo da descrição do Geena. No livro de Apocalipse, pode-se observar, em uma confirmação posterior da identidade desses termos com Geena, que homens incrédulos foram a ele consignados (20.15; 21.8), assim como o próprio Satanás (20.10). O Geena também é o lugar da eterna condenação (20.106).
Bibliografia. Joachin Jeremias, "Geena", TDNT, I, 657ss.
 
HADES
Hades é outro nome de Plutão, deus gregodo submundo ou inferno. Esse nome foi transferido para o próprio reino dos mortos. O Hades dos gregos tinha duas partes. A parte mais profunda, onde as almas eram castigadas, às vezes era chamada de Tártaro e o lugar das almas abençoadas tinha o nome de Campos Elíseos (Edith Hamilton, Mythology, p. 39). Devemos tomar cuidado ao incluir essas ideias pagãs gregas no vocabulário cristão. Assim como a palavra grega theos, ou "deus", adquiriu um novo significado no conceito judaico e cristão, a palavra hades também não deve ser definida a partir de seu uso grego, mas do NT. A palavra hades é usada cerca de dez vezes no NT:
1. Em Mateus 11.23 e Lucas 10.15. Aqui, como ressaltado na versão ExpB, céu e hades são expressões proverbiais para a maior exaltação e a maior degradação.
2. Em Mateus 16.18, a expressão "portas do inferno" (cf. Jó 38.17; Is 38.10) é totalmente figurada. Provavelmente seja a imagem de uma cidade murada com portões e barras. Esse verso poderia referir-se a um ataque do reino de Satanás - que será derrotado.
3. Em Lucas 16.23, ela representa uma clara referência. A palavra hades é usada para o lugar de tormento em contraste com o lugar de bem-aventurança. Alguns a chamam de parábola, mas não existe nenhuma indicação a esse respeito. Mas, de qualquer modo, a palavra é usada para designar um lugar de punição.
4. Em Atos 2.27,31, essa passagem fica complicada pelo fato de existir uma citação do AT com um significado bastante discutido. A opinião geral é que ela refere-se à descida de CRISTO ao reino dos mortos para pregar aos pecadores ou libertar os justos do compartimento superior do Hades e levá-los ao céu. O problema com essa explicação é que CRISTO já havia falado que Hades era um lugar de tormento. E, em outra passagem, Ele disse que depois de sua morte não estaria nesse lugar, mas no paraíso (Lc 23.43), junto com DEUS Pai (Jo 16.28).
Uma opinião alternativa poderia interpretar essa passagem de acordo com a sua forma original expressa no AT, no Salmo 16.10. Ali, a afirmação "não deixarás a minha alma no inferno" certamente não está referindo-se à condenação da natureza espiritual ao mundo dos mortos. A palavra nepesh significa frequentemente apenas o "indivíduo" e raramente "a natureza espiritual". O paralelo seria: "Nem permitirás que o teu SANTO veja corrupção". Seria lógico adotar a primeira parte como um paralelo sinónimo de-"não deixarás a minha alma na morte" (Veja o tratamento dado por C. F. H. Henry, ed., "The Biblical Expositor", II, p. 59ss.). Assim, a palavra hades nessa citação do AT teria sido usada com seu significado hebraico original, isto é, she'ol, que muitas vezes significa simplesmente "sepultura" (q.v.).
5. Em Apocalipse 1.18; 6.8; 20.13,14, esses versos também estão em sentido figurado. No primeiro (Ap 1.18), CRISTO está segurando as chaves da morte e do hades. Essa expressão lembra as "portas do inferno [/iodes]" de Mateus 17.18. O hades é retratado como uma cidade murada, nesse caso provavelmente uma prisão. Na passagem seguinte (Ap 6.8), a palavra hades também está ligada à morte e personificada como inimiga de DEUS e dos homens. Em Apocalipse 20.13,14, as palavras morte e hades aparecem ligadas novamente, trazendo os ímpios que estão presos e aguardando o juízo final. Esse uso é uma reminiscência da passagem em Lucas 16.23 e fortalece a ideia de que a palavra Hades do NT significa a residência dos pecadores mortos.
