Li o artigo do bom jornalista cristão, Valmir Nascimento, do CPAD News e gostei, por isso resolvi publicá-la. Embora tenha recebido muitas mensagens acerca do pastor da Betesda, contive-me para não postar nada e fugir da imagem que querem me impor de perseguidor do polêmico conterrâneo. O texto que segue é a melhor crítica que li sobre a defesa dos jovens da igreja do Ricardo por seu pastor. Li o texto deles e confesso que esperava mais. Aqui pra nós: comparar o Gondim e sua luta pelos direitos civis com Lutero e Martin Luther King, é de amargar. Boa leitura.
Por Valmir Nascimento
Alguns jovens da A.D. Betesta saíram em defesa de Ricardo Gondim. Em carta abertaeles defendem seu líder das críticas que vem recebendo desde que declarou a uma revista que apóia a luta dos direitos civis entre homossexuais. (+aqui)
Por um lado, a atitude é louvável, tendo em vista que isso pressupõe o comprometimento dos liderados com a visão do seu líder. Por outro, a carta é um desastre sem tamanho.
Primeiro porque os jovens que assinam a espístola eletrônica se esquecem que antes da lealdade vem a integridade. Lealdade, dizia Charles Colson, “não importa o quão admirável seja, pode ser perigosa se investida em uma causa indigna”.
No caso, os subscritores da missiva afiançam que “não é de hoje que os ataques acontecem, mas pioraram dramaticamente depois de sua entrevista à Carta Capital, quando se posicionou a favor de estender direitos civis aos homossexuais, garantindo-lhes o reconhecimento jurídico de união estável perante o Estado”. E que: “A partir daí mentiras foram inventadas, de propósito, por pessoas de má fé que não gostam do Gondim e que queriam, a todo custo, que sua voz fosse enfraquecida no universo evangélico brasileiro. Ou então, pessoas que viram nesse momento uma oportunidade de aparecer, às custas do nome do Ricardo”.
Embora não duvide da existência de críticas exageradas direcionadas ao Gondim, é preciso dizer que a grande maioria das confrontações (pelo menos as que tenho visto) contra sua teologia e suas ideias é baseada naquilo que ele mesmo disse ou escreveu. Portanto, não me venham com a alegação de que “mentiras foram inventadas contra ele”, porquanto ele está sendo confrontado por conta de sua próprias manifestações.
Chega a ser leviano afirmar que as críticas contra o líder da igreja Betesda é uma espécie de perseguição. Tal atitude desconsidera, por exemplo, o posicionamento de Elben Lens César, fundador e diretor da revista Ultimato, que retirou a coluna de Gondim exatamente por não comungar de sua teologia. Elben é um homem compromissado com o evangelho, disso ninguém dúvida; daí supor que até ele esteja equivocado “nesta empreitada contra Gondim” é o cúmulo da teoria da conspiração.
Não bastasse isso, é preciso destacar que na questão dos homossexuais o Gondim não é criticado simplesmente por defender o reconhecimento jurídico de união estável perante o Estado. Até porque muitas outras pessoas defendem essa mesma ideia. Ocorre que o sr. Gondim vai além. Na sua entrevista à Carta Capital ele foi enfático ao afirmar que: “a igreja deve entender que nem todas as relações homossexuais são promíscuas”. Ou seja, Gondim não somente aceita a união homossexual como também legitima o homossexualismo.
Em segundo lugar, os defensores de Gondim cometem um erro absurdo ao compararem ele com Martin Luther King Jr. A comparação chega a ser risível, senão teratológica.
O pastor Martin Luther King Jr. defendia o tratamento igual entre os negros e os brancos. Gondim faz apologia ao reconhecimento do homossexualismo como um padrão de comportamento nem sempre promíscuo, o que é claro, divorcia-se das disposições bíblicas. E sobre esse aspecto, em específico, os jovens não falaram nada. Por que não abordaram essa afirmação do Gondim?
Em terceiro plano, a carta registra o seguinte: “Heresia pressupõe uma verdade absoluta. Na fé cristã essa verdade é o Amor, não uma doutrina ou um dogma. Por isso não consideramos o Ricardo Gondim um herege, pois nunca o vimos relativizar a revelação que Deus é Amor. Ele é um herege apenas para quem considera alguma doutrina e lei absolutas. Mas nesse caso, King, Lutero, os apóstolos e o próprio Jesus também eram, então o Gondim está em ótima companhia, e seguindo um excelente caminho.”
Esse negócio de colocar o Gondim como coitadinho não cola. Até porque ele não o é. Aliás, nas oportunidades que o vi debatendo com alguém (via twitter) posso afirmar que humildade não é a palavra exata para descrevê-lo. Se o amor é, como dizem os jovens defensores, “a verdade absoluta”, o Gondim também deveria também amar aqueles que supostamente o perseguem e relevar a nossa falta de compaixão e conhecimento bíblico, tendo-nos como fracos na fé que precisam de maiores instruções. Mas, não é isso que percebo.
Volto a dizer. Gondim tem o pleno direito de defender aquilo em que acredita, mas, por isso mesmo, deve estar preparado para suportar a confrontação daqueles que não concordam com suas ideias.
Maranata. Ora Vem Senhor Jesus! fonte http://pastorguedes.blogspot.com