ESCOLA DOMINICAL BETEL - Conteúdo da Lição 3 - Revista da Editora Betel




A música e a adoração
16 de outubro de 2016



Texto Áureo
"Em ti me alegrarei e saltarei de prazer; cantarei louvores ao teu nome, ó Altíssimo". Salmos 9.2


Verdade Aplicada
A música é um dos canais mais utilizados na adoração, portanto, deve ser cuidadosamente observada.

Textos de Referência

Salmos 101.1-4,7.

1 Cantarei a misericórdia e o juízo; a ti, Senhor, cantarei.
2 Portar-me-ei com inteligência no caminho reto. Quando virás a mim? Andarei em minha casa com um coração sincero.
3 Não porei coisa má diante dos meus olhos. Aborreço as ações daqueles que se desviam; nada se me pegará.
4 Um coração perverso se apartará de mim; não conhecerei o homem mau.
7 O que usa de engano não ficará dentro da minha casa; o que fala mentiras não estará firme perante os meus olhos.

Introdução
É difícil viver sem música. Ela faz parte do humano. Alguns filósofos trabalham com a ideia de que a música é a parte sagrada, divina do homem. É sua transcendência. Aquilo que o coloca em contato com o supremo, metafísico.

1. A música e sua relação com o sagrado
É inegável fato de que a música tem alguma conexão com o sagrado. O problema é quando, conscientes desse poder, usamos a música para manipular sentimentos e emoções. Ela deve ser encarada com seriedade e compromisso, pois sua aproximação com o sagrado não deve ser violada ou deturpada.

1.1. A presença da música no culto
Um fato indiscutível é a presença da música no culto, seja ele qual for. Em todas as religiões, os cultos são celebrados com pouca ou muita música. Desde as mais remotas épocas e culturas, até hoje, a musicalidade permeia a religiosidade. No culto cristão, a música tem grande espeço, inclusive, um espaço que vai se alargando a tal ponto de suprimir o lugar da Palavra. A presença da música no culto não deve ser a essência do cultuar, mas parte do processo. Culto sem palavra não é culto, pois só podemos cantar com vida se a Palavra em nós abrir as portas do louvor (1Co 14.26).

1.2. A música como testemunho
O músico cristão precisa redescobrir urgentemente essa verdade: a música como testemunho! Uma vez que estamos, como Igreja, ministrando ao mundo, somos chamados a testemunhar da graça de Deus. Uma das melhores formas de testemunhar é através da música. É importante lembrar que devemos lutar com todas as forças para destruir as prováveis contradições entre o ser canta e o que vive (Ef 5.19).

1.3. A música entre o sagrado e o comum
Se existe algo esplêndido na música é a sua capacidade de estar no meio, entre o sagrado e o comum. Ela é quase um ponto de equilíbrio. É incrível observar, por exemplo, alunos de alguma orquestra, nessas milhares de igrejas da periferias das grandes cidades, aprendendo a tocar músicas de Bach, Beethoven, Mozart. O comum tocando o extraordinário. É assim que tocamos a melodia da graça. Somos frágeis, pequenos, vivendo num mundo pecaminoso. Apesar dessa distância, tocamos e cantamos coisas do céu. Mesclamos, pela ação do Espírito Santo, nossa pequenez com a gloriosa majestade da fé, e o produto dessa abençoada fusão é a música capaz de tocar corações aflitos gerando salvação.

2. O problema dos estilos musicais
Alguém disse que "não existe um acorde divino e outro profano; música é música!". O problema não está no acorde, mas na pessoa que existe por trás dele. O ser humano é um ser caído e, como esse ser é eminentemente social, o pecado se projeta em suas ações, em seu meio.

2.1. O perigo das influências
Um dos sérios problemas da musicalidade cristã reside no fato de que ela é muito mais influenciada do que influenciadora. Não são poucos os músicos cristãos que copiam os padrões mundanos da música. Quando uso o termo "mundano", estou me referindo a tudo tudo aquilo que zomba da fé, que agride a espiritualidade e rouba a nossa paz. Há grupos na igreja que chegam ao cúmulo de parodiar "sucessos" mundanos. Não precisamos copiar as manias mundanas, pois temos a criatividade e a arte que o Espírito Santo, o músico por excelência, está disposto a nos ensinar. Que nossas influências venham do alto! (1 Co 6.20).