 
INFERNO
No uso comum e teológico, o lugar para o futuro castigo dos que morreram no pecado. No entanto, como a versão KJV em inglês usa o termo "inferno" como a sepultura e o lugar dos espíritos desencarnados, tanto bons quanto maus, deve-se ter cautela para evitar erros e confusão. O inferno, no sentido de um lugar para futuro castigo, certamente é ensinado de uma maneira distinta na Bíblia. Embora a doutrina não seja tão claramente expressa no Antigo Testamento quanto o é no Novo Testamento, é sugerida em trechos como Isaías 14.9-11 (cf. Ez 32.21ss.); Números 16.33; Deuteronô-mio 32.22; Jó 24.19; Salmos 9.17; Isaías 33.14; Daniel 12.2. No Novo Testamento é o Senhor JESUS CRISTO, o nosso amado Salvador, que propicia o mais amplo ensino sobre o inferno. Somente daquele que amou tanto os homens a ponto de morrer por eles, é que se pode receber essa terrível verdade. Paulo aceita a doutrina, mas não se estende sobre o assunto nem o esclarece. O apóstolo João acrescenta detalhes no livro de Apocalipse (20.10,15). Se há alguns que fazem objeções, dizendo que o ensino do fogo eterno do inferno não deve ser interpretado ao pé da letra, o mínimo que podemos concluir é que tais palavras e descrições são metáforas para expressar as terríveis agonias da alma quando ela sofrer o remorso interminável por toda a eternidade, separada de DEUS e de tudo o que é bom, e confinada com tudo o que é mau. Mesmo nesta vida as agonias da mente podem ser iguais, se não superiores, às do corpo. O ensino bíblico do inferno não pode ser negado sem se contradizer as palavras de CRISTO, ou sem alegar que Ele não o ensinou de forma completa. Se as suas palavras podem ser contraditadas, como então Ele sabe o suficiente para que confiemos nele para nos salvar? Se Ele não tivesse ensinado de forma completa, teria praticado uma fraude e assim não seria suficientemente santo para morrer por nós.
As quatro palavras traduzidas como "inferno" são:
1. Sheol. Duas derivações possíveis da palavra hebraica she'ol foram sugeridas: sha'al, "perguntar ou inquirir", e sho'al, "cavidade" (cf. Is 40.12, "concha de sua mão", e Nm 22.24, "vereda [ou concavidade] de vinhas"). No hebraico pós-bíblico, a última palavra é usada para a "profundeza" do mar. No Antigo Testamento, sheol é usada para a sepultura (Jó 17.13; SI 16.10; Is 38.10) e para o lugar dos mortos, tanto os bons (Gn 37.35; Jó 14.13; SI 6.5; Ec 9.10) quanto os maus (SI 55.15; Pv 9.18). A ideia é a de um mundo abaixo do nosso mundo, onde prevalecem a escuridão, a decadência e a negligência, e onde se está distante de DEUS (SI 6.5; 88.3-12; Is 38.18).2. Hades, a palavra grega que mais se aproxima de sheol é o nome do deus grego do submundo. O Senhor JESUS CRISTO ensinou que o campo onde estão os espíritos dos humanos mortos está dividido em duas partes: aquela descrita como o seio de Abraão, distinta da outra que é chamada Hades e que é o lugar dos maus (Lc 16.23). Há versões que traduzem a palavra tanto como "inferno" quanto como "morte" nos dez exemplos onde é usada (Mt 11.23; 16.18; Lc 10.15; 16.23; At 2.27,31; Ap 1.18; 6.8; 20.13,14), porém outras versões utilizam a palavra "Hades". Parece claro que em alguns casos a tradução "inferno", com o sentido de lugar de punição, é satisfatória.
Em Atos 2.27,31, no entanto, Hades é a tradução de Sheol em Salmos 16.10 e refere-se simplesmente ao sepulcro ou à morte. Nas passagens de Apocalipse, Hades parece estar personificado como um sinónimo da morte em relação ao seu poder sobre os homens, provavelmente seguindo a metáfora de Mateus 16.18. O consenso das críticas textuais é de que o termo hades não aparecia originalmente em 1 Coríntios 15.55.
3. Geena, a forma adaptada ao grego da palavra hebraica ge' hinnom, o vale de Hinom. Uma ravina no lado sul de Jerusalém onde eram celebrados os rituais do deus pagão Moloque (1 Rs 11.7; 2 Cr 28.3; 33.6; Jr 7.32). Convertido por Josias em um lugar de abominação após espalhar ossos dos mortos (2 Rs 23.13), tornou-se a colina do lixo de Jerusalém e, como um lugar onde havia fogo constante, um símbolo dos espíritos perdidos atormentados. Em todos os trechos em que a palavra é usada, ela significa propriamente inferno (Mt 5.22,29,30; 10.28; 18.9; 23.15,33; Mc 9.43,45,47; Lc 12.5; Tg 3.6).4. Tartaroo, um verbo grego que significa "enviar ao Tártaro", encontrada somente em 2 Pedro 2.4. Os gregos viam Tártaro como um lugar subterrâneo, inferior ao Hades, onde a punição divina era infligida; assim o termo veio a ser também empregado na literatura apocalíptica judaica.
