ESCOLA BIBLICA DOMINICAL LIÇÃO 3

Texto Base: Atos 2:1-6,12-18


“E nos últimos dias acontecerá, diz Deus, que do meu Espírito derramarei sobre toda a carne…”(Atos 2:14).

INTRODUÇÃO
O “derramamento do Espírito Santo” é cumprimento das Escrituras, tem base na Palavra de Deus e, portanto, nele crer é crer na verdade, nele crer é ficar do lado do Senhor Jesus. O mais antigo texto exclusivamente profético (Jl 28:32) já predizia este “derramamento” e, pois, não se trata de uma “inovação” ou um “modismo”, como, lamentavelmente, foi tratado por muitos, notadamente no início do movimento pentecostal, mas de demonstração clara e explícita de fé em Deus...
Aliás, foi uma constante, na história dos líderes da primeira geração do movimento pentecostal, o fato de terem sido expulsos de suas congregações ou denominações, por terem crido, pregado e recebido o batismo com o Espírito Santo. Entretanto, quando nos voltamos para a Bíblia Sagrada, vemos que tais pessoas, ainda que tenham sido excluídas de suas igrejas locais, encontram-se na mesma situação do cego de nascença, que, por ter crido em Jesus, foi expulso da sinagoga, mas foi recebido pelo Senhor (João 9: 34-41).

I. O BATISMO COM O ESPIRITO SANTO

O Batismo com Espírito Santo correu 50 dias após a Páscoa, na celebração denominada Pentecostes, uma festa em ações de graças pela recente colheita de grãos. Nessa ocasião, ofertas e sacrifícios eram feitos, e de acordo com a opinião dos rabinos, o Pentecostes marcava a ocasião em que a Lei foi dada a Moisés. Foi nessa ocasião, em que judeus de diversas nações dirigiam-se para Jerusalém para participar dessa festa, que Deus encheu seus servos com seu Santo Espírito.
1. O Batismo com o Espírito Santo. O batismo com o Espírito Santo é uma promessa de Deus, feita no Antigo Testamento(Jl 2:28-32) e cumprida no Novo Testamento(At 2:1-4), que permanece em nossos dias. É um revestimento de poder, com a evidência física inicial das línguas estranhas para o ingresso do crente numa vida de profunda adoração e eficiente serviço a Deus (Lc 24:49; At 1:8; 10:46; 1Co 14:15, 26). Essa promessa é concedida a todos os que crêem em Cristo, e não há qualquer versículo no Novo Testamento que comprove que essa experiência ficou restrita à época dos discípulos. É algo a ser vivenciado pela Igreja em nossos dias.

Não podemos confundir o batismo com Espírito Santo com o batismo descrito em 1Co 12:13; Gl 3:27; Ef 4:5. Nestes textos sagrados, trata-se de um batismo figurado, apesar de real. Todos aqueles que experimentaram o novo nascimento (João 3:5) são imersos no corpo místico de Cristo (Hb 12:23; 1Co 12:12ss). Nesse sentido, todos os salvos são batizados pelo Espírito Santo, mas nem todos são batizados com o Espírito Santo.
Portanto, a experiência do novo nascimento e do Batismo com o Espírito Santo são distintas, sendo que esta última deve ser, necessariamente, antecedida da primeira, ou seja, o batismo com o Espírito Santo é uma experiência que se segue à conversão na vida espiritual do crente. Após ter nascido de novo, o homem tem à sua disposição a possibilidade de ser revestido de poder, de receber poder divino para que, assim, possa, de uma forma plena e eficaz, ser testemunha de Jesus Cristo neste mundo.

2. A evidencia inicial e física do batismo como o Espírito Santo. O falar noutras línguas, ou glossolalia (gr. glossais lalo) foi a evidência inicial do batismo com o Espírito Santo, que os primeiros 120 crentes no dia de Pentecostes tiveram. Entre os crentes do Novo Testamento, essa manifestação sobrenatural foi considerada como um sinal da parte de Deus para evidenciar o batismo no Espírito Santo (ver At 2:4; 10:45-47;19:6). Segundo o livro de Atos, esse fenômeno deve ser espontâneo e resultado do derramamento inicial do Espírito Santo. Portanto, não é algo aprendido, nem ensinado, como, por exemplo, instruir crentes a pronunciar sílabas sem nexo. Esse padrão bíblico para o viver na plenitude do Espírito continua o mesmo para os dias de hoje.

