Quem são e o que pensam os jovens da maior denominação evangélica do país
Quando chegaram ao Brasil, Daniel Berg e Gunnar Vingren eram jovens cristãos com uma imensa vontade de cumprir aquilo que o Senhor lhes ordenara. Partiram dos Estados Unidos para Belém do Pará, aportando em terras brasileiras em 19 de novembro de 1910, a bordo do navio Clement.
Na ocasião, Daniel Berg tinha 26 anos e Gunnar Vingren, 31. No entanto, o desejo de realizar a obra do Senhor nasceu ainda na adolescência. Daniel aceitou a Jesus aos 15; aos 18, deixou seu país, embarcando para os Estados Unidos. Assim como a maioria dos jovens daquela época, o motivo da viagem foi a grande depressão financeira que dominava a Suécia naquele ano – 1902. Como todo jovem da sua faixa etária, Daniel sonhava em realizar-se profissionalmente. Mas Deus tinha um plano diferente e especial para sua vida.
Em 1909, ele conheceu o pastor batista Gunnar Vingren, que já havia recebido a chamada de Deus para viajar para o Estado do Pará. Em um dia, reunidos em oração na casa do irmão Adolfo Udine – o homem que Deus havia usado quando chamou Vingren para o Brasil – Daniel Berg também foi chamado pelo Senhor para acompanhar o amigo. A partir daí, teve início a história da maior denominação evangélica do Brasil.
Próximo da comemoração do Centenário da AD, no dia 18 de junho deste ano, a revista GeraçãoJCfoi em busca do que faz e como atua o jovem assembleiano de hoje.
Diferentes gerações
Analisando a história da denominação, pode-se perceber a grande diferença entre a geração assembleiana de hoje e as anteriores. Atualmente, o jovem tem mais facilidades, mais acesso à informação e às novas tecnologias. No entanto, a juventude deste século tem de enfrentar desafios ainda maiores do que a geração de Daniel Berg e Gunnar Vingren.
Um dos pontos analisados foi formação acadêmica da mocidade de hoje. De acordo com o cientista social Josué de Souza, apesar de todo o acesso ao conhecimento, o número de jovens pentecostais com ensino superior ainda é muito baixo. Ele cita dados da Pesquisa da Juventude Brasileira que aponta que apenas 3% dos jovens pentecostais têm diploma universitário. “Nos últimos anos, temos visto essa facilidade de acesso ao conhecimento. E essa mudança também chegou aos membros da igreja. A juventude de hoje está mais atenta à necessidade do conhecimento e crescimento profissional”, afirma.
De acordo com Jesiel Paulino, que atua na diretoria da juventude da AD em Blumenau (SC), esse é um dos fatores que faz com que o jovem seja mais exigente quanto à dinâmica da vida cristã, bem como acerca dos seus mecanismos de expressão. “As verdades da fé cristã são imutáveis. Todavia, a forma de exposição e assimilação desse conhecimento precisa ser contextualizada”, explica, destacando que, para atender às necessidades da atual juventude, o trabalho em Blumenau tem como base cinco áreas diferentes: Evangelismo, Integração, Ação Social, Educação e Cultura e Comunicação Social.
Esse amplo trabalho com a juventude também pode ser visto em outras regiões do País. Na Assembleia de Deus Asa Sul, em Brasília, os jovens se envolvem diretamente com o trabalho social da igreja – com destaque para a Tarde da Graça Cristã, onde os jovens oferecem atendimento gratuito a comunidade mensalmente – e fazem parte do serviço diaconal. De acordo com o pastor Carlos Magno Ferreira Lins, coordenador do projeto, nos dias atuais, os jovens são preparados mais cedo para o mercado de trabalho. “Com isso, temos como diferencial, um novo tipo de obreiro na Casa do Senhor. Antes, eram considerados apenas pastores, evangelistas, presbíteros ou diáconos. Hoje, podemos ver que temos vários profissionais liberais que usam a profissão para auxiliar também no crescimento da obra de Deus”, enfatiza.
Conciliando ministério e carreira
Mesmo com todas as exigências que o corre-corre dos dias atuais nos impõe, a juventude assembleiana tem conseguido conciliar o crescimento ministerial e profissional. Para o jovem pastor Moisés Silvestre, que assumiu a liderança da AD em Belo Horizonte em 2009, é fundamental que rapazes e moças busquem conhecimento cultural e educacional. Segundo ele, “em todos os aspectos, quem estiver mais preparado é que vai ocupar os melhores lugares”.
De acordo com o líder, a atual geração é muito privilegiada e não pode perder a oportunidade que os primeiros assembleianos não tiveram. “Precisamos buscar o nosso espaço e o preparo profissional. Deus vai usar esse conhecimento, assim como aconteceu com Paulo, para que essa geração faça a diferença”, atesta. Em busca de crescimento profissional, encontramos de Norte a Sul do Brasil exemplos de jovens que não abrem mão da carreira, mas também não deixam de lado o trabalho na obra do Senhor. Seriam os Bergs e Vingrens da atual geração.