Além dessas quatro palavras, existem vários sinónimos para inferno, tais como "fogo que nunca se apagará" (Mt 3.12); "negrura das trevas" (Jd 13); "fornalha de fogo" (Mt 13.42,50); tormento "com fogo e enxofre" (Ap 14.10); "lago que arde com fogo e enxofre" (Ap 21.8); local "onde seu bicho não morre" (Mc 9.48); o lugar "preparado para o diabo e seus anjos" (Mt 25.41).
 
LAZARO
Forma abreviada do nome hebraico Eleazar (que significa "DEUS ajudou" ou aquele "a quem DEUS ajuda").
Na história do homem rico (Lc 16.19-31), o mendigo chamado Lázaro morreu e foi para o seio de Abraão, enquanto o anónimo homem rico partiu para o Hades. A história ensina que as pessoas devem determinar seu destino antes da morte e que esse destino não pode ser determinado por circunstâncias externas como a riqueza.
 
LUGAR
Geralmente, "lugar" é um local definido pelo contexto.
Judas, que traiu o Senhor JESUS CRISTO, foi para o seu próprio lugar (topos), em sua própria morada, isto é, o Hades.
 
MORTO
O Este termo, como adjetivo, é aplicado muitas vezes a indivíduos da Bíblia, desde Sara até Safira. As palavras que comumente se referem à morte são mot no AT e nekros no NT. O AT também usa a palavra nepesh (geralmente traduzida como "alma") para se referir a um corpo morto, mas isto ocorre por que a palavra frequentemente se refere a um indivíduo e, portanto, ao corpo do indivíduo. A palavra repaim também é, muitas vezes, traduzida como "sombras" na versão RSV em inglês. Seu significado etimológico como "magro" ou "impotente" é questionável. No NT também são usadas formas do verbo thnesko, ("morrer") e palavras semelhantes para designar o morto. Nenhum desses usos são suficientes para elucidar a condição daquele que partiu dessa vida.
O Ensino do AT
O AT não é muito explícito sobre esse assunto. Isso não deixa de mostrar uma interessante interrogação em vista das extravagantes especulações das pessoas que o cercam. Os versos do AT que lidam com a questão são encontrados principalmente em Jó, Salmos, Eclesiastes, Isaías e Ezequiel e se tornam mais difíceis por causa de seu contexto poético. O assunto também fica complicado pelo uso de palavras de etimologia incerta como Seol (q.v.), cujo significado preciso é discutível. Além disso, estudos críticos sobre esse assunto encontram-se muitas vezes viciados por uma pós-concepção que remonta às datas de alguns livros e passagens do AT, e encontram ideias de imortalidade e ressurreição no AT somente no período pré-exílico sob influência estrangeira. Mas, atualmente, os Salmos são aceitos como sendo, principalmente, pré-exílicos e os Salmos 16.8-11; 17.15; 49.14,15; 73.23-26 parecem falar claramente sobre a ressurreição e a imortalidade. Quanto ao Salmo 16.8-11, Pedro diz que Davi estava, conscientemente, predizendo a ressurreição de CRISTO (At 2.30,31). Também o Salmo 17.15 pode estar se referindo à futura ressurreição e não a despertar depois da morte, em glória. E bastante significativo que a ressurreição no NT seja chamada de despertar (Jo 11.11), embora isso seja relativamente figurativo, assim como a referência à morte como um sono. Os Salmos 49.14,15 e 73.19-26 podem estar se referindo ao atual estado do morto. O Salmo 73.19,24 e Isaías 57.1,2 parecem estar particularmente enfatizando a diferença entre o destino que aguarda o justo e o pecador depois de morrerem.
Existem vários versos específicos em Jó que ensinam sobre a imortalidade, mas igualmente significativo é o argumento total desse livro. Jó vê as iniquidades dessa vida, no entanto se prende firmemente na confiança em um DEUS de justiça. Mesmo hoje em dia, a única resposta a esse problema está no conceito de uma vida futura de recompensas e castigos. A clássica passagem está em Jó 19.25, "Porque eu sei que meu Redentor vive". Em Jó, esse verso se refere à ressurreição e não ao estado presente do morto.
