Dados de uma pesquisa realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE) em maio de 2010, revela que o número de usuários de crack, hoje, no Brasil está em torno de 1,2 milhão e que a idade média para início do uso da droga é de 13 anos.
Diante desta realidade, o grupo Força Jovem Brasil de Piauí, da Igreja Universal do Reino de Deus, organizou no último dia 27, uma caminhada contra o crack, na Vila Coronel Carlos Falcão, no bairro Dirceu Arcoverde, zona Sudeste da capital Teresina, que reuniu cerca de dois mil jovens da região.
Durante o encontro, além das apresentações de dança e de teatro, juntamente com a Banda Força Jovem, os jovens participaram de palestras com o delegado que comanda a Delegacia Especializada de Prevenção e Repressão ao Tráfico de Entorpecentes no Estado (DEPRE), Samuel Silveira e a professora Zita Vilar, secretária executiva da Câmara Estadual de Enfrentamento ao Crack e outras drogas.
Segundo o coordenador do projeto Força Jovem do Piauí, pastor Adelmo José, este é o caminho para tirar o jovem da criminalidade. “O jovem pode ser feliz sem drogas. Por isto estamos fazendo este trabalho em todo o estado, oferecendo aos jovens que estão em situação de vulnerabilidade, esporte, cultura e lazer” explica o pastor.
Transformação de vida
A secretária Fernanda Alves, de 30 anos, integrante ativa do Força Jovem, é hoje uma pessoa feliz, completamente diferente de quando chegou à Igreja Universal, aos 22 anos (foto ao lado).
Ela conta que, com apenas 15 anos conheceu as drogas e foi expulsa de casa. Aos 16 engravidou, teve o filho e acabou tendo que ir morar nas ruas, onde ficou por cerca de 5 anos. “Eu comia o que encontrava no lixo dos prédios e, quando lúcida, passava o dia no cemitério, pois era atraída pela morte. Achava que se eu morresse, encontraria a paz, tanto que tentei o suicídio várias vezes”, conta.
Desta forma, ela viveu por muito tempo, no submundo das drogas, do roubo e nas ruas. Mas, um vizinho que acompanhava o sofrimento de Fernanda, a convidou para participar de uma reunião do Força Jovem. “Vi nele uma alegria diferente e percebi também que ele ficou muito feliz por eu ter aceitado. Eu não entendi muito bem tamanha alegria, mas o admirei e quis ser feliz como ele. Não tinha nada a perder, não tinha perspectiva, até porque, a vida que eu levava não me dava o direito à felicidade. Hoje, graças a Deus estou livre dos vícios e transmito, mesmo sem falar uma palavra, a felicidade que procurei em diversos lugares. Minha vida é totalmente dedicada a salvar almas, jovens perdidos como eu estive um dia, enfim, vivo dignamente: tenho meu trabalho, um lar e uma família sem brigas”, finaliza.
Fonte: Arca Universal