Fiéis da Shouwang se reuniam numa praça pública para orar todo domingo, desde 10 de abril, após as autoridades os expulsarem dos locais alugados onde estavam se encontrando. Nos últimos anos, em outras ocasiões a polícia os tirou desses lugares e os crentes foram forçados a orar nas ruas. Todos os domingos, incluindo a Páscoa, a polícia vem prendendo todos aqueles que oram nas ruas, incluindo crianças com poucos anos de vida e idosos com mais de 70 anos. O pastor Jin Tianming, fundador da igreja, que estava sobre prisão domiciliar por nove semanas, disse que a polícia deteve centenas deles. Antes de 4 de junho, o aniversário do massacre da Praça Tiananmen (1989), dezenas de fiéis foram convocados pela polícia e ameaçados ou colocados sobre prisão domiciliar por vários dias para evitar protestos e orações públicas. A perseguição policial também focou nas vidas pessoais de alguns dos cristãos ameaçando-os de perder o emprego. Jin informou que quatro líderes da igreja, incluindo um pastor e dois diáconos, estão receosos sobre a decisão que haviam tomado de se encontrarem para orar nas ruas. Numa carta para os crentes, Jim disse: "a saída do nosso colega impactou toda a igreja, como um terremoto". Mas ele também insistiu que a congregação, que tem cerca de 1000 seguidores e é umas das maiores igrejas locais, permanece firme. A Igreja de Shouwang em 2009 também adquiriu um prédio de 1500 metros quadrados para suas atividades, mas as autoridades bloquearam o uso do imóvel. Pressão do Governo tem aumentado As autoridades estão focando-se cada vez mais nas igrejas locais, para refrear suas atividades e assim, assimila-las ao Movimento das Três Autonomias, que é controlado pelo Partido Comunista. Semana passada, a Associação de Ajuda da China denunciou a prisão "administrativa" do pastor Enhao Shi, Vice Presidente da Aliança das Igrejas Chinesas (CHCA- sigla em inglês), que ficou detido por 12 dias na prisão Suqian (Jiangsu). Até Meiling Chang, que também é um seguidor da CHCA, ficou 12 dias em detenção administrativa imposta sem julgamento. Na China há mais Cristãos Protestantes não oficiais (80 milhões) do que membros do Movimento das Três Autonomias (20 milhões). Para que a situação não saísse do controle do Partido, por quase 4 anos uma campanha para eliminar as comunidades clandestinas ou fundi-las na comunidade oficial está em andamento. A série de prisões dos Cristãos Protestantes coincidiu com as prisões dos ativistas democráticos e advogados de direitos humanos. Beijing teme que qualquer movimento não controlado pelo Parlamento possa iniciar uma "revolução jasmim" similar a que está sacudindo o norte da África e o Oriente Médio. O medo é causado pelo fato de que vários ativistas dos direitos humanos se converteram ao Cristianismo. Tradução: Bárbara Mulatinho
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