Os textos em Isaías 25.8 e 26.19 são claros, e não há necessidade de colocar essas passagens em dias posteriores aos do próprio Isaías. Eles falam da ressurreição dos mortos como a futura esperança de Israel. O primeiro verso é citado expressamente com esta relação em 1 Coríntios 15.55. O texto em Daniel 12.2 também pode ser um ponto de referência. Tem sido sugerido que esse verso pode ser interpretado da seguinte forma. "E muitos que dormem no pó da terra irão acordar", entendendo a palavra min ("de" ou "do") como uma explicação e não como referência a uma ressurreição parcial, o que parece ser estranho a esse contexto (cf. Heidel, op. cit., p. 220ss.). Entretanto, essas passagens não revelam o estado atual do morto, exceto que proíbem a doutrina da extinção da pessoa porquanto existe uma esperança futura. Os exemplos de ressurreição, registrados no AT, reforçam essa conclusão. As traduções de Enoque e Elias, e o suporte de Samuel se concentram mais no estado do morto e também insistem que Israel sabia que existia uma vida futura para o povo de DEUS. Elias foi levado em corpo e alma e espírito para DEUS, em glória. Pode ser que a tradução tenha sugerido que era comum a ascensãoda da alma e do espírito dos justos; mas, obviamente, a ascensão do corpo era um evento singular.
Um lugar onde o corpo é rapidamente esquecido e onde a língua cessa de pronunciar louvores. "O Senhor DEUS sente pesar quando vê morrerem os que são fiéis a ele" (SI 116.15, Bíblia de Jerusalém), porque seu serviço de adorar, sacrificar e dar graças ao Senhor cessa completamente na terra. Mas esses versos não ensinam que essa é a condição do espírito depois da morte. Veja R. L. Harris, ''The Meaning of the Word Sheol", BETS, IV (1961), 129-135. Outras representações mostram os reis mortos na terra se elevando de seus tronos no Seol para saudar potentados recém-falecidos (Is 14.9-20. Ez 32.18-32). Isso também é extremamente figurativo. Heidel argumenta (op. cit., pg 198ss.) que o tratamento nesses versos refere-se "quase exclusivamente ao túmulo e não ao mundo espiritual". Seol pode ser uma palavra poética para "túmulo" e isso explica as afirmações de ser um lugar de escuridão, silêncio etc. Mas, em relação à residência do espírito, o israelita temente e obediente, ao confiar no Senhor vivo e poderoso, da forma como fazia, morreu em paz esperando acordar em semelhança a DEUS (SI 17.15).
A Doutrina do NT
Embora o NT traga mais luz para a condição do morto, ele apenas amplia os ensinamentos do AT e claramente ensina sobre uma futura ressurreição. Existem muitas passagens a esse respeito, e a própria ressurreição de CRISTO é básica para todo esse quadro. Mas atualmente também existe mais luz sobre a condição do morto. Os cristãos "dormem em JESUS" (1 Ts 4.14). Isso parece ser claramente um eufemismo que surgiu da aparência de um corpo morto, pois os redimidos em glória são ativos (Ap 6.9ss.) e estão preocupados com os acontecimentos na terra. A cena da transfiguração mostra Moisés e Elias falando com JESUS sobre a crucificação que se aproximava (Lc 9.30,31). Os pecadores também estão terrivelmente conscientes do que acontece no mundo atual (Lc 16.19-31). Alguns têm afirmado que o registro do rico e Lázaro seja uma parábola. E possível, embora existam diferenças essenciais quando este relato é comparado às outras parábolas. Mas em todo caso, as parábolas de JESUS eram sempre ilustrações da vida real, e a conclusão é clara: os mortos estão agora em uma bem-aventurança, ou em uma situação de tormento. Esse foi o conforto que CRISTO ofereceu ao ladrão moribundo (Lc 23.43; a expressão "paraíso" é igualada a céu em 2 Coríntios 12.2,4) e Paulo declara que é "muito melhor" partir e estar com CRISTO (Fp 1.23). Para o cristão, estar ausente do corpo é estar presente com o Senhor (2 Co 5.8). Ao morrer, Estêvão recebeu uma gloriosa visão de seu lar celestial (At 7.56) e o mesmo aconteceu com o idoso apóstolo em Patmos (Ap 4.11). Existe uma opinião de que, antes da cruz, havia dois compartimentos no Seol onde CRISTO entrou para libertar os redimidos que lá estavam e levá-los para o céu, como um benefício de sua crucificação. Além de ser muito estranha, essa opinião carece de fundamento exegético. Efésios 4.9 também é citado, mas esse verso pode simplesmente identificar o CRISTO ascendido com o JESUS que desceu à terra em sua encarnação. Outra passagem frequentemente citada é 1 Pedro 3.19,20. Ela pode apenas significar que, nos dias que antecederam o dilúvio, CRISTO pregou através do ESPÍRITO SANTO aos contemporâneos de Noé que agora estão "em prisão". Na verdade, e como já foi observado, CRISTO nos disse para onde iria depois de sua morte - para seu Pai e para o paraíso. O NT nos assegura que no momento de nossa morte também estaremos lá com CRISTO, até que Ele venha nos arrebatar (
