INTRODUÇÃO
Iniciaremos mais um novo trimestre sendo o 3º do ano em curso 2011. Estudaremos sobre a originalidade do reino de Deus que tem como finalidade alcançar o mais vil pecador que outrora foi feito imagem e semelhança de Deus. Embora a expressão “Reino de Deus” não apareça no Antigo Testamento, porém ela está em toda a bíblia. O assunto acerca do Reino de Deus tanto no TANAKH como no Novo Testamento é um dos estudos espirituais mais profundo da bíblia.
I – TEORIAS ACERCA DO REINO DE DEUS
1- Da era Agostiniana até a era da reforma:
- Prevalecia a teoria de que a igreja era o reino de Deus.
2- Adolf Harnack
- Pregava a teoria Escatológica dizendo ser o Reino de Deus é totalmente apocalíptico.
3- Os Existencialistas
- Acreditavam na teoria Experiencial - Enfatizando que o Reino de Deus era algo meramente experiencial, isto é, uma identificação religiosa do indivíduo com o Reino.
por Albert Schweitzer
4- Johannes Weiss e e Albert Schweitzer
- Eles associam associa o Reino de Deus com os apocalipses judaicos, acreditando que o reino virá somente a era milenar.
5- Livros apócrifos de Enoque e Salmos de Salomão.
- Os seguidores dessa teoria afirmam que somente sofrimento e aflição restam a este tempo presente, a glória somente se revelará no futuro, já que a era presente estaria entregue aos poderes malignos.
6- Comunidade de Qumran
Esperavama descida dos anjos, que se juntariam aos “filhos da luz” para a luta contra os inimigos, “os filhos das trevas”.
7- Os Zelotes
Para os Zelotes, líderes judaicos radicais do Primeiro Século, o Reino de Deus deveria ser imediato, resultado de uma intervenção armada.
8- Conceitos Bíblico-Teológicos
A teoria mais aceita nesses últimos tempos, inclusive pelas alas dispensacionalistas, é a de que o Reino de Deus (e dos Céus) é algo em processo, uma tensão entre presente “o já” e o futuro, o “ainda não” (I Jo. 3.2).
9- Os Judeus
O conceito que está muito ligado à crença judaica é o de que Javé (Deus) iria restaurar a nação de Israel. Aliás, o Reino de Deus foi prometido por Javé ao Rei David de Israel.
10- A Igreja Católica
Apregoa que o Reino de Deus tem simultaneamente uma dimensão pessoal, de caráter espiritual e moral, em cada homem; e uma dimensão universal que se manifestará no fim dos tempos, no dia do Juízo Final, quando tudo se consumará e estabelecerá uma nova Terra e um novo Céu, onde os justos vivem em Deus, com Deus e junto de Deus.Tal só irá acontecer quando o Reino, que já foi instaurado na Terra por Jesus, já estiver perfeito e suficientemente maduro.
11- Teoria da prosperidade
“Teologia daprosperidade” ou“confissãopositiva” ou
“movimentodafé” - doutrinadistorcidaa respeitode
Deus, deforte conteúdomaterialista, infiltradanomeio
dopovoevangélicoque pregam o Reino de Deus como se fosse comida e bebida; algo que Paulo refutou quando escreveu aos Romanos (Rm 14:17).