Todavia, o simples fato de alguém falar “noutras línguas”, ou exercitar outra manifestação sobrenatural não é evidência irrefutável da obra e da presença do Espírito Santo. O ser humano pode imitar as línguas estranhas como o fazem os demônios. A Bíblia nos adverte a não crermos em todo espírito, e averiguarmos se nossas experiências espirituais procedem realmente de Deus(ver 1João 4:1).

O Espírito Santo nos adverte claramente que nestes últimos dias surgirá apostasia dentro da igreja(1Tm 4:1,2); sinais e maravilhas operados por Satanás(Mt 7:22,23; cf 2Ts 2:9) e obreiros fraudulentos que fingem ser servos de Deus(2Pe 2:1,2).

Portanto, se alguém afirma que fala noutras línguas, mas não é dedicado a Jesus Cristo, nem aceita a autoridade das Escrituras, nem obedece à Palavra de Deus, qualquer manifestação sobrenatural que nele ocorra não provém do Espírito Santo (1João 3:6-10; cf Gl 1:9).

Warren Wiersbe, comparando o Pentecostes com o evento da Torre de Babel, comenta que Deus fez uma inversão. Em Babel, a confusão de línguas serviu para confundir os homens e dispersá-los, pois a torre foi criada para exaltar os homens, em um ato de rebelião a Deus, ao passo que as línguas faladas no Pentecostes uniram os cristãos em espírito, que louvaram a Deus e demonstraram a certeza da submissão ao plano divino. Mais que isso, Deus mostrou que sua vontade é que o nome de Jesus fosse conhecido em todas as línguas.

II. FUNDAMENTOS DO BATISMO COM O ESPIRITO SANTO
“O Batismo com o Espírito Santo não é uma prática destituída de doutrina; acha-se assentada num forte e inamovível fundamento bíblico-teológico”(pr.Claudionor de Andrade).

1. A festa do Pentecostes. A festa de Pentecostes era uma das três grandes festividades anuais do povo israelita, conforme determinado na lei de Moisés, as festas em que deveriam comparecer à presença de Deus todos os varões (Ex 23:14-19). Como nos explica a própria Bíblia, a lei, com todas as suas cerimônias, ritos e prescrições, tinha uma finalidade educativa, pedagógica, pois servia de “sombra” das coisas que estavam para vir (Cl 2:16,17; Hb 10:1), tudo tendo sido escrito para nosso ensino (Rm 15:4). Assim, a festa judaica de Pentecostes é uma figura, um símbolo, um tipo do derramamento do Espírito Santo e, por isso mesmo, este derramamento se iniciou num dia de Pentecostes, para que, através do que está escrito sobre esta festa judaica, entendêssemos o significado desta operação espiritual, que é fundamental para a nossa vida cristã.
Paralelismo com o derramamento do Espírito Santo. No dia seguinte ao sábado da páscoa, era oferecido um molho das primícias da colheita ao sacerdote (Lv 23:10), que seria movido perante o Senhor, primícia esta que não é outra senão o primogênito dentre os mortos, aquele que ressuscitou no primeiro dia da semana, Cristo Jesus (1Co 15:20,23; Cl 1:18). Em seguida, cinquenta dias depois, vinha o Pentecostes, a festa que indica o início da colheita no ano, ou seja, a ocasião que demonstra o início da salvação da humanidade através da Igreja, o início do movimento do Espírito Santo, baseado no sacrifício de Cristo, com poder e eficácia, em prol da colheita das almas para o reino celestial, algo que perdurará até a festa da colheita final, que se dará com a terceira festa, a festa das trombetas ou festa dos tabernáculos, que representa a volta de Cristo, o arrebatamento da Igreja.

Assim, a descida do Espírito Santo somente poderia ocorrer, mesmo, na festa das primícias, na festa das semanas, que indica o início da colheita, o início da manifestação plena do Espírito Santo no meio da humanidade com vistas à salvação das almas. Era o começo do movimento e o Espírito Santo sempre esteve relacionado com o mover, como vemos desde a Sua primeira aparição no texto sagrado (Gn 1:2).

