TEXTO BÍBLICO
Gênesis 2.4-25.
ENFOQUE BÍBLICO
“Deus faz que o solitário viva em família ...” (Sl 68.6).
OBJETIVOS
Conscientizar de que não existem famílias perfeitas.
Saber que Deus criou e ama a família.
Agradecer a Deus pela família, pois ela é uma dádiva de Deus.
O MITO DA FAMÍLIA PERFEITA
Deus criou a família. Nesta, haveria um ambiente de amor, compreensão. Existiria a solidariedade, responsabilidade entre os membros da família. A transmissão de valores, os conhecimentos, seriam realizados em um ambiente sadio, a família.s Os membros da família se tratariam com respeito.
Entretanto, o pecado veio desestruturar a família. Hoje, muitos fatores interferem no dia-a- dia da família. Em primeiro lugar, a família deveria ser prioridade entre os relacionamentos humanos. Contudo, muitos passatempos, trabalho em excesso, a influência dos meios de comunicação vieram abalar a família, roubando o tempo que deve ser investido na família.
Os meios de comunicação fazem ataques à família. Além disso, a exibição do consumismo faz com que seja mais importante consumir do que valorizar a família, não como um bem de consumo, mas como a grande responsável pela formação dos valores. Assim, são divulgadas nos jornais notícias estarrecedoras sobre casais, pais e filhos. Nos lares, há falta de ensino, convivência, ausência de normas seguras, limites.
O perfil da família veio mudar devido à separação de casais. Hoje, são filhos de pais diversos, que têm de conviver lado a lado Os filhos encontram dificuldade de relacionamento; os pais também enfrentam problemas para administrar.
A nossa família não é perfeita! A das outras pessoas também não o é. Existem tantos problemas. Mas Deus ama a família e quer fazer dela um a bênção.
Davi afirmou que sua família não era perfeita: “Ainda que a minha casa não seja tal para com Deus, contudo estabeleceu comigo um concerto eterno, que em tudo será ordenado e guardado” (2 Sm 23.5a). Deus trabalha na vida de pessoas imperfeitas, contudo caminhamos para a perfeição.
Davi enfrentou muitos problemas familiares. Um conflito intenso foi com o jovem Absalão, seu terceiro filho (2 Sm 3.3). Esse era um jovem impetuoso. Fez justiça com as suas próprias mãos em razão do procedimento de Amom contra Tamar. Esta era irmã de Absalão e Amom era meio-irmão de Tamar. Absalão matou Amom como vingança à violência e desonra a que ele submeteu Tamar (2 Sm 13. 32).
Davi, como pai, sentiu a morte do filho Amom. Em razão do conflito, Davi e Absalão ficaram sem se falar durante três anos (2 Sm 13.38). Esse é um sério problema entre as famílias: a falta de comunicação. Não adianta ignorar um problema, especialmente em família: este necessita ser tratado.
Após um grande período de tempo, cerca de cinco anos (compare 2 Sm 13.38 com 2 Sm 14.28), Absalão se encontrou com o pai, Davi: “Chamou o rei a Absalão, e este se lhe apresentou, e inclinou-se sobre o seu rosto em terra diante do rei. O rei beijou a Absalão” (2 Sm 14.33). O beijo simbolizava o perdão do pai.
Absalão, no entanto, era um jovem ambicioso. Desejava aparato, fama, popularidade: “E aconteceu, depois disso, que Absalão fez aparelhar carros, e cavalos, e cinqüenta homens que corressem diante dele” (2 Sm 15.1).
A ambição de Absalão era assumir o lugar de seu pai. Queria ser o rei de Israel. Assim, arquitetou um plano para destituir o pai do trono. Com palavras suaves, ele procurava demonstrar ao povo que o pai não era o rei ideal, mas sim ele próprio, Absalão: “Então, Absalão lhe dizia: Olha, os teus negócios são bons e retos, porém não tens quem te ouça da parte do rei. Dizia mais Absalão: Ah! Quem me dera ser juiz na terra, para que viesse a mim todo o homem que tivesse demanda ou questão, para que lhe fizesse justiça!” (2 Sm 15.3-4). O que Absalão desejava não era a justiça. Afinal, não é justiça desejar e tudo fazer para ocupar o lugar que não é seu de direito. Tomemos cuidado com o espírito de Absalão.
