ESCOLA DOMINICAL BETEL - Lição 9


Um chamado à adoração e um alerta
31 de Maio de 2020


Texto Áureo
"Ó, vinde, adoremos e prostremo-nos; ajoelhemos diante do Senhor que nos criou.", Sl 95.6


Verdade Aplicada
A adoração envolve cântico, alegria, reverência, proclamação, mas, também, obediência.

TEXTOS DE REFERÊNCIA

Salmo 95
1. Vinde, cantemos ao SENHOR; jubilemos à rocha da nossa salvação.
2. Apresentemo-nos ante a sua face com louvores, e celebremo-lo com salmos.
3. Porque o Senhor é Deus grande, e Rei grande sobre todos os deuses.
8. Não endureçais os vossos corações, assim como na provocação e como no dia da tentação no deserto;
9. Quando vossos pais me tentaram, me provaram, e viram a minha obra.
10. Quarenta anos estive desgostado com esta geração, e disse: É um povo que erra de coração, e não tem conhecido os meus caminhos.

Introdução
Os Salmos 95 e 81 são convocações ao povo de Deus para a adoração, trazer à memória os poderosos feitos do Senhor e alertas para não negligenciar a relevância da confiança e obediência em todo o tempo.

1. Um convite à adoração 
O Salmo 95 é um convite à adoração e um alerta em relação ao ceticismo que atinge os diversos servos do Senhor na caminhada cristã.

1.1. Vinde e cantemos.
Encontramos, inicialmente, o saltério chamando o povo para cantar ao Senhor [Sl 95.1]. Esse convite ressalta dois importantes pontos no ato de louvar ao Senhor: 1) Louvar ao Senhor com júbilo, ou seja, com alegria. A alegria representa o nosso contentamento em servir ao Senhor, isto é, louvá-Lo com prazer, pois Ele é o nosso Deus [Sl 100.1-2]; 2) O louvor deve ser dirigido ao Senhor e não ao homem. A grande reflexão a ser feita atualmente consiste em saber para quem são os louvores? Quais são os propósitos enunciados nas letras? Ressaltam a soberania e a graça de Deus? Fortalecem o relacionamento entre Deus e o homem? Anunciam o sacrifício vicário de Cristo?

1.2. Ele está acima de todos os deuses.
Do versículo 3 em diante, o salmista identifica as razões pelas quais se deve adorar ao Senhor, e a primeira consiste no fato de que Ele é o Grande Rei, acima de todos os deuses, A Bíblia relata que outros povos adoravam outros deuses [1 Cr 16.26; Is 46.1-2]. Consequentemente, o povo de Israel convivia com nações politeístas. Nessa convivência em diversas circunstâncias, o povo de Israel construiu para si ídolos e passou a adorá-los. Um dos maiores esforços dos profetas foi pregar contra a idolatria em Israel. Mesmo sendo um povo escolhido por Deus, inclinavam-se à idolatria e, por isso, foram punidos várias vezes [At 7.41-42]. O apóstolo João ensina: "Filhinhos, guardai-vos dos ídolos" [1 Jo 5.21]. Paulo exortou: "Fugi da idolatria" [1 Co 10.14]. Engana-se quem pensa que idolatria está relacionada apenas a imagens. É preciso afastar-se de tudo aquilo que possa tomar o lugar de Deus.

1.3. Nas suas mãos estão as profundezas da terra.
Outra razão para adorar ao Senhor consiste no fato de que, em Suas mãos estão as profundezas da terra. Ele é o dono da terra, tudo está sob Sua mão [Sl 24.1]. A Bíblia afirma: "No princípio criou Deus o céu e a terra". [Gn 1.1]. A terra surge pelo poder da Sua Palavra. Criou todo o cenário para que o homem pudesse viver; delegando a ele a tarefa de cuidar, zelar e dela tirar o seu sustento. Assim, o salmista convoca o povo para louvar o Criador, pois, embora sendo dono de tudo, compartilhou com o homem os Seus benefícios. Por essa razão, é preciso cantar com alegria em adoração ao Senhor.

2. Entendendo o que é adoração
O salmista faz um segundo convite: "Ó, vinde, adoremos e prostremo-nos; ajoelhemos diante do Senhor que nos criou." [Sl 95.6]. Há um convite para três atos: a) adorar; b) ajoelhar; e c) prostrar

2.1. Conceito de adoração.
O conceito de adoração,  por vezes, é confundido com a ideia de apresentar alguns cânticos, ou, participar de algum culto. No entanto, adorar vai além do que simplesmente um louvor, ou participação de um culto. A adoração consiste em prestar reverência, humilhar-se diante do Eu Sou, reconhecendo a Sua soberania, observando os Seus preceitos. É a rendição da nossa vontade à de Deus. O ato de adoração sempre fez parte da vida do povo de Deus e pode ocorrer de diversas formas. Destacamos duas: 1) A adoração doméstica, a mais antiga forma de adoração. Antes de Israel tornar-se uma nação, a família de Abraão, Isaque e Jacó adorava a Deus. Nessa forma de adoração eram realizados sacrifícios [Gn 15.9; 22.13,14]. Os filhos eram instruídos pelos pais na Palavra de Deus [Dt 6.20]. Por meio dessas instruções eram rememorados os grandes feitos de Deus; 2) A adoração pública. Refere-se às diversas festas que tinham por objetivo relembrar os feitos de Deus, entre elas, Páscoa, Festa do Tabernáculo e Pentecostes.

