Governo pressiona senhorios a não alugarem espaço para igreja
Centenas de cristãos na China foram detidos neste domingo (10) quando tentavam realizar um culto. Eles eram membros da Shouwang, uma das maiores igrejas protestantes não registradas, em Pequim. A congregação foi expulsa do restaurante onde faziam a reunião.
A Igreja afirma que o governo chinês tem pressionado os proprietários de imóveis a não alugarem o espaço para o culto.
Sem outra escolha, os membros da igreja tentaram realizar o culto de domingo em um local ao ar livre. O anúncio foi feito pela Internet. Todos estavam cientes dos riscos, pois foram advertidos pelo pastor, o reverendo Jin Tianming.
A polícia impediu alguns membros de deixarem suas casas e detiveram mais de 100 fiéis, afastando-os para um local desconhecido, conforme relatado pela Voz da América.
De acordo com o grupo de liberdade religiosa “China Aid Association”, com sede em Midland, Texas , "nem todos, mas um punhado" de pelo menos 169 cristãos foram libertados 24 horas depois.
Ainda na manhã desta segunda-feira (11), um pastor, sua esposa e um membro da comunidade ainda estavam sob custódia da polícia, relatou o grupo.
Enquanto isso, veículos de vigilância continuam fora das casas dos outros membros da igreja. A ChinaAid acredita que a liberdade de circulação deste cidadãos cristãos permanecerá limitada por algum tempo.
Na China, as igrejas protestantes devem se registrar na Tríplice Autonomia do Movimento Patriótico, que supervisiona as igrejas e o Conselho Cristão da China para operar legalmente. Este, no entanto, é um órgão do governo que coloca a submissão à autoridade do Estado no mesmo nível (se não superior) a submissão à autoridade de Cristo. Por isso, muitas igrejas se recusam a se registrarem. Eles argumentam: “Cristo é o cabeça da igreja, não o governo”. Também há um temor de que a regulação do governo controle o conteúdo do sermão, caso a igreja se registre.
Elder Fu Xianwei de Xangai, presidente da Tríplice Autonomia do Movimento Patriótico, relata que na China há mais de 23 milhões de cristãos protestantes, incluindo os crentes não-registrados.
O Departamento de Estado dos EUA divulgou seu relatório de liberdade religiosa mais recente na semana passada e citou a contínua tendência negativa da China no que diz respeito aos direitos humanos.
"Vimos na China uma tendência negativa que está parecendo se agravar logo na primeira parte de 2011", disse a secretária de Estado Hillary Clinton.
Ela expressou profunda preocupação com a detenção de dezenas de advogados, ativistas, blogueiros e outros, e instou a China a libertar esses detidos por exercerem o seu "internacionalmente reconhecido direito à livre expressão."
A China, porém, rejeitou o relatório, dizendo que os EUA não têm autoridade para condenar os seus registros de direitos humanos.
Fonte: Christian Post / Redação CPAD News