Para Jesiel Paulino, o jovem precisa entender o campo profissional como uma extensão da obra de Deus. “O jovem tem que investir tanto em seu crescimento acadêmico/profissional, quanto em seu crescimento cristão”, destaca.
Expectativas para o futuro
Nesses 100 anos de história, é notório o crescimento da AD no Brasil e sua contribuição com a nação em diferentes áreas. Hoje, a denominação tem importante representação em diversas camadas da sociedade. Além do crescimento quantitativo, configurando-se como a maior denominação no País, a AD tem visibilidade nas esferas pública e privada. Por ocasião do seu primeiro Centenário, porém, convém saber o que a juventude espera para os próximos 100 anos.
Otimista e um entusiasta da AD brasileira, pastor Moisés Silvestre acredita que a igreja vai manter o ritmo de crescimento nos próximos anos, “porque o Dono da obra se encarrega disso”. Segundo ele, a denominação precisa fazer uma plataforma bem feita, não deixando de fora aqueles não considerados aptos para o Corpo. “Não podemos fechar a porta para o jovem que ainda não teve uma mudança completa de vida. Precisamos ter paciência e deixar que a Bíblia se encarregue de proporcionar essa transformação. A nossa obrigação é pescar. Quem limpa o peixe é o Espírito Santo”, destaca.
Para o cientista social Josué de Souza, o maior desafio da AD nos próximos 100 anos é conseguir transformar o sucesso numérico numa mudança real de vida. “A igreja tem papel fundamental no incentivo à educação. Poderíamos pensar em uma cruzada nacional contra o analfabetismo. Com o acesso que a igreja tem às periferias das cidades, daríamos uma contribuição enorme para a nação”, enfatiza. Já Jesiel Paulino acredita que é necessário um resgatar os valores que sempre constituíram a missão da igreja por meio de um reavivamento. No entanto, ele entende que “este reavivamento precisa ser vivido à luz da realidade histórico, cultural e social do século 21”.
Pastor Moisés Silvestre complementa, deixando um recado para os jovens. “Se Deus tem nos dado a oportunidade de sermos uma geração com maior acesso à informação e às novas tecnologias, seria um pecado muito grande de negligência não usarmos esse potencial em prol do Reino de Deus”, finaliza.
Para mais informações, acesse o blog da Revista Geração JC.
Por Sandra Freitas FONTE CPAD NEWS
Na ocasião, Daniel Berg tinha 26 anos e Gunnar Vingren, 31. No entanto, o desejo de realizar a obra do Senhor nasceu ainda na adolescência. Daniel aceitou a Jesus aos 15; aos 18, deixou seu país, embarcando para os Estados Unidos. Assim como a maioria dos jovens daquela época, o motivo da viagem foi a grande depressão financeira que dominava a Suécia naquele ano – 1902. Como todo jovem da sua faixa etária, Daniel sonhava em realizar-se profissionalmente. Mas Deus tinha um plano diferente e especial para sua vida.
Em 1909, ele conheceu o pastor batista Gunnar Vingren, que já havia recebido a chamada de Deus para viajar para o Estado do Pará. Em um dia, reunidos em oração na casa do irmão Adolfo Udine – o homem que Deus havia usado quando chamou Vingren para o Brasil – Daniel Berg também foi chamado pelo Senhor para acompanhar o amigo. A partir daí, teve início a história da maior denominação evangélica do Brasil.
Próximo da comemoração do Centenário da AD, no dia 18 de junho deste ano, a revista GeraçãoJCfoi em busca do que faz e como atua o jovem assembleiano de hoje.
Diferentes gerações
Analisando a história da denominação, pode-se perceber a grande diferença entre a geração assembleiana de hoje e as anteriores. Atualmente, o jovem tem mais facilidades, mais acesso à informação e às novas tecnologias. No entanto, a juventude deste século tem de enfrentar desafios ainda maiores do que a geração de Daniel Berg e Gunnar Vingren.
Um dos pontos analisados foi formação acadêmica da mocidade de hoje. De acordo com o cientista social Josué de Souza, apesar de todo o acesso ao conhecimento, o número de jovens pentecostais com ensino superior ainda é muito baixo. Ele cita dados da Pesquisa da Juventude Brasileira que aponta que apenas 3% dos jovens pentecostais têm diploma universitário. “Nos últimos anos, temos visto essa facilidade de acesso ao conhecimento. E essa mudança também chegou aos membros da igreja. A juventude de hoje está mais atenta à necessidade do conhecimento e crescimento profissional”, afirma.