2.2. A forma de adoração.
Ao conversar com a mulher samaritana, Jesus estabeleceu a forma como se deve adorar, quando ela lhe apresenta a questão quanto ao lugar onde se deveria adorar [Jo 4.19-22]. Tanto judeus quanto samaritanos estavam preocupados com o aspecto exterior da adoração, ou seja, com os rituais e com o local onde estes aconteciam. Jesus esclarece que a adoração deve ser em espírito e em verdade [Jo 4.23-24]. A adoração deve ser em verdade, ou seja, a espiritualidade deve ser na substância. O simbolismo, sem substância, não tem qualquer valor para Deus, é mero cumprimento de rituais. Quantos afirmam que adoram ao Senhor, mas suas condutas estão longe de representar uma atitude de adoração verdadeira. Adoração que apenas cumpre os aspectos rituais, mas não espelha os atributos de Deus, é uma falsa adoração.

2.3. Atitudes para uma verdadeira adoração.
Algumas atitudes contribuem para uma verdadeira adoração: a) Ter uma vida de oração. O apóstolo Paulo ensina que devemos orar em todo o tempo [Ef 6.18]. Por intermédio da oração, cultivamos o nosso relacionamento com Deus; b) Meditar na Palavra de Deus [Sl 1.2]. O termo meditar significa, entre outros, suspirar, refletir, pronunciar. É preciso ir à Palavra de Deus com fé, interesse e conscientes de que dependemos do Espírito Santo [Jo 7.17; 14.26; Hb 11.3] para conhecermos os propósitos de Deus, entender e examinar se nossas condutas estão de acordo com a vontade de Deus; c) Santificar-se [1 Ts 4.3-4]. O processo de santificação envolve um contínuo despojar-se de tudo que não convém aos que estão em Cristo e revestimento de atitudes que contribuem para nosso aperfeiçoamento e um viver para a glória de Deus [1 Co 10.31; Ef 4.22-32].

3. É preciso estar atento à Palavra de Deus
Enquanto adora, o povo de Deus deve manter atenção às admoestações e aos alertas de Deus ao Seu povo e procurar aprender para não incorrer nos erros do passado [1 Co 10.11].

3.1. Ouvir a voz de Deus.
O Salmo 95 alerta para o dever de ouvir a voz de Deus [Sl 95.7]. Precisamos entender o que vem a ser ouvir a voz de Deus. O salmista está falando de obediência, de observar os estatutos do Senhor, de seguir a Sua vontade. As ovelhas ouvem a voz do seu pastor, atendem à sua determinação e o seguem. A voz de Deus precisa ser ouvida todos os dias. Deus repreendeu severamente aqueles que andaram pelo caminho da desobediência [Hb 3.18]. A obediência precisa ser praticada diariamente. Aprende-se a obedecer, obedecendo. Jesus ensinou aos Seus discípulos o caminho da obediência. Ao tratar com Pedro, Cristo foi cirúrgico; Primeiro, perguntou se ele o amava [Jo 21.15-17]. Conduziu à reflexão, e, após isso, determinou: "Apascenta as minhas ovelhas". Há muitos que dizem amar Cristo, e não obedecem a Sua Palavra, entretanto o amor de Deus é revelado por meio da obediência [2 Jo 6].

3.2. Não endurecer o coração.
O Salmo alerta o povo de Deus a não endurecer o coração como em Meribá e como no dia da tentação no deserto [Sl 95.8]. Em decorrência da dureza do coração, Deus ficou desgostoso como o povo de Israel. A expressão "endurecer" consiste em resistir ouvir a voz de Deus. Resistência em acreditar nas promessas de Deus. O coração endurecido é uma terra rochosa. A semente não será plantada e consequentemente não haverá produção de frutos. Nossa terra precisa estar preparada para receber a Palavra de Deus e assim produzir frutos. Portanto precisamos refletir o caráter de Cristo [2 Pe 1.4].

3.3. Relação com o Salmo 81.
O Salmo 81 possui uma relação com a mensagem apregoada no Salmo 95.Inicia conclamando o povo à adoração, é um cântico festivo, mas também faz um alerta ao povo de Israel quanto ao caminho da desobediência. Fala da promessa àqueles que obedecem à voz do Senhor [Sl 81.13-14]. É relevante a repetição quanto ao ouvir a voz de Deus [Sl 81.8, 11, 13] É uma importante lição para nossos dias: cantar, lembrar dos feitos do Senhor, mas manter o interesse e a disposição em viver de acordo com a vontade de Deus, pois neste salmo e em outros textos "ouvir" envolve obedecer.

CONCLUSÃO
Portanto, os salmos não são apenas hinos de adoração, mas também, instruções e advertências para o povo de Deus não desprezar a importância da Palavra de Deus e de cultivar uma vida de confiança e obediência ao Senhor.


Fonte: Revista Betel  https://marcosandreclubdateologia.blogspot.com/