II – REINO DE DEUS OU REINO DOS CÉUS
1- Entendendo as expressões:
Observa-se que a expressão"Reino dos céus" aparece somente em Mateus (31 vezes). "Reino de Deus" e "reino dos céus" são variações lingüísticas da mesma idéia (cf. Mt 19.23,24).[1][1] Mateus, que escreveu para os judeus, preferia usar a expressão idiomática semítica, enquanto que os demais escritores do NT, a forma grega theós (Deus). Os judeus, por respeito e temor, normalmente usavam um termo apropriado no lugar do nome de Deus (cf. Mt 21.25). Segundo o Comentário Judaico do Novo Testamento da autoria de David H. Stern, apalavra “céus” aparece em maiúscula quando se refere a Deus; e em minúscula quando se refere ao “céu” físico ou ao Paraíso. O reino de Deus também é o reino de Cristo. Jesus fala do reino do Filho do homem (Mt 13.41; 16.28); de "meu reino" (Lc 22.30; Jo 18.36). Paulo fala do "reino do Filho" (Cl 1.13) e "seu reino celestial" (2Tm 4.18). Pedro menciona a "entrada no reino eterno de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo" (2Pe 1.11). Deus confiou o reino a Cristo (Lc 22.29), e quando o Filho tiver completado o seu governo, entregará o reino ao Pai (1Co 15.24). Por isso, é o "reino de Cristo e de Deus" (Ef 5.5). "O reino do mundo se tornou de nosso Senhor e do seu Cristo" (Ap 11.15). Não existe nenhuma tensão entre "o reino do nosso Deus e a autoridade do seu Cristo" (Ap 12.10). Portanto, em sua interpretação direta da palavra nos induz a uma verdade que também não pode ser negada: o Reino vem dos Céus, querendo isto dizer que o Reino não é feito de políticas nem de relações sociais terrenas. O Reino tornar-se-ia, portanto mais do que numa simples monarquia, mas sim numa grande família de amor onde o Pai (Deus) viverá em, com e junto dos seus filhos (os humanos bem-aventurados) e onde não irá existir mais súditos, governados nem classes sociais distintas.
OBS: Na pregação de João Batista e também na pregação de Jesus (Mt 4:17), existe uma razão para a urgência do arrependimento que é o Reino dos Céus que está próximo. A pregação de arrependimento não se refere a um lugar nem a uma época, mas a uma condição na qual as promessas de Deus de um universo restaurado, livre do pecado e da morte, são, ou começam a ser, cumpridas.
2- O Reino de Deus e a História Bíblica
Em relação ao Reino de Deus, a história pode ser dividida em quatro períodos; antes de Jesus, durante sua vida, a era presente e a era futura. Havia uma percepção na qual o reino estava presente anteriormente ao nascimento de Jesus; de fato, Deus era Rei sobre o povo Judeu (I Sm 12:12). A chegada de Jesus trouxe um salto na expressão terrena sobre o reino, “porque Nele habita corporalmente toda a plenitude da Divindade” (Cl 2:9).
O Novo Testamento ensina duas coisas aparentemente contraditórias sobe o Reino de Deus: que ele está próximo ou presente (Mt 4:17; 12:34; Lc 17:21), e que ele ainda está porvir (Mt 24:1; Jo 18:36; At 1:6,7). O Teólogo George Ladd esclareceu e resolveu esse conflito ao chamar o seu livro sobre o Reino de Deus de “The presence of the future”, ou seja, “a presença do futuro”. Hoje o Reino de Deus vem imediata e verdadeiramente, mas de forma parcial para todos aqueles que depositam sua confiança em Jesus e sua mensagem, comprometendo-se assim a viver a vida santa que o governo de demanda (Lc 8:10). Como um exemplo da “parcialidade”, eles tem paz em seu coração, muito embora não exista paz no mundo. Entretando, no futuro, no final da história da era presente, quando Jesus retornar, ele vai inaugurar o reino verdadeira e completamente (Dn 4:3; 7:27; Ob v, 21). Sendo assim, Deus cumprirá o resto das suas promessas sobre o reino. “Comentário Judaico do Novo Testamento”, de David H. Stern; Editora Templus.