2.2. O perigo da substituição da pessoa central
A adoração é, única e exclusivamente, destinada a Jesus, pessoa central do culto e da espiritualidade. Há estilos musicais onde o grupo ou o músico se tornam a essência. Estilos personalistas que conspiram contra a exaltação e a soberania de Cristo. Esses estilos são característicos pela celebração da performance, da coreografia, e não do Deus a que se propõe adoração. Há alguns lugares onde o "momento de louvor" é um verdadeiro show e o grupo é assediado a gritos frenéticos e eufóricos. Onde nossos talentos ofuscam o nome de Cristo, não pode haver adoração.

2.3. O perigo de se escandalizar o evangelho
Jesus afirma: "É impossível que não venham os escândalos, mas ai daquele por quem vierem" (Lc 17.1). Poucas coisas escandalizam mais do que performances musicais desvairadas. É preciso tomar todo o cuidado possível com isso. O princípio básico da fé cristã é o amor ao outro e, se amamos o outro, nossa preocupação deve caminhar também no sentido de não ferir sua alma, seus sentimentos, sua fé sincera. Se determinado estilo musical fere meu irmão, por que insistir numa ferida que poderá matá-lo?

3. A beleza da harpa cristã
Não que a Harpa Cristã seja o único modelo ideal de música, mas a história que baseia aquelas músicas é digna de nota e respeito. A Harpa Cristã, para nós das Assembleias de Deus, possui grande apreço e significado. Ela é um lembrete musical das nossas origens (Pv 22.28).

3.1. A teologia dos hinos da Harpa
Se você tem uma harpa Cristã ao seu alcance, folheie, medite um pouco em algumas letras. O que você encontrará é a base de toda a chamada "teologia pentecostal". Os hinos vão discorrer sobre o poder do sangue de Jesus, sobre a salvação, o pecado, a graça, o chamado para o ministério, a fé, a alegria, o Espírito Santo. Não são algumas poesias melosas sem implicações práticas. Não são frases feitas sem conteúdos existenciais plenos. São hinos que fortalecem convicções. Hinos que propõem um andar com a bíblia. Quem teve o privilégio de ser criado ao som desses hinos, sabe que para cada momento da vida prática, há uma estrofe que se encaixa com perfeição.

3.2. Os autores dos hinos da Harpa
Talvez a grandeza maior da Harpa se deva a vida de seus autores e tradutores. Não foram homens e mulheres perfeitos e imaculados, mas foram cristãos! Homens e mulheres que deixaram um legado. Gente de Deus que escrevia com base em suas profundas experiências de vida com o Senhor. Falavam de uma realidade espiritual que conheciam na pele, e não apenas na "testemunhologia mirabolante" dos contadores de casos da atualidade. Não eram celebridades escrevendo novos "sucessos", não eram hit makers (fabricantes de sucessos), eram pastores, missionários, servos de Deus com uma história de vida digna.

3.3. A simplicidade cativante da Harpa
Até mesmo os músicos modernos gostam de dar novas versões aos hinos da Harpa. Alguns, ignorando a sua história, destroem a simplicidade original e, com isso, adulteram o hino. A beleza da Harpa está justamente em sua simplicidade cativante. É louvar a Deus pelos pássaros, pela chuva, pela paz. É a adoração que flui da constatação da grandeza de Deus nas pequenas coisas. Como os autores não eram celebridades, os hinos refletem o seu cotidiano humano, sua devoção a Deus. Muitos são os testemunhos de pessoas que, cativadas pela beleza e simplicidade desses hinos, converteram-se ao Senhor. Não vamos jogar fora a grandeza desses hinos!

CONCLUSÃO
Somos chamados para testemunhar o mistério da graça e a música é uma grande nesse abençoado processo. que não venhamos destruir as pontes que a música cria entre nós e os outros, e entre nós e Deus. Que possamos louvar ao Senhor com toda a verdade que há em nós.

QUESTIONÁRIO

1. Por quê culto sem Palavra não é culto?

2. Qual é uma das melhores formas de testemunhar?

3. Por quê não precisamos copiar as manias mundanas?

4. O que Jesus afirma em Lucas 17.1?

5. O que é a harpa cristã?
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