De acordo com Jesiel Paulino, que atua na diretoria da juventude da AD em Blumenau (SC), esse é um dos fatores que faz com que o jovem seja mais exigente quanto à dinâmica da vida cristã, bem como acerca dos seus mecanismos de expressão. “As verdades da fé cristã são imutáveis. Todavia, a forma de exposição e assimilação desse conhecimento precisa ser contextualizada”, explica, destacando que, para atender às necessidades da atual juventude, o trabalho em Blumenau tem como base cinco áreas diferentes: Evangelismo, Integração, Ação Social, Educação e Cultura e Comunicação Social.
Esse amplo trabalho com a juventude também pode ser visto em outras regiões do País. Na Assembleia de Deus Asa Sul, em Brasília, os jovens se envolvem diretamente com o trabalho social da igreja – com destaque para a Tarde da Graça Cristã, onde os jovens oferecem atendimento gratuito a comunidade mensalmente – e fazem parte do serviço diaconal. De acordo com o pastor Carlos Magno Ferreira Lins, coordenador do projeto, nos dias atuais, os jovens são preparados mais cedo para o mercado de trabalho. “Com isso, temos como diferencial, um novo tipo de obreiro na Casa do Senhor. Antes, eram considerados apenas pastores, evangelistas, presbíteros ou diáconos. Hoje, podemos ver que temos vários profissionais liberais que usam a profissão para auxiliar também no crescimento da obra de Deus”, enfatiza.
Conciliando ministério e carreira
Mesmo com todas as exigências que o corre-corre dos dias atuais nos impõe, a juventude assembleiana tem conseguido conciliar o crescimento ministerial e profissional. Para o jovem pastor Moisés Silvestre, que assumiu a liderança da AD em Belo Horizonte em 2009, é fundamental que rapazes e moças busquem conhecimento cultural e educacional. Segundo ele, “em todos os aspectos, quem estiver mais preparado é que vai ocupar os melhores lugares”.
De acordo com o líder, a atual geração é muito privilegiada e não pode perder a oportunidade que os primeiros assembleianos não tiveram. “Precisamos buscar o nosso espaço e o preparo profissional. Deus vai usar esse conhecimento, assim como aconteceu com Paulo, para que essa geração faça a diferença”, atesta. Em busca de crescimento profissional, encontramos de Norte a Sul do Brasil exemplos de jovens que não abrem mão da carreira, mas também não deixam de lado o trabalho na obra do Senhor. Seriam os Bergs e Vingrens da atual geração.
Para Jesiel Paulino, o jovem precisa entender o campo profissional como uma extensão da obra de Deus. “O jovem tem que investir tanto em seu crescimento acadêmico/profissional, quanto em seu crescimento cristão”, destaca.
Expectativas para o futuro
Nesses 100 anos de história, é notório o crescimento da AD no Brasil e sua contribuição com a nação em diferentes áreas. Hoje, a denominação tem importante representação em diversas camadas da sociedade. Além do crescimento quantitativo, configurando-se como a maior denominação no País, a AD tem visibilidade nas esferas pública e privada. Por ocasião do seu primeiro Centenário, porém, convém saber o que a juventude espera para os próximos 100 anos.
Otimista e um entusiasta da AD brasileira, pastor Moisés Silvestre acredita que a igreja vai manter o ritmo de crescimento nos próximos anos, “porque o Dono da obra se encarrega disso”. Segundo ele, a denominação precisa fazer uma plataforma bem feita, não deixando de fora aqueles não considerados aptos para o Corpo. “Não podemos fechar a porta para o jovem que ainda não teve uma mudança completa de vida. Precisamos ter paciência e deixar que a Bíblia se encarregue de proporcionar essa transformação. A nossa obrigação é pescar. Quem limpa o peixe é o Espírito Santo”, destaca.
Para o cientista social Josué de Souza, o maior desafio da AD nos próximos 100 anos é conseguir transformar o sucesso numérico numa mudança real de vida. “A igreja tem papel fundamental no incentivo à educação. Poderíamos pensar em uma cruzada nacional contra o analfabetismo. Com o acesso que a igreja tem às periferias das cidades, daríamos uma contribuição enorme para a nação”, enfatiza. Já Jesiel Paulino acredita que é necessário um resgatar os valores que sempre constituíram a missão da igreja por meio de um reavivamento. No entanto, ele entende que “este reavivamento precisa ser vivido à luz da realidade histórico, cultural e social do século 21”.
Pastor Moisés Silvestre complementa, deixando um recado para os jovens. “Se Deus tem nos dado a oportunidade de sermos uma geração com maior acesso à informação e às novas tecnologias, seria um pecado muito grande de negligência não usarmos esse potencial em prol do Reino de Deus”, finaliza.
Para mais informações, acesse o blog da Revista Geração JC.
Por Sandra Freitas FONTE CPAD NEWS