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III – O REINO NO CONTEXTO VETEOTESTAMENTÁRIO
1- Por um reino físico
A ansiedade dos Judeus era por um reino físico que derrotasse o jugo ou opressão do Império Romano que o oprimia, pois assim erroneamente interpretavam as profecias referentes ao Reino de Deus que nada mais era do que um Reino espiritual que não era deste mundo e que tinha a sua essência em Cristo (Jo 18:36,37).A noção de um Reino vital não tem a sua raiz a não ser na Nação dos Judeus. Quando estavam em guerras, angústias ou aflições territoriais ou nacionais, sob seus últimos reis, as palavras de Moisés, de Davi e dos profetas tinham sido citadas como promessas divinas de um Príncipe poderoso que viria para “restaurar o reino a Israel.”As profecias sobre o nascimento do Rei Jesus apontavam para a cidade de Belém e que Ele sairia da Tribo de Judá, algo assim que os Rabinos da época tinham em comum acordo. Sustentavam a versão de que Ele (O Messias) só saberia que era o Messias depois que Elias viesse juntamente com os outros profetas e ungisse e que até o então deveria está em oculto entre o povo vivendo como um desconhecido, quando mais tarde libertaria o povo de Israel através de força das armas e sujeitaria o mundo a Ele. Ainda dizem os Rabinos que para um grande Rei é necessário uma Capital grande que não seria outra a não ser a formosa cidade de Jerusalém. Segundo eles, no futuro Deus unirá o Sinai e o Carmelo e assentará Jerusalém sobre eles.
OBS: Jerusalém será tão grande que cobrirá tanto terreno quanto um cavalo pode correr desde o amanhecer até que sua sombra fique embaixo dele, ao meio-dia. Ela chegará até as portas de Damasco. Alguns deles até nos dizem que suas casas serão construídas com cinco quilômetros de altura. Suas portas serão de pedras preciosas e pérolas, trinta e três metros tanto de largura como de espessura, ocas. Em volta, o país será cheio de pérolas e pedras preciosas, de modo que os judeus de todas as partes possam vir pegá-las o quanto quiserem.Nessa esplêndida cidade o Messias deve reinar sobre um povo que será totalmente constituído de profetas. Uma corrente frutífera brotará do templo e regará a terra, suas ribeiras serão sombreadas por árvores carregadas dos mais finos frutos. Nem doença nem defeito serão conhecidos. Não haverá tais coisas como um homem coxo, ou algum cego ou leproso; os mudos falarão e os surdos ouvirão. Haverá um milênio de orgulho nacional, glória e gozo.
Na época em que Jesus veio como Rei o povo estavam tão embriagado com a idéia de um reino físico de uma imensidão exterior e política que poucos se deram com o entendimento de que a doutrina de Cristo era completamente oposta ao pensamento inclusive das lideranças Judaicas que eram tão grosseiras, materialistas e limitadas.
2- Credenciais de um Rei
Na verdade, Jesus é o único que tinha credenciais para ser Rei.Mateus traça a linhagem de Jesus através de José (1:1-17), um descendente de Davi (1:6), uma vez que somente um filho de Davi poderia reinar como Messias (Salmo 89:3-4). Lucas traça do mesmo modo a linhagem de Maria até Davi (3:23,31), assim qualificando duplamente Jesus para ser o Messias.Portanto, o Messias precisa também ser o Filho do Céu (Salmo 2:7). Pela virgindade de sua mãe, Jesus nasceria como o único Filho de Deus. O anjo Gabriel assegurou a Maria que o “poder do Altíssimo” (Lucas 1:35) lhe daria a capacidade de conceber sendo virgem (Mateus 1:20). E, “por isso, o ente santo” poderia ser “chamado Filho de Deus” (Lucas 1:35). A divindade de Jesus já começa a ser demonstrada no seu nascimento.Anjos disseram a Maria (Lucas 1:26-38) e a José (Mateus 1:18-23) que seu “Filho do Altíssimo” era mais do que apenas um filho. Antes, ele seria o Filho unigênito de Deus (João 3:16), chamado apropriadamente “Emanuel”, ou seja, Deus conosco (Isaías 7:14; João 1:14). Havia a promessa divina de que a casa de Jacó seria reconstruída e que Jesus reinaria sobre ela(Lucas 1:33; Atos 15:16-18). Desde que ele receberia quem quer que o temesse e fizesse o que é reto (Atos 10:35), essa casa consistiria de judeus e de gentios. Ele concederia a todos os seus cidadãos uma igualdade e comunhão que o mundo jamais tinha conhecido (Gálatas 3:28), pois ele seria boa nova“para todo o povo” (Lucas 2:10). Jesus não seria mais um tirano, pois Segundo a profecia bíblica o Senhor Jesus além de ser Rei seria também o Salvador do seu povo (Zacarias 6:12-13; Hebreus 1:3). Ele salvaria “seu povo dos pecados deles” (Mateus 1:21), trazendo a eles a maior paz de todas, paz com Deus (Romanos 5:1). Então, Ele salvaria e não subjugaria como foi o caso de alguns Reis que o antecedeu. Na pregação de Pedro no Pentecostes ficou claro que Ele traz salvação (At 2:23,24). Sendo assim, só Ele é Rei! Foi o que preocupou Pôncio Pilatos a ponto de interrogar-lhe (Jo 18:33).
