Lílian Tourinho/AD Alagoas
Cantor Berg Lima fala da programação e conta parte do testemunho
Berg Lima concedeu entrevista exclusiva ao Portal AD Alagoas
Com exclusividade ao Portal AD Alagoas, o ex-vocalista da banda de forró Calcinha Preta, cantor Berg Lima, divulgou que vai gravar o seu primeiro DVD gospel durante a Marcha para Jesus, marcada para o final do mês de junho, na orla de Maceió. Os preparativos, segundo ele, estão na fase final e após louvar para o público durante o percurso no trio elétrico, o cantor estará com toda estrutura pronta de palco, som e vídeo para a gravação, na Praça Multieventos da praia de Pajuçara. Em entrevista, concedida nesta semana na Redação do Portal AD Alagoas, o assembleiano contou parte de seu testemunho, relatando em que momento da vida largou a fama e o dinheiro para seguir a Jesus. Confira a entrevista:
Como foi o início da sua carreira artística?
Comecei a minha carreira artística desde os meus doze anos de idade, quando dei os meus primeiros acordes no violão e comecei a trabalhar daí em diante. Minha primeira banda foi Calcinha Preta, em 2000. Foi neste momento que comecei a saber o que era glamour, fama, status, dinheiro, mas o que mais me magoava era os bastidores. Fazíamos um show para 70 mil pessoas, mas quando você entrava no camarim você via a realidade. Não era nada daquilo que a gente passava.
Passou quanto tempo como integrante da banda Calcinha Preta?
Quatro anos.
Sempre como vocalista?
Isso. Eram duas bandas de um mesmo produtor: a Calcinha Preta e o Mulheres Perdidas. Eu fiz parte das duas. Um dia um amigo meu me perguntou por que eu tinha tanto sucesso, era uma banda famosa, mas não era feliz. Isso ficou dentro de mim...
E você demonstrava para as pessoas que não era feliz?
Demonstrava. Eu era compulsivo, incoerente e agressivo. Até então eu tinha Síndrome do Pânico; eu tinha medo da morte desde os meus 12, 13 anos de idade. Todo mundo vai morrer um dia, não é?
Teve algum motivo especial que te levou a desenvolver esta doença?
Minha avó sempre me contava histórias sobre céu e inferno, o dia do Juízo Final. E isso ficava em minha mente.
Sua avó era evangélica?
Não. Morreu na ignorância. Ela falava de tudo, mas não falava de Jesus. E o medo da morte começou a aumentar de modo que eu não sabia conviver na sociedade. Tomava remédios, não conseguia dormir, tinha insônia, pesadelos...
Então tudo o que se referia à morte te deixava aflito?
Isso. A maioria dos meus amigos de infância, que cresceram junto comigo, não passou dos vinte anos de idade. Eu ouvia vozes que perguntavam para onde eu iria depois que eu morresse. Aquilo era um “inferno” para mim.
Você procurou ajuda espiritual em outros locais?
Catolicismo, Umbanda, Espiritismo, Ocultismo, tudo, menos Cristianismo. E eu queria saber lá de crente.
Era avesso ao Cristianismo?
Com certeza, porque até então não conhecia a verdade. Eu não sabia que existia uma lei no mundo de Deus; que nós nascemos para adorá-lo, para servi-lo. Então eu voltava pior. Buscava esta cura e não conseguia.
E o que te aconteceu para você se voltar para Jesus?
Eu já estava com o meu coração quebrantado no ano de 2006. Certo dia, fui à praia, tomei bastante cerveja, a Síndrome do Pânico me pegou das seis da manhã até seis da noite. Estava no Centro, já chegando em casa. Foi quando parei num sinal e escutei o louvor Espírito Santo, da Fernanda Brum. Aquele louvor começou a falar comigo e eu comecei a chorar. Procurei uma igreja evangélica, onde tocasse aquele louvor, entrei e apontei para o altar e desafiei Deus se realmente ali era o lugar que Ele falasse comigo. Um rapaz colocou as mãos no meu ombro e disse para que eu parasse de chorar e que eu entregasse a minha vida para Jesus que o medo da morte iria desaparecer. Ele não sabia nada da minha vida, mas eu busquei, bati e encontrei a saída. Fui para casa. Quando deu cinco da manhã eu senti alguém sentar na cama. Quando olhei vi uma luz fluorescente; uma voz tomava conta do quarto inteiro e me chamou por três vezes e eu não conseguia saber o timbre, porque a gente não sabe a voz do Espírito Santo. Só sabemos que é uma voz de paz. E conversou comigo e dizia para eu não ter medo de morrer e falei que tinha porque não sabia para onde iria. A voz me disse para eu entregar a minha vida para Jesus que este medo iria desaparecer. Ainda me explicou como seria a minha passagem da vida [física] para a vida [eterna]. Disse que seria diferente e que eu iria acordar já na glória, com os anjos. Eu entendi a mensagem. Eu acordei e comecei a chorar e achei que era muito simples aceitar Jesus. A primeira igreja que frequentei foi a Assembleia de Deus, em Fortaleza. Com o tempo, o medo foi desaparecendo.