Finalmente, Absalão passou à ação direta. Enganou seu pai, dizendo que iria pagar um voto a Deus. Dois graves erros: (1) usou o nome do Senhor em vão; (2) enganou seu pai. Absalão fez sacrifícios, mas o objetivo era outro: conspirar contra seu próprio pai: “Depois de oferecer sacrifícios, Absalão mandou chamar Aitofel, da cidade de Gilo, conselheiro de Davi. A conspiração ganhou força, e cresceu o número dos que seguiam Absalão” (2 Sm 15.12– NVI).
O rei Davi foi obrigado a fugir de Jerusalém. Davi resolveu abandonar a cidade, pois poderia haver uma batalha e a cidade ser dizimada (2 Sm 15.14). Que vergonha! O filho submeter seu pai a tal vexame: “E subiu Davi pela subida das Oliveiras, subindo s chorando, e com a cabeça coberta; e caminhava com os pés descalços; e todo o povo que ia com ele cobria cada um a sua cabeça, e subiam chorando sem cessar” (2 Sm15.30).
Ocorreu uma batalha entre os seguidores de Absalão e os seguidores de Davi. Este suplicou pela vida do filho rebelde: “Deu ordem o rei a Joabe, a Abisai e a Itai, dizendo: Tratai com brandura o jovem Absalão, por amor de mim. Todo o povo o ouviu quando o rei dava a ordem a todos os capitães acerca de Absalão” (2 Sm 18.5– NVI). Absalão teve um fim triste. Joabe ignorou a ordem de Davi. Quando Absalão estava preso no carvalho, Joabe o matou (2 Sm 18.14).
Davi amava Absalão e foi grande o seu pranto: “Então, o rei se perturbou, e subiu à sala que estava por cima da porta, e chorou; e, andando, dizia assim: Meu filho Absalão, meu filho, meu filho Absalão! Quem me dera que eu morresse por ti, Absalão, meu filho, meu filho!” (2 Sm 18.33).
Davi enfrentou muitos problemas, porém não desanimou. Ele chorou diante do Senhor. Apesar de seus erros, ele buscou o perdão de Deus e procurou ter uma vida íntegra: “Andarei em minha casa com um coração sincero” (Sl 101.2b).
Todas as famílias enfrentam problemas de relacionamento. Muitas vezes, não há compreensão e apoio. Os membros da família são tão simpáticos fora do lar... Porém, dentro da família, se tratam com rudeza . Guardam ressentimentos.
A família do Juvenil também não é perfeita, porém devemos lutar por nosso lar. Essa foi a família que Ele nos deu. Ele tem um plano para a família. A principal promessa que Deus fez em relação à família foi a salvação: “Crê no Senhor Jesus Cristo e serás salvo, tu e tua casa” (At 16.31b).
Raabe se interessou pela salvação de sua família: “Jurem –me pelo Senhor que, assim como eu fui bondosa com vocês, vocês também serão bondosos com a minha família. Dêem-me um sinal seguro de que pouparão a vida de meu pai e de minha mãe, de meus irmãos e de minhas irmãs, e de tudo o que lhes pertence. Livrem-nos da morte. Os homens lhe disseram: Estaremos livres do julgamento que você nos levou a fazer se, quando entrarmos na terra, você não tiver amarrado este cordão vermelho na janela pela qual nos ajudou a descer, e se não tiver trazido para a sua casa o pai e a sua mãe, os seus irmãos e toda a sua família” (Js 2. 12,17). Podemos imaginar que logo Raabe foi em busca de seus familiares, narrou a mensagem recebida, para que não só ela, mas também sua família pudesse ser salva.
Não podemos descansar, enquanto todos da família não seguirem a Cristo de fato. Por outro lado, embora a família seja salva, não está isenta de problemas, porém Jesus prometeu-nos vitória.
DIVÓRCIO, MAL NECESSÁRIO?
Deus estabeleceu o casamento. O casal assume compromissos entre os dois e diante do Senhor. O casamento não deveria ser rompido: “E dizeis: Por quê? Porque o Senhor foi testemunha entre ti e a mulher da tua mocidade, com a qual tu foste desleal, sendo ela a tua companheira e a mulher do teu concerto” (Ml 2.14).
O Senhor desejava que, como casamento, a família obtivesse segurança. Não deveria haver deslealdade, não deveria ocorrer a infidelidade. A vontade de Deus que o vínculo do casamento fosse duradouro que cada cônjuge fosse o único para o outro: “E disse: Portanto, deixará o homem pai e mãe e se unirá à sua mulher, e serão dois numa só carne? Assim não são mais dois, mas uma só carne. Portanto, o que Deus ajuntou não separe o homem” (Mt 19. 4-5).