3- Um Rei em contradição com a filosofia Judaica
Já começa com o seu nascimento que foi inigualável (Lc 2:1-7). A diferença é que os outros Reis têm o seu nascimento em clima luxuoso e ostentado nas riquezas em aroma de púrpura e berço de ouro. O Rei Jesus nasceu em uma humilde manjedoura e até quando entrou em Jerusalém não quis ser pretensioso, mas demonstrou interesse pelos humildes de coração. Outra contrapartida foi que Os anjos não anunciaram seu nascimento aos poderosos e prestigiosos, mas aos pastores. Eles, humildemente, vieram “apressadamente” para encontrar “a criança deitada na manjedoura”. Encontrando-o, eles glorificaram e louvaram a Deus. Jesus seria Rei, Para os corações que respondem como os desses pastores, em fé confiante nas palavras de Deus. ALELUIA!
Entretanto, esse Rei seria “para ruína como para levantamento” (Lucas 2:34). Porque a maioria rejeita sua mensagem (João 1:11), eles caem enquanto outros sobem a “lugares celestiais, em Cristo Jesus” (Efésios 2:6) pela obediência à sua vontade (Mateus 5:19). Até mesmo seus pais representam o tipo de cidadãos que pertenceriam ao seu reino: justos (Mateus 1:19), amorosos (Mateus 1:19), puros (Mateus 1:23), e pessoasobedientes (Mateus 1:24; Lucas 1:38; 2:22,41). Mateus 3:1-12 narra a pregação de um homem cujo nome é João Batista, profeta da parte de Deus para ser aquele (precursor) que prepararia o caminho pra chegada do Messias com a mensagem do arrependimento que não é outra coisa, se não, “mudança de vida”. Teria que ser uma mudança de caráter daqueles que viviam no tempo de João, era necessário, em vista do que estava iminente:“porque está próximo o reino dos céus”. Antes que os homens pudessem ganhar entrada no reino de Deus, que estava vindo, eles precisaria primeiro sujeitar-se a uma mudança interna de pensamento com respeito ao pecado. Daí entendemos que não é diferente dos dias que estamos vivendo. Para que haja um governo de Deus, teríamos que nos arrepender dos nossos pecados que só afastam o homem de Deus. A pregação de João era de “arrependimento de pecados” (Mc 1:4), mensagem essa que fez uma ligação ao rito do batismo com o arrependimento e foi provando na maneira em que muitos vinham confessando os seus pecados e sendo batizados por João que sem dúvida já apontava para o batismo pregado por Cristo e seus Apóstolos mais tarde (Mateus 28:19-20; Marcos 16:15-16; 1 Pedro 3:21; etc.). Para aqueles que viriam e que vem a Cristo o verdadeiro Rei que veio em nome do Senhor se faz significante o batismo que nada mais é do que a simbologia de remoção de pecados para ser aceito no Reino que é puro, santo e sem contradições.