2 Co 5.2-8; e Filipenses 1.21-23).
 
PARAÍSO
Lugar de felicidade e bem-aventurança. A palavra hebraica pardes foi traduzida como bosque, jardim ou mata em Neemias 2.8, e "pomar" em Eclesiastes 2.5 e Cantares 4.13. Ela é derivada de uma antiga palavra persa, pairidaeza, que significa um jardim murado. A palavra pardes não foi usada em nenhuma passagem do AT com um sentido escatológico.
Na época do NT, entretanto, os judeus consideravam a região dos mortos (Hades ou Seol) como estando localizado no coração da terra; os iníquos que morriam iam para um "lugar de tormento", e os justos para um "lugar de bênçãos" (paraíso). O Senhor JESUS CRISTO usou essa palavra apenas uma vez, falando com o malfeitor que com Ele havia sido crucificado: "Hoje estarás comigo no paraíso" (Lc 23.43). No entanto, na história do homem rico e de Lázaro, Ele empregou um termo alternativo, "seio de Abraão" (Lc 16.22). Em 2 Coríntios 12.4, Paulo fala sobre ser "arrebatado ao paraíso" e ouvir "palavras inefáveis, de que ao homem não é lícito falar". No v. 2, ele fala sobre o "terceiro céu". Muitos pensam que quando CRISTO ressuscitou dos mortos Ele mudou a localização desse paraíso para cima nos céus, como está sugerido,em Efésios 4.8-10. O jardim do Éden foi inicialmente considerado como o primeiro paraíso. A Septuaginta (LXX) traduz gan 'éden, em Génesis 2.8, como paradeisos. Lá, Adão e Eva eram amigos de DEUS. Rios corriam pacificamente através do jardim; lá eles tinham acesso a frutas de muitas árvores, mas por causa da desobediência perderam o direito à "árvore da vida" (Gn 3.24). Lá, DEUS revelou a primeira promessa de um Redentor do pecado antes de serem expulsos do jardim (Gn 3.15).
Um novo paraíso para o pecador redimido aparece no último livro da Bíblia (Ap 2.7; cf. 22.20).
Em sua visão final da futura condição eterna, João viu um "rio puro da água da vida, claro como cristal, que procedia do trono de DEUS e do Cordeiro. No meio da sua praça e de uma e da outra banda do rio, estava a árvore da vida, que produz doze frutos, dando seu fruto de mês em mês, e as folhas da árvore são para a saúde das nações" (Ap 22.1,2).
Bibliografia. Joachim Jeremias, "Paradeisos". TDNT, V, 765-773.
 
POÇO DO ABISMO
Essa expressão ocorre somente uma vez, em Apocalipse 9.1,2, onde ao som do quinto anjo o poço é aberto por alguém que possui a chave, e são liberados seres parecidos com gafanhotos, mas com rosto humano (Ap 9.7). Seu aparato físico os deixava equipados para a sua missão, "danificar os homens por cinco meses" (Ap 9.10). Entretanto, a palavra abismo (abyssos) muitas vezes aparece sozinha e, tanto nas Escrituras como na literatura religiosa primitiva, indica o extremo oposto ao céu (cf. Testamento de Levi 3.9, onde o plural é usado para uma terceira categoria ou reino de coisas, junto com o céu e a terra, que são abalados pela presença de DEUS. Em 1 Clemente 28.3, o plural é usado, com a mesma categorização, em uma citação do Salmo 139.7,8). Paulo faz uma categorização semelhante em Filipenses 2.10 e fala sobre as coisas que estão sob a terra (katachthonios). Esse terceiro reino, chamado de abismo, também tinha o nome de Hades (um termo grego do Salmo 139.8 na LXX) e era considerado como a morada dos mortos (Rm 10.7; At 2.31) e dos demónios (Lc 8.31). O próprio Diabo é mantido no abismo, de acordo com a revelação de João (Ap 20.3). Alguns acreditam que, dessa forma, essa palavra signifique "as profundidades do inferno" (Arndt, p.55), mas isso não pode ser claramente estabelecido.
