Autoridades chinesas prendem outro pastor de mega igreja em Pequim


Igrejas locais se reúnem em vigília de oração semanal pela congregação e seus líderes

Autoridades chinesas prendem outro pastor de mega igreja em Pequim
A polícia prendeu o pastor de uma das maiores igrejas não registradas em Pequim no último sábado (16), e colocou muitos congregados sob prisão domiciliar por tentarem realizar um culto ao ar livre, disse um grupo de direitos humanos centrado na luta pela liberdade religiosa na China. 

O pastor preso é Jin Tianming, que fundou a Igreja Shouwang na década de 1990, atualmente com mais de 1.000 membros. 

Na semana passada, ele e centenas de membros da igreja foram presos e depois liberados quando tentaram realizar o culto de adoração de domingo em um local ao ar livre. 


Líderes da Igreja Shouwang têm repetidamente afirmado que a reunião ao ar livre é politicamente motivada. Eles afirmam que os seus membros são forçados a adorar ao ar livre porque o governo chinês impediu senhorios de cederem qualquer espaço para igrejas. 

A igreja foi expulsa de onde aconteciam anteriormente as reuniões e funcionários do local alegam que foram pressionados a fecharem as portas para a Igreja Shouwang. 

"Pedimos ao governo chinês para exercer moderação e se abster de recorrer à violência que contribui para a escalada do conflito com os pacíficos adoradores de Shouwang, que não pedem nada mais do que simplesmente exercer o seu direito à liberdade religiosa", disse o fundador presidente da China Aid, Bob Fu. 

O governo chinês, nos últimos tempos, tem aumentado a repressão contra dissidentes e manifestantes, de acordo com relatório do Departamento de Estado dos EUA sobre direitos humanos divulgado nesta semana. 

"Na China, vimos uma tendência negativa que está parecendo agravar-se na primeira parte de 2011", disse a secretária de Estado Hillary Clinton. 

Clinton destacou que dezenas de advogados, ativistas, blogueiros e outros que desafiaram a autoridade do governo chinês foram detidos por exercerem o seu " internacionalmente reconhecido direito à livre expressão". 

Muitos acreditam que a repressão chinesa vem do seu medo de possíveis “rebeliões” de alguns cidadãos inspirados pela revolta no mundo árabe. 

Dada a sensibilidade do governo atual em relação à dissidência, um encontro de centenas de cristãos não-registrados no domínio público seria uma ameaça. 

Na China, as igrejas protestantes devem se registrar na Tríplice Autonomia do Movimento Patriótico, que supervisiona as igrejas e o Conselho Cristão da China para operar legalmente. Este, no entanto, é um órgão do governo que coloca a submissão à autoridade do Estado no mesmo nível (se não superior) a submissão à autoridade de Cristo. Por isso, muitas igrejas se recusam a se registrarem. Eles argumentam: “Cristo é o cabeça da igreja, não o governo”. Também há um temor de que a regulação do governo controle o conteúdo do sermão, caso a igreja se registre. 

Elder Fu Xianwei de Xangai, presidente da Tríplice Autonomia do Movimento Patriótico, relata que na China há mais de 23 milhões de cristãos protestantes, incluindo os crentes não-registrados. 

Shouwang, uma das maiores igrejas não registradas em Pequim, provavelmente enfrentará uma pressão especialmente severa do governo chinês, pois o incidente recebeu muita atenção da mídia internacional e as autoridades mundiais estão retratando o fato de forma negativa para a China. 

Além de deter o pastor sênior Jin Tianming, as autoridades também estão pressionando os senhorios a expulsarem os membros das igrejas de suas casas, e prenderam outro pastor, Li Xiaobai, e sua esposa. 

No momento, o paradeiro do pastor Jin Tianming é desconhecido. 

Segundo a CAA, mais de uma dezena de igrejas “clandestinas” para o governo em Pequim se uniram para emitir uma declaração de apoio à igreja Shouwang e abriram uma vigília de oração semanal pela congregação e os seus líderes. 

Fonte: Christian Post / Redação CPAD News
Foto: AP