IV – O REINO DE DEUS NO CONTEXTO NEOTESTAMENTÁRIO
1- Período inicial
Os Evangelhos sinóticos narram o perfil de como deve ser os cidadãos do Reino de Deus através da pregação inicial e preparatória de João Batista e em seguida o batismo de Cristo Jesus efetuado pelo mesmo João (Mt 3:).A execução do ministério de João era parte do plano de redenção de Deus; portanto, era necessário que o próprio Jesus satisfizesse a exigência de Deus para que todos os homens recebessem o batismo de João. Embora Jesus não necessitasse de perdão de pecados. Até porque o exemplo de obediência deixado pelo mestre se submetendo ao batismo de João indica que o Reino de Deus é perfeito. As descrições vinculadas nesses cidadãos do Reino nos fazem pensar em duas coisas:Primeiro,os cidadãos não trazem consigo ao reino nenhum poder ou valor próprio. Alguém poderia esperar cidadãos que têm dinheiro, força, poder ou popularidade para contribuir, antes que aqueles que são pobres, lamentosos, famintos e sedentos, isto é, que necessitam de alguma coisa de seu reino.Em segundolugar, essas são qualidades que existem na natureza espiritual dos cidadãos. Suas necessidades e carências são espirituais, e eles não serão desapontados ao saberem que o reino de Deus não lutará por vitórias terrenas (João 18:36), nem se preocupará com comida e bebida, mas eles esperam, em vez disso, “justiça, e paz, e alegria” (Romanos 14:17)."Mike Waters".
Não seja por acaso que o sermão de Jesus abre-se com uma lista de bem-aventuranças que começa e termina dizendo que “deles é o reino dos céus”. Essas bem-aventuranças são prometidas àqueles que possuem certo conjunto de qualidades (5:3,10) representando os muitos aspectos do caráter dos cidadãos do reino de Deus.
2- O Cidadão do reino e a Justiça
No Reino, a obediência é o essencial para sobrevivência do cidadão no Reino e serve de ponte para uma comunhão entre Rei e Súditos dentro dos parâmetros da lei (justiça). O próprio Jesus foi o cumprimento da lei e dos profetas (Mt 5:17), a revelação de Deus quanto a sua vontade aos possíveis súditos. Jesus ressaltou a obediência e o ensinamento da lei de Deus como uma medida direta da sua posição no reino (Mt 5:19). Vejamos o que é que Jesus diz que: “se a vossa justiça não exceder em muito a dos escribas e fariseus, jamais entrareis no reino dos céus”. Como poderia ser ultrapassada a justiça dos escribas e fariseus, que eram famosos pelo seu conhecimento e obediência à lei de Deus?Em Primeiro lugar:a obediência dos escribas e fariseus não era motivada pelo desejo de agradar ao rei; mas sim, por outras coisas: o desejo de serem vistos pelos homens (Mt 6:2; 23:5), a esperança de receber algo em troca do que se fez (Mt 5:46-47), ou o desejo de retribuição por ofensas feitas (Mt 5:38,43).Por Segundo, e mais importante, a obediência deles não partia do espírito. Enquanto governantes terrenos estão preocupados só com os atos externos (não roubar, pagar seus impostos, etc.), o reino dos céus governa o coração.
No Reino, a obediência é o essencial para sobrevivência do cidadão no Reino e serve de ponte para uma comunhão entre Rei e Súditos dentro dos parâmetros da lei (justiça). O próprio Jesus foi o cumprimento da lei e dos profetas (Mt 5:17), a revelação de Deus quanto a sua vontade aos possíveis súditos. Jesus ressaltou a obediência e o ensinamento da lei de Deus como uma medida direta da sua posição no reino (Mt 5:19). Vejamos o que é que Jesus diz que: “se a vossa justiça não exceder em muito a dos escribas e fariseus, jamais entrareis no reino dos céus”. Como poderia ser ultrapassada a justiça dos escribas e fariseus, que eram famosos pelo seu conhecimento e obediência à lei de Deus?Em Primeiro lugar:a obediência dos escribas e fariseus não era motivada pelo desejo de agradar ao rei; mas sim, por outras coisas: o desejo de serem vistos pelos homens (Mt 6:2; 23:5), a esperança de receber algo em troca do que se fez (Mt 5:46-47), ou o desejo de retribuição por ofensas feitas (Mt 5:38,43).Por Segundo, e mais importante, a obediência deles não partia do espírito. Enquanto governantes terrenos estão preocupados só com os atos externos (não roubar, pagar seus impostos, etc.), o reino dos céus governa o coração.