2. A Profecia de Joel(Jl 2:28-32). “E há de ser que, depois, derramarei o meu Espírito sobre toda a carne, e vossos filhos e vossas filhas profetizarão, os vossos velhos terão sonhos, os vossos jovens terão visões. E também sobre os servos e sobre as servas, naqueles dias, derramarei o meu Espírito.E mostrarei prodígios no céu e na terra, sangue, e fogo, e colunas de fumaça. O sol se converterá em trevas, e a lua, em sangue, antes que venha o grande e terrível dia do Senhor. E há de ser que todo aquele que invocar o nome do Senhor será salvo; porque no monte Sião e em Jerusalém haverá livramento, assim como o Senhor tem dito, e nos restantes que o Senhor chamar“.
Naquele Pentecostes do ano 34, como afirmou o apóstolo Pedro no sermão inaugural da Igreja, cumpria-se a profecia de Joel, na festividade judaica que servira de tipo e figura principal da promessa do derramamento do Espírito Santo. O Espírito Santo foi derramado sobre os quase cento e vinte discípulos que haviam permanecido em oração em Jerusalém, consoante o mandado do Senhor.

Percebemos, pois, que a profecia fala que, antes da “chuva temporã e serôdia“, deve vir a conversão e a vinda do “ensinador de justiça” e haveria abundância nas colheitas, satisfação e louvor ao Senhor e, então, se saberia que o Senhor estaria no meio de Israel, que Ele só é o Deus de Israel, povo que jamais se envergonharia (Jl 2:24-27). O “ensinador de Justiça” é figura de Cristo, o Messias.

Sem Conversão não há “Derramamento do Espírito Santo“. O “derramamento do Espírito Santo” é uma consequência resultante da conversão feita mediante a pessoa do “ensinador de justiça”, ou seja, da conversão e da fé em Cristo Jesus. Mais uma vez, vemos que a profecia confirma a figura apresentada na festa judaica das semanas, ou seja, de que é impossível que se tenha o “derramamento do Espírito Santo” sem que haja uma prévia conversão e, principalmente, que o “derramamento do Espírito Santo” não se confunde com a conversão, sendo uma bênção posterior.

“Chuva temporã e Serôdia“, representam os dois instantes do Derramamento do Espírito Santo. A profecia apresenta-nos, também, nesta sua primeira parte, a conscientização de que o “derramamento do Espírito Santo” se daria em dois instantes, quais sejam, o da “chuva temporã”, no início do ano religioso, logo após a Páscoa, e a “chuva serôdia”, a chuva tardia, a chuva que ocorre pouco antes do término do ano civil, no outono. Este período corresponde ao “ano aceitável do Senhor” (Lc 4:19), que nada mais é que a dispensação da graça (Ef 3:2).
“Derramamento do Espírito Santo sobre toda a carne” (Jl 2:28a). A promessa é de “derramamento”, que atingiria “toda a carne“, ou seja, o Espírito de Deus, que, segundo os preceitos judaicos, era peculiar ao povo de Israel, estaria sendo disseminado entre todas as nações, todos os povos, sobre todo o ser humano. Tal promessa prenunciava, portanto, um tempo inteiramente novo sobre a Terra, onde a presença do Senhor se faria sentir além das fronteiras do “reino sacerdotal”, da “propriedade peculiar entre os povos”, que era Israel (Ex 19:5,6), algo jamais visto pela humanidade desde a queda do homem no jardim do Éden.
“E vossos filhos e vossas filhas profetizarão“(Jl 2:28b). A profecia prossegue dizendo que este derramamento, que não escolhe fronteiras (tanto é que a expressão “sobre toda a carne” que se encontra na ARC, é traduzida na NVI como “sobre todos os povos”) também não se prende a distinção de gênero, tanto que o profeta diz que tanto “os filhos” quanto “as filhas” “profetizarão”.
“Os vossos velhos terão sonhos, os vossos mancebos terão visões“(Jl 2:28c). Aqui, também, notamos que o “derramamento do Espírito Santo” ignora a discriminação relacionada com a idade, algo que era já frequente na Antiguidade e que tem sempre ocorrido nas civilizações humanas. O “derramamento do Espírito Santo” está à disposição tanto de idosos quanto de jovens e são eles igualmente aptos para serem instrumentos nas mãos do Senhor.
“E também sobre os servos e sobre as servas…” (Jl 2:29). O profeta prossegue a sua mensagem dizendo que o derramamento do Espírito Santo também não teria discriminação social. O “derramamento do Espírito Santo” está à disposição tanto da elite quanto das camadas marginalizadas da sociedade, é uma bênção que não vê posição social, pois para Deus não há acepção de pessoas (Dt 10:17; At 10:34). Devemos, por isso, ter muito cuidado para não vincularmos a posição de alguém entre os homens com a sua posição na igreja local, lembrando que Deus é imparcial e que o “derramamento do Espírito Santo” a todos iguala.

