Cristãos egípcios são punidos por morte de dois muçulmanos

  
EGITO (19º) - Um banho de sangue no dia 22 de abril tem aterrorizado os cristãos em Abu Qugana. Rumores apontam que estranhos entraram na aldeia para fazer ameaças na semana de Páscoa. Os cristãos pediram proteção até mesmo para grupos na Europa e aos EUA. "Muçulmanos jogaram minha mãe do segundo andar e incendiaram minha casa", disse Adel Abdulllah. Sua casa e seu escritório foram incendiados. Seu pai e três irmãos foram presos por suspeita de assassinato.

Segundo Mary Abdelmassih, da Agência Internacional Assíria, um copta foi esfaqueado e morreu no hospital. O bispo Makarious disse que 20 famílias tiveram suas casas saqueadas e incendiadas por muçulmanos. Uma delas ficava a 50 metros da delegacia. Um toque de recolher foi imposto na cidade na terça e quarta-feira, das 19h até 6h para controlar a violência, mas os ataques continuaram. Segundo os moradores, uma briga começou no dia 18 de abril entre as famílias muçulmanas Abdel-Kader e el-Gazzar, que resultou na morte de duas pessoas.

Em outro local, em uma briga de trânsito, os guardas atiraram para cima a fim de dispersar a multidão. Os coptas foram acusados de matar dois muçulmanos. "Não há nenhuma prova de que cristãos mataram muçulmanos” disse um morador. Em retaliação, os muçulmanos atacaram e saquearam dois cafés.

Ainda houve outro ataque durante o enterro de muçulmanos: "Foi terrível, as pessoas que estavam no funeral saíram e começaram a disparar para o ar e jogar bombas nas casas. Tudo que era dos cristãos foi destruído". "Nenhum dos muçulmanos, que saquearam e destruíram propriedades coptas foi questionado. Foi um "milagre" que os coptas não se feriram durante os ataques", disse o bispo Makarious. Ele ainda criticou a polícia e o exército por não controlar a situação. "Eles não foram imparciais". O governador de Minya disse que os incidentes em Abu Qurqas El Balad não foram de teor religioso e sim uma briga de trânsito, que passou dos limites. Ele negou a perda de propriedade. As forças de segurança impediram que emissoras de Tv filmassem na aldeia, mas muitos vídeos foram enviados ao YouTube.

O advogado de Abdelmassih, Dr. Ihab Ramzy, pediu aos coptas que registrassem uma queixa com a polícia, a fim de que ele os represente. Nela, eles tinham que nomear os assaltantes, o que pode não acontecer, pois as vítimas foram ameaçadas pelos muçulmanos.

Tradução: Yara Ferreira E PORTAS ABERTAS


Fonte: ANS