Veja o contrário do Reino Divino para com os dos homens que meramente proibia o homicídio enquanto no Reino do Messias se proibia, além disso, a ira sem motivo de uma vez acompanhada do esforço desejado do perdão para saúde dos cidadãos do Reino (Mt 5:21:24). Além de restringir as atividades sexuais, a cobiça (o pensamento do coração) é condenada (Mt 5:27-28). Também a veracidade, ultrapassando o mero cumprimento dos votos para incluir tudo o que se fala, é exigida (Mt 5:33-37). Em vez de prover meios para retaliação legal, como muitos governos humanos fazem, os cidadãos do reino precisam retribuir com bondade ao abuso (Mt 5:38-42). Portanto fazem parte do reino dos céus os cidadãos que amam, abençoam, fazem o bem, e oram por aqueles que os maltratam e perseguem (Mateus 5:43-47). A demonstração de tudo isso está explícita na mensagem do Reino que de inicio nos traz grandes promessas para aqueles de caráter adequado com o Reino.
O processo exige um reconhecimento da necessidade (“fome e sede”), é um desejo individual (“uma cidade edificada sobre um monte”) e a coragem de fazer sacrifícios doloridos (“se o teu olho direito te faz tropeçar, arranca-o e lança-o de ti”). O resultado é uma perfeição de espírito que reflete a perfeição do Pai (Mt 5:48). Observe que como fruto da sujeição ao Rei aparece as bênçãos copiosas que não difere das qualidades que possuem os participantes do Reino.
3- A hierarquia do Reino
Está no próprio Rei e os seus súditos porque para isso o Rei não está condicionado ao limite ou capacidade. Veja o que disse o Rei: “Porque Deus, o vosso Pai, sabe o de que tendes necessidade, antes que lho peçais” (Mateus 6:8); ele pode ser abordado diretamente, como um Pai, por todos os cidadãos (6:9); Ele é capaz de ver até mesmo as coisas secretas (6:4,8); e ele é capaz de prover não somente para os cidadãos humanos, mas até mesmo para os reinos vegetal e animal (6:28-30). “Eis que a mão do Senhor não está encolhida, para que não possa salvar; nem surdo o seu ouvido, para não poder ouvir” (Isaías 59:1). Haja vista que o Rei Jesus não possui as deficiências ou imperfeições dos governos humanos, pois não está sujeito as organizações mundiais a capricho das muitas preocupações externas. Esse Reino (de Cristo) não há espaço para as concorrências promocionais desenfreadas e muito mais para serem vistos pelos homens. os Fariseus eram um povo que gostavam de se autopromover sendo que enquanto se comportavam dessa forma perdiam o valor diante do Rei que ensinava que o galardão no Reino seria algo individual (Mt 6:3,4).
As orações públicas eram armas dos fariseus que apresentavam uma esperança de um Reino baseado nas falsas interpretações das profecias levando-os a perderem o verdadeiro sentido do Reino com as suas orações repetitivas, como se Deus não tivesse conhecimento das nossas necessidades (Mt 5:6,7).Deus é e sempre será capaz de provê-las, não há necessidade de se preocupar com acumular tesouros (6:19-21) ou estar ansioso pelas necessidades desta vida (6:25-34). “Pois vosso Pai celeste sabe que necessitais de todas” essas coisas ((Mt 6:32).Para isto, o Messias nos deu o exemplo simples de oração em (Mt 6:9-13). Esse modelo simples de oração dado por Jesus ilustra cada um destes pontos: a íntima ligação pessoal com o Rei (“Pai nosso”), a dependência e confiança nele para prover nossas necessidades (“O pão nosso...dá-nos hoje”) e responsabilidade direta com o Rei (“perdoa-nos as nossas dívidas”). Essa oração também ilustra o único interesse que os cidadãos podem ter, e devem ter, como resultado da eliminação das distrações que são parte dos reinos terrestres. “Venha o teu reino” (6:10) é mais do que um pedido pela vinda do Reino. É uma expressão de fidelidade ao Rei e seus propósitos. Na realidade é uma definição do reino: a vontade de Deus sendo feita na terra (e em nós) do mesmo modo como é cumprida no céu. Essa visão clara, centralizada, de nosso lugar no reino é ilustrada pela bênção de uma boa visão, que inunda o corpo com informação necessária para agir corretamente (Mt 6:22-23), e pela impossibilidade de servir a dois mestres ao mesmo tempo (6:24). É certo que para participarmos desse Reino, devemos cumprir as exigências e devoção (Mt 7:13,14). Expressões de devoção (“Senhor, Senhor”), ou mesmo grandes realizações em nome do Rei (7:21-22) não são suficientes e são até mesmo contra as leis do Rei se não forem a vontade do Pai.