 
SEOL
A palavra heb. sh"'ol é de origem incerta e aparentemente não era usada em idiomas semitas fora dos círculos judaicos. Ela foi usada 65 vezes no AT, traduzida 31 vezes na versão KJV em inglês como "sepultura", 31 vezes como "inferno", e três vezes como "cova". As versões ASV e RSV em inglês a transliteram uniformemente como "Seol". Existem dificuldades com esta interpretação. A melhor ferramenta em seu estudo é uma concordância. A opinião usual é que Seol é o lugar dos espíritos dos mortos. Tanto os justos (Gn 37.35) como os ímpios iam para lá (Pv 9.18). A Bíblia de Referência Scofield, considerando uma opinião muito antiga, equipara o Seol ao Hades do NT. Ela sustenta que este possuía dois compartimentos antes da cruz, mas que CRISTO libertou os justos no Hades e os levou para o céu em sua ascensão (comentário sobre Lucas 16.23). As opiniões naturalísticas equiparam o Seol ao mundo dos mortos da crença babilónica, ou ao Hades da mitologia grega. Uma outra opinião (BulETS, IV [1961], 129-134) defende que o Seol é o lugar dos corpos dos mortos, isto é, a sepultura. Na maioria das passagens bíblicas esta interpretação ajusta-se muito bem, e é a tradução na metade dos casos na versão KJV em inglês. Esta opinião também é adequada naqueles versículos que falam do Seol como um lugar de silêncio (SI 31.17) onde DEUS não é louvado (SI 6.5; Is 38.18), um lugar de tristeza (2 Sm 22.6; SI 18.5; 116.3) ou inatividade (Ec 9.10). Estas passagens têm sido, às vezes, utilizadas em defesa do sono da alma. Mas se Seol significa sepultura, este termo só refere-se ao sono do corpo na morte. Outros versículos referem-se aos vermes (Jó 17.14; 21.13,26; Is 14.11), ao consumo do corpo (SI 49.14), e à presença dos reis com seus ossos e armadura (Ez 32.27). Um problema é que o termo Seol é usado de uma maneira figurada que poderia enquadrar-se no conceito de "sepultura" ou de "lugar dos espíritos". Jonas clamou "do ventre do abismo" ou do "ventre do inferno" (Jn 2.2). O Seol é uma prisão com barras e portões (Jó 17.16; Is 38.10). Ele é personificado como uma criatura insaciável (Pv 30.16; 27.20; Is 5.14; He 2.5). Várias referências retratando o Seol como estando abaixo, ou como o contrário do céu, podem também ser consideradas como surgindo da referência à tumba, lembrando que na antiguidade as covas para os sepultamentos eram frequentemente profundas na terra (Dt 32.22; SI 139.8 etc). Não há nenhuma indicação de um grande reino subterrâneo dos mortos. As passagens especiais incluem Neemias 16.30,33, onde Corá foi enterrado vivo com seus pertences; e Salmo 16.10, que devemos traduzir da seguinte forma. "Não deixarás a minha alma na morte (ou no inferno)". Isto se harmoniza com Atos 2.29-31, onde o Hades equipara-se à "sepultura". O Hades em outras passagens do NT, na versão KJV em inglês, equivale a "inferno". Várias passagens em Provérbios falam do Seol como a recompensa dos ímpios (1.12; 5.5; 7.27; 9.18; 23.14). Isto pode apenas se referir ao julgamento da morte prematura. Os textos em Isaías 14.9-20 e Ezequiel 31.14-18; 32.18-32 provavelmente possuam uma referência figurativa aos reis mortos na tumba saudando um recém-chegado. Note em Isaías 14.19 que foi negado ao rei da Babilónia um sepultamento decente. O termo Seol é muito usado na poesia e é frequentemente um paralelo à "morte" e à "sepultura". Uma tradução uniforme como "sepultura" resolveria vários problemas de interpretação.
Bibliografia. R. Laird Harris, "The Meaning of the Word Sheol as Shown by Parallels in Poetic Texts". Evangelical The-ological Society Bulletin, IV (1961), 129-134; Man - God's Eternal Creation, Chicago. Moody, 1971, pp. 162-184.
