CENTENÁRIO DAS ASSEMBLEIAS DE DEUS NO BRASIL: MAIS UM TRISTE CAPÍTULO


CRONOLOGIA E HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO TEOLÓGICA NAS ASSEMBLEIAS DE DEUSO texto abaixo, publicado na versão digital do jornal O Liberal, me foi enviado via email por seu autor, e reflete bem o clima que se instaurou em torno da celebração do Centenário das Assembleias de Deus no Brasil.

Centenário paralelo, uma afronta a Belém 

Numa abominável afronta a nossa cidadania civil e religiosa, certos pastores do Sul ameaçam vir montar celebração paralela ao Centenário.
que a população e as autoridades de Belém fariam, caso tivéssemos na cidade um Círio paralelo? Se de repente alguns padres do Sul do País arrebanhassem meia dúzia de fiéis e, em plena quadra nazarena, viessem em caravanas à capital paraense organizar outro Círio? Um Círio clandestino e aviltante, que ignorasse as igrejas históricas e ultrajasse as autoridades católicas do Estado do Pará? Algo parecido está sendo cogitado em relação às celebrações do Centenário da Assembleia de Deus.
Já não é novidade para ninguém que a Assembleia de Deus nasceu entre nós. Que foi bem ali, na Siqueira Mendes, que alguns irmãos, reunidos no dia 18 de junho de 1911, organizaram-se sob o primitivo nome 'Missão da Fé Apostólica'.
Acontece que, tendo essa igreja crescido de modo fenomenal, e alcançado a partir de Belém todos os cantos da Nação, cresceu também o poder político na ala de suas lideranças. Surgiram alguns caciques, organizados em certas convenções de duvidoso teor cristão. E agora, numa abominável afronta à nossa cidadania civil e religiosa, certos pastores do Sul ameaçam vir em junho para montar uma celebração paralela ao Centenário. Prometem vir à terra da Assembleia de Deus zombar de seus prédios históricos, de seu Museu Nacional, das famílias que descendem direto dos pioneiros e da liderança de nossa igreja. Não obstante a Constituição nos garanta o direito de ir e vir, o que esses homens pretendem fazer é um ato repugnável e de péssimo testemunho para o Evangelho.
Obviamente, você já deve estar querendo saber o porquê desse ato tresloucado. E eu já lhe explico.
Ainda em 1930, a Assembleia de Deus, até esse tempo liderada pelos missionários estrangeiros, viu nascer uma instituição nacional. Viu nascer uma convenção de pastores brasileiros que se diziam deslocados perante a liderança natural dos missionários fundadores. Em Natal, onde se reuniram, eles pleiteavam liberdade. Porém, antes de abrirem a boca para gritar por esse poder, a alma altruísta dos missionários lhes repassou tudo: todas as igrejas estabelecidas, todos os crentes, todo o patrimônio. E, tendo deixado os nacionais com a faca e o queijo na mão, rumaram para terras descobertas do evangelho pentecostal, no Sul do País.
E foi ali, no Sul do País, depois da morte desses corajosos missionários, que o poder eclesiástico da Assembleia de Deus estendeu seus tentáculos. Aproveitando toda a criação intelectual e espiritual de Belém, esses líderes do Sul montaram editoras e formaram impérios. A partir da humilde tipografia instalada na Travessa Nove de Janeiro, esses burocratas do poder publicaram livros, jornais e revistas de escola bíblica dominical. Estas revistas, por exemplo, criadas em Belém em 1919, têm hoje uma tiragem de quase três milhões de exemplares por trimestre, sem que assista à igreja belenense um único centavo de royalties.
Enquanto isso, Belém, por seu papel de igreja-mãe, conservou-se ao longo do tempo como referência única de Assembleia de Deus, com lideranças importantes e lugar de visitação contínua, nacional e internacional. E isso incomoda, pois, você há de concordar, a vaidade humana não se satisfaz facilmente. A trilogia do diabo é sexo, poder e dinheiro. Se o primeiro é proibido às escâncaras na igreja, e o último não constitui problema para alguns, poder é a ponta do tridente que nunca para de crescer. A iniciativa de vir a Belém do Pará realizar um Centenário paralelo evidencia a fome pelo poder. Precisam dessa vitrine para exibir Brasil afora.
Mas, vir afrontar nossa terra, merece ser repensado. Não esqueçam que somos índios pentecostais.
Rui Raiol é escritor
Fonte: O Liberal

Que tristes palavras. No que edificam?

- "abominável afronta..."
- "um Círio clandestino e aviltante..."
- "certos pastores do Sul ameaçam vir em junho..."
- "Prometem vir à terra das Assembleias de Deus zombar..."
- "o que esses homens pretendem fazer..."
- "... o poder eclesiástico das Assembleias de Deus estendeu os seus tentáculos..."
- "... esses líderes do sul montaram editoras e formaram impérios."
- "Mas vir afrontar a nossa terra..."
- "Não esqueçam que somos índios pentecostais."

De quem é a culpa por mais esta vergonha nacional, não apenas para as Asssembleias de Deus no Brasil, mas para todos que professam a fé evangélica?

É muito conveniente apontar culpados nesta hora ou se sentir (ou se dizer) vitimado.

Quem são os culpados?

- Os que tomam o lugar de acusadores em vez de reconhecer os seus próprios erros e pecados;
- Os que não conseguem perdoar;
- Os que semeiam contendas;
- Os que fomentam facções;
- Os que estão cegos pelo poder;
- Os que desaprenderam o "lavar os pés";
- Os que não querem andar a segunda milha;
- Os que não largam a capa;
- Os desejosos dos primeiros lugares;
- Os famintos de vingança;
- Os sedentos de notoriedade;
- Os encantados com os holofotes;
- Os embriagados com privilégios;
- Os adoradores de si mesmos;
- Os que vivem o pseudoevangelho de Jesus;
- Os que não medem as consequências dos seus atos e palavras.

De que lado eles estão? Com certeza, não estão ao lado de Deus.

"Examine-se, pois, o homem a si mesmo [...]" (1 Co 11.28a)

Que os amados irmãos assembleianos em Belém do Pará (pastores, líderes, membros, congregados etc.), ou em qualquer outra parte do Brasil, não se deixem levar por sentimentos amargos, por qualquer espírito de guerrilha, ou pelos interesses pessoais de quem quer que seja.

É tempo de lamentações e arrependimento.

No amor de Cristo,http://www.altairgermano.net