III. O BASTISMO NO ESPIRITO SANTO NA HISTORIA DA IGREJA


A história da Igreja tem comprovado que o batismo com o Espírito Santo não é uma realidade circunscrita aos tempos apostólicos. Durante todos os avivamentos ocorridos nestes dois milênios, tanto na Era Patrística, quanto na idade Média, ou nos grandes avivamentos dos séculos 18 e 19, tem havido registros da manifestação do batismo com o Espírito Santo. Grandes homens de Deus, mesmo entre os chamados “reformados”, mostra-nos a história, receberam esta bênção, como, por exemplo, registra-se na Igreja Morávia, num avivamento ocorrido durante cem anos no século XVIII, avivamento, inclusive, responsável pelo despertamento e conversão de John Wesley (o que alguns metodistas renovados indicam como sendo a experiência pentecostal de Wesley, em 24 de maio de 1738, é, em verdade, a experiência de novo nascimento do grande pregador do Evangelho).
A partir da Reforma Protestante, quando há um verdadeiro avivamento na Igreja, que consegue se livrar dos dogmas romanistas de forma ostensiva e organizada, a história começa a registrar episódios do fenômeno da glossolália, ou seja, do falar em línguas estranhas, com cada vez maior intensidade. T. L. Souer, em sua obra “História da Igreja Cristã”, no volume 3, na página 406, informa que Martinho Lutero falava em línguas estranhas, sendo que, no século XVII, entre os quacres (grupo religioso protestantes formado na Grã-Bretanha), é dito que, com frequência, os crentes recebiam o derramamento do Espírito e falavam em línguas, fenômeno que era, também, comum entre os pietistas(grupo protestante da Alemanha).
Seria, porém, no século XIX, que os casos de glossolália aumentariam. O pastor presbiteriano inglês Edward Irving (1792-1834) recebeu o batismo no Espírito Santo, o que o levou a ser excluído de sua denominação.
Nos Estados Unidos, também foram verificadas ocorrências de glossolália e tal fenômeno passou a ser frequente em vários grupos de crentes, a ponto de os evangelistas da época passarem a pregar a existência de uma “segunda bênção“, subsequente à salvação e que consistia em um “revestimento de poder do Alto”, “segunda bênção” esta que os evangelistas Dwight Lyman Moody e R.A. Torreychamaram de “batismo no Espírito Santo”. Charles Finney seria outro grande pregador que passaria a defender a “segunda bênção”.
Charles Fox Parham, na escola que fundou na cidade de Topeka, no estado norte-americano de Kansas, chegou, com seus alunos, em 1900, à constatação de que o “batismo no Espírito Santo”, na Bíblia Sagrada, era sempre evidenciado pelo falar em línguas estranhas e, naquela mesma escola, no dia 1º de janeiro de 1901, foi batizada com o Espírito Santo a aluna Agnes Ozmam, a primeira pessoa a ser batizada com o Espírito Santo com a consciência de que o sinal para tanto era o falar em línguas estranhas depois do período apostólico.
Após este batismo e como alguns achassem que Agnes tivesse falado em chinês e em boêmio, entre outras línguas, Parnham passou a entender que as línguas faladas eram idiomas estrangeiros e que o falar em línguas estava vinculado à obra missionária.
Parnham começou a viajar pelos Estados Unidos para divulgar a descoberta que fizera e a ganhar alunos nestas suas andanças, entre os quais, um pastor negro leigo (isto é, que não havia estudado em seminário para se ordenar pastor), William Joseph Seymour, que pastoreava uma igreja em Houston, Texas.
William Joseph Seymour chegou a Los Angeles em 22 de fevereiro de 1906 e, dois dias depois, pregou na igreja, mas o líder da igreja rejeitou seu ensino. Em 9 de abril de 1906, começou o avivamento, com o batismo no Espírito Santo de Edward Lee. Naquele mesmo dia, seis outras pessoas receberiam o batismo com o Espírito Santo e, em 12 de abril, o próprio Seymour seria batizado com o Espírito Santo.
Ante o aumento do grupo, após estes primeiros batismos, acabou sendo ocupado um galpão na rua Azusa, 312, onde funcionara antigamente uma igreja metodista africana, onde se iniciou um avivamento que foi o responsável pela deflagração do movimento pentecostal que hoje conhecemos, inclusive das Assembléias de Deus no Brasil, pois os missionários suecos Gunnar Vingren e Daniel Berg frequentaram este movimento e lá tiveram a chamada para pregar no Brasil.
Neste ano de 2011, completamos cem e cinco anos do início deste grande avivamento na rua Azusa, do início deste derramamento sem igual do Espírito Santo em todo o mundo, sinal da “chuva serôdia”, ou seja, a “chuva da primavera”, que, em Israel, vinha um pouco antes da colheita, que, como sabemos, é a figura do arrebatamento da Igreja.
IV OS OBJETIVOS DO BATISMO NO ESPIRITO SANTO



