20 de março de 2011 às 08h40
MARIGLEIDE MOURA
Com informações da Missão Portas Abertas
Com informações da Missão Portas Abertas
Qama David foi acusado de blasfemar contra o Alcorão e o profeta Maomé
Na última terça-feira Qamar David, que cumpria a sentença de prisão perpétua por "blasfêmia" em Karachi, no Paquistão, morreu. A polícia alegou a agência International Christian Concern (ICC) que causa da morte foi um ataque cardíaco, mas muitos cristãos acusados de blasfêmia foram mortos por fundamentalistas muçulmanos no Paquistão.
Acusação & Prisão
Em 25 de fevereiro de 2010, David foi condenado à prisão perpétua e a uma multa de 101 mil rúpias paquistanesas (cerca de US$ 1.187) por alegadamente fazer declarações blasfemas sobre o Alcorão e o profeta Maomé.
No passado, cristãos acusados de blasfêmia foram mortos dentro da prisão ou até mesmo no tribunal. Em 20 de setembro de 2009, Falish Masih foi encontrado morto dentro de sua cela na prisão depois que ser acusado de blasfêmia. Mesmo com ferimentos graves no rosto, braços e no resto do seu corpo e indícios claros de assassinato, a polícia do Paquistão afirmou que Falish cometeu suicídio.
Em 19 de julho do ano passado, extremistas islâmicos balearam e mataram Rashid Emmanuel e Sajjid Emmanuel, dois irmãos acusados de blasfêmia, no palácio da justiça de Faisalabad.
Petição & Morte
Em uma petição de março de 2010, a agência ICC intercedeu junto às autoridades paquistanesas pela liberdade de Qamar David. O governo ignorou o apelo à sua liberdade.
"Estamos profundamente entristecidos com a notícia da morte de David. Ainda trabalhamos para encontrar a causa de sua morte. Como já disse no passado, as Leis de blasfêmia do Paquistão estão sendo usados pelos muçulmanos a perseguir os cristãos. Essa Lei tem de ser abolida e todos os cristãos que estão presos por supostamente blasfemarem, devem ser liberados", afirma Jonathan Racho, diretor regional da ICC África.
AD ALAGOS