O trabalho do ministro é representar as minorias religiosas e seus interesses junto ao governo federal. No dia 2 de março, extremistas islâmicos assassinaram o então ministro Shahbaz Bhatti, que se opunha às leis de blasfêmia do país. “A nomeação é um passo no sentido de dominar as minorias (religiosas) e especialmente os cristãos paquistaneses. Esse cargo deve ser dado a um cristão, em justiça ao sacrifício de Shahbaz Bhatti. Não queremos ver a luta de Shahbaz contra as leis de blasfêmia sofrer um revés. A não nomeação de um cristão para o cargo será mais uma forma de discriminação contra os cristãos”, disse o secretário geral da Aliança do Paquistão Pelas Minorias, Javed Michael, em entrevista concedida à ICC. Um líder cristão que trabalhava com Shahbaz na luta pelos direitos dos cristãos, Khalid Gill, disse: “A esperança tem prevalecido entre os cristãos. Eles são de fato muito privados de seus direitos. Essa nomeação piora a situação dos cristãos. Mas nós continuaremos a lutar (por nossos direitos)”. Num comunicado enviado à ICC e outras mídias, Naveed Walter, presidente da Direitos Humanos Paquistão em Foco, expressou um sentimento semelhante. Ele disse que “num cenário onde minorias se deparam com a perseguição, a nomeação de um muçulmano ao ministério revela a verdadeira face do governo paquistanês”. Além disso, enviou uma mensagem no intuito de aplacar os fundamentalistas, que querem que o cargo seja dado ao muçulmano. Jonathan Racho, gerente regional da ICC no sul da Ásia, disse: “Nós acreditamos que esse cargo deve ser preenchido por alguém que, de fato, entende o significado de ser minoria no Paquistão e que trabalhe com coragem para defender os direitos das minorias. Apelamos ao governo paquistanês, para que leve em conta os interesses de cristãos e de outras minorias religiosas e reconsidere essa decisão”. Tradução: Marcelo Peixoto
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