Sociedade e igrejas se prostrando diante dos psicólogos

Mary Pride
A sociedade inteira está se prostrando diante dos especialistas, principalmente dos “doutores” das supostas ciências da psicologia e sociologia. O resultado é que os ensinos do homem (“Dr. Infalível disse isso!”) chegam a ser exaltados acima dos ensinos de Deus.
Ora, não me entenda mal. Não tenho nada contra os especialistas. Mas por favor, gente, vamos reconhecer que a psicologia e a sociologia não são ciências. A psicologia é uma arte e, como qualquer outra arte, o artista a utiliza de acordo com as suas percepções pessoais.
Eu poderia mencionar quantos psicólogos acabaram mostrando no final que eles estavam errados, quantas vezes eles se contradizem uns aos outros e como muitas vezes os seus dados são tendenciosos e preconceituosos. (Quantos cristãos você acha que participaram de todos aqueles testes de “reação sexual” que eles fazem? Você deixaria algum especialista registrar as reações do seu corpo enquanto você estivesse tendo relações sexuais com vinte indivíduos estranhos? Não? Bem, então por que é que deveríamos dar alguma atenção aos especialistas degenerados que fazem tais testes?) Mas vamos dar uma olhadinha para ver se, como as outras ciências, a psicologia produz os resultados que os psicólogos predizem:
A primeira indicação de que a psicologia poderia ser ineficiente apareceu em 1952 quando o Dr. Hans Eysenck do Instituto de Psiquiatria da Universidade de Londres descobriu que as pessoas neuróticas que não recebem terapia têm tanta probabilidade de se recuperar quanto as que recebem. Estudos adicionais realizados por outros pesquisadores mostravam resultados semelhantes. Então o Dr. Eugene Levitt da Faculdade de Medicina de Indiana, EUA, constatou que as crianças com distúrbios que não eram tratadas se recuperavam no mesmo grau que as crianças com distúrbios que eram tratadas. Uma indicação adicional do problema foi revelada nos resultados do extenso Estudo de Jovens Cambridge-Somerville. Os pesquisadores notaram que os delinqüentes juvenis que não recebiam aconselhamento tinham um grau mais baixo de distúrbios e problemas do que os que eram aconselhados. Outros estudos mostraram que, no tratamento de pacientes, as pessoas comuns (que não têm nenhum curso de aconselhamento ou psicologia) conseguem resultados tão bons quanto os psiquiatras ou os psicólogos clínicos. E os estudos Rosenham indicaram que os funcionários de hospitais mentais não conseguiam nem mesmo distinguir a diferença entre as pessoas normais e as que tinham mesmo distúrbios… A ajuda dos psicólogos, então, não tem nada de especial.
William Kirk Kilpatrick, autor da citação acima, é doutor em psicologia educacional. Ele tem mais a dizer sobre o assunto:
A psicologia e as outras ciências sociais podem estar prejudicando seriamente nossa sociedade… Os valores psicológicos, em grande parte, não respeitam os valores tradicionais. E há motivos para acreditarmos que os valores psicológicos podem ser destrutivos…
Um exemplo um tanto gritante… vem da Suécia, talvez o país que mais utilize terapias psicológicas no mundo, onde passaram uma lei proibindo os pais de disciplinar seus filhos fisicamente. Além do mais, é crime ameaçar… ou de algum modo “abusar psicologicamente” dos filhos. Presumivelmente, isso significa que os pais não mais podem levantar a voz para os filhos ou mandar que não saiam do quarto. Mas não há prova alguma de que a psicologia tornou a Suécia um país mais feliz. Todos os relatos mostram que os jovens suecos estão mais deprimidos do que nunca.
A psicologia só é útil como meio de registrar as observações que fazemos do comportamento humano. É dessa forma que ela sempre existiu e muitas vezes nos ajudou. No passado, um homem idoso costumava sentar-se à entrada da cidade para observar as pessoas passarem e para conversar com outros homens idosos. Desse jeito ele acumulava experiências que o ajudavam, por exemplo, a concluir que os esquimós não gostam de comprar gelo. Com essas observações, ele então podia dar recomendações para os outros, tais como: “Jamais tente vender gelo a um esquimó”. Contudo, suas recomendações não eram consideradas verdades científicas absolutas e ele não procurava ser mais do que realmente era: “Já fui jovem e agora sou velho” (veja Salmo 37.25).
Os psicólogos, os sociólogos e outros especialistas podem nos dizer o que vêem, mas eles não têm autoridade nenhuma para nos dizer o que devemos fazer. Daí a nossa confusão. Se sua filha costuma vomitar às sextas-feiras, os psicólogos podem lhe dar palpites sobre como parar isso. Mas, como psicólogos, eles não podem provar que os meios que eles sugerem são moralmente corretos. A Bíblia deve ser nossa fonte de opiniões e ações morais.
Posso agora imaginar um dilúvio de cartas chegando ao meu endereço perguntando: “E quanto aos psiquiatras e psicólogos cristãos?” Respondo: “O que é que há com eles?” Qualquer cristão pode dar sua opinião sobre o que a Bíblia diz. Qualquer psicólogo pode passar para nós suas observações. O perigo surge quando cometemos o erro de pensar que há algo de sagrado e ungido no ensino de um irmão cristão só porque ele tem um diploma de doutor. Se não estou enganada, essa adulação aos doutores é exatamente o que Jesus tinha em mente quando nos preveniu a não chamarmos nossos irmãos cristãos de “Rabi” (Mateus 23.8).
Mary Pride é ex-feminista americana. Hoje ela é presbiteriana e líder do movimento de homeschooling (educação escolar em casa).
Traduzido por Julio Severo em 1993 do capítulo 9 do livro The Way Home: Beyond Feminism, Back to Reality (De Volta Ao Lar: Do Feminismo à Realidade), da Editora Crossway Books, 1984.