V – A NATUREZA DO REINO DE DEUS
1- Segundo a bíblia Aplicação Pessoal
Buscar primeiro o Reino de Deus e a sua justiça significam priorizar Deus em nossa vida, de modo que nossos pensamentos estejam voltados para sua vontade, nosso caráter seja semelhante ao do Senhor, sirvamos e obedeçamos a Deus em tudo. Na verdade o que é realmente importante para você? Pessoas, metas, desejos, e até objetos disputam lugar em nossa vida e, se não formos firmes e escolhermos dar ao Senhor o primeiro lugar em cada área de nossa vida, qualquer um desses interesses pode ocupar rapidamente o lugar de Deus (Pg, 1229).
2- Segundo a bíblia Pentecostal
Aqueles que seguem Cristo são conclamados a buscar acima de tudo o mais, o Reino de Deus e a sua justiça. O verbo “buscar” subentende está continuamente ocupado na busca de alguma coisa, ou fazendo um esforço vigoroso e diligente para obter algo (Mt 13:45). Cristo menciona dois objetos da nossa busca (1) “O Reino de Deus” – Devemos buscar diligentemente a demonstração da soberania e do poder de Deus em nossa vida e em nossas reuniões. Devemos orar para que o Reino de Deus se manifeste no grandioso poder do Espírito Santo para salvar pecadores, para destruir as influências demoníacas, para curar os enfermos e para engrandecer o nome do Senhor Jesus. (2) “Sua Justiça” – Com a ajuda do Espírito Santo, devemos procurar obedecer aos mandamentos de Cristo, ter a sua justiça, permanecer separados do mundo e demonstrar o seu amor para com todos (Fl 2:12,13). Pg, 1398.
CONCLUSÃO
Chegamos a conclusão que o reino de Deus é nos apresentado pelo menos em dupla face: a primeira nos mostra que o Reino de Deus é invisível aos olhos humanos, “é um Reino espiritual”. Somente verão aqueles que entregaram suas vidas para o Senhor Jesus, que entraram neste Reino para vencer o reino das trevas neste mundo, vencer o pecado, vencer Satanás. A Segunda vem ser literal, pois Cristo reinará e será Rei sobre toda a terra ( Zc 14:9,10).
Bibliografia
Bíblia de Estudo Plenitude (ARC).
Bíblia Aplicação Pessoal (ARC) Edição 1995.
Bíblia de Estudo Pentecostal (ARC)
Cf. G. E. Ladd, Reino de Cristo, de Deus, dos Céus. In: Enciclopédia Histórico-Teológica da Igreja Cristã. São Paulo: Vida Nova, Vol. III, 1990, p. 262.
Dicionário Português Online.
Apontamentos Teológicos
Wikipédia, a enciclopédia livre.
“Comentário Judaico do Novo Testamento”, de David H. Stern; Editora Templus.
Comentarista
Pastor Josaphat Batista Credenciado CEADEB 5.651 - CGADB 28.509 –
Presidente do Campo da Assembléia de Deus na cidade de Ibotirama-Ba. Pós-Graduado em Docência do Ensino Superior, Bacharel em Teologia Convalidado pelo MEC, Membro do CEECRE (Conselho Estadual de Educação e Cultura Religiosa), Diretor da ESTEADI (Escola Teológica da Assembléia de Deus em Ibotirama, Conferencista, Seminaristas, Escritor e fundador dos Congressos EBD no Campo de Camaçari-Ba.
EMAIL: prjosaphat@hotmail.com