No tempo do Antigo Testamento, os homens desejavam desfazer a união conjugal por qualquer motivo. Para evitar males maiores, uma situação deprimente para a família, Moisés regulamentou o divórcio (Dt 24.1-4). Jesus se referiu ao motivo pelo qual Moisés assim procedera. “Disse-lhes ele: Moisés, por causa da dureza do vosso coração, vos permitiu repudiar vossa mulher, mas ao princípio, não foi assim” (Mt 19.8).. Assim, o homem poderia pensar melhor antes de aderir ao divórcio. Este só é permitido em caso de adultério, se não houver possibilidade de perdão, de reconciliação (Mt 19.9).
O que se deve pensar é em buscar a vontade de Deus para o casamento. Os jovens devem dar tempo para se conhecerem, para refletirem, antes de dar o passo do casamento. Devem procurar alguém convertido, não devem haver casamento com incrédulo, com uma pessoa que não tem compromisso com Deus. Não se deve aceitar o jugo desigual.
Após o casamento, todos os esforços devem ser feitos para fortalecer a união conjugal, para que esta não seja desfeita ao menor capricho. È necessário tempo pra o casal se adaptar.
O PADRÃO BÍBLICO DE FAMÍLIA
Deus sempre se interessou pela família. A Bíblia é farta de exemplos que demonstram o amor divino para com a família
- Deus providenciando salvação a Noé e sua família: “Pela fé, Noé, divinamente avisado das coisas que ainda não se viam, temeu, e, para salvação da sua família, preparou a arca, pela qual condenou o mundo, e foi feito herdeiro da justiça que é segundo a fé” (Hb 11.7).
- Deus intervindo na vida de Moisés para salvá-lo da morte: “E, sendo, o menino já grande, ela o trouxe à filha de Faraó, a qual o adotou; e chamou o seu nome Moisés e disse: Porque das águas o tenho tirado” (Êx 2.10).
- Deus agindo na família de Jacó para que, através de José, tivesse os meios necessários a sua subsistência: “E José sustentou de pão a seu pai e seus irmãos, e a toda a casa de seu pai, segundo as suas famílias” (Gn 47.12).
Existe um padrão bíblico para a família. O marido deve amar sua esposa: “Vós, maridos, amai vossa mulher, como também Cristo amou a igreja e a si mesmo se entregou por ela” (Ef 5.25). O marido é o líder do lar: “Porque o marido é a cabeça da mulher, como também Cristo é a cabeça da igreja, sendo ele próprio o salvador do corpo” (Ef 5.23). É uma liderança efetuada em amor. Ele ouve a esposa, ele a considera, trata-a com dignidade.
A mulher. Deve ser aquela que apóia o marido. Aquela que, junto com o marido, cuida dos filhos, educa-os. A Bíblia recomenda a submissão: “Vós, mulheres, estai sujeitas a vosso próprio marido, como convém no Senhor” (Cl 3.18).
OBS: “Como submissão significa colocar-se debaixo da missão de uma outra pessoa, há uma importância prioritária dada àquele com quem se casa. Se for um casamento no Senhor (e não é permitido outro tipo de casamento ao crente), deve-se saber, antes de se comprometer, acerca dessa obediência que não tem nada a ver com a escravatura. É semelhante ao conceito que Cristo desenvolve em João 15: 15, quando disse: “Não vou vos chamar mais de escravos, ou de servos, vou chamar-vos de amigos, porque tenho revelado tudo o que o Pai me tem dado”. Essa é uma descrição muito bela da esposa submissa, que consagra a sua vida em apoiar o seu marido dentro da missão dele” (Russell Shedd. Tão Grande Salvação, p. 75).
Quantos aos filhos, a Bíblia declara: “Herança do Senhor são os filhos; o fruto do ventre seu galardão” (Sl 127.3). A Bíblia ordena: “Honra a teu pai e a tua mãe, que é o primeiro mandamento com promessa, para que te vá bem, e vivas muito tempo sobre a terra” (Ef 6.1-2). Absalão não honrou seu pai. De maneira intencional, fez o seu pai chorar, passar vergonha. Um bom filho defende seu pai, não age de modo a causar tristeza aos pais.. Como? Existem filhos que por suas ações erradas, causam constrangimento aos pais. Um pai que possui filhos que pratica ações dignas, permite que seus pais estejam de cabeça erguida. Além disso, é um filho abençoado por Deus. (Você gostaria de ser humilhado, desprezado na frente das pessoas?). Do bom filho, dir-se-á: “Alegrem-se teu pai e tua mãe, e regozije-se a que te gerou” (Pv 23.25).
