Missão do pastor é convencer o Parlamento a aprovar a lei, que é condenada por homossexuais
A introdução de uma rígida lei contra crimes cometidos por homossexuais em Uganda, que fala em pena de morte para homossexuais pedófilos, parece iminente, apesar de protestos de parte da comunidade internacional.
O ministro para Ética e Integridade, James Nsaba Buturo, apoia a nova lei, mas diz que a pena de morte pode ser removida do texto. Porém, mesmo se a cláusula for removida, a lei ainda poderá determinar prisão perpétua para casos de assédio de menores por homossexuais. Em Uganda, é grande o número de casos de crianças do sexo masculino abusadas por homossexuais e infectadas pelo vírus HIV por terem relações homossexuais, o que provocou a campanha em favor dessa lei com o apoio maciço das igrejas e da maioria da população ugandense.
O ministro para Ética e Integridade, James Nsaba Buturo, apoia a nova lei, mas diz que a pena de morte pode ser removida do texto. Porém, mesmo se a cláusula for removida, a lei ainda poderá determinar prisão perpétua para casos de assédio de menores por homossexuais. Em Uganda, é grande o número de casos de crianças do sexo masculino abusadas por homossexuais e infectadas pelo vírus HIV por terem relações homossexuais, o que provocou a campanha em favor dessa lei com o apoio maciço das igrejas e da maioria da população ugandense.
No final de semana passado, em uma igreja de Kampala, o pastor Martin Ssempa irritou ativistas de direitos dos gays, ao pregar que a homossexualidade é um pecado, como afirma a Bíblia. A missão de Ssempa é convencer o Parlamento de Uganda a aprovar o projeto de lei contra crimes homossexuais. “Para muita gente aqui, os homossexuais de Uganda não representam uma minoria sexual em defesa dos seus direitos, mas uma ameaça insidiosa, promovendo um vício canceroso que espalha o HIV”, disse pastor Ssempa, lembrando que menores foram infectados depois de se relacionarem com homossexuais após assédio.
Desde 2009, tramita no Parlamento de Uganda esse projeto que prevê a execução de homossexuais por pedofilia e que exige que os cidadãos denunciem em 24 horas qualquer ato desse tipo praticado por homossexuais.
Como o Parlamento entrará em recesso em maio, Ssempa lançou, neste mês, uma nova campanha, levando líderes religiosos, organizações da sociedade civil e dois ex-homossexuais a se reunirem com o presidente do Parlamento, Edward Kiwanuka Ssekandi. O grupo apresentou-lhe um abaixo-assinado com mais de 2 milhões de adesões pedindo a aprovação da nova lei.
Depois que Ssempa leu a petição, as atenções se voltaram para os dois homens sentados em silêncio no outro lado da mesa, Paul Kagaba e George Oundo. "No meu caso, fui atraído para a homossexualidade pelo diretor de uma escola primária", disse Kagaba, 27 anos. Em seguida, foi a vez de Oundo, 26. "Fui recrutado para a homossexualidade há muitos anos, aos 12", relatou. "Por favor, nos ajudem; permitam que o projeto seja aprovado", pediu.
Ao final da reunião, o deputado Ssekandi advertiu que, dificilmente, o projeto será debatido na atual legislatura. Uma hora depois, num hotel, após press]ao da comunidade homossexual, Oundo retirou parte do que havia dito, dizendo que não apoiava totalmente o projeto.