O batismo no Espírito Santo cumpre alguns propósitos na vida do crente. Muitos o confundem como algo mágico, manipulado, um objeto sobrenatural para produzir fenômenos que glorifiquem o homem ou lhe traga algum tipo de vantagem, como pensava o mágico Simão, duramente repreendido pelos apóstolos Pedro e João (At 8:9-24). No entanto, Deus não dá dons aos homens para produzir espetáculos, para glorificação humana, mas com finalidades bem específicas na sua obra.
1. Poder para proclamar o Evangelho. O propósito principal da promessa do batismo no Espírito Santo é conceder ao crente poder para testemunhar a sua fé em Cristo, algo que é próprio e característico da dispensação da graça (Lc 24:49; At 1:8). Não eram apenas os discípulos da geração apostólica que deveriam pregar o Evangelho, mas a grande comissão é tarefa de toda a igreja, como nos deixam claro as expressões de Jesus, que são dirigidas a toda a igreja (Mc.16:15 e At.1:8), assim como os ensinamentos de Paulo a este respeito (1Co 9:16; 2Tm 4:1,2). Ora, diante disto, temos que o batismo com o Espírito Santo é uma operação que deve perdurar enquanto a igreja estiver pregando o evangelho, o que acontecerá até o final desta dispensação (Mt.24:14; Ap.22:17).
2. Criar um ambiente de maior intimidade entre o crente e o Espírito Santo. O batismo com o Espírito Santo é um “mergulho”, uma “imersão” no Espírito. A pessoa passa a estar envolvida pelo Espírito Santo, a estar integralmente sob a influência do Espírito Santo, a desfrutar de uma intimidade tal que dispensa até mesmo a intermediação de nossa alma neste relacionamento espiritual (como ocorre quando falamos em línguas estranhas, cfr 1Co 14:2). Em consequência desta intimidade, o crente pode ser usado mais eficazmente pelo Espírito Santo e lhe compreende os desígnios com muito mais facilidade, o que não ocorre com o que não é batizado com o Espírito Santo. Enquanto Apolo teve de ser orientado por Priscila e Áquila, Paulo não teve dificuldade em discernir onde o Espírito Santo queria que ele pregasse o Evangelho.
3. Proporcionar ao crente a alegria do Espírito Santo. A Bíblia fala-nos que, uma vez cheios do poder do Espírito, os discípulos passaram a falar das grandezas de Deus (At 2:11). Estavam todos alegres, glorificando a Deus e exaltando o nome do Senhor. A alegria no Espírito Santo é uma característica indispensável para quem quer ser semelhante a Cristo (Lc 10:21). A alegria é resultado da ação do poder de Deus nas nossas vidas (cf Lc 10:17) e, como bem afirmou Neemias, quando o povo chorava enquanto ouvia a Palavra de Deus, ” a alegria do Senhor é a nossa força” (Ne 8:10). Quando somos salvos, recebemos a alegria da salvação (Sl 51:12), mas se trata de uma alegria introspectiva, interna, enquanto que o gozo advindo da experiência pentecostal faz com que ela jorre para os outros, se expresse com ousadia e seja capaz de compungir os corações dos que nos ouvem.
Bem se vê, portanto, como é diferente a promessa do batismo no Espírito Santo com “novas unções” e as estranhas manifestações “espirituais” que têm surgido no meio da igreja nos últimos tempos, verdadeiras inovações que não têm qualquer propósito e que contrariam a Palavra de Deus.

CONCLUSÃO
O Batismo no Espírito Santo é atemporal e não é de “propriedade” dos pentecostais, pois é estendido a todos. Continua sendo o instrumento indispensável e necessário para que possamos enfrentar o nosso adversário e ganhar almas para o reino do Senhor, a começar da nossa própria (pois de nada adianta o homem ganhar o mundo inteiro e perder a sua própria alma - Mt 16:26). Jesus é o mesmo (Hb 13:8) e, deste modo, não haveria de mudar. Se determinou aos discípulos que aguardassem o revestimento de poder para que, com êxito, cumprissem a Sua vontade, se é Seu desejo que todos os crentes sejam batizados com o Espírito Santo, não haveria de, agora, às vésperas de Sua volta, alterar os Seus desígnios, modificar a Sua vontade.
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