A principal mudança dentro de você foi esta cura interior?
Claro. Tive um verdadeiro encontro com Deus. Até então eu não conseguia acreditar, estava com os olhos vedados e depois começaram a cair as escamas e minha visão espiritual foi aberta.
Ainda continuou no Calcinha Preta depois da conversão?
Eu aceitei Jesus, mas não me converti. Durante oito meses ainda fiquei na banda, depois pedi para sair. Eu poderia continuar, inclusive cheguei até a gravar o DVD, mas larguei.
Você deixou a banda por qual motivo especificamente?
Eu já percebia que ali não era mais o meu lugar. Antes eu não entendia como era o trabalhar de Deus no meio da música.
E os integrantes da banda sabiam da sua conversão?
Sabiam.
O que eles comentavam?
Criticavam, zombavam, diziam que Deus era amor e que estava no meu coração, apenas. Só que eu respondia com base na Palavra. Eu não tinha outro argumento.
Mais algum outro membro da banda se converteu?
Michele Menezes, em outra época e também saiu da banda. Tiveram mais dois...
Você foi o primeiro?
O segundo. Praticamente o Daniel (outro ex-vocalista) e eu fomos na mesma época, só que ele já tinha saído da banda e eu entrei cinco meses depois. E hoje eu vivo louvando, pregando o evangelho e vendo as pessoas aceitando Jesus...
Você continua investindo neste ministério da música ou tem outras pretensões?
Eu sempre vivo o lado espiritual. A Palavra diz "confia no Senhor e o mais Ele fará’. Então, Deus me quer fazendo a obra.
Mas você deseja continuar no ramo musical?
Com certeza. Foi o louvor que me libertou e tanto que o meu CD contendo meu testemunho está entrando em muitos lares não-cristãos e nas igrejas. E Deus tem abençoado. Hoje, vivo literalmente das ofertas, vendendo o meu material para me manter.
Qual material evangélico você tem?
CD. Estou agora passando para o segundo trabalho e estou orando a Deus para gravar o meu primeiro DVD aqui em Maceió. Estou sendo cogitado para fazer a Marcha para Jesus e, durante a concentração, gravarei o meu DVD. Estou orando e buscando...
O teu estilo musical permaneceu o forró?
Fiz o primeiro CD com adoração, porque Jesus diz que quem está em Cristo nova criatura é; as coisas velhas se passaram e eis que tudo se fez novo. O tempo foi passando e Deus vai te amadurecendo. No primeiro eu queria ver a graça de Deus em minha vida e foi o Espírito Santo quem me revelou a cor do CD e o estilo da música. Já vendi oito mil cópias e está sendo uma bênção de Deus. Neste já coloquei músicas de forró a pedido de muitos jovens de grupos da igreja que acompanham o meu trabalho. Um dia fui ao monte orar e roguei a Deus uma canção inédita para as marchas. Recebi uma canção que é o tema da Marcha para Jesus e através deste hino estarei aqui, em Feira de Santana e em São Paulo fazer o lançamento.
Qual a diferença de cantar para um público forrozeiro para o evangélico?
Almas. Não há dinheiro que pague quando Deus se utiliza para falar com uma pessoa. Eu busco a revelação. Todo dia é uma busca e precisa estar consagrado para que Deus possa te usar.
Em sua profissão, você se arrepende de alguma coisa?
De não ter nascido no evangelho.
Quando mais jovem, teve alguém que te evangelizou?
Eu tinha dez anos quando entrou um prego enferrujado no meu pé, que ficou muito inchado. Então me levaram para a igreja evangélica e um rapaz lá passou um óleo, meu pé esquentou e na mesma hora desinchou; fui curado do tétano. E este episódio ficou na minha mente. Só que eu era ignorante, do interior e não dava valor a estas coisas. Mas hoje eu e minha casa, inclusive a minha filhinha que vai nascer agora, serviremos ao Senhor.
Como você faz para dissociar a tua voz e a tua imagem da Calcinha Preta?
Eu não gosto de ser conhecido como ex-vocalista da Calcinha Preta. Quando me chamam assim está crescendo o nome da banda e não o de Deus. Mas, infelizmente e felizmente ao mesmo tempo, vivemos em um mundo carnal. Hoje é um atrativo para as igrejas evangélicas uma pessoa que foi do mundo e trazê-la para contar o testemunho. Deus me colocou neste ministério para resgatar aqueles que estão nestas bandas e entendo que cada um tem um chamado específico.
É a primeira vez que você vem a Maceió depois da conversão?
Segunda vez.
Qual a tua programação aqui em Alagoas?
Estou atendendo aos convites nas igrejas e só estou fogando nas segundas-feiras.
Fala um pouco deste projeto do DVD?
Já está tudo certo. Houve uma revelação há dois anos de que Deus iria preparar tudo. Eu não iria me preocupar com nada e, realmente, tudo está tudo sendo providenciado. Deus está preparando tudo. Estou orando e, se Ele confirmar, vou gravar na Marcha deste ano, em Maceió.
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FONTE PORTAL ADALAGOAS