 
SEPULTURA
As palavras traduzidas como "sepultura" ou como algum termo equivalente são as palavras hebraicas 'i, "ruína" (pelo menos uma vez); qeber e q'bura, "tumba" (pelo menos 40 vezes); she'ol (pelo menos 31 vezes); shahat, "destruição" (pelo menos uma vez); e as palavras gregas hades (pelo menos uma vez); mnema (pelo menos uma vez) e mnemion, "tumba" (pelo menos oito vezes). Estas palavras também são traduzidas de outras formas. Qeber e qebura muitas vezes são traduzidas como "sepulcro" ou "local de enterro" assim como ocorre com mnema e mnemion. A tradução "tumba" também é usada. O termo heb. sh''ol também é traduzido como "inferno" (pelo menos 31 vezes) e "cova" (pelo menos três vezes) por exemplo na versão KJV em inglês. A versão RSV em inglês geralmente translitera tanto she'ol como hades. Os costumes de sepultamento dos israelitas são bastante claros a partir da arqueologia e das referências bíblicas. O AT fala de enterros tanto em jardins de casas (2 Rs 21.18) como em complexos de tumbas (Gn 23.20; 1 Rs 14.31). As sepulturas dos pobres, frequentemente, eram, sem dúvida alguma, apenas trincheiras rasas, como no grande cemitério em Qumran. Em outros casos um monumento de pedras era erigido sobre a sepultura, como para Acã (Js 7.26), reis inimigos (Js 8.29; 10.27), e Absalão (2 Sm 18.17). Sem dúvida alguma, os costumes de sepultamento variaram pouco com o passar dos séculos.
Os hebreus aparentemente não usavam caixões - nenhum foi encontrado nas tumbas nativas - mas enterravam seus mortos sobre um esquife ou cama baixa (2 Sm 3.31; 2 Cr 16.14; Ez 32.25; Lc 7.14), seguindo um costume cananeu como encontrado nas tumbas da Idade Média do Bronze em Jericó. Talvez a maior câmara mortuária dos tempos hebraicos tenha sido aquela que foi encontrada pelo Dr. Joseph P. Free em Dota (BASOR, Dez. 1960, pp. 10-13; existe um material posterior não publicado). Muitos corpos foram encontrados em uma única tumba. Os esqueletos daqueles enterrados antes haviam sido empurrados para os lados para abrir espaço para um sepultamento mais recente. Uma característica notável está relacionada às muitas lâmpadas encontradas. A tumba era deixada com uma lâmpada queimando ou as lâmpadas eram usadas nos rituais funerários? K. Kenyon encontrou nichos para lâmpadas cortados nas paredes das tumbas de uma data mais antiga em Jericó (Kathleen Kenyon, Archaeology in the Holy Land, p. 139). Note a menção de uma queima em um funeral em 2 Crónicas 16.14; 21.19. Esta provavelmente não era uma cremação, pois esta prática era excepcional entre os hebreus. Nos dias do NT complexos de tumbas eram cavados, como testemunhado pelas referências à tumba de José de Arimatéia. A tumba da família de Herodes em Jerusalém, em Israel, é um exemplo inequívoco. A pedra rolada que fechava a entrada baixa ainda está intacta. As assim chamadas tumbas do Sinédrio, a noroeste da moderna Jerusalém, com suas muitas câmaras e nichos para corpos, também podem ser datadas de um período anterior a 70 d.C.
Os pobres eram, sem dúvida alguma, enterrados de forma mais simples. Dos dias do NT vêm muitos ossuários que talvez refutam sepultamentos mais pobres. Estes são pequenas caixas de pedra contendo os ossos dos mortos que eram recolhidos após a decomposição. Elas não continham cinzas; o costume romano de cremação foi aparentemente rejeitado. Alguns destes ossuários são famosos. Nomes do NT tais como Miriã e Barjonas foram observados, mas é difícil dizer se estes sepultamentos eram cristãos ou judeus (cf. G. E Wright, Biblical Archaeology, p. 242). A famosa inscrição de Uzias refere-se ao ajuntamento dos ossos do rei Uzias (q.v.)
A palavra qeber, de modo geral, significa simplesmente "sepulcro". Ocasionalmente ela tem um uso figurativo; por exemplo, Salmo 5.9. Em Isaías 14.19 e Ezequiel 32.22,25,26 a palavra é usada no sentido dramático dos reis da terra que jazem em suas sepulturas, mas que se agitam para encontrar os reis da Babilónia e do Egito à medida que estes também vêm para a sepultura. Nestes contextos o termo she'ol também é usado. A palavra sh°'ol traz muitos problemas. Ela agora é geralmente definida como o lugar dos espíritos daqueles que morreram. Isto não se encaixa inteiramente nas 31 passagens (ou mais) traduzidas como "sepultura", por exemplo, na versão KJV em inglês. Nem faz justiça às declarações de que she'ol é um lugar de trevas, silêncio e esquecimento (Jó 17.13; SI 31.17; 88.3,12). Alguns têm concluído a partir destes versículos que a alma dorme no she'ol. No entanto, o problema é resolvido se estes versículos referirem-se ao sono do corpo na sepultura. A. Heidel argumenta extensivamente que sh"'ol às vezes refere-se ao reino dos mortos, e às vezes à sepultura (A. Heidel, The Gilga-mesh Epic and OT Parallels, pp. 173ss.). Pode ser argumentado que sh"'ol seja uma palavra poética para "sepultura". Ela é usada em um paralelismo poético com mawet, "morte", e qeber, "sepulcro" (R. L. Harris, "The Meaning of the Word Sheol", BETS, IV [1961], 129-135).