A Bíblia destaca que a honra deve ser dirigida ao pai e à mãe. Os filhos devem ter a ambos em alta consideração: “Filho meu, ouve a instrução de teu pai e não deixes a doutrina de tua mãe” (Pv 1.8). Os pais devem ser prestigiados dentro do lar e diante da sociedade. Saul perguntou a Davi: “De quem és filho, jovem? E disse Davi: Filho de teu servo Jessé, belemita” (1 Sm 17.58). O rei, depois da luta de Davi com Golias, quis saber da procedência do jovem.. Era importante saber qual era a família de Davi.
O problema é que muitos filhos não obedecem aos pais, não segura seus conselhos: Não querem acatar as recomendações dos pais, que são pessoas experientes e que conhecem os filhos. Em todo o lugar há regras que necessitam ser seguidas. Quando um pai, coloca uma proibição, muitas vezes, ouve a frase: “Eu quero me divertir”. No entanto, se obedecer aos pais, será feliz. Obedecer aos horários de entrada e saída, é motivo de segurança. Os filhos devem informar aos pais aonde irão. . Quando os pais impõem limites, é para o bem de filhos. Os filhos devem amar, respeitar os pais, sendo-lhes gratos por tudo que fazem pelos filhos: “Levantam-se seus filhos e chamam-na bem-aventurada” (Pv 31.28a).
Bons exemplos de pais e mães:
- Abraão: “Porque eu o tenho conhecido, que ele há de ordenar a seus filhos e a sua casa depois dele, para que guardem o caminho do Senhor, para agirem com justiça e juízo; para que o Senhor faça vir sobre Abraão o que acerca dele tem falado” (Gn 18.19).
- Jacó: “Então, disse Jacó à sua família e a todos os que com ele estavam: Tirai os deuses estranhos que há no meio de vós, e purificai-vos, e mudai as vossas vestes” (Gn 35.2). O pai convocando a família servir a Deus!
- Jó: “Sucedia, pois, que, tendo decorrido o turno de dias de seus banquetes, enviava Jó, e os santificava, e se levantava de madrugada, e oferecia holocaustos segundo o número de todos eles; porque dizia Jó: Porventura, pecaram meus filhos e blasfemaram de Deus no seu coração. Assim o fazia Jó continuamente” (Jó1.5).
- Ana: “Pelo que também ao Senhor eu o entreguei, por todos os dias que viver; pois ao Senhor foi pedido. E ele adorou ali ao Senhor” (1 Sm 1.28).
- Eunice e Lóide: “Trazendo à memória a fé não fingida que em ti há, a qual habitou primeiro em tua avó Lóide e em tua mãe Eunice, e estou certo de que também habita em ti” (2 Tm 1.5).
VIVENDO EM FAMÍLIA
Muitos problemas atacam a família. Porém, Jesus prometeu vitória. Vamos analisar alguns aspectos para a família.
OBS: O pastor de George Washington, primeiro presidente americano, assim afirmou sobre o estadista: “Não havia visita que pudesse evitar a presença do presidente nos cultos. Diversas vezes tenho visto a sua mesa repleta de visitantes no domingo; em vez de ficar em casa, sempre os convidava para acompanhá-lo aos cultos” (Orlando BOYER> Toda a família, p.41-420>
CONCLUSÃO
Os grandes valores da vida, o contato com a Palavra de Deus deve ser iniciado no lar.
A família é a primeira escola onde se desenvolvem hábitos que perdurarão a vidainteira.
Os problemas que a família enfrenta são grandes, contudo pode vencer os obstáculos pela fé, oração e estudo da Palavra de Deus.
Que possamos trabalhar a fim de que no Céu todos os membros da família possam estar para sempre com o Senhor.
Louvemos a Deus: “Mesmo em nossa casa, nosso derredor,/Vamos trabalhando pelo Salvador./Nossa recompensa há de ser maior,/Sendo-lhe fiéis ao seu supremo amor” (2a estrofe do hino 602 da Harpa Cristã).
Colaboração para o Portal Escola Dominical: Profª. Ana Maria Gomes de Abreu (inn Memorian). FONTE PORTAL EBD