Há poucas evidências sobre os detalhes dos costumes nos sepultamentos reais dos hebreus. Ananias e Safira foram enterrados muito rapidamente, como ainda é feito entre os judeus. Há algum tempo atrás, G. E Wright expressou sua dúvida quanto ao fato de serem deixados alimentos para os mortos, embora vários vasos e utensílios claramente o fossem (BA, VIII [1945], 17). A senhorita K. Kenyon encontrou comida nas tumbas de Jericó, mas estas eram de uma data anterior aos israelitas (op. cit., p. 191). A Bíblia não mostra nenhum culto dos mortos na religião ortodoxa hebraica.
Dicionário Bíblico Wycliffe - Charles F. Pfeiffer, Howard F. Vos, John Rea - CPAD

 
BIBLIOGRAFIA SUGERIDA
Dicionário Bíblico Wycliffe. 4.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2009.
HORTON, Stanley M. Apocalipse: As coisas que brevemente devem acontecer. 2.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2001.
LAHAYE, Tim; HINDSON, Ed (Eds.). Enciclopédia Popular de Profecia Bíblica. 1.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2008.
SAIBA MAIS pela Revista Ensinador Cristão - CPAD, nº 50, p.42.
SUGESTÃO DE LEITURA
Apocalipse Versículo por Versículo, Enciclopédia Popular de Profecia Bíblica e Dicionário de Profecia Bíblica.
Referências Bibliográficas (outras estão acima)
Bíblia de estudo - Aplicação Pessoal.
Bíblia de Estudo Almeida. Revista e Atualizada. Barueri, SP: Sociedade Bíblica do Brasil, 2006.
Bíblia de Estudo Palavras-Chave Hebraico e Grego. Texto bíblico Almeida Revista e Corrigida.
Bíblia de Estudo Pentecostal. Traduzida em português por João Ferreira de Almeida, com referências e algumas variantes. Revista e Corrigida, Edição de 1995, Flórida- EUA: CPAD, 1999.
BÍBLIA ILUMINA EM CD - BÍBLIA de Estudo NVI EM CD - BÍBLIA Thompson EM CD.
Mateus - Série Cultura Bíblica - R.V.G Tasker
CPAD - http://www.cpad.com.br/ - Bíblias, CD'S, DVD'S, Livros e Revistas. BEP - Bíblia de Estudos Pentecostal.
VÍDEOS da EBD na TV, DE LIÇÃO INCLUSIVE - http://www.apazdosenhor.org.br/profhenrique/videosebdnatv.htm
www.ebdweb.com.br - www.escoladominical.net - www.gospelbook.net - www.portalebd.org.br/
http://www.apazdosenhor.org.br/profhenrique/alianca.htm
Dicionário Vine antigo e novo testamentos - CPAD
Dicionário Bíblico Wycliffe - Charles F. Pfeiffer, Howard F. Vos, John Rea - CPAD
Manual Bíblico Entendendo a Bíblia, CPAD
Dicionário de Referências Bíblicas, CPAD
Estudos sobre o Apocalipse, CPAD
As Disciplinas da Vida Cristã; CPAD
A Doutrina Bíblica dos Anjos; CPAD
Doutrinas dos Anjos e Demônios, CPAD
Comentário Bíblico Apocalipse, CPAD
O Calendário da Profecia, CPAD
Uma Igreja Apaixonante, CPAD
Escatologia - Doutrina das Últimas Coisas - Severino Pedro da Silva - CPAD
Antes que a noite Venha, CPAD
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Gogue e o Anticristo, CPAD
Desmistificando sofismas, por Anderson Rangel (Apostila Heresias I - Rangel) - Rio das ostras - RJ
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Hermenêutica Fácil e descomplicada, CPAD

 http://www.apazdosenhor.org.br/profhenrique/ebd-henr.htm